1. Depois de terremotos ocorridos na Ásia, o governo brasileiro resolveu instalar um sistema de medição e controle de abalos sísmicos que cobre todo o país. O então recém-criado Centro Sísmico Nacional, poucos dias após entrar em funcionamento, já detectou que haveria um grande terremoto no Nordeste do país.
Assim, enviou um telegrama à delegacia de polícia de Icó, uma c idadezinha no interior do Ceará. A mensagem dizia:
“Urgente – possível movimento sísmico na zona. Muito perigoso. Richter 7. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas e informem os resultados com urgência.”
Uma semana depois, o Centro Sísmico recebeu o seguinte telegrama:
“Aqui é da polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. Richter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos as zonas. Todas as putas estão presas. Epicentro, Epifânio, Epicleison e outros cinco irmãos estão detidos. Não respondemos antes porque houve um terremoto da porra aqui.”
2. Semanas atrás, li em algum lugar reportagem reproduzindo declarações de um diretor de marketing anunciando a troca de agência: de uma pequena, para uma grande. Sem cerimônia, citava o nome da agência cuja bunda ele chutara e justificava: a Empresa cresceu, a Agencia ficara muito pequena para atendê-lo.
Quando li, fiquei indignado: então, imaginei, a empresa despreza quem, presumivelmente, ajudou-a a crescer, e ainda tripudia. Pensei em escrever um atrito a respeito, mas me envolvi em uma série de pepinos e o assunto caiu no meu esquecimento.
3. Semana passado a o jornal O Estado de S. Paulo publicou matéria dizendo que “pequenos anunciantes buscam agências grandes”.
Nem sempre precisa ser assim.
4. Nunca me conformei com essa sina das agências pequenas - e afirmo isso com a experiência de quem já trabalhou em grandes, médias, pequenas e micro agências.
É pura questão de coragem, visão e competência.
4. “O cliente sempre tem razão.”
“O cliente quer assim.”
“O cliente mandou fazer desse jeito.”
“Aqui se amarra o burro conforme a vontade do dono.”
Agência que age assim não cresce nunca, porque um dia o cliente percebe que não precisa dela.
5. “Qualquer um serve pra trabalhar aqui, desde que seja baratinho e faça tudo o que o e a gente manda.
É o tipo da agência que se contenta com a mediocridade e o tamanho que tem. Tudo o que quer é ganhar dinheiro às custas do cliente.. Quanto mais, melhor. Devia ser banida do mercado.
5. “Ninguém aqui pode saber nem ganhar mais do que eu.”
Tem um monte de dono de agência que pensa assim. Despesa o talento e a experiência, porque seu ego não admite.
A agência não consegue ter uma boa equipe. Ou melhor, uma equipe. Nem bons clientes.
6. Há também a que tem medo de crescer. Faz um bom trabalho. Ganha a admiração do mercado e o respeito do Cliente. As oportunidades estão bem ali, embaixo do nariz, mas não se arriscam. Ficam sempre do mesmo tamanho. Aí, o cliente cresce com a ajuda do trabalho dela, dá inúmeros sinais de que precisa ser atendido por uma equipe maior, não sente a menor reação, cai fora.
Você pergunta ao número um da agência porque isso aconteceu, e recebe uma dessas respostas.
“Não sei, o cliente parecia tão feliz...”
“O cliente queria que a agência prestasse mais serviços e que fosse ainda mais competente. Mais serviços, e serviços mais competentes, implicam em mais investimento. Não topei. Não tenho fôlego pra isso.”
Tai uma desculpa de empresário da publicidade que não está olhando para frente.
7. Jeremy Wright, no livro Blog Marketing, bota o dedo na ferida:
“Uma das melhores maneiras de ter um grande negócio é formar uma grande equipe. Grandes equipes têm grandes idéias, aumentam a visibilidade e detectam defeitos em produtos, que elas mesmas corrigem. Uma grande equipe pode resolver praticamente qualquer desafio.”
E, mais adiante:
“O desafio que as empresas enfrentam hoje é um desafio de mindshare. O mindshare é tudo o que as pessoas conhecem a respeito do seu produto. Pense nisto como se fosse a participação do mercado, salvo que, em vez de ter uma parcela do mercado medida pelo dinheiro, você avalia o mindshare de acordo com a quantidade de pessoas que sabem o que é que você faz.”
Aprendi que as agências pequenas que perdem clientes porque eles cresceram e elas não, pagam um preço justo. Porque não souberam formar uma grande equipe. Ou porque são ilustres desconhecidas, pois não cuidaram do minshare.
Também aprendi que essa mania de cliente pequeno buscar agência grande, lhe é prejudicial, porque lá ele será tratado como cliente pequeno. Receberá serviço de segunda, porque o de primeira continuará sendo oferecido a cliente que fatura alto, que dá lucro.
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Em um e outro caso, um não entende a mensagem do outro. E reagem como a polícia de Icó.
(sinais trocados, do eloy simões, em repeteco sobre um assunto que se repete indefinidamente pela falta de postura que levou os publicitários a serem o que hoje são ou seja: nada mais que uma piada. velha)
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