segunda-feira, dezembro 29, 2014

el cid ou porque não se faz história com estórias mas com slogans sim









slogan inteligente é mau slogan. 
abraham moles.









ao criar este livro, claudio magalhães teve uma boa ideia. devia-se, até, levantar-lhe um brinde. com "caninha 51", é claro.

esta associação mental, imediata - e inevitável - já diz tudo sobre a importância e o poder imperativo do slogan.

o slogan é. dispensa explicações,teorias, exegeses. um bom slogan basta-se a si mesmo ,por si só. por isso ele tem tanta relevância na propaganda.

o slogan - e o cartaz - juntos ou separados, constituem o estado mais puro - a forma elementar, o nível primário - da propaganda.

todos os outros mídias básicos - jornal e revista, tv, rádio e cinema - não tem a propaganda como função primordial. eles destinam-se a informar, entreter, educar, etc. a propaganda adere colateralmente a tais funções principal e delas se serve para veicular o anúncio coaxialmente.

algo análogo se dá com a mensagem. a retórica publicitária tende a atuar como envoltório do núcleo persuasivo. na propaganda, o texto, o " copy" 
( valendo aqui o conceito teórico que compreende a imagem como "texto", ela também ) é apenas o envoltório edulcorante que vai tornar mais palatável a ideia persuasiva central, a palavra de ordem - ou seja, a essência real da propaganda, seu duro e cru objetivo final: seduzir para possuir.

o slogan e o cartãz não. eles são a essência, respectivamente verbal e imagística da persuasão pura.

o " grito de guerra " ( o slogan) e o " grito na parede" ( o cartaz ) são exatamente isso: gritos. o grito primal - instinto, emoção, vida - a área periférica da pré inteligência ou o denso nódulo central da pós-inteligência. a reflexão, por favor, mantenha-se lá fora.

slogan e cartaz tem uma única finalidade específica: propaganda. eles foram feitos por ela e para ela. e só servem para isso mesmo: fazer propaganda. qualquer outra função que porventura agreguem, é incidental, cumulativa, suplementar. descartável.

impacto perceptivo vigoroso. instantaneidade na comunicação.nenhuma obrigação com o pensamento lógico. estímulo, estímulo, muito estímulo, nenhuma decifragem - como prescreveu abraham moles" - slogan inteligente é mau slogan " .

instant-communication: dois segundo cronométricos, para cumprir sua função. um segundo a mais e o slogan(ou o cartaz) estarão inexoravelmente jogados ao lixo da despercepção e do desinteresse.

ocorre-me parodiar suskind: o slogan é a quintessência do texto propagandístico. sua " essence absolue".

por isso o slogan e o cartaz constituem o epítome da linguagem publicitária. atrás de sua aparente espontaneidade e do mimetismo de uma simplicidade que, de fato, não é simples, disfarça-se de uma manifestação requintada do talento publicitário: " a síntese que surpreende", na definição ideal de roberto duailibi.

slogan, do gâles, " sluagh-ghairm" era, na escócia ancestral, " o grito de guerra de um clã". os ingleses se apropriam da palavra lá pelo sec. XVI e, já então, ela significa " divisa de um partido político" e logo ingressa na liça eleitoral. guerra, política, eleição - é tudo a mesma coisa.

cabe aos americanos, no séc XIX, transcreverem-na para a área da propaganda mercadológica, onde o slogan se aclimata como se esse fora o seu habitat original. afinal,insisto, é tudo um campo de batalha...

constantino olhou para o alto e viu inscrito nos céus " in hoc signo vinces ". pode-se dizer que deus lhe ditou o slogan com que se vincularam,definitivamente, cristianismo e a cruz, com o poder de roma.

se deus se serviu do slogan, não se devem atribuir muitas restrições pelos mortais publicitários, eles também filhos de deus. ou deuses ex-machina como tantos pensam que são ...

não obstante, é forte o preconceito contra o slogan e controversa sua valorização, justamente porque ele tem tanta vida e tanta força. pode-se esperar unanimidade nos cemitérios. jamais na praça pública ou no mercado.

a veemência na sua crítica é a medida proporcional da sua importância. o slogan mexe com as pessoas, desperta-as, mobiliza-as. porque desacomoda, incomoda.

folheei livros tentando arrolar esses preconceitos. desisti logo no começo desta coleta de adjetivos, tão grande ameaçava ser a sua lista.

ambíguo, autoritário, banal, cansativo, comunista, condenável, demagógico, dissimulador, dominador, emocional, enganador, esotérico, fascista, hegemônico, hipnótico, irracional , irritante, manipulador, medíocre, mentiroso, mistificador, nazista, nefasto, nocivo, obsessivo, passional, perigoso, polêmico, reacionário, repetitivo, reprovável, superficial, suspeito, tribal, trivial, vago, vazio, vulgar, zurrado ...

inútil divagar. só há uma força capaz de enfrentar um bom slogan: outro slogam melhor.... (cid pacheco, prefaciando slogans: os 1000 melhores slogans da propaganda brasileira, organizado por claudio magalhães e andré mota, letter editora, em 1991).


misterwalk provoca: a questão que se impõe é a seguinte: mudou tanto o mundo( ah! a internet ) que não há mais lugar para slogans ? - os poucos que ousam não tem o brilho que já foi alcançado com a "ferramenta" - ou mudamos nós ? e desprezamos um recurso matador por desconhecimento de causa e efeitos ou, pior: pelo medo de não parecermos modernos, como convém aos publicitários antenados que assim se chamam? 





  

quinta-feira, dezembro 18, 2014

telling stories sim, storytelling não



sucesso em propaganda, por maior que seja o trabalho consistente - e o talento - é meteoro ensandecido. que se imagina cometa do comigo ninguém pode. até porque há quem faça sucesso sem trabalho. e sem consistência. mas estamos falando, aqui, de gente com capacidade de trabalho e talento acima da média.

como em tudo nessa " vida profissional marvada", nada dura para sempre. mesmo os protagonismos de quem trabalhou e trabalha muito para isto. então, chega uma hora, em que mesmo os mais fundamentais e absolutamente profissionais parecem querer fazer o seu trabalho emergir sem periscópio embarcando - ou criando a sua - em qualquer onda. e o que é pior: o fazem como antevisão(ante e não anti, suas antas) do futuro. matéria em que publicitários - na prática, e na teoria - são um fiasco.

