o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
terça-feira, maio 31, 2005
atestado de saúde ou sirva a deus ou ao diabo
um bom anúncio ainda me faz feliz. mesmo após todos estes anos. traz-me ar aos pulmões e ilusão de que até melhora minha pele. não é isto que faz um bom anúncio? ou deveria? suscitar ao menos possibilidade de ilusões credíveis ?
um mau anúncio, uma idéia de merda, estraga-me o dia, a semana, se descuidar, o mês.
mas já fui mais idiota. estragava-me meses à fio. tempos em que corria riscos do apodrecer de ansiedade, cuspindo gelo e lava. concomitantemente. de úlceras, estomatites, escapei incólume. hoje, estou mais cool, quase zen, faço chiste. se não fossem ainda meus acessos de fúria, contra a mediocridade, e todos achariam-me adorável, o que colocaria-me em terreno por demais movediço. do jeito que sou, sei quem são os animais do pântano. por isso mesmo, sentencio-me a nunca alcancar o tal equilíbrio da maturidade, consentido pelas tapas nas costas no corredor.
o tempo passa e prefiro levar na cabeça. mas não no cú, mesmo com propostas vaselinada$. não me peçam para abrir as pernas em nome do negócio, sempre a mesma estória. isto incomoda demais big boss. — "porra mas você só briga com a gente ". bem, levar no cú me incomodaria muito mais. antes nos deles do que no meu. e ficamos quites com despedimentos e suas consequências. sinto que estou mais saudável do que nunca para a publicidade, apesar dos pesares. mas tenho a consciência de que mais ou menos dias começarão adormecer-me extremidades. antes que chegue altura dos antebraços e coxas, faço amputação. nem sei se saberei fazer outra coisa. porque apesar de todas as contradições gosto imensamente de ser redator publicitário. mas não vou querer permanecer no ambiente de trabalho como fazem estes jovens desmembrados de hoje, apesar de aparentemente os terem no local. inclusive o dito cujo, membro. alma e caráter que não saem do mau rough. nem sombra do que pensam ser conseguem. excesso de fantasmas ? não o serei eu no bolor. as ruas tem infindas possibilidades ainda mais quando não se tem hora marcada com os clientes. se tiver que ir para o inferno, que seja. vou fazer uma campanha dos diabos. e aí, a concorrência vai ser crucificada por não me ter contratado. afinal, publicidade não é para tantos uma religião ?
um mau anúncio, uma idéia de merda, estraga-me o dia, a semana, se descuidar, o mês.
mas já fui mais idiota. estragava-me meses à fio. tempos em que corria riscos do apodrecer de ansiedade, cuspindo gelo e lava. concomitantemente. de úlceras, estomatites, escapei incólume. hoje, estou mais cool, quase zen, faço chiste. se não fossem ainda meus acessos de fúria, contra a mediocridade, e todos achariam-me adorável, o que colocaria-me em terreno por demais movediço. do jeito que sou, sei quem são os animais do pântano. por isso mesmo, sentencio-me a nunca alcancar o tal equilíbrio da maturidade, consentido pelas tapas nas costas no corredor.
o tempo passa e prefiro levar na cabeça. mas não no cú, mesmo com propostas vaselinada$. não me peçam para abrir as pernas em nome do negócio, sempre a mesma estória. isto incomoda demais big boss. — "porra mas você só briga com a gente ". bem, levar no cú me incomodaria muito mais. antes nos deles do que no meu. e ficamos quites com despedimentos e suas consequências. sinto que estou mais saudável do que nunca para a publicidade, apesar dos pesares. mas tenho a consciência de que mais ou menos dias começarão adormecer-me extremidades. antes que chegue altura dos antebraços e coxas, faço amputação. nem sei se saberei fazer outra coisa. porque apesar de todas as contradições gosto imensamente de ser redator publicitário. mas não vou querer permanecer no ambiente de trabalho como fazem estes jovens desmembrados de hoje, apesar de aparentemente os terem no local. inclusive o dito cujo, membro. alma e caráter que não saem do mau rough. nem sombra do que pensam ser conseguem. excesso de fantasmas ? não o serei eu no bolor. as ruas tem infindas possibilidades ainda mais quando não se tem hora marcada com os clientes. se tiver que ir para o inferno, que seja. vou fazer uma campanha dos diabos. e aí, a concorrência vai ser crucificada por não me ter contratado. afinal, publicidade não é para tantos uma religião ?
