o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
segunda-feira, abril 11, 2005
por onde andará andre calazans III ?
Ninguém nunca ouviu falar do André. Sorte sua.Vamos ser sinceros. O produto que estou querendo lhe vender neste anúncio é totalmente desconhecido. É por isso, inclusive, que o texto é tão grande (provavelmente você não terá tempo pra ler tudo quando receber, mas talvez encontre tempo quando estiver precisando de um novo criativo para a sua equipe). Pois bem, você nunca ouviu falar nada sobre o André. Não sabe se ele funciona mesmo, se tem garantia, se ele aguenta o trabalho pesado da sua agência. Você nunca viu o André em revistas especializadas como a M&M. Você nem sequer sabia que existia gente fazendo boa propaganda lá na Paraíba: de onde o André está vindo.Isso pode gerar alguns problemas de falta de status. Por exemplo: você não vai poder dizer que sua agência está contratando aquele fodão que era da Almap. Também não vai poder fazer um daqueles anúncios que a DM9 fez para o Carlos Domingos, dando publicamente as boas vindas. Ou seja, você não vai poder exibir o seu novo produto, pois o André não é “de griffe”. Ninguém nunca viu mais gordo. Talvez isso seja um problema pra você, dependendo do seu perfil. Mas pense melhor. Pense no futuro. Aliás, não é isso que agente tanto fala para os clientes, que “precisamos pensar a médio e longo prazo”? Pois bem, faça isso. Afinal, talentoso como é o André, ele não vai demorar muito tempo pra começar a ser reconhecido como um grande criativo, e como um grande criativo descoberto e amadurecido na sua agência. Além do mais, o André ainda não tem um ídolo, um guru para quem ele possa dedicar todo o seu sucesso no dia em que escrever um livro. E este ídolo, que o André ainda não tem, pode ser sabe quem? Você. Isso mesmo, você. Tudo bem, isso não dá dinheiro.Mas se você já tem experiência suficiente pra ser o ídolo de alguém então você já deve ter grana suficiente também. E não tem nada mais gratificante do que ter o seu talento reconhecido (e cultuado) por pessoas de talento. Pessoas como o André, que, apesar de não ter experiência suficiente pra ser guru de alguém, tem talento suficiente pra ajudar sua agência a continuar sendo exemplo de criatividade pra muita gente.Então reserve um pouco de tempo e conheça o trabalho desse ilustre desconhecido. Um diretor de arte que, como você está descobrindo, também sabe escrever (mais uma garantia que um dia ele escreverá um livro). Veja o que ele conseguiu fazer em condições tão adversas como as que o mercado de JoãoPessoa impõe, provando que é possível fazer boa propaganda em qualquer lugar do planeta, inclusive na desconhecida Paraíba.Faça isso. Descubra o André. E chegue à seguinte conclusão:se o André tivesse ido pra São Paulo há mais tempo, com certeza você já teria ouvido falar muito dele.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Salve, Celso. Tive outra surpresa hoje ao encontrar esses textos no blog. Assim como tive ao me deparar com peças minhas no Na Pasta. As pessoas que leram certamente não entederam em que contexto foram escritos. Os anúncios all type foram feitos um pouco antes de eu partir para a Austrália, com o objetivo de tentar alguma coisa em São Paulo. Acabei desistindo. Cheguei a enviar as peças apenas para umas 2 ou 3 agências. Cheguei a conclusão que provavelmente não fariam muita diferença. Até porque não costumam ver com bons olhos alguém que se vende de cara como um diretor de arte que também escreve. Some a isso o fato de que todo mundo já está careca de saber que o mercado do Nordeste, ou qualquer outro fora do eixo São Paulo - São Paulo, é mesmo difícil. E ninguém dá a mínima pra isso. A propósito, André Calazans, depois de um ano na Austrália, e de uma curta temporada em Porto Alegre, está atualmente em Floripa, tentando ajudar em um projeto daqueles que você adora: transformação de agências que andam mal das pernas criativamente falando. As coisas não andam fáceis, com exceção dos finais de semana, quando tento esquecer os problemas em alguma das várias praias paradisíacas da ilha. O fato é que já tiramos uma conclusão: quando alguém diz que tudo na agência funciona perfeitamente, com exceção da criação, isso provavelmete significa que tudo na agência funciona de forma a não deixar a criação trabalhar corretamente. Mas você já esteve em Floripa, e sabe que viver na ilha compensa certos sacrifícios profissionais, apesar de não todos eles. Um abraço.
ô andré, ainda faltava o quarto texto:) mas vai assim mesmo. in tempo: dolorosas experiências ensinam-me que quando donos de agência e/ou empresários dizem que querem mudar a cara da agência, fazê-la mais criativa, torná-la referência e toda aquelas trêtas, vc deve fugir delas como o diabo da cruz. mas no caso de florianópolis, tudo está perdoado.
apesar do fato de quem nasce na ilha se chamar manezinho, aquela mistura de europa e bahamas, compensa por alguns meses, sem falar das catarinas que anexam mais algumas semanas de dormências.
Postar um comentário