sábado, setembro 20, 2014

a pinta da marina depois que se pintou*


MarinaSilva-Ceilandia-set2014-ftoVagnerCampos-MarinaSilvaOnline InternaCom as pesquisas de intenções de voto de todos os institutos (principalmente os que fazem sob encomenda para a Globo e a Folha) demonstrando que Marina começa a cair e que a morte do Campos e o "escândalo" da Petrobras não surtiu o efeito destruidor que esperavam na candidatura da Dilma, os meios de comunicação e a candidata de oposição começam uma nova fase para tentar forçar um segundo turno.
Vimos a Marina constrita, devastada, pela perda do "grande líder" brasileiro que iria mudar a história política do nosso povo.
Depois surgiu a Marina "ungida" pelo dedo de Deus à condição de candidata, posto que foi a escolhida para não embarcar no jato a ser derrubado para que pudesse se oferecer ao povo brasileiro como a salvadora do perigo ateu e comunista.
E nos ofereceram a Marina da nova política, a mulher sofrida, guerreira, renascida das doenças, anticorrupção, antipartidos, que não se vendeu para os petralhas e do ninho de mensaleiros saiu pura e virgem.
Mas toda virgindade será castigada! E rapidamente a castidade política da Marina surge como um "mictório público", no qual transborda jato sem dono, milhões não declarados, mesada de banco, ligações espúrias com a agroindústria, submissão aos interesses de pastores racistas e homofóbicos, e alianças com coronéis da política.
E seu programa de governo parece mais um caderno de criança de pré-primário, riscado e rabiscado de tanto escrever, rasurar, apagar e deixar o dito pelo não dito.
E Marina, a ungida, não suporta que a tratem como uma candidata a cargo público. Como é que o eleitorado ousa criticar suas propostas? Ou acusá-la de ser vinculada ao mercado financeiro por ter uma educadora e dona de banco como principal assessora? Ou de mudar seu programa apenas para aplacar a ira do Malafaia, se foi apenas um problema de impressão?
Não, Marina não pode ser tratada como uma candidata qualquer, ou se esqueceram que ela foi a escolhida para ser presidente?
E os meios de comunicação, a poderosa indústria de oposição política em operação no País, começou a fase Marina a vítima, a mulher sofrida e frágil sendo brutalmente atacada pelos que se beneficiaram de sua dedicação, saúde e agora a tratam como lixo.
E Marina assume esse novo personagem sem nenhuma vergonha. E a capa da Veja é exemplar dessa nova personagem da Marina. E aí temos a obrigação de denunciar essa farsa.
Marina jogou no lixo sua história de luta ao lado dos povos da floresta e do PT, quando se uniu aos que querem destruir o projeto do governo democrático e popular, que é a continuidade da luta do Chico Mendes, e da brava gente do Acre que está com a Dilma.
Se no passado Marina estava ao lado dos companheiros que enfrentavam jagunços, como afirma, infelizmente hoje alguns jagunços estão ao seu lado, como os parentes dos que mataram Chico Mendes.
E com quem está a filha do Chico Mendes? Com o PT e a Dilma.
E se Marina reivindica seu passado, se fosse algo sério e não uma parte de um plano para derrotar a Dilma, e se ainda tivesse um resquício apenas da combatividade e do compromisso com as lutas históricas dos explorados e oprimidos, como dos que lutaram nos empates nos seringais, Marina teria vergonha do que representa hoje, um instrumento para os setores mais reacionários e obscurantistas do nosso País, que aceita qualquer um no governo, desde que não seja Dilma.
Para quem discorda, temos à esquerda da Dilma o PSOL, o PSTU, o PCB, e quanto de espaço os meios de comunicação oferecem a eles para apresentarem suas propostas para o País? As suas divergências com Dilma, Marina e Aécio?
E se os ataques à Marina ofendem tanto a Veja, a Globo e a Folha, o que dizer do ataque que saem de suas matérias desde sempre contra o Lula, a Dilma e o PT?
Marina pode ser candidata ao cargo que quiser, e eu, como todo brasileiro, tenho o direito de criticar seu programa, suas declarações e o que dizem seus assessores e apoiadores. É o mínimo que qualquer eleitor deve fazer em relação aos que reivindicam seu voto e que pretendem interferir na sua vida caso eleito. Ou então a democracia representativa deve passar a se chamar ditadura.


* o título original do artigo, que é do walter takemoto, educador é : marina silva: parem de querer me destruir, na carta capital.
in tempo: aviso aos navegantes: não sou eleitor de marina(of course) tampouco de dilma, como poderia parecer, e muito menos petista.

Nenhum comentário: