quarta-feira, março 12, 2008

quem não anda de ônibus pra periferia sabe o que é povo ?

Os dados mais recentes, tanto da produção industrial quanto do desempenho do comércio, estão animando os especialistas, que já apostam em um PIB superior a 5% agora em 2008. A atual onda de crescimento do país é impulsionada em boa parte pelo consumo das famílias. Mais precisamente, das famílias pobres. Os aumentos reais do salário mínimo, a ampliaçao e simplificaçao da oferta de crédito e também a renda oriunda dos programas sociais do Governo estao ajudando os brasileiros de baixa renda a ter acesso a produtos e serviços que antes eram inacessíveis a eles. Para você ter uma idéia de como essa mudança é importante, basta dizer que uma pesquisa da Associaçao Brasileira de Shopping Centers mostrou que 1/3 dos shoppings brasileiros já têm a classe média baixa e as classes populares como público alvo prioritário. Justamente os shoppings, que sempre foram, afinal, reduto da elite.

O problema é que muitas marcas e também muitas agências de publicidade nao sabem falar com o povão. Segundo um estudo do instituto DataPopular, especializado em investigar o consumidor brasileiro de baixa renda, na raiz dessa dissonância está a diferença entre a formaçao dos profissionais de propaganda e marketing e a dos consumidores mais pobres, a começar pela escolaridade. Por isso, é comum a gente ver comerciais de TV dirigidos a baixa renda com termos em inglês, anúncios com textos muito longos e testemunhais absolutamente improváveis - o povo vê artistas famosos anunciando produtos populares e acha até graça, porque sabe que eles nao usam aqueles produtos de verdade no dia a dia. É claro que também existem marcas preocupadas em conhecer a vida das pessoas mais humildes para aprender a falar e vender para elas. Várias empresas mandam seus executivos para pesquisas de observaçao sobre a rotina das famílias de baixa renda. Mas, em geral, prevalecem os estereótipos do que seja o povo brasileiro.

Em resumo, os executivos de comunicaçãoo e marketing precisam abrir o olho e ajustar a mensagem das marcas aos consumidores das classes mais baixas, para nao perder o bonde do consumo popular.

(do marinho, no bluebus: agora eles precisam aprender a vender para o povão).

o que dá pra rir dá pra chorar, é que algumas faculdades de comunicação(propaganda e publicidade)ministram a cadeira de cultura popular, por exemplo, como se isso fosse passaporte para entendimento do povo(leia-se classes de menor poder aquisitivo per capita, que porém no somatório perfaz bolo de renda significativo, enquanto respeitável, sim senhor, consumidor e nicho de consumo - aliás o único que permite agora se falar(por pouco tempo) em marketing e comunicação de massa, cadeira frequentada pelos alunos completamente dissociada da experiência de vida dos mesmos. como comunicar com o povo se tudo é voltado para a cópia cool ou seria cu? dos modelos euro-americanos? qual comercial ou anúncio comunica-se hoje falando para o povão sem estigmatizá-lo? para além da gritaria ensandecida do varejo? e do modelo mete bronca cardinot? alguém levou sério a máxima do joãozinho trinta ? ou o povo continua sendo aquela entidade que nós amamos de paixão, desde que eles fiquem longe, dos shoppings principalmente, como pensam tais futuros e presentes profissionais?
como se vê, é é dura vida mole a vida deste povo que fala do povo sem conseguir falar com ele.

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