o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
quarta-feira, junho 06, 2007
a irresponsabilidade dos responsáveis ou a responsabilidade irresponsável
ainda este ano participei da elaboração de um projeto de responsabilidade social para uma empresa que se diz nos corredores a maior fabricante de alimentos da américa latina. mas pergunte se o seu consumdor sabe? bem o foco aqui não é este, mas sim da questão da chamada responsabilidade social,a bola da vez.
nos prolegômenos ao projeto chamava eu a atenção para a responsabilidade que as empresas devem ter em relação a responsabilidade social para além do discurso e ou embalagem. de certa forma premonitor, quem quiser não desculpe a modéstia, sobre a constatação de termos um projeto realmente muito bom e responsável socialmente em todos os aspectos, inclusive da sustentabilidade e da retroalimentação, daí o nome conceito de infinito circular com o qual batizamos o projeto. ao elaborá-lo junto com mais 3 parceiros chegamos a um ponto em que ou faziamos um projeto para vencer a concorrência nacional ou de uma certa maneira seríamos" irresponsáveis" para com a empresa da qual na época era sócio, já que uma das nossas funções é ganhar concorrências para a nossa marca. só que para fazer isto, no caso, seria preciso não ser tão responsável sociavelmente, bastando apenas simplificar ou fazer uso do reducionismo do conceito e das ações. mais realistas do que o rei - uma estupidez sem tamanho segundo alguns - fomos então "irresponsáveis" para com a nossa empresa mas absolutamente responsáveis, senão para com a empresa que nos chamou, com seus funcionários,consumidores e público que deveria ser atingido pelo projeto, na área da atuação da empresa que geograficamente está presente em oito localidades brasileiras. o intróito não tem a intenção de tecer loas a uma possível dor de cotovêlo nossa. a esta altura da vida, depois de tantas derrotas, nunca morais, diga-se de passagem, o que menos quero, portanto, é ser campeão moral. quero é ganhar todas, mas sem perder a moral da história.
esta manhã, na cbn, míriam leitão comentava o puro marketing de empresas que descobriram o filão do discurso da empresa verde, da empresa politicamente correta, da empresa responsável. pois bem, este é o grande problema: a irresponsabilidade dos ditos responsáveis ganha de lavada, ajudada pela responsabilidade irresponsável que não só permite uma série de práticas, como pior? utiliza o discurso da responsabilidade para cometer as maiores irresponsabilidades. e nisto como estamo nós profissionais de comunicação, marketing, propaganda, responsáveis ou irresponsáveis que somos pela amplificação deste discurso?
amanhã vamos abordar mais diretamente a questão. mas não sob aquela abordagem maniqueista que cobra da publicidade, ainda mais agora, a recusa de contas de bebidas, de cigarros, de partidos políticos, a um tal ponto que só falta cobrar a recusa do sistema, se tais críticas fossem mais responsáveis e não apenas, também, discursos de uma prática mais ou tão irresponsável quanto a que procuram apontar.
há que se ser responsável mesmo na irresponsabilidade se inata. e nunca irresponsável mesmo que acobertado pela mais profunda responsabilidade, para muito além do jogo de palavras tão somente.
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