1. Viu a notícia na televisão: o carro tinha se emborrachado contra um caminhão. Virou sucata. Coitado de quem estava lá dentro, pensou. Aí, a câmera deu um close e ela viu a chapa do que restou do carro. Na hora, identificou: era o carro do marido.
Desesperada, começou a telefonar: pra polícia, pro bombeiro, pro Samu. Não se cansou até ficar sabendo onde internaram o marido. Ligou pra lá.
Do outro lado a enfermeira, nova a profissão e desacostumada com casos assim, procurou ser bem delicada:
“Está aqui, sim, e parece que não houve nada grave com ele da cintura pra baixo.”
“Como? Da cintura pra cima? Essa parte ainda não chegou.”
2. Não sei se você foi ver O Procurado, esse filme do Timur Bekmambetov que está passando nos cinemas de Floripa. Se não foi, vá ver.
Vá ver como o diretor que tem uma porcaria de roteiro na mão, se vira, produzindo uma pirotecnia atrás da outra.
Vá ver, porque assim você compreenderá melhor o que vem acontecendo na comunicação de marketing, esse deserto de idéias que vemos todo dia.
3; Não é preciso muito esforço para entender o que andam sofrendo os diretores de comerciais para tirar, da mediocridade, algo que pelo menos possa ser visto. Ou os fotógrafos, quando tentam obter bom resultado de uma proposta medíocre.
3. Cá, como lá, desgraças há, porque, fascinados pelos recursos que a tecnologia coloca à nossa disposição, vamos nos esquecendo da idéia. Do conteúdo. E na falta de idéia porque nossa criação está sendo incapaz de criar. E na falta de bons textos, porque os bons redatores andam desaparecidos ou com preguiça, sobra isso. Ou não sobra nada.
4. Então, quando o cliente tem dinheiro para produzir, contrata-se um ator famoso pra ver se ele quebra o galho. Não quebra, porque o problema não é o autor, é a idéia que inexiste. Ou então, confia-se na habilidade do diretor, esquecendo-se de que é impossível salvar uma má idéia.
E tome pirotecnia.
5. Aí, quando o consumidor vê a mensagem, sente que falta a parte de cima. A debaixo está lá, o diretor fez ela andar. Mas a de cima, a do conteúdo...
(o desastre, do eloy simões, para o acontecendo aqui.)
o desastre acontece em proporções muito maiores do que as que nos fala o eloy. há roteiros onde não se salva nada. nem parte de baixo, nem de cima, nem de lado, nem se "sartar de banda". aliás, nem se pode chamar de roteiros. exemplo? o comercial da hyundai caoa. então os caras lá na coréia constroem um centro de inovação com 700 funcionários, investem 6 bilhões para buscar o novo sob todas a suas formas, para a moçada aqui transmitir a imagem de marca com um "table-top" a la anos 60(piorado) com o que há de piorio há em termos de chavão, estereótipos, incluindo a "pedofilia" em voga, de se colocar uma criancinha em todo comercial que não presta, nem para elas nem para gente. depois dizem que no brasil o mercado é foda. é nada. é o melhor mercado do mundo para os incompetentes. faz-se merda
adoidado e o sucesso financeiro é estrondoso. agora, não invente de fazer algo inovador com marca profissional que aí sim o tempo - e sua agência - fecham.
é a tal coisa. o gato pode latir. mas o cachorro não. este tem de miar, bem pianinho, sabe como é.
Now playing: Pata de Elefante - Gato que late via FoxyTunes
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