quinta-feira, março 29, 2012

quando o tagliatelle se torna miojo

não há muito o que comentar. só pesar. é triste quando isto acontece. o que parecia ser uma idéia pertinente - escolher felipe massa para estrelar um comercial do santander sobre sonhos e projetos(juntos fazemos acontecer) onde "a grande sacada" seria fazê-lo aparecer como motorista/entregador de massas, resgatando o seu passado, pilotando uma fiorino, acaba por incorporar outros significados e significantes no momento em que sua carreira vai de mal a pior. sua figura mignon e seu timbre de voz, e a insegurança que sempre marcou sua postura - mesmo nas fases boas - é tremendamente piorada quando automaticamente é associada ao contexto atual. a impressão que fica, é que o comercial não está falando do começo de carreira do massa. e sim do seu fim. o felipe está sendo cozinhado em fogo brando como manda o figurino de qualquer receita de macarrão que se preze. menos do miojo, que é instantâneamente abduzido.
destarte, vida de entregador é assim mesmo. pode fazer tudo direitinho a maior parte do tempo. mas basta começar a atrasar as entregas que é logo despedido. 
haja massa, felipe, coisa que você hoje deve ter de sobra. já os entregadores, nem fiorino, quanto mais o macacão, ou seria macarrão? surrado. seria então o santander pé frio?  por via das dúvidas eu cogitaria outro banco que não tenha as cores da ferrari.


www.youtube.com/watch?v=Q_CzIPzq1mk

segunda-feira, março 26, 2012

publicitários chulés


" quer as mulheres caindo aos seus pés ? use neutrox homem, que ajuda na força e vitalidade para seus cabelos. "

ícone de uma geração, neutrox por três décadas fez a cabeça das mulheres  - e quiçá,  sem saber, talvez, a dos homens.  principalmente nos verões em que era oficial o biquininho que começava a mostrar e adentrar as bundinhas (ah!saudades maliciosas), bronzeador(que podia ser até coca-cola) - neca de protetor solar -  e o indefectível cilindro amarelinho de neutrox para proteger os cabelos. extendendo o flash-back, havia o ritual de estender canga com o cilíndro fálico na mão que quase nos enfartava de tanto tesão. não precisava mais. era o paraiso, cheios de adões e evas. neutrox era a maça, ou a própria serpente.

o tubinho oficial dos verões chegou ao mercado em 1974. mas o texto que está aos pés da foto, não é desta época como poderia levar a crer tamanho anacronismo. é texto de agora. que em 2012 está impresso na embalagem do shampoo, ou champú, neutrox para homem, único produto masculino do portfólio da marca que se "renovou" e agora apresenta 10 produtos.

porca miséria! então este é o copy que é head line de uma linha que se diz renovada e que já fez a cabeça de milhões de pessoas sem textos chulepentos destes? e que agora se propõe a derrubar mulheres aos pés de quem usar o conteúdo da embalagem pretosa onde destaca-se o sem sal e um tal de " z force" que imagino seja um correspondente de encaixe subliminar ao  ponto g? a queda certamente não é pelo brilho do texto, e sim pelo chulé que dele emana. é uma inversão sintagmática. o texto é que derruba qualquer produto, marca, agência, para muito abaixo das pisadas da concorrência.

mulheres caindo aos seus pés? é por conta de copies chulés iguais a estes que a publicidade de hoje em dia não chega aos pés dos copies que se fazia na época, lamentavelmente. e se é verdade que o consumidor mudou, publicitários que se dizem pagos para mudar cabeças, estão usando as mesmas meias de texto de sempre há décadas enfiadas nas suas próprias cabeças. o resultado é o chulé miserável produzido a partir do sem tirar nem por que é o guide line atual do mercado de condicionados a práticas do tempo do creme rinse. e sendo assim, não tem jeito: haja bromidose.

















