segunda-feira, maio 28, 2012

um mundo tal e qual como o nosso é



1 – Duas realidades à distância de um click

O mundo online é o sonho de qualquer mente criativa. Não se paga media e não depende tanto de custos de produção. Uma boa ideia circula. É comentada. Partilhada. Admirada. O sucesso da ideia é mensurável, quantitativa e qualitativamente.
O mundo online é o pesadelo de qualquer mente criativa. Uma má ideia é deixada ao abandono e estará ali sempre, aos seus olhos. Parada e sem forma de a fazer mexer. Deixou de haver o conforto da passividade que antes era tão criticada. Não existe aqui ambiguidade.

O mundo online é o sonho de qualquer mente criativa. Onde a publicidade se transformou em entretenimento puro: um conteúdo. Onde barreiras clássicas de comunicação caíram. Onde eventos se tornam  anúncios e por aí fora…
O mundo online é o pesadelo de qualquer mente criativa. Tem que dividir a atenção da sua audiência com anúncios do intervalo da Super Bowl, um gato com três orelhas, um medo que não assiste ou o trailer do novo Batman. A fasquia está mais elevada que nunca.

2 – Vai ter que fazer click

Há uma pergunta simples que qualquer criador de conteúdo se deve fazer: esta ideia é partilhável? As pistas são simples de tão complexas que são.
Porque é de emoção que se trata: tem que suscitar admiração, divertimento, desconforto, e por aí fora. Não há tempo nem espaço para alimentarmos algo que não nos emocione.
Porque é de individualidade que se trata. A experiência online é antes de mais a expressão da individualidade. Qualquer conteúdo deve ter isso em conta: identificação, aspiração, partilha de causa (...). Para alguém se tornar media de um conteúdo, esse conteúdo deve fazer algo por ele (win win clássico).
Porque é de novidade que se trata. Ninguém gosta daquilo que se parece a outra coisa. Nem para ver nem para partilhar. É uma perda de tempo. Uma oportunidade perdida de entretenimento. Boring.
Porque é de contágio que se trata. De saber o que todos têm a ganhar com o conteúdo ou, por outro lado, de saber o que unem pessoas a outras no mundo online (bem diferente do mundo real). Quem não gosta de ser portador de boas notícias ou de alimentar a sua rede?

Conclusão: na sua essência, tudo continua igual na comunicação; com 3 diferenças: hoje a sentença está mesmo ali à frente dos nossos olhos, a passividade da audiência deixou de ser uma desculpa confortável e a originalidade voltou a ser rainha. Boas notícias, portanto.

(entre o sonho e o pesadelo, do nicolas grassi - head of brand consulting na born- para o buzzmedia)

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