é nesta hora que passam a produzir os chamados factótuns que em nosso idioma ganhou uma derivação para além do significado original, que é a referente ao indivíduo que se julga ou se mostra capaz de tudo resolver. e que pela derivação referida passou a ser também o que é capaz de produzir fogos de artifício como munição que: em vez de abater o inimigo, ou criar alicerces, a curto, médio e longo prazo, desanda a profissão e alimenta o fosso do descrédito. isto vem acontecendo década após década, crescentemente(o descrédito) pós fase chamada de ouro da publicidade. a fase atual, de que seria mesmo? de platinum ? é o que dizem. mas quem paga para tanto, para além do prêmio, nunca acha que vale 

o estratagema ou o factótum tem sempre a mesma função: atrair ou chamar atenção para si ou seu negócio, através de fogo de espoleta, quando a "aura" - e o bolso - começam a se esvaziar.

na publicidade já tivemos denominações desprovidas de conteúdo as dezenas, como augúrios de novos tempos e xamãs de resultados inquestionáveis. bellow disto, above daquilo, unidades de inteligência x(é preciso ser muito displicente para criar uma denominação que afunda o resto dos departamentos) do 360º, do planejamento estratégico, que recebeu mais prolongamentos adjetivados do que botox em cara de socialite e por ai vai. a lista é longa e vazia, como o são todos os factótuns. até chegarmos ao storytelling. sendo que tudo isso não passa em maior ou menor grau do desmembramento das expertises " agenciadas" pelas chamadas agências de serviço completo, ou full time como queiram, dos bons tempos em que redator escrevia argumento que baste. roteiro já era outro departamento que a agente contratava(agenciava). mais custos? bom, é melhor do que ter redator perneta metido a stoytellista. agencias de publicidade estão se tornando " a malhação" do copy. e quase ninguém se salva. e por favor não me venham falar no on-line como divisor de mundos que tanto num mundo como no outro, existe picaretagem, mediocridade, e inteligência. até agora bastante limitada no meio. o mundo on-line está devendo. e convenhamos que já teve tempo para dizer a que veio. afirmo isso apesar das novas categorias de cannes exacerbarem o poderio das ações(outro factótum) até não mais poder. o ditame das redes sociais também é outro fenômeno cuja genealogia torna-se mais misteriosa do que parece na mão dos publicitários que enxergam nela a manipulação(por eles)de um poderio que não tem e jamais terão. quem não sabe escrever não produz comandos eficientes calcado só no visual.

mas o que interessa dizer é que: minha nossa! nunca vi tanta coisa ruim como hoje em dia cognominada de storytelling. publicitários -redatores principalmente - que sempre calcaram seu trabalho como contadores de (boas) histórias(piadas nem tanto) que se tornaram ícones da comunicação/propaganda, chegaram a um ponto tão rasteiro que mesmo um peidinho de texto que seja é a saga de tal reductio que nem sequer é absurdo. é medíocre mesmo. basta ver o lázaro ramos, narrando as tais apalavradas storytellings de conhecida marca de automóveis. hão de se recordar muitos que se apresentássemos tal estória, como outras que estão veiculadas(na internet principalmente) não só seriam reprovadas como certamente não terminaríamos a semana no emprego. e sabe o profeta quem arriscaria nos contratar. mas há quem ache nisto de agora uma grande piada e dê risadas. talvez porque contando a mesada em que se transformou o salário dos storiestellings, só rindo mesmo. e cá pra nós, o lázaro ramos jamais será o grande otelo, mesmo "herdando" suas caras e bocas e alguns maneirismos. esta é a diferença entre quem conta estórias e quem faz história. fazer história contando estórias? bom, os clássicos, conseguiram. os storytellistas duvido muito. 

e se dúvida houver, retire a imagem e veja o que sobra dos tais storytellings. se, como dizem, isto é o futuro presente da narrativa na propaganda - e na comunicação - é urgente que estejamos de volta a outro futuro, o quanto antes. caso contrário, cada vez mais, sobre o copy publicitário, só ouviremos estórias más, que ninguém quer ou irá recordar e sobretudo maldizer quem as contar ou cantar, ainda que seja em loas por descrito.



in tempo: neste momento, um dos maiores talentos que conheci, e com quem tive o prazer(onde está agora o prazer nesta atividade?) de trabalhar e aprender(muito), edson das neves athayde, é um dos embaixadores do storytelling, mundo e inclusive brasil afora, fazendo disso seu cavalo de troia para sua reentrada triunfal? na fcb portugal. a questão é: para além de seus milhares de seguidores no facebook, que onanizam-se a cada testículo(muita bobagem; o.k. a vida é cheia de bobagem e sem bobagem não há piada)publicado, onde está o trabalho, sua marca de sempre, a ser mostrado pela fcb para além das tardes das segunda-feiras onde os fcbelistas storytelizam-se à torto e à direito? certamente não vai ser com o storytelling de cambitos que a fcb vai regurgitar marcas que andam a se estropiar por lá. o factótum irá cansar antes de alcançar seus resultados? não sou eu que o dirá. oxalá esteja errado. não é isso que dizem todos aqueles que tem, nem que seja vaga, a certeza de que a história é outra ?



segunda-feira, dezembro 01, 2014

santa ignorância ou o (d)efeito i-phone

tenho minhas dúvidas que os publicitários que fizeram a graçola* acima tenham folheado o aurélio para além da capa dura. 
anos 80, pouquinho mais, pouquinho menos, costumava-se definir um publicitário como aquele profissional que sabia um pouco sobre quase tudo o que traduzindo ao pé da letra dava quase nada sobretudo. mas eles sabiam "operacionalizar" o seu quantum diagonal de informação como ninguém. e com isto, posavam de experts não só para os estagiários mas principalmente para os clientes. e não raro fazendo trabalhos memoráveis.

hoje a coisa esfumou. com tanta informação à mão, publicitários a cada balbucio "ininglish" e de tantas titulações e das embromações, do tipo storytelling, atestam cada vez mais e mais que não sabem mais e mesmo nada de nada. mas acham - e agem- com se soubessem tudo de tudo - e assim, como é desagradável e desestimulante conversar com publicitários hoje em dia, pra não falar do odor do seu trabalho.

o nada rombudo em quase tudo o que se vê e ouve, impera. e a mais completa ausência do tudo -e do todo, e de suas particularidades - num restinho de nada nem que fosse pra remédio, está em ratio.

deformáveis como o i-phone - e com baterias de menor duração ainda - não raro confundem a bunda com a cabeça e vice-versa. a escatologia do ofício tenta perfumar a santa ignorância com títulos acadêmicos mas a academia nunca produziu propaganda que merecesse alguma consideração.

e a maior prova disso, são os salários. de merda, pois não ?


*  esqueci de dizer que os publicitários hoje em dia se acham muito, mas é muito mesmo e não é pouco, engraçados. só que eles se querem assim querendo por querer. e não sem querer querendo, o que é uma condição fundamental para o alcance da espontaneidade do riso. leiam bergson meus filhos.

quarta-feira, novembro 19, 2014

sábado, setembro 20, 2014

a pinta da marina depois que se pintou*


MarinaSilva-Ceilandia-set2014-ftoVagnerCampos-MarinaSilvaOnline InternaCom as pesquisas de intenções de voto de todos os institutos (principalmente os que fazem sob encomenda para a Globo e a Folha) demonstrando que Marina começa a cair e que a morte do Campos e o "escândalo" da Petrobras não surtiu o efeito destruidor que esperavam na candidatura da Dilma, os meios de comunicação e a candidata de oposição começam uma nova fase para tentar forçar um segundo turno.
Vimos a Marina constrita, devastada, pela perda do "grande líder" brasileiro que iria mudar a história política do nosso povo.
Depois surgiu a Marina "ungida" pelo dedo de Deus à condição de candidata, posto que foi a escolhida para não embarcar no jato a ser derrubado para que pudesse se oferecer ao povo brasileiro como a salvadora do perigo ateu e comunista.
E nos ofereceram a Marina da nova política, a mulher sofrida, guerreira, renascida das doenças, anticorrupção, antipartidos, que não se vendeu para os petralhas e do ninho de mensaleiros saiu pura e virgem.
Mas toda virgindade será castigada! E rapidamente a castidade política da Marina surge como um "mictório público", no qual transborda jato sem dono, milhões não declarados, mesada de banco, ligações espúrias com a agroindústria, submissão aos interesses de pastores racistas e homofóbicos, e alianças com coronéis da política.
E seu programa de governo parece mais um caderno de criança de pré-primário, riscado e rabiscado de tanto escrever, rasurar, apagar e deixar o dito pelo não dito.
E Marina, a ungida, não suporta que a tratem como uma candidata a cargo público. Como é que o eleitorado ousa criticar suas propostas? Ou acusá-la de ser vinculada ao mercado financeiro por ter uma educadora e dona de banco como principal assessora? Ou de mudar seu programa apenas para aplacar a ira do Malafaia, se foi apenas um problema de impressão?
Não, Marina não pode ser tratada como uma candidata qualquer, ou se esqueceram que ela foi a escolhida para ser presidente?
E os meios de comunicação, a poderosa indústria de oposição política em operação no País, começou a fase Marina a vítima, a mulher sofrida e frágil sendo brutalmente atacada pelos que se beneficiaram de sua dedicação, saúde e agora a tratam como lixo.
E Marina assume esse novo personagem sem nenhuma vergonha. E a capa da Veja é exemplar dessa nova personagem da Marina. E aí temos a obrigação de denunciar essa farsa.
Marina jogou no lixo sua história de luta ao lado dos povos da floresta e do PT, quando se uniu aos que querem destruir o projeto do governo democrático e popular, que é a continuidade da luta do Chico Mendes, e da brava gente do Acre que está com a Dilma.
Se no passado Marina estava ao lado dos companheiros que enfrentavam jagunços, como afirma, infelizmente hoje alguns jagunços estão ao seu lado, como os parentes dos que mataram Chico Mendes.
E com quem está a filha do Chico Mendes? Com o PT e a Dilma.
E se Marina reivindica seu passado, se fosse algo sério e não uma parte de um plano para derrotar a Dilma, e se ainda tivesse um resquício apenas da combatividade e do compromisso com as lutas históricas dos explorados e oprimidos, como dos que lutaram nos empates nos seringais, Marina teria vergonha do que representa hoje, um instrumento para os setores mais reacionários e obscurantistas do nosso País, que aceita qualquer um no governo, desde que não seja Dilma.
Para quem discorda, temos à esquerda da Dilma o PSOL, o PSTU, o PCB, e quanto de espaço os meios de comunicação oferecem a eles para apresentarem suas propostas para o País? As suas divergências com Dilma, Marina e Aécio?
E se os ataques à Marina ofendem tanto a Veja, a Globo e a Folha, o que dizer do ataque que saem de suas matérias desde sempre contra o Lula, a Dilma e o PT?
Marina pode ser candidata ao cargo que quiser, e eu, como todo brasileiro, tenho o direito de criticar seu programa, suas declarações e o que dizem seus assessores e apoiadores. É o mínimo que qualquer eleitor deve fazer em relação aos que reivindicam seu voto e que pretendem interferir na sua vida caso eleito. Ou então a democracia representativa deve passar a se chamar ditadura.


* o título original do artigo, que é do walter takemoto, educador é : marina silva: parem de querer me destruir, na carta capital.
in tempo: aviso aos navegantes: não sou eleitor de marina(of course) tampouco de dilma, como poderia parecer, e muito menos petista.

sexta-feira, setembro 12, 2014

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XXII

não há ironia na constatação. todos que se dizem defensores da família - a família é um projeto de deus(sic!) - não passam de grandessíssimos "filhos da mãe".

quinta-feira, setembro 11, 2014

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XXI

marina, dilma, aecio, verdes, pecebistas, psolistas, pastores e outrens estão, em matéria de mesmismo e pulhices, empatados técnicamente .

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XX

a virtude é uma qualidade inversamente proporcional ao sucesso na política(e, of course, em outras atividades) salvo a virtude, se é que há, em desvirtuar as coisas a seu favor.

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XVIX

em virtude(na verdade na falta de virtudes) e do alto nível baixo do pais, creio que não temos um candidato a altura à presidência, apesar do esforço de todos eles de quererem nos levar a crer em seus propósitos de nos tirar da lama, quando o querem é tirar o pé da lama ao custo de nos chafurdar ainda mais.

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XVIII

descasca-se o tiririca, mas a maioria dos candidatos é muito mais risível e sem graça - e por isso mesmo imensamente perniciosa - do que ele

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XVII

erasmo quis processar tiririca por paródia. é ; erasmo tornou-se paródia(péssima)dele mesmo. a convivência com o roberto deu nisso.

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XVI

tiririca é uma das principais plantas daninhas diz site da embrapa. se vissem as outras plantas do "guia" mudariam rapidinho a classificação.

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XV

tem gente que vota em candidato favorito, só pra dizer que seu candidato venceu - e se considerar assim uma espécie de "fodão do bairro do peixoto" -.
eu prefiro perder a votar assim. é uma questão de consciência e classe ou se preferirem de consciência de classe.

segunda-feira, setembro 08, 2014

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XIV

considero marina equívoco memorável. entre outras contradições a fé religiosa q se sobreppôe a fé política embora queira parecer o contrário

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XIII

se marina eleita fizer dízimo do salário, motivo de impeachment? afinal, nossa república é laica e isso seria utilização indébita ou não ?

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não XII

mas vá lá que marina seja eleita, no dicionário da política nova vai ser presidente ou presidenta ?

sexta-feira, setembro 05, 2014

terça-feira, setembro 02, 2014

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não VIII

mais um adere a pedofilia eleitoral. desta vez eduardo da fonte: o homem que dá choques na celpe mas foge do fonoaudiólogo, como quem foge do dentista, esbanja cara de pai babado enquanto filho faz "gato" de cabo eleitoral. ao que parece políticos - que já faziam isto na surdina(ou à boca chiusa, pra ficar mais "chique") - estão fazendo releitura do "brasil cem por cento família", ainda mais ad absurdun, na ânsia do poder e do parecer íntimo e criativo. então podam-se as criancinhas, da ou de família ou não, expostas no guia, em situações constrangedoras, a tal ponto que deixam a postura do tiririca no guia elevar-se a imagem do dalai lama. a bem da verdade, diga-se de passagem, que quem inaugurou o "família a cem por cento" nesta temporada canhestra foi a renata, não a do latino, se não me faço óbvio. a catilinária nunca esteve tão infame.

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não VII

em pernambuco o coronelismo não morreu. eduardo, vivo ou morto, é a conserva disto

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse, tuitadas ou não VI

notícias da web falam do desaparecimento "inexplicável" e crescente das abelhas ao redor do mundo. phs e hapvida devem ter culpa no cartório. politicamente, uso da abelha como analogia de contigente partidário é igual a mel de supermercado; e usar abelhas, parodiando a beyoncé, é demais até para a "rainha" da colmeia publicitária. quem não tenha cabeça de camarão. que engula esta para não ser chamado de zangão.

segunda-feira, setembro 01, 2014

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse V

túnel do tempo da web é cruel.indo e vindo dos anos 70, me desencanto cada vez mais:como pudemos regredir tanto, em tudo? política,sexo,cultura, idem jornalismo, publicidade e até no rock ´n´ roll. talvez porque na época bosta era bosta e não cult.

sábado, agosto 30, 2014

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse IV

não voto em candidato que abraça e beija crianças babadas, tampouco os que as colocam no guia como peça criativa.até PV vez, "qué" isso vovô?

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse III

guia eleitoral e a velha pedofilia de sempre.crianças, até bebês, colocados em situações de assédio e risco como muleta no angario de votos - cleiton cólicas e teresinha nunes,sem falar do desafino patriota da renê, baixam ainda mais o nível disto, donde se conclui que nível do seu eleitorado equivale ao conteúdo das fraldas(ou seriam fraudes?)

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse II

utilização de eduardo campos post mortem é de fazer inveja a urubus de funerárias.nem eles, tão ávidos por dividendos, se atreveriam a tanto.

da série rápidas e rasteiras ou curta e se não engrosse I

aviso aos navegantes: não faço negócio, nem voto, com evangélicos, nem para ir para o céu.

quinta-feira, agosto 07, 2014

“considere esse o melhor curso de publicidade que você fará na vida”



pra nunca mais ninguém dizer que só sou do contra. digo que não discordo. concordo, e assino embaixo que concordo. até porque não é faculdade (argh!) é curso técnico, do tipo madureza ou se preferir por correspondência, o que é muito diferente da picaretagem não presencial.

por estas e outras- ideias abandonadas - é que a publicidade nunca mais foi a mesma. principalmente depois dos cursos universiotários. não mataram o bill, nem conseguiram suplantar a essência do seu pensamento como pensavam os adeptos do tecnhique-modern-boring que está ai, e que deve piorar, com a ascensão de programadores às direções criativas sem falar do falso beletrismo do storytelling que produz histórias que nem as "antigas" revistinhas da ediouro publicariam(quer aprender a contar história leia pelo menos estas ou "mais moderno", a coleção  LP&M pocket)

a recompensa pela boa propaganda continua sendo propalada. mas é paga por ela morta. viva não interessa mais a ninguém. e por falar nisso: how much longer will you focus on the stupid thought in the profession?

clique no link e aproveite - ou não - o curso completo. e cuidado com a porrada. pois não há air-bags.

http://www.buzzfeed.com/copyranter/all-the-great-1960s-volkswagen-ads

domingo, agosto 03, 2014

tomate não é fruta de caroço(no bom preço é)

quem economiza realiza, se desdobra em comerciais da dm9ddb o bom preço,aquele que raramente faz jus ao nome, leia-se walmart : aquela marca que não abre mão dos "princípios", meios e fins, do tio sam - com uma cantiga que prega novo posicionamento - só mesmo na cabeça dos homens de marketing para assegurar assento, ainda mais com a desculpa do posicionamento global(aquilo que se faz de cócoras também é sinônimo).

não tá tudo muito bem, não tá tudo muito bom. num dos filmes lá há uma moçoila que diz ganhar uma merreca, pagar o absurdo do aluguel que é mais de 1/3 do que ganha, que não é acima do mínimo, afirmando que só mesmo no bom preço as coisas rolam  - nesta alquimia a dita cuja ainda manda dinheiro para a mãe e faz uma poupancinha(aprendam publicitários que dizem ganhar mal). portanto, não vou fazer ilações de como as contas não batem e o que rola portanto na baixaria. porém com o tomate acima dos sete reais, por exemplo, ai eu posso lançar a semente do não transgênico consumidor da classe b, e c, que não se pergunta: onde fica a realização e a economia com tomate a preço de caqui? (na verdade caqui anda com complexo de inferioridade, desejando "ser tomate".

então, só se for no seu cu, mau preço. porque no meu a este preço nem tomate nem pepino,e já agora, nem caqui. realizou? porque vou economizar no desenho.

quinta-feira, julho 24, 2014

assim como elas estamos de volta ou, já mandando recado para geração storyteller, com elas não há copy paste ou seja:chega de enganação

a caixa preta dos melhores textos de sempre ?
Em meio às revelações de espionagem da NSA, é crescente o número de empresas da Alemanha que estao optando pelo retorno às velhas tecnologias ao invés de ficarem o tempo todo conectadas à web. Essa tendência está se refletindo nas vendas de máquinas de escrever. Fabricantes alemãs como Bandermann e Olympia já comemoram os resultados. Em 2013, a Triumph Adler, que faz parte da Bandermann, passou a promover seus produtos como “à prova de bugs, à prova de NSA”. Ao longo do ano passado, as vendas da Bandermann cresceram 1/3 em comparaçao ao ano anterior. Enquanto isso, um porta-voz da Olympia diz que a empresa espera, em 2014, bater o recorde de vendas dos últimos 20 anos – “Nós certamente passaremos das 10 mil unidades”. No início do mês, políticos alemães afirmaram estar considerando a utilização de máquinas de escrever para a confecção de documentos confidenciais, numa tentativa de proteger os segredos nacionais da espionagem norte-americana.
(a boa e velha máquina de escrever está de volta - vendas crescem na alemanha. blue bus, hoje, débora schach


quinta-feira, julho 10, 2014

a copa de uma nação sem vergonha e não só de jogadores e publicitários sem-vergonhas


NÃO FOI ACIDENTE, DONA LÚCIA*

capaextraRIO (mirem-se na Alemanha) – No dia da final da Copa das Confederações, há pouco mais de um ano, Carlos Alberto Parreira fez um discurso motivacional antes do jogo e usou uma frase de efeito para os jogadores que dali a instantes enfrentariam a Espanha. “Existe uma hierarquia no futebol, e eles foram campeões do mundo sem enfrentar a seleção brasileira!”, bradou para a turma do #ÉTóisss.
Ui, quanta valentia.
E aí a seleção foi para cima da Espanha, um time já envelhecido e que tinha gasto muitas de suas horas em solos brasileiros tomando caipirinha e comendo putas durante um torneio que não valia nada — exceto talvez ajudar os branquelos e branquelas de camiseta de 200 paus da Nike, unhas muito bem pintadas e cabelos loiros, a não se atrapalharem na hora do sonho intenso e raio vívido, muitas vezes trocados pelo amor eterno seja símbolo, naquela zona de hino que fala de coisas incompreensíveis como impávido colosso, florão (flor grande?) da América, terra garrida, clava forte, verde-louro (é aquele da Ana Maria Braga?) e lábaro que ostentas.
O time ganhou, os branquelos aprenderam a cantar o hino, aparentemente, os jogadores passaram a ensaiar os mesmos versos para cantá-los com os dentes cerrados, e vamos para a Copa do Mundo. Antes, vamos quebrar também umas vitrines, culpar a Dilma, criar umas hashtags, #VemPraRua, #NãoVaiTerCopa, reclamar das filas nos aeroportos, bater umas selfies e escrever #ImaginaNaCopa no Facebook quando atrasar um voo da TAM para Orlando.
Acelera o filme e chegamos ao final de maio, maio agora, um mês e meio atrás. Dia de apresentação da seleção em Teresópolis, entrevistas coletivas, olha só como tudo ficou bonito, olha só a estrutura, os quartos, as bicicletas ergométricas, os campos de futebol, a sala de imprensa, as banheiras de hidromassagem, as TVs de LCD, o WiFi funcionando. Felipão: “Nós vamos ganhar a Copa”. Parreira: “Chegou o campeão. Estamos com uma mão na taça. A CBF é o Brasil que deu certo”.
Acelera um pouco mais o filme, chegamos ao dia 8 de julho, vulgo ontem, Mineirão. Como tinham feito nas cinco partidas anteriores, os jogadores entram em campo um com a mão no ombro do outro, feito minha classe na Escola Municipal Dona Chiquinha Rodrigues, em 1971, no Campo Belo, quando eu estava no primeiro ano primário. Cantávamos o hino todos os dias, mas nunca precisei colocar a mão no ombro de ninguém porque era sempre o primeiro da fila, por ordem de tamanho.
Tal rotina cumprida por todo um período escolar me permite não embaralhar versos até hoje, garanto que nunca enfiei a paz no futuro e a glória no passado depois do formoso céu, risonho e límpido, mas ao mesmo tempo me privou de decorar de maneira adequada o hino da independência, porque esse a gente zoava mesmo, eram os cinco filhos do japonês, cada um deles contemplado com uma desgraça diferente, um era vagabundo, outro era punheteiro, e o coitado do quinto tinha nascido sem pinto. Como esse a gente cantava só uma vez por ano, não tinha problema algum abrir mão daquelas baboseiras de garbo juvenil, grilhões da brava gente brasileira, e perfídia astuto ardil é a puta que pariu. Na mesma vida ter de decorar lábaro que ostentas estrelado e ímpias falanges é um pouco demais, não força a amizade.
Pois que os meninos da CBF, o Brasil que deu certo, adentraram o gramado em formação de grupo escolar, perfilaram-se, urraram o hino nacional segurando uma camisa do Neymar Jr. como se fosse a farda de um soldado abatido em Omaha Beach, enquanto o próprio assistia ao jogo em sua casa no Jardim Acapulco pingando fotos no Instagram, #ÉTóiss.
Parêntese. No dia anterior, três dos meninos da CBF também colocaram fotos no Instagram com a hashtag #jogapraele, respondidas, as fotos, com a hashtag #jogapramim pelo soldado abatido na guerra, Neymar Jr. Todos eles, Neymar Jr., Marcelo, Willian e David Luiz, receberam quantia não divulgada da Sadia, patrocinadora da seleção, para a, como se diz hoje, ação. Foram alguns milhões de curtir & compartilhar que deixaram os marqueteiros da empresa muito satisfeitos e ansiosos para saber quantos frangos seriam vendidos no dia seguinte, enquanto os rapazes rangiam seus dentes gritando pátria amada, Brasil.
Então começou o jogo e foi aquela coisa linda.
Então acabou o jogo e estavam todos atônitos, pasmos, chocados, passados, desacorçoados, e os câmeras da FIFA se divertiram fazendo closes de garotinhos com fulecos na cabeça derramando lágrimas no peito de papai com um TAG-Heuer no pulso. Oh, coitados. E os óculos Prada embaçados com as lentes melecadas de rímel? Pobres almas.
Acelera a fita e chegamos à coletiva de hoje, sete figuras em Teresópolis numa mesa, uns dois ou três eu não tenho a menor ideia de quem fossem, ou sejam, porque continuam sendo alguém. Reconheci Parreira, Felipão, Murtosa, o médico, acho que o preparador físico. Tinha um de agasalho, quase um boneco de cera, no centro da mesa tal qual um Jesus Cristo na última ceia, que entrou mudo e saiu calado, e portanto não devia ter grande importância.
E o que se viu foi uma demonstração de arrogância, soberba, prepotência, falta de humildade, um festival de sandices, um arroto coletivo coroado com a carta da dona Lúcia.
Dona Lúcia é a grande personagem desta Copa do Mundo, e surgiu, infelizmente, aos 44 do segundo tempo. Teria sido muito divertido saber o que ela pensava desde o dia 12 de junho, na abertura em Itaquera. Foi sua carta, na verdade um e-mail, afinal estamos em 2014 e nem dona Lúcia escreve mais a mão, fecha um envelope, lambe um selo e vai ao correio, que absolveu toda a CBF, todos os membros da comissão técnica, todos os jogadores, todos os nossos pecados. Foi a carta de dona Lúcia que permitiu a Parreira, a quem encarregaram de dar à luz a missiva, concluir que está tudo perfeito, que ele é perfeito, Felipão também, os demais da mesa, o futebol brasileiro, a CBF. Afinal, como ele disse há um ano, há uma hierarquia no futebol. E estamos no topo dessa cadeia. É nóis, mano. #ÉTóiss.
Bem, vamos a alguns fatos. Foi o pior resultado de uma seleção brasileira desde o dia em que o Homem de Neandertal deu um bico na cabeça do cara da tribo vizinha, arrancando-a e fazendo a dita cuja voar entre duas árvores. Um 7 x 1 numa semifinal de Copa gerou folhas e folhas de estatísticas, todas elas iniciadas com “nunca”. Nunca isso, nunca aquilo.
Não me senti envergonhado de nada nem durante, nem depois do jogo. Quero que a seleção se foda, não dependo dela para viver, torço para a Portuguesa, e para mim, depois de 1982, tanto faz se a CBF tem um escudo com quatro, cinco ou dez estrelas. Para mim, a equação é simples: quem se dá bem quando a seleção ganha? A CBF e os caras que tomam conta dela, mais um pessoal no entorno, mídia incluída, que se apropria das vitórias e se refere ao time na primeira pessoa do plural. Acho todos desprezíveis, então não me importo se ganha, perde, empata, se goleia, se é goleada. Olho tudo, assim, com o distanciamento e isenção necessários e torcendo apenas por uma coisa: que um dia tudo mude.
Mude, porque gosto de futebol. Porque olho para a Alemanha e fico feliz da vida de ver que um projeto feito há não muito tempo dá tão certo e é baseado apenas em honestidade de princípios, trabalho, dedicação, metas, filosofia.
Filosofia. Essa é a palavra. Em 2000, a Alemanha fez uma Eurocopa de merda e não passou da primeira fase. Fritz, Hans, Müller, Klaus e Manfred se reuniram e decidiram salvar o futebol do país. Para isso, era preciso mudar tudo. Clubes, ligas, divisões de base, campeonatos, estádios, distribuição de dinheiro, formação de técnicos, médicos, preparadores físicos, finanças, tudo. O resultado, óbvio e inevitável, seria uma seleção forte, mais dia, menos dia.
Os resultados estão aí e não vou me alongar neles. São quatro semifinais seguidas de Copas, a Bundesliga tem uma média de público assombrosa, os clubes são saudáveis, vivem decidindo os campeonatos europeus, é um sucesso. A coisa é tão bem feita e bem pensada, que os clubes são obrigados até a estabelecer uma filosofia de jogo e aplicá-la em todas as suas divisões. A distribuição de grana não é a obscenidade determinada pela TV Globo aqui, por exemplo. Atende a critérios técnicos, não a planilhas do Ibope. Em resumo, em 14 anos, o que é quase nada, os caras reconstruíram seu futebol. E o futebol na Alemanha, com o perdão da expressão, mas não encontro outra melhor, é do grande caralho.
Enquanto isso, por aqui, ele é infestado por figuras sombrias e deprimentes, gente ligada ao regime militar, múmias carcomidas, antiquadas, obsoletas, conservadoras (o treinador é admirador confesso de Pinochet), adeptas de rituais de guerra, de conceitos bélicos, de atitudes marciais, gente que não sorri, que dá asco, que, definitivamente, não tem nada a ver com o futebol que o Brasil um dia mostrou ao mundo e fez com que o mundo se encantasse por ele. E até hoje isso acontece. Esse encanto, que é claramente uma herança do passado, segue tão vivo que a Alemanha, hoje, pediu desculpas ao Brasil.
Não precisava. Essa gente não merece tamanha consideração. A seleção brasileira não representa nada, a não ser os interesses (pessoais, muitas vezes; não estou falando só de dinheiro) de meia-dúzia que há décadas se locupleta com ela. Como explicar a escolha do técnico, por exemplo? Felipão, nos últimos dez anos, perdeu uma Euro com Portugal para a Grécia em casa, foi demitido do Chelsea, mandado embora de um time uzbeque e rebaixou o Palmeiras para a Série B. Prêmio: virou técnico da seleção brasileira na Copa do Mundo disputada no Brasil.
Hoje, na tal coletiva, brandiu folhas de papel com seu retrospecto e carga horária de treinos para provar que fez tudo direitinho. Parreira, figura hedionda e sorumbática, interrompia o abatido treinador a cada resposta para rebater toda e qualquer crítica e reforçar sua autoproclamada competência, seu currículo inatacável, seu passado vitorioso de líder de polichinelo, flexão de braço, distribuição de coletes e posicionamento de cones.
O futebol brasileiro recebeu alguns recados nos últimos anos. Quando o Santos tomou duas goleadas do Barcelona, por exemplo. Ou quando o Inter foi eliminado do Mundial de Clubes por um time africano. E, depois, o Atlético Mineiro — por uma equipe marroquina. As finais da Libertadores serão retomadas agora, depois da Copa. Sabe quantos clubes brasileiros estão entre os semifinalistas? Nenhum. A média de público da Série A é não menos que ridícula. O campeonato do ano passado acabou num tribunal fajuto porque a CBF não consegue publicar uma suspensão de jogador num site. O clube que reclamou dessa iniquidade foi chantageado e ameaçado de desfiliação e acabou rebaixado, sem ter direito sequer de buscar seus direitos.
Esse futebol, ontem, levou sete gols da Alemanha. Quatro deles em seis minutos. E a turma responsável por esse vexame hilariante, hoje, não desceu do salto. Não assumiu nenhum erro. Não admitiu nenhuma falha. Não reconheceu suas deficiências. Tratou o resultado como um acidente.
Foi quando surgiu a carta de dona Lúcia. Que termina sua peroração dizendo que não entende nada de futebol. Talvez por isso os sete da mesa, mais os que nela não estavam, tenham tentado convencer dona Lúcia de que foi um acidente.
Mas não foi não, dona Lúcia.
* Ilustro este post, que nem queria escrever, porque não escrevi nada desta Copa, infelizmente (foi uma Copa riquíssima e excepcional), com a melhor das capas de jornal que vi hoje. É do “Extra”, aqui do Rio, que enterra de uma vez por todas o Maracanazo. O que aconteceu em 1950 foi uma tragédia. O que aconteceu ontem, uma vergonha. São coisas bem diferentes.
*no blog do flávio gomes http://flaviogomes.warmup.com.br/