quarta-feira, março 21, 2012

acima do sol

a centésimo primeiro macaco, é uma agência cearense, em atividade, que foi fundada por andrey ohama e por mim, há alguns anos. uma característica que marcou o seu posicionamento foi a escolha da sede: em iracema, na zona de prostituição mais famosa da fortaleza, e no prédio de um dos puteiros que fizeram história na cidade: o áfricas. o local foi escolhido a dedo, bem como o projeto e décor, resolvidos pelo andrey e por mim. 
a prática para além do discurso, da interação social com os habitantes do lugar, foi levada a cabo. e começou a partir da reforma para instalação da agência que sempre procurou trabalhar com mão de obra local além de participar ativivamente da comunidade. em todos os sentidos. inclusive na putaria propriamente dita, dentro e fora dos anúncios. este foi um dos três que fizeram parte da campanha de lançamento, que incluiu outdoors, um dos quais recolhido pela autocensura da bandeirantes local(os puta velhos). os outros seriam, " os puta-velhos", focado na experiência dos integrantes da nova agência, e o explicativo sobre o que danado era o 101º macaco.

deixei a agência ainda no seu take-off por divergências com andrey ohama. se fosse fazer uma analogia, diria que ele, andrey , seria o mark zucberg da história. e eu, o eduardo saverin. mas há controvérsias.


terça-feira, março 20, 2012

é espeto meu filho!

a propaganda ao que parece ainda depende muito da imaginação dos publicitários ou de coisas parecidas que não vivem sem um sogra. dicró se foi - ele pelo menos tinha algum molejo na sua grossura autêntica - mas as piadas sem graça sobre sogras, continuam. 
não se trata de apelar para o politicamente correto. houve tempo em que as sogras eram ranzizas(nem todas), tempo em que a liberdade dos costumes acima da linha não era nem de longe o que se vive hoje. daí tantas quizumbas com as ditas cujas.
acontece que os tempos mudaram. costumes e economia. a outrora sogra megera, hoje é a doce velhinha que segura as pontas dos filhos e dos filhos dos filhos dela, quando não da parentada toda consignada. tanto na casa dela, como no trabalho, eis a sogra que ressurge como a mulher maravilha(algumas até mesmo de cara e corpo, que a alma pelo que faz, nem precisa de botox). mas os publicitários que se dizem tão antenados não estão enxergando isto. e ainda teimam em situar a sogra como a mulher que você não pediu a deus e que o diabo rejeitou lhe mandando de presente.
estamos em 2012 e a profusão de piadas velhas, ruins, requentadas, não perdem o espaço, e o que é pior, ainda sustentam "conceitos", como por exemplo o do comercial do spettus, veiculado há algum tempo em tv, tornado pior ainda por conta do formato stand-up, que é tido como inteligente, mas que não passa de um palanfrório, de um parlapatório, de uma verbiagem. o que se pode dizer de um comercial onde a tônica é: a comida é tão boa que o genro vem até com a sogra ou comemorar alguma coisa com a sogra? e isso, sendo uma casa que tem lá seus atributos e que não precisaria ter azedado a inteligência e a sensibilidade das sogras que tanto o frequentam. é uma falta no humor sem perdão. e a confirmação de que o stand-up(uma invenção americana de 50 anos atrás, e não americana, como muita gente pensa) vai se tornando o rap dos humoristas sem talento, o funk do humor sem rebolado.

