segunda-feira, março 26, 2007

réquiem para luciano melo

direto ao assunto, ao ponto G da" arte publicitária"(pra começar, dá para creditar interlocução a alguém que refere-se a nossa atividade, sendo ele próprio, presume-se publicitário, deitando fogo em tal supositório: arte publicitária?).

casa de ferreira espeto de pau:" ... a falta com o respeito a profissional que faz parte da história do mercado pernambucano de comunicação..."

e o melado do melo: ... devo lembrar que nos anuários internacionais você encontra ideias muito parecidas também. a propaganda(sic,sic) é associação de idéias. originalidade é coisa de escola de samba. se você seguir esta fórmula(da originalidade) vai ficar maluco.

bem, se você não está entendendo nada sobre a que se referem as frases acima, tentarei explicar, muito embora o mais escorreito seja dar um pulinho a velha lista de discussão do ccpe, para ter a leitura total dos fatos e dos atos, falhos?

rozowykwiat, acho que não escapei de ter errado a grafia, o catitório de plantão, a quem se dirigem as réplicas acima, tem se revelado um provocateur à lista. sempre interpretado como um irresponsável imberbe. até o pode ser. mas o fato é que se andré é um moleque(como querem muitos catalogá-lo, e defenestrá-lo)levanta questões pertinentes. talvez não da forma que se espera dos bons moços (mas não se fazem bons moços castrando-os pelo timbre) ao contrário dos que roçam perigosamente o formato canalha, na contra-argumentaçao da defesa dos "bons-costumes", quando não de péssimos exemplos para a erigibilidade respeitosa que clamam neste confronto totem e tabu. onde de freudiano, apenas a batalha da manutenção dos mesmos velhos maus costumes de sempre, que se querem emblemáticos a tudo e a todos dizer, e ao jovem nada, que não seja ave! triste de quem gritar que o rei está nú. muito mais coisa para lacan e reich do que para jung.

o fato é que sob a rúbrica lemon, em vez de limonada, desencadeou-se uma caganeira sem tamanho, arrematada pelo corolário fecal expresso na defesa suicida do profissional a quem se atribiu parte da história do mercado de comunicação pernambucano.

se originalidade é coisa de escola de samba e não da propaganda(associação de idéias não é cópia, nem similitude, muito menos tendência, argh! aliás quem tem história, fazendo-a ou não, sabe de onde se originou o termo "chupa lápis"(picanço em portugal). dever-se ia pensar, por este raciocínio empastado, que estamos ultimamente, todos? em desfile de escola de samba do quinto grupo, perigando rebaixamento. que tamanha estultície, viesse do catitório digo, como se tocasse nos pontos dos que tocam contra ele, não seria de admirar. mas vindo de logo de quem veio, e que tamanhas defesas suscita(há quem diga que os medíocres, os incapazes, os tolos, os chico-espertos, os adoradores de falsos ídolos, e os próprios, tem sprit de corps como ninguém) é de deixar qualquer um que tenha o mínimo respeito profissional para com a profissão estupefato com tamanha estultície. que não se sabe até agora atribuir à degeneração do caráter ou da fisiologia tamanha peidorrada.

arte publicitária é o cacete!" a publicidade é uma sofisticada técnica de marketing. nâo é ciência ou arte. é concretização aglutinada de muito trabalho resultante do somatório de conhecimento profissional mutidisciplinar. classificar nossa atividade como arte, não só é um desserviço, além de uma inverdade, pois cristaliza a imagem do publicitário como um doidivanas a mercê de inspiração. como se a inspiração, que difere da criação, fosse santo rebaixado. até porque a inspiração, profissional, também é músculo a ser exercitado por meio de técnica que usa a emoção como pretexto. mas nem sempre, salvo como espoleta de determinados momentos.
por outro lado o respeito, sempre confundido como bajulação, babação, genuflexão, não se ganha por longevidade tão somente na atividade. mas pela longevidade conseguida sem faltar com respeito aos ditames da própria profissão.

qualquer profissional que advogue a originalidade como não parte da essência da profissão - com conseguir então a diferenciação ? o ângulo mental competitivo, a unique selling proposition, a single mind proposition? - se vale a mimésis de tudo? forma, função, agora até remuneração, sempre por baixo, claro, comete a mais inominável falta de respeito que um publicitário pode ter para consigo mesmo, para com os outros, para com o cliente, para com o mercado, para com a vida.

no momento em que até existencialmente politicamente corretos ou não reconhecem que é preciso reconhecer as diferenças como conditio sine qua non da igualdade, parece quem tem gente confundindo tudo, como se a vida fosse um enorme desfile de escola de samba. onde os enredos são montados ao sabor das atrocidades plásticas que sufocam sempre a verdade apresentada apenas em tom de fantasia. onde a moral, e a dignidade, só se encaixam enquanto espetáculo mas nunca como essência.

é este o retrato da propaganda de agora? do desprezo pela originalidade? rarefeitos no cacoete, também equivocado, de que podemos associar idéias inclusive escudados pela repetência de anuários internacionais ? (continuamos colonizados até nisto, apesar de sermos uma das três forças da propaganda mundial)copiando nisso também eles não mais críticos em relação a originalidade?

se, já dizia picasso, que um dos piores plágios é copiar-se a sí mesmo, pois isso leva a esterelidade. copiar outros leva a esterelidade do caráter com certeza, não sei se foi esse o caso do tal "lemon", já agora com cara de caca.

tenho a referência do luciano dos tempos da TT-LM, da ítalo(fortaleza), do profissional que não aceitava falta de originalidade e se esmerava tantas vezes com brilho para buscar a diferença. e que talvez por isso mesmo teve a visão de retirar o hoje meu sócio, andrey ohama, da arte-final para a criação. creio que justamente porque nele enxergava a força de um talento original. originalidade que falta tanto neste seu comentário, que dá-me a impressão de que agora ele não passa de mera cópia do que já foi. o que já é bastante para defender incondicionalmente a originalidade, ontem, hoje, agora e sempre.


(tenho para mim que quando não mais puder ser minimamente original(o que e diferente de ser genial, até porque isso é coisa que não sou, e que duvido haja mais que dois ou três) creio que é mais decente encerrar minha vida profissional, o que já agora passa, ao que parece, ser uma proposta pra lá de original.

aliás, tenho uma carreira que pode não ter sido muito histórica. mas pelo menos eu a mantive íntegra até agora. sem chafanardar á etica com a falsa retórica dos "criativos", apesar da palavra ter perdido no dizer destes o significado original. ultimamente muita gente anda fazendo história assemelhando-se a cópia da cópia dos outros. e, pior ainda, dessa moçada de agora, que já começa a carreira de forma muito "original," ou seja: montado nas idéias dos outros desde os primeiros passos, repetindo outros mestres?

muito original estas escolas de samba não? basta ver a associação dos porta-bandeiras de plantão.

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