quarta-feira, setembro 10, 2008

mamão cdf encrua antes de se tornar marrento

mendonça filho parece ser boa gente. tem aquela cara de cdf. de quem esforça-se no que faz. mas há vários tipos de cdf. de cínicos outsiders aos gênios loucos. e os que de tanto quererem ser bonszinhos tornam-se mamão. ainda assim, filho teria o perfil que qualquer pai de centro-direita ou especialista em marketing político gostaria de gerir: modelo cara de bom moço com referências familiares de porta retrato. mesmo apesar de integrar o dem. que de democrata tem muito pouco tamanha quantidade de gralhas e corvos que grasnam pela sigla. mas nada que uma boa polida de jeito não disfarce tal azinhavre. afinal, "marketeiro" não serve para isso mesmo ou não foi para este desvio que a maioria conduziu a atividade?

porém, quando vai para a tv, a casca do mamão engrossa ou melhor afina. uma fonoaudióloga deveria ser chamada com urgência para corrigir um certo esgar que lhe delineia a boca. mendonça não tem uma figura convicente à determinação de quem almeja o papel de comandante de uma cidade. surge sempre tenso, o que configura pouca verdade: senão na crença, na elaboração do discurso onde, ora titubeia, ora é manco. e quanto tenta ser enérgico, torna-se canastrão, o que dilui ainda mais a possibilidade de construir a aura de capitão a altura do leme onde pretende botar a mão. e a coisa está piorando para falta de pedaladas bem piores do que aquelas dadas num passeio que configura o fake pra lá das cameras. afinal, não se tem notícias, como faz o gabeira, que no dia-a-dia mendonça use as duas rodas como transporte. nem integrando aquela falsa turba que engarrafa as proximidades do fiteiro com suas luzeszinhas de falsos-vagalumes a surrupiar o asfalto de outrém. depois das caminhadas por roteiros que só são pisados em tempos de campanha, surgem agora as pedaladas. e olhem que ainda estamos em começo de guia.

dizia o mendonça que sua campanha seria propositiva. mas como o ibope, data-folha, não lhe presenteou com números ungidos, eis que nos presenteia com o raciocínio do denuncismo sub-reptício que marca todas as campanhas. surge uma porta-voz feminina que ivoca a figura de uma secretária de estado que expôe na pele o sentimento insinuado e insuflado das certezas da dúvida, a realçar a experiência do mendonça, que foi vice e governador tampão, contrapondo isto como mérito ao demérito da inexperiência do joão da costa, um pau mandado segundo tal discurso.

acontece que no afã de empalar o joão, a turma do mendonça engasgou-se a sí mesmo. os redatores de tal discurso esquecem que ser vice no brasil já foi configurado como o ápice da inutilidade, o que o próprio alencar reconhece com muito savoir-faire. e alardear experiência num mandato que foi conseguido por abandono do titular no finzinho do jogo, não parece ser credencial para quem estava atrelado a programação antecipada de despejo do cargo. se joão da costa é inexperiente na execução daquilo que planejou?(ou seu planejamento enquanto secretário tem o mesmo sentido fake do vice atuante?) o que dizer do vice e gov. papagaio de pirata? estrategistas de campanha, e seus implementadores precisam ser menos crédulos no poder das dubiedades que intentam.

há que se observar um travo que permeia a campanha, com sérias implicações ideológicas. a assunção do papel por mulheres negras de fritadeiras de candidato e portadoras do discurso que coloca em cheque os demais contendores, esconde uma sacanagem perversa. na pele de quem mais se diz identidade de raça mais próxima ao desprezo do povo sendo ele mesmo o desprezado. a missão destas reveste-se de um tom de denuncismo com laivos de dedo-durismo de cujo papel brancos são poupados, ainda que algumas vezes apareçam. o tom destas e a cor do discurso diferem bastante do candidato negro, edilson, do psol, que não carrega tal estigma. sem nem por isso renunciar as suas convicções e ao brilho da sua cor pessoal e ideológica.

o que cada vez mais se configura nesta campanha, é o de sempre. a mesma forma ideológica que sublima o discurso da democracia, é a mesma que manipula seu conteúdo ao nível da comunicação. comunicação que quanto mais se quer elucidadora, mais propositadamente equivocada se torna. o que, obviamente - mas não para todos - só favorece urdiduras de todos os lados e nunca a verdadeira democracia que sucumbe ao produto da manipulação encampada por e dos candidatos.

(ainda esta semana: kátia telles: a national kid do guia eleitoral).

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