interior da grand caravan
o último trabalho que fiz utilizando a figura da sogra foi na década de 90, para a chrysler em portugal. o produto era a grand-caravam. o brief pedia para destacar o espaço enorme da viatura. o título ficou mais ou menos o seguinte: também leva a sogra. mas o espaço é tanto que vai parecer que ela vem no carro de trás. era isso ou coisa parecida. era pertinente, sim. o leiaute elegante, destacando o espaço interno ,sem sogra obviamente, e demais fotos da viatura. leiaute quase construtivista, se quisesse ser empolado. mas confesso que já senti que era pouco, se quisesse ser chamado de redator sem cacoetes. todo mundo riu, o cliente adorou. algumas sogras até brincavam: se me levas num carro destes até te faço um açorda de coentros. conclusão: estava sendo falsamente engraçado. não fui capaz de construir algo realmente novo, embora a formulação aparentemente o fosse. aprendi a lição.
se quer zoar a sogra, o recurso vai continuar a ser velho, vai precisar ser muito melhor do que ela para fazer algo bom. por isso, não dê razão a sua, quando ela diz que foi estúpida em aceitar um publicitário como gênio, quer dizer, genro.
p.s. a expressão usada para compor o título deste post, é tão velha quando piada de sogra; e a similitude pretendida da palavra com o anunciante citado no texto, é tão ruim como(mas como tem gente fazendo isto hoje em dia.)

sexta-feira, março 16, 2012

rapidinha, rapidinha. ejaculou mas não gozou

Emoções são mais intensas com anúncios longos.

Os anúncios longos conseguem despoletar uma intensidade emocional maior do que os curtos. A conclusão é de um estudo levado a cabo em Espanha pela Universidad del País Vasco-EHU e Tecnalia. Com 30 voluntários divididos em três grupos, o estudo conclui que os anúncios mais longos conseguem explicar-se melhor e alcançar as emoções esperadas, já as versões mais curtas, como os anúncios veiculados através de redes sociais, mais intensos, acabam por provocar maior confusão emocional( pedro durães, no meios&publicidade,pt)


misterwalk acrescentaria o óbvio(ainda assim corre o risco de não ser entendido): anúncio longo não é sinônimo de anúncio chato. tem muito teaser que com três segundos já deixou o saco dormente. e muita foto com legenda que dá dor de barriga. aliás, a chatice, a modorra, o boring, é a tônica da propaganda hoje em dia. o que acham que é engraçado, é maçante. o que acham que é inovador, é velho e não só isso: é ruim. o que acham que é tecnológico, é a mediocridade de confundir - típico de mercado subdesenvolvido e não só - falta de idéia com envoltório "antenado". não temos mentes preparadas para produzir comunicação emocional envolvente e impactante. redatores não sabem escrever- nem ler - antes dizia-se isso dos diretores de arte. os diretores de arte, que antigamente correspondiam aos nossos mecânicos, capazes de esmiuçar as engrenagens emocionais dos conceitos e fazer a regulagem para reforçar a pegada, são tal e qual agora o que são os mecânicos: trocadores de peças e olhe lá.

como então não ter uma propaganda chata? então faz rapidinho, rapidinho, que ninguém lê texto longo e não tem tempo pra assitir filme com mais de 30(então bota bunda de loura burra, imagem de praia e montanha, aposta nas gags de biba afetada,fortão burro, chefão babaca ou ditador e por ai vai).

como alguém vai se envolver emocionalmente com isto se quem o fez não estava emocionalmente envolvido também?

rapidinha, rapidinha. ejaculou. mas não gozou.

quinta-feira, março 15, 2012

ritual de passagem





decididamente não contrataria um diretor de arte que não conhecesse estes nomes: el lissintsky e theo van doesburg. 
mas para não dizerem que sou muito exigente, se me falar alguma coisa sobre mondrian dou uma segunda chance.
(tenho um vago pressentimento que a agência vai ficar sem direção de arte)

terça-feira, março 13, 2012

mal-agradecido

fazem-me pergunta sobre um profissional a quem devo indicar para realizar um pequeno grande trabalho(para um cliente pequeno todo trabalho é grande).tratar-se-ia de toda a renovação de sua identidade visual, passando por nuances arquitetônicas, inclusive, decór de interiores,automóveis, fardamentos,etc,etc(onde mora o perigo, nos etecéteras) e,claro: toda a parte de papelaria e alguns directs.