segunda-feira, junho 23, 2014

não foi só o marcelo que fez gol contra



Todas as quartas-feiras a defensora pública Daniele Monteiro atende famílias impactadas por obras da Copa do Mundo no Recife. No Fórum de Camaragibe, cidade da Região Metropolitana da capital pernambucana, as famílias buscam resolver pendências de seus processos de desapropriação. Eles moravam na comunidade Loteamento de São Francisco até o final de 2013, quando suas casas foram demolidas pelo governo. No entanto, muitos ainda não receberam nenhum centavo das indenizações devido a entraves burocráticos. Hoje, a maioria vive de aluguel e teve sua vida desestruturada.
A defensora pública estima ser responsável por pelo menos 20 casos desse tipo em Loteamento de São Francisco. A comunidade teve 200 de suas famílias removidas para obras de mobilidade: a ampliação do Terminal Integrado de Camaragibe e a construção do Ramal da Copa, via rodoviária de acesso à Arena Pernambuco. A ampliação do terminal não foi iniciada e o ramal está funcionando de forma improvisada durante o torneio.
As 200 famílias removidas em Loteamento de São Francisco integram as cerca de 2 mil desapropriadas pela Copa em Recife, segundo levantamento do Comitê Popular da Copa local.

(copa sem casa, coletivo Nigéria)

segunda-feira, junho 16, 2014

não há potes de ouro no arco-íris da publicidade simplesmente porque tal paleta de cores para os gêneros não existe


"A publicidade e os estereótipos ainda prevalecem 
na divisão de brinquedos para meninas e meninos"