instituto de pesquisas
9a parada do orgulho gay exibiu-se com recorde pelo segundo ano consecutivo. 2,5 milhoes de pessoas. dizem, dobro de pessoas nas ruas de são francisco ou toronto no ano passsado. depois destes números fica a pergunta: em são paulo tem mais gays do que publicitários ?
liquidificapum de typos
david carlson, recife, 9 de junho. 10,15, 20 anos atrasado ? já estou a ver os anúncios carlsonianos produzidos pela gang napasteira recifense. não tem jeito. vou ter de renovar minhas lentes.
segunda-feira, maio 30, 2005
questões de evidência
22.101 peças em cannes. 18% de crescimento. os números mostram que a inteligência está vencendo a estupidez ou seria o contrário ?
venda como se fosse prêmios
a publicidade realmente não convence: o povo compra porque é excitante ser enganado. júlio camargo em a arte de sofismar. ( 22.101 idiotas em cannes, sem contar o resto do mundo que gostaria de estar lá ? )
aos não pedrinhos
no se preocupen por mi. yo estoy muy contento de estar acá com ustedes. yo sabia antes de venir que éste era un trabajo duro, me lo imaginava. bah, por lo que lei en el libro de instrucción yo sé que estar acá no es nada fácil. pero, me gusta este trabajo. está de acuerdo com mi temperamento.cada cual debe luchar desde su trinchera. y ésta es mi trinchera. y algún dia aprenderé a tocar mi propia melodia. no podemos dejar de senâlar el enorme esfuerzo de vocación que nuestre profesión implica. sólo com esa fe y con esa voluntad es que se logra una adecuación mental necessaria para el éxito de nuestras tareas.fe y técnica son, pues, la clave para un grupo de hombres privilegiados con una missión excepecional.la nación toda ya sabe de nuestra profesión.también lo saben nuestros enemigos. saben que nuestra labor creadora y científica es una trinchera. y asi, cada cual desde la suya, debe luchar en en guerra definitiva, contra los que intentan destrir nuestro estilo de vida. in el senõr galindez, de eduardo pavlovsky, dramaturgo argentino.
domingo, maio 29, 2005
ditirâmbica do pequeno e do grande filho da puta
o pequeno filho-da-puta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho-da-puta.
no entanto, há
filhos-da-puta
que nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o pequeno filho-da-puta.
o pequeno
filho-da-puta
tem uma pequena
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta.
no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em ser
o pequeno filho-da-puta.
todos os grandes filhos-da-puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
dentro do pequeno filho-da-puta
estão em ideia
todos os grandes filhos-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.
é o pequeno
filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
o pequeno filho-da-puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja, o pequeno filho-da-puta.
II
o grande filho-da-puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho-da-puta,
e não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir a ser
um grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
no entanto, há
filhos-da-puta
que já nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o grande filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o grande filho-da-puta.
o grande
filho-da-puta
tem uma grande
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho-da-puta.
por isso
o grande filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o grande filho-da-puta.
todos
os pequenos filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
dentro do
grande filho-da-puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
o grande filho-da-puta
foi concebido
pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho-da-puta.
é o grande
filho-da-puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o pequeno filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
de resto,
o grande filho-da-puta vê
com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho-da-puta:
o grande filho-da-puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja, o grande filho-da-puta.
Alberto Pimenta
é sempre
um pequeno filho-da-puta;
mas não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não tenha
a sua própria
grandeza,
diz o pequeno filho-da-puta.
no entanto, há
filhos-da-puta
que nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o pequeno filho-da-puta.
o pequeno
filho-da-puta
tem uma pequena
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o pequeno filho-da-puta.
no entanto,
o pequeno filho-da-puta
tem orgulho em ser
o pequeno filho-da-puta.
todos os grandes filhos-da-puta
são reproduções em
ponto grande
do pequeno filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
dentro do pequeno filho-da-puta
estão em ideia
todos os grandes filhos-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
tudo o que é mau
para o pequeno
é mau para o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
o pequeno filho-da-puta
foi concebido
pelo pequeno senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o pequeno filho-da-puta.