respondo que apesar de aparentemente ser um job "menor"(para cliente pequeno todo trabalho é grande) das duas uma: há uma centena e meia, multiplicada por mil, de gente, que coloca o nome na fachada inclusive, que se arremete a fazer tais trabalhos - não sei se o leitor já observou mas agora até em quase toda "xerox" tem anexo o "departamento de criação", onde sê lê em português nem sempre correto, porém inequívoco(sinto falta do trema,muita gente não tem saudades.mas lastimo o desuso forçado.não que esta palavra o tenha, mas a simples dúvida me traz a falta):criam-se marcas,programação visual,logotipos, etc,etc(onde mora o perigo) e, até já ví,paralelamente a promessa de trazer o seu amado de volta em três dias.

se desta uma digo-lhe fuja, não arriscaria, a outra: procurar um profissional realmente qualificado que mormente não se afeta a tais jobs "pequenos"( para um cliente pequeno todo trabalho é grande) ainda mais se não for de uma marca,produto ou serviço que, se não for conhecido, não seja cool. é impressionante como todo mundo quer ser cool quando o hot mesmo é ser quente. aliás, trocadilho barato, é por querer ser cool, que temos tantos trabalhos cu. o sujeito quer ser cool, e palita os dentes no restaurante? tenha dó. arquitetos tem mania de querer fazer este trabalho, principalmente os que não estão na berlinda. mas não seria o caso. também não de um design famoso, que lhe cobraria muito para lhe dar em troca o quase-nada que outros por preço menor, se a questão fosse preço só, lhe dariam.

mas se dentre as duas uma, não há muitas hipóteses, conheço alguém,deixo escapar: é um filho da puta,mau-caráter,canalha,esvaziado de caráter. é um múcio(lembra aquele personagem do jô soares?) e ainda por cima é torcedor do sport, quando você é alvi-negro. mas ele pode fazer lindamente este trabalho. apesar de todo estes senões ,tem a sensibilidade, conhecimento(já fez diversos trabalhos destes)para fazer com brilho o que você pede( e o que você necessita, sempre mais importante) se ele estiver realmente disposto a fazer.


e o fez(lindamente).

p.s. o tal diretor de arte filho da puta, nunca me agradeceu a indicação. por quê será?

 

domingo, março 11, 2012

de carona pro domingo

chove licensing na propaganda brasileira. não bastasse o ronaldo, agora temos de aguentar a família inteira, o que é, convenhamos, páreo duro até para a família adams. por isso fica o lembrete,de carona, do madia: 

"atenção. não existe e jamais existirá uma única marca de qualidade construída exclusivamente do truque de pegar carona. de licenciar-se da imagem e reputação de terceiros. todas as marcas, todas, sem exceção, em algum momento terão que se revelar pelo que pretende e são, e não passar o tempo protegendo-se sob a sombra fugaz de outras marcas".

e carona ou não, qualidade é uma coisa que passa longe da claro e das suas concorrentes. seria este o motivo real dela estar usando o ronaldo? para nos dar um drible tôsco pela falta de cumprimento dos seus serviços?  tristes tempos estes hoje onde agência e cliente estão envolvidos em tamanho lôgro, tido como genial! 

e eis aí o mercado publicitário que hoje, mais do que nunca, vive de carona, morcegando até tosse de bbb. 

 

 

quinta-feira, março 08, 2012

falta uma lei maria da penha contra a violência a inteligência

no dia internacional da mulher, os traficantes de espaço, leia-se agências de propaganda,genéricos e similares, mais simililares do que qualquer outra coisa, continuam agindo impunes: soltos na buraqueira da mesma prática sub-reptícia de sempre: sob o pretexto de homenagear as mulheres, no seu dia internacional, veiculam bofetadas,facadas,socos,navalhadas,giletadas,tiros e ponta-pés, a inteligência de qualquer mulher que se preze, e que não se deixa enganar, sob a forma de anúncios, promoções - e agora dizem que estão ficando modernos - ações, que só demonstram o imenso desconhecimento sobre a mulher e o tal dia que originou toda esta baboseira em que hoje foi transformado uma data que o que menos pede, e precisa, é homenagem.

