há dândis interessantes e sensíveis. ora aciduladamente perspicazes, como oscar wilde, ora, na mesma linha das letras, com o mesmo talento? insuportáveis? tamanha afetação, capote como exemplo(o truman de a sangue frio e não o dá vida. tenho que abrir o parêntesis, porquê com esta geração nunca se sabe quem escreveu o retrato de dorian gray ou o de profundis, pelo menos).
há porém uma espécie ou melhor tipo, que é o dândi” olha como sou cool”, vejam-me, apesar de tudo, como do bem e do bom humor mas cuja essência em nada acrescenta às letras ou ao humanismo. e que só se deixa flagrar como aquilo que não é justamente quando tenta ser o bom moço da hora.
nesta categoria situa-se o justus. sim, aquele do aprendiz. o portentoso do agora bordão “ está demitido”. frase que apavora até o cão da sala. sob as luzes do estúdio, ei-lo césar de pequenos grupos pré-selecionados pseudamente pela têmpera mas que não passam de pré-produzidos. por isso mesmo o conteúdo é fru-fru da tessitura do trabalho de marketeers. o que se pode esperar em contrário num programa de briefings pastiches? e que em si mesmo já é cópia do donald – como quase tudo em nossa televisão de ibope - transformado em cases pelas brotoejas pré-anunciadas como cataporas dos bastidores do marketing. nele, justus ainda lança mão da assessoria de um roncinante walter para tomada de decisões que fora das vistas toma-se sozinho - quem demite, demite sempre sozinho, e só divide o ato, em dupla ou comitê, para não manchar a gravata). como desgraça pouca é bobagem, o homem também liberou os graves e agudos em standards que se arrastam a cova o ex-coveiro,rod stewart, avali quem de cantor nem topete. como mostrou justus, no jô soares, com perfomance que não o habilitaria sequer a short list do raul gil.
mas justiça seja feita. o homem que se diz publicitário – ser dono ou ceo não é a mesma coisa – alcançou com tais manobras notoriedade que nunca teve com seu trabalho publicitário. e que aumentou ainda mais com o casamento com o tom cavalcante do que com as bárbies, conquistadas pela força do charme grisalho, que há quem veja, onde só se vê cifrões. como diria o meu alter-ego, quem lê ou aparece em caras não vê corações. só carteiras.
isto posto,digo que nestas tardes modorrentas, onde já quase nada há a fazer, muito embora haja tanto, assisto uma repetição do topete justus, onde o tom, na pele do personagem adentra a young&rubican. é o velho filão do falso como verdadeiro e o verdadeiro como falso mas que não tem nada de pirandello ou lucácks. ou seja: ele assume o lugar do justus – com mais verdade embora sendo o falso, do que o verdadeiro que mantém-se sempre em falso.
o justus de gozado, começa a gozar com o tom, nos quesitos que compõem e imitação dele mesmo: o relógio, o cabelo, o terno e, ahá!, num falso brilhante de perspicácia, diz que o tom não usa mais as lentes azuis na imitação dele mesmo, porque descobriu que nordestino não tem olhos azuis.
pois bem: profusos e não cablocos ou mamelucos, nos interiores longícuos do nordeste “galeguim de olho azul se acha aos matos e aos “mói”, incluindo os sararás. mescla que até hoje assusta os de outra geografia por tal mistura. até o cego da praça sabe que cabelos louros e ruivos, peles dinamarquesas, não só de albinos, foram sementes que vingaram de outros europeus que por lá se adentraram, mais por fuga e menos por resultados de escambo e exploração. mas somente o preconceito, arrogância e a ignorância imperdoável - porém mais que o comum em publicitários e ou gente que é dono de agencia – produz pérolas iguais a esta. perólas que revelam a qualidade da ostra que ao fim e ao cabo naquilo que acham presença de espírito mostram na tirada o conceito risote do nordestino raquítico, cabra da peste e peão(sempre tez e olhos queimados, nem índio, nem negro, nem branco; nem paulista) do e de quem quer que seja, que não os cabe aceitar. inclusive aqueles que por cá reproduzem isto na welltanschaung do seu trabalho publicitário. carregando nos sotaques e na ingenuidade que longe de demonstrar pureza só acentua o complexo de subserviência e subdesenvolvimento cultural. e isto vindo justamente na região mais rica em cultura do pais mas que ainda encara o sul como maravilha, e o exterior, como interior a ser alcançado. mas ironicamente naquilo que eles tem de pior, o que é realmente pior.
o olho azul que não se quer ver nos “iguais” desmascara o topete do justus. não o falso, mas o verdadeiro, que assim é o que é. confirmando-lhe paródia mais fiel aquilo que ele mesmo é, com todo – ou talvez por isso mesmo - sucesso empresarial.
in tempo: daltonismo meu de pequeno topete pela super-exposição do in-justus na mídia? waal, haja fischer na bucha.
2 comentários:
Muito bom o seu blog, Celso. Virei seu leitor. []s, Renato
alvíssaras. enfim um não-anônimo. e que ainda por cima gosta do blog. sei não, sei não. espero que os "home" não lhe castiguem por isso mais do que eu, ao tê-lo, bem-vindo, como leitor.
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