quarta-feira, fevereiro 19, 2014

pensamentos que artistas brasileiros(os que algum dia tiveram) esqueceram ou grande fito páez


As pessoas são as pessoas. Os artistas são os artistas*. Você, como artista, não pode depender da chegada da sua obra, de como ela é recebida. Você tem que fazer coisas porque tem a necessidade física e espiritual de fazê-las. E se as suas coisas não chegarem ao público, você não pode se ressentir disso. A produção do artista deve acontecer na intimidade de um quarto, com um papel, uma caneta e uma guitarra ou um piano. E a força que vai ter isso no mundo é outra questão. Não sei se você entende o que estou querendo dizer, mas… 


Já tive discos que venderam pouco. Eu gostaria sempre que [a criação] fosse uma coisa compartilhada, que chegasse às pessoas, mas chegar a isso não deve ser o único direcional. Porque o sujeito faz coisas para poder compartilhar [com o público], claro, mas se aquilo que você faz não é compartilhado por muita gente… isso não pode ser um drama. O artista não pode fazer sua invenção pensando em como ela vai ser recebida. Se fosse assim, estaríamos mais parecidos com os políticos, que ficam tentando cooptar votos. Não é assim que as coisas são.

* publicitários não são - ou não devem ser artistas. é quase óbvio, para alguns. mas são pessoas, o que muitos esquecem - complexo de belas-donas? mesmo na descendência do hoje em dia?). 

tergiversações à parte, o que fica das palavras de fito, para quem souber ficar, é que a sua atividade deve comprazer em si mesma. o artista, uma minoria obviamente, fundamentalmente cria para si mesmo. o público vem depois. publicitários, numa atividade que não é artística - embora o uso de todas as artes confunda - tampouco ciência, é uma técnica, como todas elas, destinada a resolver problemas. enquanto pessoa, enquanto profissional, nosso compromisso é com a realização do trabalho da forma mais perfeita possível mediante conteúdo e estética com caráter e deontologia intra. quando a pessoa se torna ela mesmo publicitável em sua atividade, equivale ao artista que cria pensando "na parada de sucesso", no reconhecimento fácil por estratagemas baratos de forma que há sempre um engôdo em cada esquina.

por estas e outras temos tanta propaganda compromissada com a estética e tendência dos prêmios(como soa nativo, brega, as chamadas de trabalhos selecionados para a archive,cresta, ad isso, ad aquilo, cannes e por ai vai) e raro o desenvolvimento de peças que jamais ganharão tais prêmios mas que tornam-se viventes no imaginário popular(e não populacho) enquanto pessoas houver. é por isso que o bordões como "não é nenhuma brastemp" não dá/deu gunn report. mas até hoje pode ser citado e imediatamente bate de chapa com toda a destreza de um chute de trivela. experimente fazer isso com os "bordões- se é que existem - premiados.

talvez a propaganda esteja com publicitários demais e pessoas de menos. e publicitário formando então, eis a desgraça do novo século. porque as universidades estão desinformando as pessoas( matando mesmo) e criando tão somente gêneros, o que no fundo é o que acontece com os falsos artistas.

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