no fundo no fundo, mesmo a mais ingênua e ou formalmente despreparada das mulheres(há muitas, assim como homens, talvez até mais) para decifrar o jogo ideológico da dominação, sabe que estes anúncios vem de gente que, se bobear, cria também o dia internacional das fêmeas do bagre. ou seja: pra eles não importa a data, importa sim, preencher o espaço, seja lá com que merda for, porque, jornal, principalmente, serve para isso mesmo. só que antes, servia, com honrosas exceções, para limpar merda. agora, tempos modernos, já a inclui. de brinde?

escatologia ou não, o fato é que não se vê uma única peça sequer, que com sensibilidade e propriedade traga a tona a relevância da mulher, tão avacalhada no dia a dia(para uma rima pobre sintonize os programas policiais do meio dia, onde apresentadores igualam-se a estrupadores, agressores e assassinos, mediante seu linguajar aparentemente solidário e revolto mas tão machista e violento quanto)e eis que subitamente tratada com odor de rosas hoje, para amanhã voltar a ser o rebutalho de sempre em nossa sociedade. a começar da inqualificável injustiça de ter de receber um salário feminino exercendo a mesma função que seu congênere masculino, que só por isso recebe o salário masculino,of course, que é sempre maior. não se trata de penalizar o dia. de torná-lo mais pesado do que é. trata-se de, com inteligência, e sensibilidade, muita sensibilidade, não é para isso que se contratam profissionais de comunicação? fazer da data uma oportunidade para lembrar com relevância que o mundo masculino - e quiçá ainda mais o feminino - precisa mudar na busca de uma relação que se apresente com outros rostos e caras que não estas que enfeitam os anúncios cujo espaço amanhã será substituído por tragédias. há que se tocar na questão delicadíssima da exploração e da violência das mulheres por mulheres e contra as mulheres, um capítulo a parte em luta de classes e entre as próprias de "classes iguais".

o mau-gosto, a falta de inteligência,a cafonice, o piroso, a utilização política em anúncios do governo, que confundem leiaute arrumado com direção de arte -você conhece algum? porque pelos anúncios que vejo, devo anunciar que devem estar todos mortos - que tratam a mulher com um voto que tem hoje, neste dia,  seu momento mór de bajulação. até mesmo quando o conteúdo do anúncio afirma abrir portas para as mulheres o ano inteiro pratica-se que não é bem assim, sabemos todos, para findar por aqui. a começar das portas fechadas das unidades de saúde para as mulheres submetidas a toda sorte de jornadas duplas, triplas, quadruplas, e que por isso mesmo merecem o que não é privilégio algum mas a mínima forma, não de recompensa, mas sim de verdadeiro respeito ao que são, para além dos anúncios deste dia a cada ano mais empobrecido, distorcido e vilipendiado.

a grande luta da mulher continua sendo contra a violência que se manifesta sob as mais diversas formas: a da porrada e do tiro em sí, da humilhação, da exposição grotesca(ser sensual e sedutora, sou todo a favor, sim! mas isso não é ser budna de bbb) acima de tudo, da subestimação e da absoluta falta de respeito para com a sua inteligência a qual tentam domesticar com a toada tôsca do ser sensível e por isso mesmo predestinado - biblicamente inclusive - ao papel de pecadora, seja por mérito ou por falta.

faz falta uma lei maria da penha que colocasse em cana os criminosos que fazem anúncios que só pensam em sí. no fundo uma forma de masturbação masculina centrada na imensa misoginia do sistema.

quinta-feira, março 01, 2012

conar: a dura carne de galinha velha querendo ainda cantar de galo


(azeite gallo acaba em briga de galo com as galinhas ao molho pardo do conar. estratégia, vacilo? sei lá .fui racista tb?(twitter do misterwalk))
quando se pensa que o conar vai tomar tento depois dos últimos siricoticos que atestam o avc que se abateu sobre o senso de sobriedade, propriedade e julgamento de denúncias eis que nos vem mais uma para completar o laudo cadavérico. 

a da vez agora é um dos anúncios da campanha do azeite gallo, um dos mais conhecidos embaixadores portugueses para as terras de além-mar. não é preciso muito para constatar que tanto o conar como os criadores do anúncio andam precisando tomar caldo de galinha para exercer de modo minimamente justificado as suas funções.

a corrente do somos modernos até o futuro em contrário, aposta que tudo foi premeditado. que no shit-storm realizado alguém ou demais zé-alguéns - afinal sendo da almap, não poderiam ser zé-ninguéns, há quem pense assim, eu não - ventilou o princípio dos meios para chegar aos fins.

outra, resvala no absurdo da denúncia e ainda mais no fato do conar aceitá-la, algo hoje muito normal no portafólio da entidade, valendo-se, inclusive, dos depoimentos de líderes negros, de associações negras( o pleonasmo é para sublinhar, segundo alguns, uma outra espécie de racismo, quando só negros podem presidir associações de negros?, questão que não entra na bacaolhada de hoje.

o fato é que: se é preciso utilizar um recurso destes para fazer propaganda ou publicidade como queiram, onde os efeitos colaterais é que chamam atenção para o que deveria ser agigantado ou tornado diferenciado por atributos do produto, devidamente trabalhados pela criatividade da operacionalização publicitária: códigos de linguagem,imagem, significantes e significados(minha nossa tô parecendo aluno de curso de publicidade de mensalidade azeite com alho) por uma anúncio que fizesse isto de maneira impactante por si só, emocional ou bem humorado, ou mesmo no formato tradicional, já temos hoje o que é o panorama da publicidade que estes mesmos "criativos" que a fazem dizem ser necessário redesenhar - por mim sou a favor de voltar a fazê-la como d´antes: com o talento de antes, a rebeldia de antes, o picaresco de antes, e até a picaretagem de antes, que era menos pretenciosa - estamos fritos e fudidos em azeite de péssima qualidade. a ponto de ansiar por qualquer óleo saturado que seja no seu lugar. 

por outro lado, enxergar racismo onde não há, por mais que se busque a pitada do sub-reptício, é manietar a verdadeira abordagem do acontecido já que a atuação do conar, há bastante tempo, é tudo que os "atendimentos centrados" e donos de agências mumificadas(quase todas) e não só, pediram aos deuses. eis aí uma desculpa plausível para chumbar toda e qualquer idéia, que nem precisa ser assim tão criativa e ou politicamente incorreta.

acontece que quanto ao anúncio do azeite gallo em sí, o conceito, o título( a direção de arte) não é caso de racismo. é caso de ser muito ruim mesmo. olha a falta que faz um diretor de criação ( a função mínima dele é não deixar sair anúncio ruim) ou simanque de quem propôs ou deixou passar uma coisa destas. isso não é título pra azeite. é título para aqueles óleos compostos que se querem passar por azeite, tal e qual os publicitários que o fizeram, que se querem passar por criativos.

no mais, em se tratando de azeite, prova-se agora que muitas vezes os acúmulos e colorações que vão para o fundo da garrafa assim não o são tão somente porque é um produto natural, como gostam de registrar algumas embalagens.

água meu netinho? azeite senhora vó! mas cuidado com as embalagens escuras que em vez de proteger o consumidor vão é torná-lo ainda mais indeficiente na compra de um produto sobre o qual os especialistas dizem que demanda uma investigação sobre a quantidade alegadamente produzida e o oceano posto à venda, já que a bota não bate com a perdigota.

ou seja: estão malhando o azeite também. sorte a nossa se for só com óleo, como oficialmente certas marcas já o fazem, sem o menor temor de racismo, até em contrário, promovendo a união democrática da elite com a plebe. sorte não, vão colocar até petróleo. e ai, mais uma vez, quando denunciado, o conar vai conjecturar epistaxes racistas.