Se não investigamos mais a verdade da história e sim a história da verdade (Foucault), o que ficamos sabendo? |
em publicidade, como de resto na vida hoje, a mentira é tratada como verdade. e o inverso, uma espécie de quase vice-versa, ou seja: a verdade é empregada apenas como mentira para que tenha ares de verdade. como no caso dos comerciais da coca-cola que "reconhecem" a montanha de açucares na sua cola ou da dove: com suas mulheres de verdade, escolhidas a dedo para compor um painel das felizes infelizes com seus corpos e suas caras massacradas por um ideal sublimado por estas próprias companhias.
e o grande exemplo da verdade mentirosa usada para solidificar uma mentira - aqui não cabe vice-versa, são as campanhas, machistas, sexistas, desrespeitosas, protestam as mulheres (alguma bonita e gostosa?, eis aqui uma anti-desambiguação) mas que falam direto na cara a verdade da mentira construída a partir de mentiras que são a verdade estereotipada no dia a dia que definiram a sexualização dos comerciais de cerveja. você ai no sofá, prefere a mentira-verdade da garota verão ou a verdade-mentira das garotas dove ? na dúvida, conte as manchas do sofá.
muitos poucos, para além do * bill - "tive uma grande ideia: vamos dizer a verdade ", conseguiram ir além na profissão tendo a verdade pessoal e profissional como mapa da mina. e conseguiram exprimir isto num trabalho sem manchas.
verdade é que a grande maioria, para deleite geral, fizeram uso no atacado e no varejo da mentira para expressar aquilo que julgavam ser suas verdades.
mentir em publicidade - não seja tosco de pensar apenas na mentira como argumento de venda(isso é coisa para amadores) - e uma prática alçada ao gigantismo nos bastidores ou dizem quase todos no back stage. e já agora, não se esqueça que quem usa neologismos é sempre mais perigoso na sua mentira.
a verdade - ou a mentira ? - é que na história da humanidade a verdade nunca foi uma coisa muito saudável, para quem a conta e para quem a escuta. por que seria diferente na publicidade ? já a mentira, principalmente as bem contadas, são inesquecíveis. como o(s) deus(es) por exemplo.
se como dizem, em se tratando da verdade, " diga-a e saia correndo", na publicidade/propaganda, não dá tempo. pois é ela que tem as pernas curtas.e num instante você é atropelado. não é à toa que o pensamento de direita(olavo de carvalho) elaborou a preciosidade : "a mentira tem o privilégio de poder se expressar com muito mais brevidade do que sua refutação". e onde a brevidade pode ser mais útil do que na publicidade?
e quando ela, a verdade, vem à tona você já boiou já faz tempo. mas há sempre uma mentira contada sobre sua versão, seja ela verdadeira ou não.
então, não se esqueça, ou melhor esqueça: "compre a verdade. mas não a venda".
digamos que é uma homenagem aos grandes jinglistas (sá&guarabira), que entre outros clientes, trabalharam para para o banco nacional do magalhães pinto da época. verdade? mentira? como diria o provérbio, "meia verdade é sempre uma mentira inteira".
* não sabe quem é o bill, nem conhece a frase? ah! foda-se!
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