é o pequeno
filho-da-puta
que dá ao grande
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o grande filho-da-puta,
diz o pequeno filho-da-puta.
de resto,
o pequeno filho-da-puta vê
com bons olhos
o engrandecimento
do grande filho-da-puta:
o pequeno filho-da-puta
o pequeno senhor
Sujeito Serviçal
Simples Sobejo
ou seja, o pequeno filho-da-puta.
II
o grande filho-da-puta
também em certos casos começa
por ser
um pequeno filho-da-puta,
e não há filho-da-puta,
por pequeno que seja,
que não possa
vir a ser
um grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
no entanto, há
filhos-da-puta
que já nascem grandes
e
filhos-da-puta
que nascem pequenos,
diz o grande filho-da-puta.
de resto,
os filhos-da-puta
não se medem aos palmos,
diz ainda
o grande filho-da-puta.
o grande
filho-da-puta
tem uma grande
visão das coisas
e mostra em
tudo quanto faz
e diz
que é mesmo
o grande filho-da-puta.
por isso
o grande filho-da-puta
tem orgulho em
ser
o grande filho-da-puta.
todos
os pequenos filhos-da-puta
são reproduções em
ponto pequeno
do grande filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
dentro do
grande filho-da-puta
estão em ideia
todos os
pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
tudo o que é bom
para o grande
não pode
deixar de ser igualmente bom
para os pequenos filhos-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
o grande filho-da-puta
foi concebido
pelo grande senhor
à sua imagem e
semelhança,
diz o grande filho-da-puta.
é o grande
filho-da-puta
que dá ao pequeno
tudo aquilo de que ele
precisa
para ser o pequeno filho-da-puta,
diz o grande filho-da-puta.
de resto,
o grande filho-da-puta vê
com bons olhos
a multiplicação
do pequeno filho-da-puta:
o grande filho-da-puta
o grande senhor
Santo e Senha
Símbolo Supremo
ou seja, o grande filho-da-puta.
Alberto Pimenta
sábado, maio 28, 2005
olhando ao redor
a boa propaganda não é garantia de sucesso; nem a propaganda ruim é sempre sinônimo de fracasso. roy h.williams in fórmulas secretas do mago da publicidade. sim, acreditem, há um livro com este nome. e dele bastante coisa tem serventia, a começar deste cisco no olho que é uma pedrada.
projeto de vida
um olho na missa
outro no vigário,
um passo no pé,
um do calendário,
uma voz pra campa,
outro pro berçário
um gesto de afago,
outro gesto irado
e muito idealismo,
mas a bom mercado
outro no vigário,
um passo no pé,
um do calendário,
uma voz pra campa,
outro pro berçário
um gesto de afago,
outro gesto irado
e muito idealismo,
mas a bom mercado
dormindo com o inimigo
um dos maiores males da nossa época. insulta nossos olhares, falsifica todos os epítetos, estraga as paisagens, corrompe toda qualidade e toda crítica, explora a árvore, o rochedo, o monumento, e confunde nas páginas que as maquinas vomitam, o assassino, a vítima, o herói, o centenário do dia e a criança martir. paul valéry, 1871-1945, olhares sobre o mundo moderno
sexta-feira, maio 27, 2005
sonho de consumo
não tenho casa, apartamento, terreno, sítio, carro, moto, jet-ski, vídeo, relógio,anel, nada, nada. e sou feliz. carlito maia.
well, a jugar pelos salários pagos atualmente - não aos incompetentes, porque estes sempre estão ganhando muito bem mais do que deviam - nunca os publicitários estiveram tão perto de alcançar tal patamar material. obviamente a frase de carlito - pra quem não sabe o criador do bordão lula lá - foi dita num contexto existencial imensamente mais rico e alheio as frivolidades dispensáveis ou indispensáveis, nunca se sabe, à profissão. afinal, como já dizia aquele anúncio que usa aquela frase daquele arquiteto: dê-me o supérfluo que eu dispenso o essencial. o grande problema é que: neste exato momento, são raríssimos os publicitários que tem o supérfluo ou o essencial. literalmente estamos todos na merda, com as devidas exceções, que para assim não ficar, ainda fazem mais merda.
