nunca explique um comercial. o consumidor não precisa, e seus inimigos não vão acreditar.
a frase, de júlio ribeiro, é um daqueles guide-lines que não dá para esquecer no redemoninho de ondas tortas em que se tornou a prática da propaganda comercial. (principalmente em tempos de pré-testes - até para escrever enredo de novelas - o que configura o empobrecimento destas, e da propaganda, que fica com cara de angu requentado e remexido, por um bando de idiotas que busca a perfeição orientada por um outro bando de idiotas que tenta responder a perfeição, ignorando o primado básico da espécie: a imperfeição, a contradição, o farinha pouca meu pirão primeiro) e o talento(em falta) para captar pela sensibilidade, intuição, o momento chave para discernir o que é porra-louquice tão somente e tão somente a porra-louquice aparente que vai acionar a chave da identificação com a marca-produto-serviço nas intrincadas sinapses em que se estabelecem conexões de comunicação que acionam o homem emocionado à compra.
um dos comerciais do bradesco que está no ar nos dá a exata medida do quão ridículo é ignorar o princípio de césar do júlio, e lançar mão da idéia foto-legendada(idéia sempre orquestrada pelo "atendimento" e cliente, que costumam ignorar o outro guide-line mór: nunca subestime a inteligência do consumidor que é sempre mais esperto do que uma agência inteira , caracterizando, neste caso, o raio neo-gama atirado no pé, principalmente quando cria de uma agência que costuma autolegendar-se(porque que raios todas dizem isso? não estaria na hora de fazer valer o que está escrito, lições do bicho?)como guardiã de princípios exigentérrimos para com a busca da idéia diferenciada(“tenho forçado os criativos a encontrarem seus limites e aí expandi-los. Mas nossa metodologia de trabalho ajuda porque é muito própria e baseada na procura por idéias-primas, algo que só nossa rede tem”.)
o tal comercial vende soluções para empresas pequenas, médias e grandes, tendo como fundo a imagem de uma raia onde se vê um double-scull(dois remadores)um quadri-scull(quatro remadores) e um shell(barco para oito remadores - que obrigatoriamente teria de ter um timoneiro) numa analogia já por sí só curta e grossa.
pois bem: para além da locução que acentua a fala pequenas, médias e grandes, os tais barcos aparecem legendados com pequena, média e grande. pode-se dizer que isto não é nada para um cliente que adotou bradescompleto cuja leitura pode querer conotar o completo mais denota sempre o descompleto. mas não é bem assim. os barcos ficam pra lá de pesados. e barco pesado, afunda. principalmente na raia da competição de uma comunicação já repleta de barcos furados fiados no princípio,também furado, de que a idéia deva ser explicada amíude para que se atinja a totalidade dos receptores(objetivo mas nunca meta). e não sugerida, onde reside a perfeição da forma que engloba o conteúdo, de maneira que o conceito flutue e deslize sem maiores esforços, mantendo o shape do barco esguio, assim como seus remadores, para chegar ainda mais frente. chama-se a isto idéia força. mas a sua força só se torna maior quanto mais leve ela for.
se o barco é sem, pra quê os com? se há necessidade de com, a idéia é furada de saída.
a publicar em agosto:
a swot do gerente babão;
efeito elba ramalho: a nova diagramação do diário de pernambuco;
legenda dublada;
o publicitário montado: escolas e cursos de portfólio;
românticos de cuba;
aqui ó
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Now playing: The Fevers - Agora Eu Sei (I've Been Hurt)
via FoxyTunes
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