domingo, agosto 12, 2007

mas é ou não é tiozão?(este não é um artigo auto-biográfico)

O comercial de 30 segundos vai acabar? A pergunta que para muitos publicitários já está superada parece ainda incomodar muitos pensadores da publicidade 2.0 que participaram do Digital Age, encontro promovido pelo IDG Brasil junto à JumpEducation. Luis Grottera, presidente da TBWA/ BR, prefere ver para crer. "Ainda não temos fatos para comprovar o domínio da internet sobre as demais mídias". Grottera participou da última mesa de debate do primeiro dia do evento ao lado de Suzana Apelbaum, ex- África e atualmente à frente da Hello Interactive, recém inaugurada agência com foco no meio digital.

Indignado com apresentações anteriores de alguns palestrantes estrangeiros, que sugeriram que a internet irá dominar a comunicação, Grottera usou de ironia durante sua apresentação. "Incomoda as pessoas afirmarem que a internet 2.0 vai resolver todos os problemas do mundo, inclusive o da catarata da minha mãe".

Após apresentar um histórico da comunicação, concluiu que o grande benefício da Web é possibilitar o marketing one to one (um para um) para o mercado de massa. "Nisto ela é incrível". Mas o tripé branding, produto e consumidor ainda é o mais importante e nenhuma mídia é nem será superior a eles. Grottera confessa que pensar uma campanha Publicitários debatem sobre propaganda na era digital 10/8/2007 09:42:00em tempos atuais sem a ajuda da internet é uma missão impossível. A TBWA/ BR desenvolveu a campanha "Tiozão" da marca Nissan Sentra, com forte ação no meio digital. Segundo o presidente da agência, no primeiro mês de veiculação, as vendas do carro superaram a meta prevista em 160% .

Para Suzana Apelbaum, a internet é a menina dos olhos. "A Web não vai matar a televisão, mas ela é mais eficiente no custo- benefício". Suzana apresentou dois cases vencedores Grand Prix no Festival de Cannes deste ano. O carro-chefe escolhido foi a internet: Nike Plus e Diesel, um reality show com duas modelos que assaltam uma loja Diesel para roubar a nova coleção de lingerie e raptar o gerente da loja. As imagens delas de lingerie com o gerente foram reproduzidas em tempo real, com interação do público, durante 5 dias, 24 horas por dia. "É um jeito novo de fazer propaganda". No caso da Diesel, "uma forma absolutamente rock in roll de se mostrar os produtos".

"Mas o comercial de 30 segundos vai acabar?", voltando à primeira pergunta do debate. "A força que existe hoje não terá mais. Ele vai se reinventar", aposta Suzana. "As outras mídias vão acabar servindo de apoio para a internet". Grottera discorda. "A internet não é o throw the line", expressão usada para se referir às ações que abrangeriam o bellow e o above the line. "O cliente quer saber se vende. Não importa em qual meio".

Não tem cara de Tiozão

Branding de massa não se constrói na internet. Esta foi mais uma afirmação polêmica de Luis Grottera, fazendo referência ao case Nike Plus, apresentado por Suzana Apelbaum. "O case só foi um sucesso porque a Nike já tinha uma marca construída com ações em outras mídias". Suzana defendeu novamente a supremacia do meio, afirmando que marcas antigas estão se reinventando no novo meio. Finalizou o discurso com uma dose de ironia ao colega publicitário. "A Nike estava virando marca de tiozão".

(publicitários debatem sobre propaganda na era digital, por marina perriello, no adnews)

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