well, a jugar pelos salários pagos atualmente - não aos incompetentes, porque estes sempre estão ganhando muito bem mais do que deviam - nunca os publicitários estiveram tão perto de alcançar tal patamar material. obviamente a frase de carlito - pra quem não sabe o criador do bordão lula lá - foi dita num contexto existencial imensamente mais rico e alheio as frivolidades dispensáveis ou indispensáveis, nunca se sabe, à profissão. afinal, como já dizia aquele anúncio que usa aquela frase daquele arquiteto: dê-me o supérfluo que eu dispenso o essencial. o grande problema é que: neste exato momento, são raríssimos os publicitários que tem o supérfluo ou o essencial. literalmente estamos todos na merda, com as devidas exceções, que para assim não ficar, ainda fazem mais merda.
wordmusic
Está no Propaganda & Marketing desta semana (data de capa de 23 de maio este):
“As regras de remuneração estabelecidas pelo Cenp estão sendo questionadas pelo SBT, do apresentador Sílvio Santos. Na semana passada houve reunião sobre o assunto com a participação de executivos de agências. Ela aconteceu na sede da emissora, em S. Paulo, e foi solicitada pelo mexicano Eugenio Lopes Negrete, conselheiro de Santos e ex-diretor da Televisa, que está à frente de um plano de mudanças com o objetivo de melhorar a particvipação da emissora na divisão do bolo publicitário”.
“Segundo fontes do Propaganda & Marketing existe racha no SBT. Há uma corrente que defende o rompimento com o Cenp e que pretenderia formar uma equipe comercial para prospectar negócios diretamente com anunciantes. Este grupo está ligado ao executivo Eugenio Negrete. O outro núcleo, que teria como líder o diretor comercial Cláudio Santos, pede a permanência do modelo atual do mercado. Santos é diretor do Cenp e tem trânsito nas principais agências.”
3. Nessa altura não importa que facção vai ganhar. A simples disposição de um grupo dentro da segunda maior rede de televisão do país de romper com o Cenp já é grave. E um péssimo exemplo. (Aliás, é com que se diga aqui, as agências, sobretudo as micro e as pequenas localizadas fora de S. Paulo e do Rio de Janeiro sabem o que é sofrer a concorrência direta dos veículos).
4. Vamos fazer um balanço: primeiro, o governo FHC desregulamentou o setor. Que simplesmente aceitou. Pacificamente. Logo em seguida foi a vez da iniciativa privada investir sobre a remuneração das agências. Aí outro dia o governo, já na gestão Lula, impôs desconto de 40% na remuneração. Então, esta semana, João Daniel revelou, em entrevista a Meio & Mensagem, que os fornecedores – as produtoras de comercial, principalmente – estão negociando, diretamente, com os clientes. Pra completar, a iniciativa do SBT que Propaganda e Marketing revelou.
5. Enquanto isso, as nossas entidades se reúnem em Brasília, impávidas, sem a participação da maioria esmagadora das agências, e concluem que o setor está forte e tem o apoio dos veículos e dos fornecedores.
Desculpem-me os que se consideram nossos líderes, mas está na hora de parar de brigar com a realidade. De enxergar, de fato, o que está acontecendo. De dar ao universo da comunicação de marketing a oportunidade de apoiá-los em um grande Congresso. Em um autêntico clássico da paz.
Paz com a verdade dos fatos. Entendimento entre todas as agências. Independentemente do seu tamanho. Ou do lugar, neste país, onde estejam localizadas. Só assim será possível dar às agências e a esta profissão como um todo um pouco mais de tranqüilidade.
o enfoque é do elóy simões, consultor especializado em estratégias eficazes de marketing e comunicação e sócio da simões e malsasso e coordenador do curso de comunicação social da unisul (jornalismo, publicidade e propaganda e cinema e vídeo).
o que o eloy não sabe é que não há novidade alguma no que o joão daniel traz à baila. no mercado local , por exemplo, já tem gente que faz disto o seu maior sucesso nas paradas, já que a sua carreira musical não decola. a dama comercial não tem o menor pudor em recorrer ao expediente vagabundo de passar a rasteira na agência que atende a conta, o que é pior ainda. a culpa é do cliente safado ? a julgar por este raciocínio safada é a agência que ainda passa por ladra, pois recebe um orçamento de um lado enquanto por outro a produtora passa outro de valor bem menor. não se pode chamar isso nem de desafinação. é o arrombou a festa mesmo.
e assim jaz o mercado, quanta ladeira. parodiando-se a sí mesmo. alguns elementos da banda podre.
