domingo, julho 21, 2013

é assim que se faz "publicidade" - e se aprova - hoje em dia. eis mais um homicidio qualificado da atividade



Imagem de menino assassinado há 29 anos é usada em cartaz do festival de Montreux.
Desavisado, designer (que não era francês) jogou 'criança' no Google e escolheu uma foto do garoto cuja morte chocou o país nos anos 80

No pé da contracapa, o anúncio divulgava o espaço infantil do festival com o rosto do menino Grégory ao fundo (Obs.: o "Nossa!", estampado na capa, é para a cantora de axé Claudia Leitte, presente na 47ª edição do evento)
O cliente pediu um anúncio. Coisa simples. Uma imagem de fundo com um filtro qualquer, além de alguns parágrafos explicando o serviço oferecido. O designer, desavisado, digitou “criança” no Google Imagens. Mais tarde, veio a gafe: no cartaz de divulgação do tradicional Festival de Jazz de Montreux, a foto do menino Grégory Villemin, assassinado na França em 1984, aos 4 anos de idade. Detalhes: o crime chocou o país e teve imensa repercussão midiática nos anos oitenta; o autor, que mandava cartas anônimas aos pais do menino, nunca foi encontrado. O caso — uma espécie de versão francesa do igualmente misterioso sumiço da menina inglesa Madeleine McCann, também de 4 anos — permanece sem solução.
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Fotografia original do garoto Grégory Villemin data de 1984, ano em que foi encontrado morto na França
O erro do publicitário estrangeiro que escolheu a foto sem saber quem era Grégory também passou despercebido pelos editores do periódico Montreux Jazz Chronicle, publicação oficial do festival, distribuída gratuitamente ao público que acompanha atualmente os shows na Suíça. O anúncio foi impresso na contracapa do jornal e informava aos espectadores que haveria um espaço infantil para deixar as crianças durante o festival. Uma espécie de creche.
Quem primeiro notou a mensagem — mais para mórbida do que subliminar — foi um usuário do Twitter. “Que senso de humor mais bizarro eles têm no Festival de Jazz de Montreux”, tuitou o internauta, reproduzindo o anúncio.
Diante da gafe, a organização do festival se apressou em pedir desculpas, logo substituiu o anúncio e retirou os mais de 2 mil exemplares “contaminados” de circulação. “Um erro lamentável”, declarou um porta-voz do evento à agência AFP.


Na versão online, o jornal Montreux Jazz Chronicle corrigiu a gafe e trocou a arte do anúncio
O enredo e os personagens
Conhecido simplesmente como “Affair Grégory”, o crime continua um mistério para as autoridades francesas após quase trinta anos.
Em 16 de outubro de 1984, o garoto Grégory Villemin foi encontrado morto às margens do Vologne, um rio no leste da França. Seus pés e mãos estavam amarrados com uma corda.
No dia seguinte, uma carta anônima chegou aos pais da criança: “Espero que você morra de desgosto. O seu dinheiro não vai trazer de volta seu filho. Essa é a minha vingança, seu miserável”. O autor, que ficou conhecido como “o Corvo” — em função de uma expressão francesa em referência a quem manda correspondências anônimas — permanece sem identidade. Em outras mensagens, cartas e telefonemas, “o Corvo” já havia entrado em contato com a família Villemin e assumido a autoria do assassinato.
O primeiro suspeito do crime foi Bernard Laroche, tio do menino Grégory. O julgamento que o absolveu das acusações foi marcado por uma série de erros procedimentais dos promotores. Em função disso, diversas provas foram descartadas e Laroche foi libertado.
Quem não acreditou na inocência de Laroche foi Jean-Marie, pai da criança. Com um tiro de espingarda, matou o próprio primo, certo de que fazia justiça com as próprias mãos.
Mais tarde, Christine Villemin, mãe do garoto, também foi considerada suspeita. Testemunhas a viram nos correios no dia em que uma das cartas anônimas do “Corvo” foi enviada à família. Ela foi investigada, mas liberada algum tempo depois.
Quase três décadas após a consumação do crime, a Justiça francesa decidiu reabrir o caso Grégory — um gesto que faria inveja à série Cold Case. Usando técnicas desconhecidas à época, peritos acreditaram ter conseguido isolar traços do DNA contidos nas cartas anônimas.
Até o momento, no entanto, as investigações não chegaram a lugar algum. O material genético encontrado pela perícia não corresponde a nenhum dos 150 investigados no caso.

(matéria do felipe amorim, para a revista samuel, caso hajam leitores funcionais que não tenham percebido)


in tempo: claudia leitte como atração do festival, mostra que o desnível descambou em todos os sentidos para a matança geral do que quer que seja que um dia valorizou este festival. ah! claude nobs: o que estão fazendo no teu festival é também pra te fazer morrer de novo).

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