ler os classificados de domingo nestes tristes tempos tem um cheiro de peixe: podre. apesar da limpeza que operadores de leiaute tentam imprimir nalguns casos.
sabe aquela propaganda, fútil? aquela que se você trocar a assinatura de um empreendimento pelo outro não vai fazer a menor diferença? pois, é hoje assim, ainda que não seja de hoje, a comunicação de imóveis feita em recife. quer dizer, de diferenciado, devem pensar, só a sigla abap acoplada a assinaturas das agências. algo como aquela tramóia dos quartos reversíveis que tentam dar mais imponência a espaço (e miolo) de kitinete. não há conceito, não há formulação espirituosa, os predicados diferenciados rebuscados nas características de aproximação, localização, vizinhança, arquitetura, que costumavam ser garimpados pela dupla(depois dizem que dupla morreu) que obrigatoriamente ia ao empreendimento “ comprar o imóvel” para depois vendê-lo.
agências que nasceram house de imobiliárias, solidificaram-se, graças a eficácia de ações de comunicação no setor. já naquela época partindo para extra classificados. além spots. mais que folhetos e colocando gente viva em outdoors. exercitando semanalmente o repertório de agências, criativos e mídias, na busca de soluções criativamente adequadas, enquanto diferenciação e pertinência às necessidades da planilha de vendas. fazer varejo era uma escola. que nenhuma faculdade consegue suplantar. e com muito mais significado do que siglas do tipo miami ad school ou ecas e melecas outras. só o fato do varejo do anos 70/80 ser considerado uma escola, já diz muito. e onde, pelo menos, se não aprendi o suficiente, aprendi a não fazer anúncios “cleanness”, barrufados de bom ar. principalmente no varejo imóvel. na própria artplan, já não mais house, para o cliente sérgio dourado. segundo as más línguas, um dos grandes responsáveis pelo fins das casas na zona sul carioca. o que tem lá o seu fundo de verdade, e desgraça, no grande boom dos anos 80. dói-me a consciência, as vezes, mas nunca de ter feito classificados veniais.
voltando ao folheio dos classificados: há tamanho nos anúncios da moura dubeux e queiroz galvão. mas pequenez ,em quase tudo o mais. os demais, desprezíveis a não ser na catinga. inclusive de certa agência que se gaba de ser o pet da criatividade . revelam concomitantemente também, que cada vez mais é raro encontrar-se um diretor de arte, o que existe é apenas pulhice de arrumação de espaço. e já agora, operador de máquina não é diretor de arte; tem muito diretor de arte que não é criativo; e muito criativo que não é diretor de arte. e diretor de arte, criativo, que domine a máquina. espécime que não sei ralentaria mutatis mutandis. sim, há um outro cheiro da constância apenas de tráfico de espaço. comércio que marca hoje tantas agências como meros bureaus de finalização. e blefe de comunicação estratégica de resultados. marcas como moura dubeux e queiroz galvão, já tem empuxo o suficiente para exercitarem ações de comunicação outras. deixando o jornal para arremate de brand equity. se já as fazem, o que estariam fazendo colmatando e assinando tais anúncios?
enfim, a bolha das ilustrações, junta-se o peido dos títulos. alguns risíveis, se não fossem escritos a sério. e há que se registrar também, que num tempo de marketing de sexta, sétima, oitava geração, décima primeira geração?(sei lá, cada dia inventam mais uma) faltam também projetos de conceito por parte das construtoras, exceções à salmão, que não cabe a propaganda erigir a partir de bases tão repetitivas, o que explica, mas não justifica, o calo das descrições, que mais parecem sobras de escamas.
se ler os jornais de domingo, independentemente da procura de imóveis, era um exercício de aprendizado ou lazer, em tempos feito com satisfação, sobra hoje para aqueles que querem comprar um imóvel, apartamentos na sua quase totalidade, uma penalidade já a partir da propaganda. que não merece quem vai descobrir que a amplitude das suites alardeadas, resume-se quartos de 3 x 2.80. exceção feitas aqueles prédios em que o metro quadrado é cobrado a preço de metro cúbico, mas nem assim suites reais.
seria por isso que a propaganda de imóveis ficou tão atarracada idem?
e os jornais já vem à peixe, antes de embrulhá-los, e a quase todos nós também?
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