Mas, afinal, Leoes sao mera vaidade ou bom negócio?
Começou oficialmente ontem o Festival de Cannes e os olhos e ouvidos do mundo publicitário dirigem-se para o simpático balneário francês. O trabalho dos jurados vai de vento em popa e as principais agências estao na maior torcida, esperando voltar para casa com muitos Leoes na bagagem. Mas, afinal, ganhar prêmios em Cannes serve para algo mais além de inflar o ego dos criativos?
Para o Ad Age, a resposta é sim. Na verdade, existiria uma estreita relaçao entre prêmios obtidos e novos clientes conquistados, afirmou na semana passada o jornal em sua ediçao online. Para justificar a tese, o Ad Age lembrou que as 6 agências mais premiadas em 2005 estavam entre as 10 que mais cresceram em faturamento no ano passado.
A matéria cita ainda um trecho do relatório aos acionistas publicado pelo WPP em 2004 em que o grupo explica que seria possível comprovar num gráfico como o número de prêmios obtidos pelas suas agências é diretamente proporcional às margens de lucro alcançadas.
Faz sentido. A maioria dos anunciantes tem na ponta da língua o discurso padrao - o que importa sao os resultados e nao os prêmios da agência. Mas, nos bastidores, nao é difícil encontrar executivos que se impressionam com a fama e os Leoes nas estantes dos publicitários que os atendem. Além disso, sejamos justos, se a campanha puder ser eficiente e também criativa, tanto melhor, nao acham?
Este, aliás, é o principal argumento das agências - em meio a tanto falatório das marcas na mídia de massa, é preciso ser bastante criativo para chamar a atençao dos consumidores. Outro ponto relevante é que o Festival de Cannes busca, a cada ano que passa, contemplar todas as formas de comunicaçao, valorizando inclusive a integraçao das mídias.
Em resumo - há sim agências e criativos mais preocupados em valorizar o passe do que em inovar. Mas festivais, como o de Cannes, também mostram boas novidades nas salas de exibiçao e nas palestras. Prova disso é que os clientes passaram a frequentar mais o evento nos últimos anos. Nesse sentido, brilhar no Palais pode mesmo ser um excelente negócio.
Luiz Alberto Marinho no bluebus de hoje.
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