Professor especializado em Islã, o blogueiro Juan Cole levantou o histórico da confusão com as charges.
Em 16 de setembro passado, um escritor de livros infantis dinamarquês reclamou que não conseguia alguém para ilustrar sua história do profeta Maomé. Então o jornal Jyllands-Posten decidiu convocar um concurso para cartunistas – o objetivo era mostrar que, na Dinamarca, qualquer coisa podia ser publicada. Doze caricaturas saíram em 30 de setembro.
Ao longo de outubro, clérigos muçulmanos dinamarqueses protestaram, deram queixa na polícia. Até o dia 20, embaixadores de países árabes mais Paquistão, Irã, Bosnia-Herzegovina e Indonésia escreveram para o premiê Anders Rasumssen em protesto. Ele limitou-se a responder que o governo não podia interferir com o que saía na imprensa local e lavou as mãos. Então, 5.000 muçulmanos que vivem no país foram às ruas em protesto.
Atormentado com o aumento de popularidade da Irmandade Muçulmana, o governo egípcio decidiu forçar o discurso. O regime Mubarak é uma ditadura laica – a defesa do Islã pegaria bem, avaliou-se. Em novembro, o ministro das relações exteriores, Ahmed Abul-Gheit, fez ele mesmo um protesto oficial que fez a notícia circular com ênfase particular em seu país.
A imprensa egípcia é uma das que mais repercute no mundo islâmico e fez com que a notícia circulasse. No dia 4 de dezembro, o grupo fundamentalista Jamaat-e-Islami, do Paquistão, ofereceu um prêmio de 8.000 dólares pela morte a quem matasse um dos cartunistas.
Com a notícia de que já havia ameaças de morte, lentamente, outros jornais europeus começaram a pescar a história e, para ilustrá-la, alguns republicaram os cartuns. E assim a crise escalou.
publicado in nomínimo.
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