segunda-feira, setembro 24, 2007

vai ser novo assim num museu ultrapassado

publicitários vocês sabem como é, adoram novidades. até aí nada demais, diria algum desavisado. os caras estão aí mesmo é para "criar idéias novas".

acontece que as idéias novas devem estar com algum problema nos chipados de então. volta e meia saem-se com coisa como estas tais do tipo: decretamos o fim do atendimento. comunicação integrada e ou 360 graus(feita por topógrafos ou mestres de cabina?) e, para encurtar, agora mais esta: trocam-se publicitarios por antropólogos, sociológos e outras ditas profissões e posturas. como se isto não fizesse parte do nascedouro da profissão, antes que ela fosse infestada por publicitários formados em faculdades de gelatina em pó que culpados ou não colocam seriamente em dúvida se é necessário ter publicitários-não publicitários para resolver os problemas que publicitarios não-publicitarios não conseguem resolver.

eu heim! mas acho é pouco. quem manda facultar o que é absolutamente facultativo no processo de comunicação persuasiva? ou seja: diploma, ainda mais estes que não valem conhecimento algum, até porque se o sujeito é otário o suficiente para pagar uma grana por eles, imagine as atrocidades que não será capaz de fazer.

como diriam os bardos, a questão não é ver coisas novas. é ver as mesmas coisas com novos olhos. e como isso não acontece, já que a sede de novidades novidadeiras fortalece a míopia, vai-se na base do olha o novo, que deixa o velho pra lá de avant-garde.

abaixo, um exemplo "naked" do dito pelo não dito. (p.s. a naked já é conhecida de muita gente que se diz antenada. e por aqui também anunciou-se, equivocadamente, que o tupinambá, ex-vice de criação da ogilvy, faria o mesmo).

Agência troca publicitários por DJs e antropólogos

Uma agência de publicidade, sem publicitários, vem mexendo na receita clássica de se pensar e fazer propaganda. Com sede em Londres, a Naked tornou-se diferenciada pela característica de ignorar a especialidade nata de uma agência convencional, ou seja, a de produzir, planejar e veicular anúncios para seus clientes. O propósito da empresa, criada há sete anos, se limita essencialmente ao planejamento criativo. A solução pode ir desde a criação de um produto à reformulação de uma embalagem ou design de uma loja.

Nenhum dos três fundadores da Naked é publicitário, assim como grande parte dos seus 170 funcionários. Mais da metade deles nunca atuou em outra agência. O grupo é versátil e composto por DJs, jornalistas, antropólogos e até um psicólogo criminal, além de alguns publicitários. A empresa atende atualmente mais de 100 clientes com destaque para gigantes como Coca-Cola, Nike, Sony e Nokia e conta com escritórios espalhados por Europa, EUA e Ásia.

A Naked construiu fama de ser uma "usina de idéias", sejam elas bizarras, divertidas, ou principalmente incomuns. Segundo Will Collin, um de seus fundadores, falta às agências convencionais o foco em resolver o real problema do cliente. "As tradicionais transformaram-se em fábricas de anúncios e esqueceram que sua função é resolver o problema do cliente. Muitas vezes, a empresa só precisa de uma boa idéia para reposicionar seu produto", disse em entrevista ao Portal Exame.

A estratégia utilizada para elaborar os conceitos inovadores é comportada e o regime segue regras. Não há dispersões na hora do processo de desenvolvimento de idéias que podem até "ressuscitar" produtos. O rigor exigido determina inclusive horário para início e término das reuniões. Geralmente, os próprios criativos já vêm preparados com dados de pesquisas para ajudar na produção. Não é à toa o fato de a Naked ter ganho o prêmio de agência do ano por seis vezes consecutivas em concorrência nos mercados em que atua.

Entre as ações inusitadas, figura uma criada para a The Number, do ramo de telefonia. Para fixar a marca da empresa, criativos instalaram varais nas principais ruas de várias cidades inglesas. Cada peça de roupa foi tingida com o número 118-118, contato de informações que a empresa pretendia divulgar. Seis meses de campanha foram suficientes para a The Number se tornar líder do mercado.

E no Brasil?

Para o CEO da agência TBWA\BR, Luis Grottera, "a idéia parece óbvia, mas não é". No mercado há quase 40 anos, o publicitário desconhece modelo semelhante no Brasil e o defende com ressalvas. Aconselha que métodos cautelosos sejam levados em conta para a adoção da proposta. "Os segmentos específicos estão crescendo aos olhos dos clientes. Entretanto, deve haver algum maestro para coordenar toda a ação publicitária. Caso contrário, há 90% de chances de perda de foco e dispersão no objetivo", afirma.

Grottera diz que o mercado anunciante brasileiro ainda não está preparado para tal formato. Segundo ele, o papel de orquestrador de uma campanha deve ser destacado em alguns dos lados, mas não pode faltar. A coordenação deve vir ou da parte do cliente, ou da própria agência. Com base na segmentação de acordo com "expertises", o publicitário confessa a intenção de liderar um novo projeto. O "The Disruption Consultancy" seria algo independente e focado em Planejamento, sua especialidade no ramo profissional.

Ele também considera positivo o fato de agências, com o a Naked, aderirem a profissionais de outras áreas como sociologia ou música. "Não é novidade nenhuma. Agências já fazem isso, mas a prática não é tão divulgada. E os clientes, em geral, gostam disso". Para Grottera, a idéia de mesclar características é favorável, principalmente em época na qual a imagem institucional dos publicitários perdeu prestígio e poder na avaliação pública.

(notícia do adnews)

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Celso

Leio, sempre que possível, o cemgrauscelsius, e gosto, mesmo quando não gosto. Aqui, em joão Pessoa, começa as atividades um blog, digamos: bem humorado.

http://aculpaehdocliente.blogspot.com/

Muita gente já está torcendo o bico. Eu torco para que os bicos caiam junto aos egos.

abs