Imagem de menino assassinado há 29 anos é usada em cartaz do festival de Montreux.
Desavisado, designer (que não era
francês) jogou 'criança' no Google e escolheu uma foto do garoto cuja
morte chocou o país nos anos 80
No pé da contracapa, o anúncio divulgava o espaço infantil do festival com o rosto do menino Grégory ao fundo (Obs.: o "Nossa!", estampado na capa, é para a cantora de axé Claudia Leitte, presente na 47ª edição do evento)
Fotografia original do garoto Grégory Villemin data de 1984, ano em que foi encontrado morto na França
Quem primeiro notou a mensagem — mais para mórbida do que subliminar — foi um usuário do Twitter. “Que senso de humor mais bizarro eles têm no Festival de Jazz de Montreux”, tuitou o internauta, reproduzindo o anúncio.
Diante da gafe, a organização do festival se apressou em pedir desculpas, logo substituiu o anúncio e retirou os mais de 2 mil exemplares “contaminados” de circulação. “Um erro lamentável”, declarou um porta-voz do evento à agência AFP.
O enredo e os personagens
Conhecido simplesmente como “Affair Grégory”, o crime continua um mistério para as autoridades francesas após quase trinta anos.
Em 16 de outubro de 1984, o garoto Grégory Villemin foi encontrado morto às margens do Vologne, um rio no leste da França. Seus pés e mãos estavam amarrados com uma corda.
No dia seguinte, uma carta anônima chegou aos pais da criança: “Espero que você morra de desgosto. O seu dinheiro não vai trazer de volta seu filho. Essa é a minha vingança, seu miserável”. O autor, que ficou conhecido como “o Corvo” — em função de uma expressão francesa em referência a quem manda correspondências anônimas — permanece sem identidade. Em outras mensagens, cartas e telefonemas, “o Corvo” já havia entrado em contato com a família Villemin e assumido a autoria do assassinato.
O primeiro suspeito do crime foi Bernard Laroche, tio do menino Grégory. O julgamento que o absolveu das acusações foi marcado por uma série de erros procedimentais dos promotores. Em função disso, diversas provas foram descartadas e Laroche foi libertado.
Quem não acreditou na inocência de Laroche foi Jean-Marie, pai da criança. Com um tiro de espingarda, matou o próprio primo, certo de que fazia justiça com as próprias mãos.
Mais tarde, Christine Villemin, mãe do garoto, também foi considerada suspeita. Testemunhas a viram nos correios no dia em que uma das cartas anônimas do “Corvo” foi enviada à família. Ela foi investigada, mas liberada algum tempo depois.
Quase três décadas após a consumação do crime, a Justiça francesa decidiu reabrir o caso Grégory — um gesto que faria inveja à série Cold Case. Usando técnicas desconhecidas à época, peritos acreditaram ter conseguido isolar traços do DNA contidos nas cartas anônimas.
Até o momento, no entanto, as investigações não chegaram a lugar algum. O material genético encontrado pela perícia não corresponde a nenhum dos 150 investigados no caso.
(matéria do felipe amorim, para a revista samuel, caso hajam leitores funcionais que não tenham percebido)
in tempo: claudia leitte como atração do festival, mostra que o desnível descambou em todos os sentidos para a matança geral do que quer que seja que um dia valorizou este festival. ah! claude nobs: o que estão fazendo no teu festival é também pra te fazer morrer de novo).
Nenhum comentário:
Postar um comentário