Conhecer o futuro sempre foi uma área que atraiu ao longo do tempo cientistas, visionários, escritores, pajés e charlatões e desperta o interesse das pessoas na razão direta da insatisfação, inquietude e insegurança com o presente. E certamente vivemos um período de inquietude e incertezas, estarei empregado amanhã? Devo fazer uma pós-graduação? No Brasil ou no exterior? Engenharia ou Pedagogia?Perguntado pela repórter sobre qual seriam as profissões em evidência nos próximos anos a primeira idéia que me ocorreu, baseado em dados sobre o que meus clientes buscam no mercado de trabalho atualmente e juntando com o que tenho lido a respeito do assunto através de cientistas, visionários, escritores e etc. foi a de sugerir atividades ligadas:
1) à Internet, (bons programadores em linguagem Java, com apenas o equivalente ao colegial, ganham mais que vários engenheiros do ITA com cinco anos de atividade, por exemplo)
; 2) Biotecnologia, seja aplicada ao plantio de alimentos ou à fabricação de remédios (Temos centenas de milhões de famintos, doentes e miseráveis no mundo para cuidar...);
3) Engenheiros para Energias Alternativas ou Ecólogos e Ecologistas (O petróleo é uma fonte de energia não renovável e vai acabar um dia, além disso, a queima de combustíveis vem prejudicando substancialmente o clima no planeta).
Tenho certeza que precisamos e precisaremos muito desses profissionais. A pergunta que me fiz depois é: “será que esses profissionais vão ganhar dinheiro”? Será que todos eles se darão bem profissionalmente? Haverá empregos para todos eles? A resposta que me dei é: Certamente não!!!
Uma realidade que ficou evidente nos últimos anos é que as universidades cada vez mais ensinam o suficiente para dar um (pequeno ou grande) empurrão inicial de carreira, como aquela locomotiva que tem apenas a função de bater no fim da fila de vagões para quebrar a inércia e facilitar o papel da locomotiva que está atrelada ao trem e que vai carregá-lo pelo resto do caminho. A gestão das carreiras terá que ser (já não o é?) constante e indefinida.A preocupação com a atualização profissional será constante, a “obsolescência profissional” ficará mais nítida bem mais rapidamente do que é hoje.O nosso mundo, hoje muito competitivo, vai ser MAIS COMPETITIVO AINDA. Nossa geração que teve que competir por vagas em universidades de primeira linha, viu a geração seguinte competir por vagas no ensino primário ou no “prézinho”, pode assistir talvez a competição por nascer – o que de certa forma já existe na China, onde a limitação de uma criança por família tem gerado situações nunca antes imaginadas.Uma amiga minha, argentina de quase setenta anos, muito culta e atualizada (usuária alucinada de MSNs, Skypes e etcs. – muito parecida com a velhinha do filme Harold & Maude, Ensina-me a viver) e com vários netos em idade de definir sua escolha universitária recomenda: “Façam o que quiserem, todos nós vamos acabar sendo vendedores”.Apesar da possível ironia de suas palavras, ela está longe de estar enganada, estamos já há alguns anos vivendo a época do “Você S/A”, do “marketing pessoal”, “networking” e “venda seu peixe” ou como diria o nosso “guru tupiniquim” Abelardo Chacrinha Barbosa, “quem não se comunica, se estrumbica”. O que quero dizer aqui é que o sucesso profissional de QUALQUER indivíduo no futuro bem próximo será um resultado de um misto de boa formação escolar; capacidades pessoais (principalmente a capacidade de se renovar); exposição pessoal – marketing e 0,00001% de sorte. É melhor vender moinhos de vento que comprar uma bicicleta.
(comprar uma bicicleta ou vender moinhos de vento? do gerson correia psicólogo sócio da empresa de seleção de executivos talent solution)
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