domingo, setembro 16, 2007

um minuto de atenção ou veja bem

dois comerciais me chamam a atenção entre a saraivada de comerciais "escandinavos" produzidos pela nata publicitária "esncandibrasi".

um, de saída nos lembra o conceito de micagem da tigre - campanha que demonstrou, para além das qualidades de comunicação do produto que procurou valorizar, a fraqueza ou melhor, o mico, que foi a campanha da áfrica para amanco. mancada estrategicamente, para começar, mais perdida do que seus comerciais que oscilaram do macarrão de grano duro ao mico ou seria mitomania? do carlinhos brown, pastiche de sí mesmo faz tempo.

lembrar o conceito de micagem não diminui o valor da campanha "veja bem" do cimento poty. pelo contrário. eleva o mérito da campanha da tigre, ao tempo que demonstra que toda comunicação que vai buscar no linguajar popular cimento para a estruturação de conceitos, consegue, se não meramente copiado, mas sim com eixo semântico deslocado para o cumprimento do papel publicitário, aderência imediata. tão ou mais eficaz, se pertinentemente explorada. no caso do veja bem, o acting do ator quase abafa o conceitual, ator que de cara lembra o chico diaz, pois a assinatura tem ligeira rachadura. fato é que não será mais possível comprar cimento sem se "ver be. tem tudo para virar bordão, o que é a glória cimentada nas ruas. vai ganhar cannes? não. talvez por isso que seja bom.

o outro é um comercial de idéia minimalista - de princípios não originais - mas que assim se torna no meio da bugingangada pretenso modernosa que se tornou a nossa propaganda. o comercial da schin, de forma curta e grossamente sutil, demonstra que pode se fazer um campanha sobre o " se beber não dirija" sem o bafo didático da falta de idéia ou do arroto dos pós-pack shots existentes. vai ganhar cannes? tem chances, a depender da composição do juri, numa categoria onde a produção costuma mijar em cima da idéia.

mas veja bem, nossos comerciais são da terra poty, que ultimamente tem negado a cultura da raça para se mostrar em bafos de pubs e bistrôs, onde a linguagem de botequim - e de pedreiros, ajudantes ou mestres de obras - não entram. a propaganda está assim uma coisa de arquitetos, entendeu ?

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