quinta-feira, maio 31, 2007

aos publicitários que se julgam importantes ou quase que exclusivamente para os netinhos do ccpe e ccnat e demais cecesesses


Antes de mais nada, acessem o blog da Vovó Danada (blogdavovodanada.blogspot.com) para entender completamente o que estou dizendo nesse artigo.

Escrito por um anônimo redator das antigas, tenho dois ou três suspeitos, o blog aborda o mundo sem glamour da propaganda paulista: os bastidores, os falsos mitos, as sacanagens, as brigas egoísticas, etc. São temas que dificilmente poderiam ser destacados nos veículos, colunas e sites que falam sobre propaganda, porque são assuntos que, de certa forma, vão contra o negócio. Afinal, não é do interesse do mercado saber que, por trás de uma premiação profissional, existe uma briga horrorosa pelo troféu. Ou que os brilhantes criativos são um bando de infantis egos desinflados por uma política de resultados que os obrigam a passar mais de doze horas na agência em busca de nada. Os temas abordados pela Vovó Danada são cruéis, mas não é sobre isso que quero falar.

A Vovó late, os netinhos mordem
O mais impressionante do blog é o volume de comentários para cada post. Freqüento blogs do mundo inteiro e jamais vi uma avalanche assim. Na última semana, após uma postagem normalzinha sobre os rumores da possível ida de um criativo para uma das mais famosas agências brasileiras, o blog registrou mais de 200 comentários. E é aí que eu quero chegar. Se o volume impressiona, o conteúdo dos comentários é assustador. Primeiro, porque mostra o nível de ignorância dos jovens criativos do principal mercado do país. Linguagem chula, erros crassos de português, absoluta falta de capacidade de exposição de raciocínio e vocabulário limitado são dominantes da maioria das mensagens. Segundo, uma característica que tenho notado há algum tempo em palestras e debates: a quase totalidade dos comentários não tem absolutamente nenhuma ligação com o assunto tratado pelo bloguista. Parece que as pessoas querem ouvir a si mesmas e não necessariamente discutir um tema. O terceiro ponto, para mim o mais importante, é o nível de frustração desses jovens profissionais.

Netinhos órfãos de pai e mãe
Ninguém em sã consciência pode questionar a importância de alguns profissionais, como o Nizan ou o Marcio Moreira, para a valorização da criação na propaganda brasileira. Os netinhos não só podem, como acreditam que esses caras são o lixo da profissão. O Márcio Moreira, para quem não sabe, foi o primeiro profissional de criação do Brasil a fazer uma vitoriosa carreira internacional.

Isso quando os netinhos ainda eram projetos de vida e a vovó era uma mamãe que dirigia uma das principais equipes criativas que o mercado já teve (se ela realmente é quem eu suspeito que é). Pois bem, esses rapazes e moças que mal (ou mau?) iniciam seu histórico profissional se sentem no direito de descer o pau em todos os criativos que fizeram e fazem o melhor da propaganda brasileira. Por quê? Provavelmente, porque são arrogantes, monossílabos e totalmente frustrados pela incapacidade de gerar alguma coisa melhor do que os márcios e nizans produziram em suas longas carreiras. Certamente, esses garotos e garotas imaginam que, ao bater naqueles que deveriam ser seus ícones de inspiração, estão abreviando a sua longa jornada para a consagração. Ledo engano: só quem faz história pode fazer parte da história. O resto é coadjuvante

a vó danada e os netinhos ignorantes, por wander cairo levy, diretor de criação da fórmula(florianópolis).
quanto a mim, acho que muito do que o wander - e vo danada - apontam, tem baitas razões. por outro lado, os netinhos ignorantes as vezes acertam. muito as vezes, mas acertam, quando redimem o rei está nú. certo é que ninguém está, ou deveria, estar acima do bem e do mal, ainda mais agora que acabaram com o limbo. pois de profissionais fenomenais, cases há de cagadas fenomenais, fazendo jus a sua importância.

(ilustração do arthur de carvalho descaradamente surripiada da newsletter da carta capital. a moçada da esquerda deve chiar horrores por ter a mesma ilustrando um "blog publicitário", também uma maquinação da superestrutura do capitalismo. mas como disse lenin, arranhe um comunista e encontrarás um filisteu, sabe-se lá então o que arranhando um publicitário dá. na dúvida, faça como eu, corte as unhas.

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