Aos 5 anos de idade, a filha da artista sul-coreana JeongMee Yoon vivia literalmente em um mundo cor-de-rosa. A pequena tinha verdadeira obsessão pela tonalidade, a ponto de só se vestir com roupas rosadas e brincar exclusivamente com objetos e brinquedos dessa cor. Logo a artista descobriu que o caso de sua filha não era incomum. Seja na Coreia, seja nos Estados Unidos ou no Brasil, grande parte das meninas brinca e se veste com a cor. “Talvez seja a influência de propagandas dirigidas para meninas e seus pais, como a universalmente popular boneca Barbie e a Hello Kitty”, especula JeongMee em seu site pessoal. “Meninas são subconscientemente treinadas para usar cor-de-rosa para se sentirem femininas.” Em 2005, a experiência pessoal deu origem ao The Pink and Blue Project (Projeto Rosa e Azul), série de fotografias de meninos e meninas rodeados de respectivos brinquedos, roupas e objetos cor-de-rosa e azuis que busca entender como o consumo atrelado ao gênero influencia a vida das crianças. 
Recentemente, a empresa norte-americana GoldieBlox jogou novas luzes sobre o assunto ao veicular o que as redes sociais chamaram de o “primeiro comercial feminista” no intervalo do campeonato de futebol americano, o Superbowl, considerado um dos eventos televisivos de maior audiência nos Estados Unidos. No anúncio publicitário de 30 segundos, uma multidão de meninas recolhe bonecas, casinhas, tiaras, castelos cor-de-rosa e princesas e, literalmente, manda a pilha para o espaço, embalada pela música que dizia More than pink, we want to think (Mais do que rosa, nós queremos pensar, na tradução). A empresa passou a vender brinquedos como kits de construção e de engenharia direcionados especialmente para meninas, após sua fundadora, a engenheira Debbie Sterling, de 30 anos, visitar uma loja de brinquedos e perceber que pouco havia mudado desde a sua infância – a maioria dos brinquedos disponíveis era cor-de-rosa e muito atrelada aos papéis tradicionais de gênero. “Nós somos ensinadas desde pequenas a querer virar princesas”, explicou Debbie durante uma palestra para a Technology, Entertainment, Design (TED), conhecida popularmente como TED Talk. “Mas isso não quer dizer que as coisas não possam mudar.” 
Companheiros dos pequenos há muito tempo, os brinquedos se tornaram uma mercadoria fortemente impactada pelo marketing de meados do século XX para cá. “Dentro dessa lógica de mercado, os brinquedos tendem a reproduzir uma divisão de características e formas de trabalho ligada a uma visão muito conservadora e rígida”, explica Marilia Pinto de Carvalho, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Ou seja, de forma geral, os brinquedos tendem a replicar estereótipos ligados à maternidade e o cuidado para as meninas e esportes ou construção para os meninos. 
Além de essa diferenciação começar muito cedo e da forte influência da publicidade, as crianças também acabam sendo restringidas na hora de escolher seus brinquedos e brincadeiras pela própria família e pela escola. “A tendência é que as famílias e as escolas sejam muito repressivas. Há uma restrição muito grande de potenciais que a criança poderia ter com relação às brincadeiras. Isso pode determinar até as possibilidades futuras de profissões”, analisa Marilia. Ao mesmo tempo, acrescenta ela, estão em andamento movimentos de ruptura. Seja por parte das crianças, que enfrentam os modelos e as famílias e brincam com o que mais gostam, seja por parte de algumas escolas.  
É o caso da escola pública municipal de São Paulo onde trabalhava a pedagoga Edna de Oliveira Telles. Intrigada com os relatos carregados de visões tradicionais e binárias de gênero colhidos entre os alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, Edna elaborou, em conjunto com os demais professores da escola em que era coordenadora pedagógica, um plano de intervenção por meio de brinquedos e brincadeiras. A ideia era simples: duas vezes por semana, os grupos de crianças entre 6 e 10 anos teriam acesso a grandes caixas de brinquedos – uma delas recheada de bonecas e a outra de brinquedos considerados masculinos. A ideia era que todos os alunos e alunas, independentemente do gênero, brincassem com todos os brinquedos disponíveis. Inicialmente, diante da caixa de bonecas, a maioria dos meninos se recusou a brincar. Com o tempo e com as intervenções da equipe pedagógica, eles foram entrando na brincadeira. 
A experiência, ocorrida em 2011 e 2012, foi um sucesso. “Nós tivemos essa experiência prática que mostrou que é possível, mas, para a mudança ser efetiva, não podemos trabalhar só com as crianças. As famílias precisam ser envolvidas no diálogo”, conta Edna, cuja dissertação de mestrado também trabalha com a questão de gênero e a educação. A conversa é importante para evitar, por exemplo, reações contrárias. “A partir do momento que a escola oferece essas brincadeiras mais livres, ela precisa estar preparada para lidar com as famílias. O diálogo é a chave da transformação”, analisa Laís Fontenelle, psicóloga do Instituto Alana. 
Para Edna, coordenadora pedagógica da rede municipal e doutoranda em educação pela USP, além das crianças e das famílias, o corpo docente também precisa discutir e ser sensibilizado para trabalhar a questão de gênero. “Desconstruir estereótipos por meio dos brinquedos é apenas uma das possibilidades que podemos trazer para a escola”, conta. Diversificar os modelos apresentados, conversar sobre as várias opções de engajamento profissional e falar sobre a vida e a obra de mulheres importantes na política e na história são outros exemplos de ações positivas.

(um mundo limitado por cores, da tory oliveira, na carta fundamental)

sábado, junho 07, 2014

muito relativo ou a equação que os "românticos"* resolveram por um tempo



soa estranho para quem viveu um tempo em que a boa propaganda, leia-se boas ideias - e não só: tinham de também ser ousadas - feita por artífices era decisiva para se fazer bons negócios. e, talvez, também para quem tem uma ideia minimamente crítica sobre o  bastante discutível do que seja hoje um referencial criativo de qualidade e eficácia.

portanto quanto mais bons negócios, menos boa propaganda.
quanto mais boa propaganda, fracassos a porta.

simples assim? não. é relativo, dizem muitos. mas a tal da equação da relatividade especial, não só é considerada uma das mais belas como uma das mais difíceis do mundo.

talvez estejamos a exigir demais dos publicitários e de menos dos matemáticos. ou seria o contrário ?

* uma das formas mais sub-reptícias de subvalorizar o trabalho feito por líderes e ícones da propaganda é chamá-los de românticos. romântico é o caralho! ante a impossibilidade - ou a preguiça, ou falta de caráter - de fazer melhor, simplesmente há a referência aos tempos que eram outros adjetivando-os cavilosamente de românticos. como se nestes tempos de ainda maiores dificuldades - de uma profissão em afirmação(hoje é deterioração mesmo) com todas as implicações e imbricancias de um momento histórico onde, inclusive, economicamente não era nem um pouco economicamente favorável por períodos diversos e muitas vezes longos. 

quinta-feira, junho 05, 2014

quando por trás delas haviam olivettos pensando como o olivetto das olivetti - e não como o(s) de agora









acredite, esta máquina de mecânica rudimentar,  e que hoje nem adelos querem, já fez mais pela pela qualidade da comunicação - propaganda, jornalismo, relações publicas e os escambau - do que todos os i-books e i- macs e i-phones em ação. 

a razão ? óbvia. causa épocas se dispunham a pensar pra valer com foco no que realmente podia ser feito de forma diferente muito mais do que os absolutamente focados em rotular o fazimento da diferença que não há no que fazem sem pensar ou no que não fazem, o que dá no mesmo.

segunda-feira, junho 02, 2014

suspeito também da folha, e de quem usa reticências em títulos

(Nuno Ramos: Suspeito que estamos..., Folha de S. Paulo)

