domingo, julho 29, 2007

como diria sthendal, pensar faz doer

um portal perguntou qual o principal serviço que uma agência deve oferecer a seus clientes: idéia ou estratégia? ganhou a estratégia com 65,57% dos votos.

muito embora a rúbrica planejamento estratégico esteja presente em quase toda apresentação quando se olha para as peças em circulação a pergunta que não quer calar é; onde diabo foi parar esta tal de planejamento estratégico. exemplo? bom, pela cara de pau, você pode começar pelo comercial do acnase que está no ar.

planejamento no brasil é sinônimo de discurso de campanha. é prometido mas nunca cumprido. claro há exceções. mas um mercado não se faz com exceções, muito embora estas façam parte dele. e por falar em mercado, o pernambucano é um daqueles que em relação a planejamento, a melhor coisa que fez - quem fez acha - foi criar uma assertiva preconeituosa que atribuia a uma mulher o epíteto de ser o melhor homem de planejamento do mercado.

isto dito, há uma enorme confusão entre plano e planejamento, tal como entre estratégia e tática, pensamento e sacada.

calhamaços de dados, costumam ser apresentados como exemplo de planejamento, constituindo-se em um mix de relatórios fake e boring. brasília, teve seu planejamento manuscrito em duas folhas de papel ofício. há quem diga que foi por isso que a a cidade não funcionou. uma variante do mesmo pensamento que soltou o veneno da construção primeiramente citada?

não há planejamento onde não há pensamento estratégico. e pensamento estratégico não é um dom, tampouco mercadoria que se compra nos free-shops de mba´s. é algo que se exercita, principalmente quando se está focado em resolver problemas de comunicação mercadológica e não em aparecer. famoso planejador já antecipava que a primeira condição para a prática do planejamento é saber perguntar. o que nos coloca - os clientes - em situação difícil. principalmente neste mercado, onde todas as agências, e por conseguinte seus integrantes sofrem de ejaculação precoce: respondem tudo, sabem tudo, muitas vezes sem nenhuma experiência no segmento, segmento que seja onde vale a máxima: a experiência é um automóvel com os faróis virados para trás. cada caso é um caso, cada momento um momento. e muita vezes profissionais menos experientes acabam por ter melhores chances em resolver o problema - desde que exercitem a curiosidade - do aqueles consagrados pelas respostas prontas.

mas o fundamental para alcançar o estágio do planejamento estratégico internalizado, e não apenas discursado, é estar numa estrutura onde há o estímulo ao pensamento estratégico em todas as fases do trabalho a ser desenvolvido pela agência tenha ela a denominação que tiver. e aí percebe-se que a criatividade pode ter o seu poder de impacto e diferenciação(e mais pelo menos umas duas dezenas de predicados) multiplicados, atingindo graus de eficácia e eficiência que são cada vez mais necessários, em todos os meios utilizados.até porque sacadinhas e gogó só,apesar de ainda serem maioria no mercado, interessam cada vez menos aos clientes que andam cansados dos publicitários em que nos tornamos(nós quem cara pálida? que eu estou fora desss.você pode dizer isto?)

o planejamento estratégico não mata a idéia criativa. mas acaba com a festa dos fogos de artifícios que queimam muita verba e só causam estragos no caixa do cliente quando a idéia é justamente o contrário: causar estragos noa concorrência e não dar tiro no próprio pé, seja ele do cliente ou da própria agência.

mercado de sacis?

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