que mundo é este onde um livro que vale o dobro do seu preço é vendido a 1/5 em regime de sobras ? |
pois bem: parafraseando, pode-se dizer o mesmo da publicidade. e daqueles que foram seus bons atores. não quero ser um oliviero toscani, mas creio que agora confirma-se que - pelo menos a boa - a publicidade é mesmo um cadáver que nos sorri.
e a tal ponto que o livro do washington sequer tem preço de sebo. não que o livro traga algo de transcendental, como sempre o querem fazer parecer todos os livros idiotas( e não são poucos, poucos sim, são os que não são idiotas) lançados por publicitários, mesmo quando travestidos de falsa simplicidade.
o livro de washington é um texto com a simplicidade de quem já foi refletor e refletido à exaustão de brilho próprio e sente agora cada vez mais a proximidade do apagar das luzes. traz lições cativantes, sem floreios desnecessários, apesar do que pode ser visto como afetação(não me parece, pra quem esteve onde o washington esteve) se o olhar do leitor não foi afetado pelo ódio ao sucesso ou pela idolatria ao publicitado.
mas não estamos aqui para falar de washington. estamos aqui para falar de mim(um velho truque publicitário falar do mais famoso para depois depor com nossa medíocridade). mas não na primeira pessoa e sim no fim dos posts do cem graus celsius.
mas antes, de deletar-me no espaço, para além do exemplo do livro do washington, outro, que me fez pensar que não tem mais sentido( se é que teve alguma vez) manter um blog para discorrer críticamente sobre esta profissão, em universo onde a crítica jamais é permitida. mas sim o puxa-saquismo e palavras de outros interesses que apenas interressam a quem nunca foi ou deixou de ser interessante há tempos.
all-parts quer me alertar sobre cuidado com os amortecedores com esta imagem |
via-email recebo "mala direta" (mala direta está entre aspas, porque os textos do digital de hoje são de doer a dentadura) de auto-peças para importados - sim eu sou ainda do tempo em que a turma da criação tinha salário pra isto. e não ticket-refeição - com materia sobre amortecedores.
de um lado temos a pulhice do story-telling - não sou só eu que acho, gente como o marcelo serpa também - e de outro a rídicula exploração do sentido fálico(acho que tenho que explicar para esta geração agora, que o amortecedor significa um caralho sem tamanho, recurso que não chega sequer a ser do grande caralhinho) o que em época de "empoderamento" feminino (tal como o washington também acho isto outra pulhice(não é que penso em boa companhia;) é no mínimo bater com força no colo do útero do pensamento das meninas que se prezam.
enfim, resumindo: pra quê blog crítico sobre publicidade se este é o universo, sem falar das campanhas pífias, cada vez mais imbecilizantes, que traduzem o pensamento que norteia a publicidade de hoje, por mais que se queira, por conta da tecnologia, inovadora e (sic!) criativa? onde as ideias, os ideais, a ousadia, a coragem, a irreverência, o senso de oportunidade( e não de oportunismo) enfim, onde a criatividade, da qual washington é agora um sem-teto?
hoje o grande talento na publicidade - para quem o tem - resume-se a não usá-lo para não desafinar o coro dos contentes.
como eu não tenho o grande talento para uma coisa ou outra, e menos ainda tolerância para com a medíocridade alheia, recolho-me a minha que já me é peculiar, e estacionária, o que não deixa de ser um consolo.
como diria o poeta(com a devida licença). eles "passaralho". eu não mais pio.