Esta semana Meio & Mensagem trouxe duas notícias de fatos que, se concretizados, vão criar sérios embaraços para as agências de publicidade e para o próprio setor.
O Conselho Executivo de Normas Padrões - Cenp, em resposta a solicitação da Aba – Associação Brasileira dos Anunciantes, está estudando a introdução de mudança no texto em vigor desde 1998.
O Cenp, como você sabe, é mantido por oito entidades, uma das quais é a própria Aba, cujo presidente, Ricardo Bastos, foi curto e grosso:
“É mais do que urgente rediscutir a relação entre anunciantes, agências e veículos no âmbito do Cenp. O que foi acordado há oito anos talvez não seja mais eficiente. Quem se negar a discutir vai ficar marginalizado.
É claro que ele estava se referindo à ABAP, refratária permanente a qualquer tipo de discussão que envolva negociação.
Aliás, é por causa da ABAP que a Ampro – Assopciação de Marketing Promocional se desligou do Cenp para criar sua própria certificação. Neste caso, o estopim foi a Comunicação Normativa 12, que rege a certificação das agências especializadas; e a recomendação do presidente da ABAP às agências para que, antes de convidar empresas de serviços especializados para parcerias, devem verificar se são certificadas pelo Cenp. Devem, recomendou a Abap a recusar-se a trabalhar com as autorizadas a veicular.
João Carlos Zicard Vieira, presidente do Cenp, foi outro que respondeu curto e grosso:
Muitos integrantes do Cenp entendem que não cabe mais uma divisão entre disciplinas e concordam que a comunicação integrada é fundamental. Entretanto, a Abap insiste em manter uma linha forte para separar as atividades publicitária e promocional. Para nós, esta é uma posição retrógrada, pois o mundo da comunicação tem mostrado justamente o contrário. Querem separar o mercado que, na verdade, não é das agências. O dono é o cliente.
Posição retrógrada. Já perdi a conta do número de vezes que tenho manifestado esse mesmo ponto de vista. E não sou nenhum visionário: as coisas estão aí pra quem quer ver.
A Abap não quer. Com ela o mundo publicitário, que a obedece cegamente.
Esse assunto que Aba e Ampro estão levantando agora já poderia ser discutido há muito tempo em um Congresso. E o setor poderia sair dele fortalecido, com soluções criativas e inteligentes.
Como ocorreu com o Conar, em outro momento difícil da publicidade brasileira.
Mas a Abap nunca quis, de medo que o assunto remuneração fosse abordado. Como o presidente daquela agência a que me referi há pouco, proibiu o mercado a falar. Pois bem, agora está sendo colocada contra a parede. Ou dá, ou desce.
Agora as outras entidades estão enfiando goela abaixo das agências o que eles desejam. Por culpa da Abap. E da nossa covardia.
(trecho do, de quem é a culpa? do eloy simões, no acontecendo aqui)
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