sexta-feira, dezembro 07, 2012

não é assim que a banda toca?

primeiro era a solo, quase masturbativo. depois a dupla( sim senhor! já nos anos 50). aí tinham que inventar moda: trinca. e a moda passa. e tome quadras ou quinas ao que chamavam de grupos integrados de criação ou gigs ou jigs se você não sabe se é gerimum ou jerimum. e não me pergunte porque o diminutivo ficou assim.

mas fato é fato e não facto - se você é português vá se acostumando com a dupla grafia quando não significação e o fim das consoantes mudas nesta reforma ortográfica que vai nos deixar ainda mais com a instalaçã trocada - nada substituiu - para melhor - a dupla de criação. uma dupla afiada e bem afinada, é como baixo e bateria. cordas e bom bombão ali na exatidão dos compassos. nada de firulas que tiram o brilho da marcação simples e segura, que revela-se brilhante justamente porque a linha é exata entre harmonia, pegada e sutil improvisação.nada de espalha brasa porque isso é coisa de fantasma para festival.

porém, não é sempre assim que a banda toca. se não há correspondência qualitativa entre a dupla - desnível entre copy, vá lá redator e diretor de arte - a coisa atravessa. e hoje justamente é que mais acontece.

dizem que a palavra morreu. que o copy já era. mas pelo visto a direção de arte também já era. nada na publicidade de hoje lembra os bons tempos de peças stop power: cheias de emoção mas repletas -e bota repletas nisto - de muita técnica e conhecimento acumulado à duras penas por décadas a fio de formação do profissional. hoje, muito acrílico, neón, titânio( que me lembra titanic) mas nada que arrepie. nada que não lhe faça pensar que o resultado equivale a lambança que qualquer nerdzinho de merda faria (logomarca,papelaria e logotipo então, minha nossa, é merda a quilo a preço de chié, que não nos esqueçamos alimenta-se de bosta também).

mas todo este prepúcio é para finalizar com o seguinte: se a dupla é desnivelada - dizem os estudos, na dupla o pior puxa para baixo(na trinca, dizem, os mais fracos seguem o melhor, o que não bate com a teoria do afogamento) - convém ao redator não esboçar vôos(ainda tem acento isto? ou nunca teve;) de parapente se o diretor de arte não salta de escada. certamente a peça vai ficar capenga e com aquele tom de texto mal flambado e um cheirinho assaz peculiar. se o redator é fraco, então não tem jeito. entorne-se daqueles leiautes de foto lambida e logomarca mal parida na colocação(o texto elimine, neste caso é míster, porque justaposição de palavras não é texto mesmo,muito menos publicitário).

de um jeito ou de outro, não se iluda. se a dupla não está a altura - dois mediocres juntos fazem melhor que desnivelados - dê um jeito de procurar outro no seu andaime. caso contrário é queda, geralmente fatal, com multiplas fraturas expostas na obra com cicatrizes na pasta - se é que você ainda tem isso( eu só dental ou melhor dentifrício, para não perder o elã do advertising)

p.s. se o desnivelado for sócio acionista ou parente da direção. peça demissão. vai ser a última rima ruim da sua vida. mas esta vale a pena. agora não insinue que estou afirmando que bom texto rima. não rima. reme contra a maré.

in tempo: uma dupla harmônica - o resultado final é o que importa, os métodos de açoitamento e açodamento são detalhes sórdidos que ninguém precisa saber - ainda é a forma mais perfeita de se chegar ao estágio da banda que toca sem partitura ampliando as possibilidades que o autor sequer imaginara. afinal, criar não é apenas imaginar. é ir muito além do que ou do quem se ou lhe fode.

p.s 2. a ilustração já traz "malandramente" o crédito( em terra de piranha jacaré nada de costas) mas não custa nada reforçar a origem: http://wagnertamanaha.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html onde curiosamente o wagner aborda o tema e sua visão da necessidade da volta da dupla em uníssono. depois de escrever a zonzice acima fui atrás de uma ilustração. detesto aipadis. mas para não parecer agente da sansung deixei passar. sinceramente, não creio que a dupla vá funcionar assim. no cuspe a coisa sempre vai melhor.o que não significa abominar- de todo - novas tecnologias.
 

Um comentário:

Anônimo disse...

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