“As regras de remuneração estabelecidas pelo Cenp estão sendo questionadas pelo SBT, do apresentador Sílvio Santos. Na semana passada houve reunião sobre o assunto com a participação de executivos de agências. Ela aconteceu na sede da emissora, em S. Paulo, e foi solicitada pelo mexicano Eugenio Lopes Negrete, conselheiro de Santos e ex-diretor da Televisa, que está à frente de um plano de mudanças com o objetivo de melhorar a particvipação da emissora na divisão do bolo publicitário”.
“Segundo fontes do Propaganda & Marketing existe racha no SBT. Há uma corrente que defende o rompimento com o Cenp e que pretenderia formar uma equipe comercial para prospectar negócios diretamente com anunciantes. Este grupo está ligado ao executivo Eugenio Negrete. O outro núcleo, que teria como líder o diretor comercial Cláudio Santos, pede a permanência do modelo atual do mercado. Santos é diretor do Cenp e tem trânsito nas principais agências.”
3. Nessa altura não importa que facção vai ganhar. A simples disposição de um grupo dentro da segunda maior rede de televisão do país de romper com o Cenp já é grave. E um péssimo exemplo. (Aliás, é com que se diga aqui, as agências, sobretudo as micro e as pequenas localizadas fora de S. Paulo e do Rio de Janeiro sabem o que é sofrer a concorrência direta dos veículos).
4. Vamos fazer um balanço: primeiro, o governo FHC desregulamentou o setor. Que simplesmente aceitou. Pacificamente. Logo em seguida foi a vez da iniciativa privada investir sobre a remuneração das agências. Aí outro dia o governo, já na gestão Lula, impôs desconto de 40% na remuneração. Então, esta semana, João Daniel revelou, em entrevista a Meio & Mensagem, que os fornecedores – as produtoras de comercial, principalmente – estão negociando, diretamente, com os clientes. Pra completar, a iniciativa do SBT que Propaganda e Marketing revelou.
5. Enquanto isso, as nossas entidades se reúnem em Brasília, impávidas, sem a participação da maioria esmagadora das agências, e concluem que o setor está forte e tem o apoio dos veículos e dos fornecedores.
Desculpem-me os que se consideram nossos líderes, mas está na hora de parar de brigar com a realidade. De enxergar, de fato, o que está acontecendo. De dar ao universo da comunicação de marketing a oportunidade de apoiá-los em um grande Congresso. Em um autêntico clássico da paz.
Paz com a verdade dos fatos. Entendimento entre todas as agências. Independentemente do seu tamanho. Ou do lugar, neste país, onde estejam localizadas. Só assim será possível dar às agências e a esta profissão como um todo um pouco mais de tranqüilidade.
o enfoque é do elóy simões, consultor especializado em estratégias eficazes de marketing e comunicação e sócio da simões e malsasso e coordenador do curso de comunicação social da unisul (jornalismo, publicidade e propaganda e cinema e vídeo).
o que o eloy não sabe é que não há novidade alguma no que o joão daniel traz à baila. no mercado local , por exemplo, já tem gente que faz disto o seu maior sucesso nas paradas, já que a sua carreira musical não decola. a dama comercial não tem o menor pudor em recorrer ao expediente vagabundo de passar a rasteira na agência que atende a conta, o que é pior ainda. a culpa é do cliente safado ? a julgar por este raciocínio safada é a agência que ainda passa por ladra, pois recebe um orçamento de um lado enquanto por outro a produtora passa outro de valor bem menor. não se pode chamar isso nem de desafinação. é o arrombou a festa mesmo.
e assim jaz o mercado, quanta ladeira. parodiando-se a sí mesmo. alguns elementos da banda podre.
salpicado
a idéia era simples e parecia impactante. pra resolver campanha do dia das mães, fugindo da mesmice, chamando atenção para um shopping de meia tigela, chamamos um ator a la carlos moreno sem salvação, fazemo-lo encarnar personagens com um perfil psicológico over acting de meia dúzia de mães, compomos o acting em uma narrativa curta e a interpretação e caracterização devem ser um misto de travesti com figurinos comédia trash. um horror! a mídia deve ser de guerrilha, formato 15 segundos assim pensado, com muitos deles colados, formando um de 30, número de vezes suficiente. criaríamos um burburinho do tipo que campanha horrosa, que coisa é esta, puta merda que coisa ruim, deixaríamos algumas mães e famílias tradicionais aos protestos com aquela coisa bizarra e bichesca, até porque o o shoping tem a alcunha de shoping boa bicha, e soltaríamos o último filme. o ator,não personagem, dizendo que fez tudo aquilo porque foi a única maneira de conseguir um dinheirinho para comprar o presente da sua mãe querida, claro com frequencia suficiente para não deixar dúvidas.
