era um diretor de arte tão bom que escondia o redator que habitava nele, e que era melhor ainda nos copys do que nos leiautes. e por ser tão bom, o redator, e só talvez por isto mesmo, não quis mais importunar o diretor de arte com seu talento, deixando-o seguir a carreira sem complexos. e, muito principalmente, depois que ninguém quis lhe pagar dois salários, quando executava a dupla função com igual brilho, e por isto mesmo um achado muito justo.
não se sabe por onde anda o redator. o diretor de arte ainda anda por ai, floripacabando, cuidando dos filhos gerados fora dos mac, cada vez mais decepcionado com a profissão. também pudera! se para gente de um talento só, e olhe lá, o mercado é frustante, imagine para gente de dois talentos em uma só direção.
em nossa atividade é um um mau costume ser assim; quando há um bom casamento, geralmente vem o dono da agência ou outra parte do medíocre e estraga tudo. talento e felicidade juntos nem pensar. podem causar um reboliço incontrolável e desviar os holofotes do auto-foco digestor.
mas isto não é privilégio só da publicidade. é da vida, em geral e nos particulares.
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