“ você acredita sinceramente que o consumidor fica emocionado porque sua empresa completou 25 anos ? “ júlio ribeiro in fazer acontecer. (exaustivamente citado por aqui;e pelo andar da carruagem não vai ser a última).
casa de ferreiro espeto de pau é o que, também muito pouco criativamente, costuma se dizer sobre as iniciativas de comunicação das agências. auto-promovendo-se ou intentando endomarketing as emendas são sempre piores que os sonetos.
dizem que os testículos do ego acabam ditando festas, comemorações e campanhas, muito mais do que um sentido empresarial de aproveitamento de verdadeiras oportunidades. as que surgem no dia-a-dia e naquilo que a própria agência faz para os seus clientes – o que é ou deveria ser a sua melhor comunicação - .
de um lado tem-se nababescas festas, como a realizada recentemente pela f.nazca para comemorar seus dez anos, com direito a menú fasano, ed mota, e lista de trocentos convidados celebridades e outras demonstrações de poderio econômico ou seria efeito daslu? isso, num momento em que todos os empresários da propaganda(nem todo empresário é publicitário) do setor choram pitangas sobre a dificuldade do negócio, acusando os clientes de esmagarem as margens, o que leva ao seguinte questionamento: se há dinheiro para tanto, das duas uma: ou ainda há muito para espremer, devem raciocinar os clientes, ou tem gente chorando lágrimas de novela. nem vou falar das sedes “quase-dubai”. é certo, que segundo um velho axioma de comunicação, aquilo que parece ser superior, vai tornar-se superior enquanto percepção. e que sempre é mais agradável frequentar um ambiente arquiteta e esteticamente de bom gosto. afinal, como já disse uma expert, “ chega uma hora em que o ambiente onde você cria e o que você cria tornam-se uma coisa só”. porém, há limites para o noveau richismo, coisa que decididamente muita agência de propaganda não tem a mínima, o que já é índice da propaganda que ela faz.
do outro lado, temos as indefectíveis campanhas de comemoração de datas, como esta da ítalo bianchi, ícone e toten da publicidade de qualidade dos anos 70, vá lá 80, do nordeste, que é um tiro no pé de calibre 12 que resvala até o baço pra não contextualizar o respinga noutros termos.
mais do que sedes pomposas, longevidade, sofás da recepção, ou solidez econômica, a vitalidade de uma agência está na qualidade de suas idéias, muito embora haja quem discorde do critério, fiando-se tão somente no desempenho econômico. é certo que sem empresa não há agência. mas agência que não é empresa de idéias - e ter idéias é ousar, inovar, criar diferenciais e não apostar na segurança da mesmice- não é agência. este é justamente o problema desta campanha da ítalo- e não só.
zero de idéia. a não ser que você ache que para comemorar 35 anos de vitalidade um table-top de imagens de sede e funcionários seja grande idéia ou idéia a altura. pior ainda, que imagens de um casal de crianças(vt) sustentanto o conceito? “parece que foi hoje”, mais velho do que “ cagá de cocas”, seja o ícone criativo para demonstrar que a agência está fresquinha, mas não de idéias, já que criança também é simbolo, índice e ícone, de inexperiência, inocência, cagada, trapalhada, em nada valorosos para o mister de uma agência.. por mais que digam que criança, cavalo e trem, aumentem o índice de atenção, francamente, não acredito que a italo não pudesse fazer melhor, para “ honrar a sua tradição”, que aliás desandou faz tempo é bom que se diga.
já não me espanta que seja só isso que uma agência de 35 anos tenha a oferecer. haja visto a produção para o shopping tacaruna e vitamilho, não por coincidência outros vazios de idéias. e bebes com placas num site para chamar atenção, nem loção johnsons salva de tamanhas assaduras, por maior que seja a dedicação, presume-se, do papai ítalo com seu filhote, aliás, já por demais crescidinho, na direção de criação.
a pergunta que não quer calar é: como é que um consultor de criação, que deu nome a agência em seus tempos áureos, e que, presume-se, voltou a agência para acertar a franquia, permite que um campanha destas vá ao ar, sem que se troquem pelo menos as fraldas ?
haja perfume.
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