quando os supermercados bompreço passaram a ser controlados por grupo holandês, algum marqueteiro “mutcho inteligente” atiçou o claim "orgulho de ser nordestino”, como se a pecha, colada de parabrisas a camisetas, nos engrandecesse a alguma coisa, salvo-conduto ao bolso dos acionistas, não nordestinos, oxente! e o bairrismo cada vez maior e equiivocado, que se examinado à lupa demonstra que devíamos mais é ter vergonha: não da nossa cara, mais na nossa cara.
esta empulhação do bairrismo ou nacionalismo – coisa que aconteceu também no portugal pressionado pela competência espanhola e tamanho na gestão da qualidade da venda dos seus produtos – é um dedo em riste em nosso nariz amputado em nossa maledicência da competência que se manifesta por outros meios.
você compraria num supermercado apenas porque ele é autóctone frente a uma concorrência que oferece melhor atendimento, melhor variedade, melhor qualidade, melhores preços? os agricultores portugueses descobriram isto após tentar explorar vexamoso nacionalismo frente aos produtos espanhóis, que romperam a fronteira montados na cavalaria dos melhores preços e qualidade. com muita pena, como diriam os próprios consumidores portugueses, não dá para pagar mais caro, por maior que fosse a rixa e a compreensão macroeconômica da invasão do mercado, ainda que apoiado na força da economia de escala e incentivos. produtos na cesta, mantêm-se a ladainha de maldizer o que não é nacional. mas economia multinacional/multiregional feita a favor do país da barriga famililar, cuja nacionalidade acaba sempre por falar mais alto, ainda mais em condições de guerra de mercado em tempos de paz.
ora, se isto acontece onde culturalmente a questão da nacionalidade é tão forte que chega a ser estúpida nalguns casos, que dizer do caso nordestino?
mas os ditos cujos muito inteligentes, continuaram a apostar no tal orgulho, e até há quem agora empregue no sentido nacional. e não se vê os gurus, cobras e lagartos do marketing desmascararem esta lorota.
lorota por lorota, o orgulho de ser nordestino, desanda e borra-se na calçada, por exemplo, no bompreço de casa caiada.
lá, instalações dos meados dos anos 70 fazem careta que pela força do mau marketing ignoraram o crescimento da demanda e do descontrole urbano da área, sem efetivar as necessárias reformas.
como se isso não bastasse, acrescenceu ao seu parco estacionamento frontal - cujo acesso, se fosse barra, precisaria de pratico, para enfiar os carros numa vão de entrada assaz diminuto, após cruzamento com sinal, engasgado com parada de coletivos, que com mais de dois os tapa, enxovalhando o espaço, e o tal orgulho, com ainda instalação de barraca de churrasquinho são mateus, onde a farinha engasga com o consumo de bebida?! num estacionamento?! cadeiras sobre a via destinadas ao consumo
do churrasco temperado com o monóxido de carbono particular, como se não bastasse o da avenida em frente, somada ao quiosque de sorvete, cujo conjunto atropela o já parco espaço de estacionamento, reduzindo ainda mais a margem de manobra, o que constitui-se num atentado ao mínimo senso que por mais míope que seja, verifica que a tal barraca está ao lado de duas vagas reservadas para deficientes, local perpendicular a quem obrigatoriamente tem de efetuar marcha a ré, para sair do estacionamento o que só facilita atropelamentos e confusões devidamente regadas a churrasco com sorvete e borracha de pneus. deve-se considerar também que para consumir as duas bolas de sorvete a 1.20, você tem de efetuar o pagamento no caixa da recepção ?!do supermercado(no janga, na caixa do são mateus) considerando-se que a compra do sorvete, na cabeça destes senhores, é algo altamente racional e que portanto exige o planejamento prévio para tanto. afinal, quem mesmo compra sorvete por impulso, não é mesmo?
enfim, troco o meu orgulho, pelo respeito a procedimentos básicos de respeito à vida, respeito ao consumidor, que os enunciados mais primários do bom marketing fazem questão de para isso dar espaço.
orgulho de ser nordestino, desse jeito? nordestino, yo? no!
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