sexta-feira, novembro 30, 2007

réquiem para um "lord"


A maior homenagem que se pode fazer a um profissional é não falsear a verdade na tentativa de engrandecer o homenageado, como se houvesse a necessidade de compensar certos aspectos que a morte nalguns casos acentua noutros sublima.

Fundar ou não fundar a primeira agência da Paraíba, por exemplo, não faz maior ou menor Genival Ribeiro. Muito antes da GR, pode-se dizer que a primeira agência da Paraíba, mesmo sem a departamentalização concreta, foi a Lord Publicidade. Onde Genival inclusive iniciou sua trajetória, como publicitário começando como office-boy, o que só lhe engrandece. O epíteto Lord, ao que parece inclusive vem daí. Personificado por ele, como uma espécie de auto-paródia, em alguém que de modo indiscutível modificou a percepção da atividade publicitária no estado - e fora dele - nem sempre da maneira mais correta, é verdade, mas inegavelmente com paixão e soberba irmanados, na busca da qualidade que buscava sempre como modo de impressionar, não só os clientes mas a sociedade como um todo, em razão da necessidade de afirmação e aceitação pela via dos gastos desmesurados ou das viagens para fora da província em cortes. Sua história de altos e baixos era de uma luta constante (sua obstinação em manter-se de pé manteve-se coerentemente até nesta hora onde qualquer um de nós se entregaria) perante uma sociedade que o cortejava enquanto tempo de vacas gordas mas que o esquecia quando Ribeiro achava-se em tempo de vacas magras porém sem perder a pose.

Este anúncio por isso mesmo acaba sendo pobre demais para Genival. Sobram adjetivos e assinaturas mas falta-lhe aquela grandeza de idéia que mesmo quando buscada de forma equivocada procurava deslumbrar a todos.

Isso governou a sua vida. Deveria acompanhá-lo também na hora de sua morte. Principalmente porque nesta hora em que todos falem, Genival Ribeiro portou-se como um autentico lord desta vez.

Um comentário:

Stalimir disse...

Eu não tinha lido esse anúncio. Ave Maria! Pior do que a informação incorreta (GR, a primeira agência) que também escrevi num artigo em homenagem a Genival Ribeiro, é o texto que, na tentativa de se "soltinho", acaba sendo de uma inconveniência que beira o desrespeito.