Tivessem realmente empenhados na defesa do modelo brasileiro de propaganda, os arautos do apocalipse que combatem as agências de mídia combateriam, com igual vigor, as agências de planejamento.
Chamadas de consultoria de branding e planejamento para despistar o policialesco sistema brasileiro de controle sobre a livre iniciativa no setor de comunicação, essas empresas se multiplicam abastecidas por profissionais de inquestionável competência, optantes por dar à propaganda brasileira novos ares.
Sufocados por um sistema hegemônico que demoniza as iniciativas de alinhar o Brasil ao que há de mais moderno no mundo, como a adoção de outros modelos que não suportam a ineficiência das agências full service, esses publicitários conseguem empreender seus negócios por conta da miopia dos veículos controladores da mídia no Brasil.
É bem verdade que devemos esse cochilo ao Ministro Franklin Martins, atual alvo de preocupação das poderosas empresas de comunicação que perseguem o fantasma do controle da mídia representado pelo jornalista. Empenhados nessa inócua tarefa, os verdadeiros controladores da mídia no Brasil esquecem que as agências de planejamento representam ao modelo da propaganda brasileira o mesmo “risco” que as agências de mídia. Mas como não há risco algum em nenhuma das iniciativas e as agências de mídia só são vetadas no sistema brasileiro para que a hegemonia dos meios se perpetue, deixem os “meninos do planejamento” montarem suas estruturas.
As agências full service não dão mais conta do recado. São gigantescos birôs de mídia, travestidos de outros serviços e que agora não contam mais com a excelência do planejamento, cansado de ser coadjuvante em um cenário onde, verdadeiramente, só se pensa em mídia e incentivos. BV`s para os iniciados.
Se de fato conseguirem aproveitar o sono do gigante e prosperarem em seu objetivo de conferir aos anunciantes brasileiros um planejamento de qualidade desvinculado das estruturas de mídia em que se transformaram as chamadas agências convencionais, o mercado brasileiro da propaganda terá dado um grande passo para romper o preconceito.
Diante dessa perspectiva é estimulante prever que a proibição de funcionamento de birôs de mídia no Brasil provoca um fenômeno na contramão da história, mas de impacto similar: serviços como o planejamento e a criação tendem a migrar para estruturas autônomas e independentes, transformando as atuais estruturas em agências exclusivamente de mídia.
É a decadência do modelo brasileiro de propaganda. Ainda bem!
( a decadência do modelo brasileiro de propaganda, do andré porto alegre ).
como de decadência eu entendo mais do que muita gente decaída, reafirmo que é preferível o "velho modelo" full agency, tocado obviamente por gestores de talentos do que a fragmentação de planejamento e coisas do tipo 360 que não passam de muita merdance pra piniquinhos de mba´s. a questão não é o modelo. é a falta de caráter e consistência de quem desafina o modelo por questões outras que também são a atividade de traficância de espaço.
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