Há tempos venho tentando responder ao convite para escrever nesta página três. O jornal me propôs vários temas, mas nunca me senti preparado para dar conta de nenhum. Então resolvi escrever sobre o que não sei, mas suspeito.
Suspeito que o tema primordial e decisivo da sociedade brasileira sempre tenha sido, e seja ainda, a violência. A vida no Brasil nunca valeu muito. Hoje vale ainda menos. Giramos em torno disso como um animal preso ao poste. Suspeito que o sentimento de agoridade que nos caracteriza faça fronteira com essa violência. Suspeito que precisaríamos, como contraponto, de maior lentidão e inércia.
Perto da violência, suspeito que tudo saia do lugar. Noções como alto e baixo, direito e esquerdo, bem e mal, certo e errado se confundem. Por estar em toda parte, suspeito que esse tema aproxime-se, entre nós, do impensável, e que traga em seu DNA, como esses vírus de mutações constantes e velozes, alguma coisa metamórfica que sempre se transfigura e escapa.
Suspeito no entanto que haja um vínculo estreito entre violência e burrice urbana. Além de morar em São Paulo, andei recentemente por Salvador, São Luís, Manaus, Natal –suspeito que sejam, todas elas, cidades apodrecendo sob o sol. Quarteirões tombados tombando, de um lado; prédios totalmente desconectados da cidade (além de feios), sem cota nem propósito urbano, de outro. Suspeito que entre o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e a especulação imobiliária uma curiosa aliança esteja aos poucos se fazendo –ruínas orgulhosas copulando com despautérios azulejados de 30 andares.
Suspeito que cada detalhe desses grandes centros urbanos esteja em situação igualmente trágica. Suspeito, por exemplo, que quase todas as praias em cidades desse porte tenham ficado estreitas, comprimidas contra um muro de arrimo. Como não podemos mais transportar o paredão dos egoístas (a expressão é de Le Corbusier) cem ou 200 metros no sentido da montanha, suspeito que será preciso aterrar o mar para termos novamente praias em escala decente. Suspeito que muitas vezes as piadas que fazemos com os portugueses se apliquem a nós.
Suspeito que a indústria cultural brasileira seja também ela violenta. Assisti a Luciano Huck "modernizando" a ximbica de um espectador. Vi esse espectador chorar, depois mover os braços como se quisesse abraçar os joelhos do apresentador. Suspeito que isso seja cruel. Suspeito que isso seja cretino.
Suspeito que o tropicalismo tenha naturalizado nossa indústria cultural até um ponto sem retorno, e que o ciclo de conquistas democráticas provenientes dessa operação tenha já se encerrado há décadas. Suspeito que perceber o tiquinho de crueldade que haveria em atirar bacalhau nas pessoas não faça mal nenhum ao país; surpreender um ríspido sargento no modo como Ivete Sangalo dança e canta também não. Suspeito que acessar algo de ridículo no "Jornal Nacional" –a falsa intimidade da dupla, seu balé de rostos virando para a câmera, a ruga na sobrancelha de William Bonner, como um aluno estudioso se preparando para começar uma prova, a gostosíssima Patrícia Poeta descrevendo, e ainda mais com esse nome, a chegada de um tsunami ou terremoto de nove graus na escala Richter– seja uma conquista nacional relevante. Suspeito, no entanto, que nessa área caminhemos para uma verdadeira hagiografia, unilateral e coletiva (daí o esforço, essencialmente religioso, de controlar biografias).
Suspeito que a falência do caríssimo estado brasileiro esteja maquiada por uma espécie de chantagem inconsciente –com uma distribuição de renda como a nossa, sem ele seria ainda pior. Suspeito que esse raciocínio seja imobilista e refém de si mesmo, e que tenhamos perdido completamente qualquer medida de eficiência que permita cobrar o Estado como um prestador de serviços (com a morte galopante da Política, suspeito que seja nisso que ele venha se transformando).
Suspeito que a enorme migração do imaginário político para o econômico nos países desenvolvidos tenha ocorrido após uma razoável distribuição de renda via imposto e conquistas sindicais. A tirania da vida econômica sobre a política, entre nós, se deu num quadro social ainda trágico, que solicitaria muito da política. Suspeito que nossa falta de agudeza e imaginação políticas sejam, por isso, eticamente imperdoáveis. Suspeito que imaginação política no Brasil seria a capacidade de transformar o aumento de renda, a partir do Deus-PIB, em aumento de direitos, a partir do Deus-cidadania.
Tenho 54 anos e suspeito que os únicos projetos nacionais com Pê razoavelmente grande que acompanhei sejam o Plano Real e o Bolsa Família. Suspeito que não estejam tão distantes do imaginário desenvolvimentista, árido e autoritário, dos anos 70 e que afinal isso seja pouco para toda uma geração –e se suspeito que estou sendo injusto com um grupo enorme de pequenos projetos que poderia chamar de redemocratização, que me permitem inclusive escrever isto aqui num grande jornal, suspeito também que isso não passe de obrigação cívica.
Por sinal, suspeito que tenhamos perdido completamente a medida dessa obrigação, e que toda a cultura brasileira venha enfrentando fortes problemas de escala. O que é o máximo? O que é o mínimo? De onde o horror não passa? Dessa vez chega? Qual o limite? Mesmo em casos extremos (conectar um pescoço humano a um poste com uma trava de bicicleta, por exemplo), suspeito que nossa medida continue vaga, elástica.
Suspeito que o termo dívida interna, de memória econômica, descreva bem o país –devemos aos deserdados, aos desocupados, aos desmantelados, aos desabitados, aos destrambelhados e aos desmemoriados. Devemos renda, saúde, educação, claro, mas também avencas, bueiros, ruas, parques, chicletes, remédios tarja preta; devemos água potável, brinquedos, lanternas, poços artesianos; devemos livros, trufas, CDs, lentes de contato, filmes de arte, óculos escuros, museus, proteína, alface. Devemos aos pobres, aos índios, aos pretos e aos pardos, mas também aos albinos, aos esquizofrênicos, aos insones, aos priápicos, aos tiozinhos de padaria, aos mitômanos e aos sexualmente indecisos. Devemos demais aos cães atropelados, prensados contra o "guard-rail". Devemos aos palhaços de bufê infantil e aos papais noéis de shopping. Suspeito que nossa dívida interna seja impossível de descrever.
Suspeito que deus não exista –ou não tenha paciência para nenhum dos assuntos de que lembrei aqui.
Suspeito que a risada, o pôr do sol, o hino à alegria e o acorde maior estejam sendo de alguma forma privatizados. Suspeito que Paulo Coelho, o padre Marcelo Rossi e o bispo Edir Macedo sejam três faces de uma mesma e última privatização –a do infinito. Suspeito que estatizar essas coisas seja ainda pior.
Suspeito que a Portuguesa vai falir, acabar. Suspeito que Galvão Bueno não vai se aposentar nesta Copa, nem na próxima.
Suspeito que estamos fodidos.
(nuno ramos, 54, é artista plástico e escritor e suspeita que estamos fodidos. figura de linguagem ou não também suspeito de quem mesmo fodido ainda alimenta suspeitas).