perfeito não? metalinguagem, parodia e ousadia num pacote só. vamos deitar e rolar.
well, planejar com ousadia e ignorar o executar com eficácia, sempre dá merda. as gravações foram realizadas num único dia, ignorando a recomendação das planilhas; o ator soube no dia que seu cachê seria reduzido a metade com aquelas preleições sutis como um elefante num shopping; o estratégia de mídia foi completamente ignorada, pulverizando a frequência o que motivou a percepção de que os vts eram pra ser levados a sério enquanto leitura e sub-leitura do aproach. e, golpe de misericórdia, o último filme foi cortado.
resultado: as vendas subiram quase 30% ainda assim. mas o crédito campanha da idéia traveca sobrou pra mim devidamente amplificado pelos bundões e dito homens de marketing sérios do mercado que alertaram para o perigo da campanha.
lições: não criar coisas ousadas - não pra clientes conservadores - mas sim para agências sem pulso ou culhão como queiram para fazer valer as suas idéias por completo. calça de veludo ou bunda de fora. se vetos há. que se faça outra campanha.
arrependimento ? nenhum. faria tudo de novo. muito melhor do que fazer campanhas que tratam as mães como se elas tivessem filhos descerebrados. impressão que as mães dos publicitários tem quando assistem os filmes criados por eles. a minha pelo menos deve ter dito: ele nunca me enganou. sempre soube que não tinha jeito.
perfeito não? metalinguagem, parodia e ousadia num pacote só. vamos deitar e rolar.
well, planejar com ousadia e ignorar o executar com eficácia, sempre dá merda. as gravações foram realizadas num único dia, ignorando a recomendação das planilhas; o ator soube no dia que seu cachê seria reduzido a metade com aquelas preleições sutis como um elefante num shopping; o estratégia de mídia foi completamente ignorada, pulverizando a frequência o que motivou a percepção de que os vts eram pra ser levados a sério enquanto leitura e sub-leitura do aproach. e, golpe de misericórdia, o último filme foi cortado.
resultado: as vendas subiram quase 30% ainda assim. mas o crédito campanha da idéia traveca sobrou pra mim devidamente amplificado pelos bundões e dito homens de marketing sérios do mercado que alertaram para o perigo da campanha.
lições: não criar coisas ousadas - não pra clientes conservadores - mas sim para agências sem pulso ou culhão como queiram para fazer valer as suas idéias por completo. calça de veludo ou bunda de fora. se vetos há. que se faça outra campanha.
arrependimento ? nenhum. faria tudo de novo. muito melhor do que fazer campanhas que tratam as mães como se elas tivessem filhos descerebrados. impressão que as mães dos publicitários tem quando assistem os filmes criados por eles. a minha pelo menos deve ter dito: ele nunca me enganou. sempre soube que não tinha jeito.
quinta-feira, maio 26, 2005
isto não é rough
não importa quantos bons anúncios você leva para o cliente, ele sempre escolherá o pior deles. andré calazans
todos diferentes, todos iguais
todo publicitário nasce original e morre plágio. com ajudinha de millor que por sua vez teve um ajudinha de anônimo.
de véspera
na secção, diretor geral de criação da semana, ad latina faz manchete da frase de santibáñez , criativo do peru: em paises como o nosso temos que ser criativos, senão morremos.
então, muito prazer. meu nome é morto-vivo, zumbi, lobisomem, cadáver ambulante, alma penada, o que seja. sobrevivo num mercado onde a grande causa mortis é justamente o fato de tomar paulada de tudo o que é lado por ser criativo - e olhem que nem sou tanto assim. mas aquela criatividade da vida real. não a dos sites e pastas fantasmas cheios de gasparzinhos balofos. o pior desta nova geração é achar que seus peidos são de hélio e não de metano.
então, muito prazer. meu nome é morto-vivo, zumbi, lobisomem, cadáver ambulante, alma penada, o que seja. sobrevivo num mercado onde a grande causa mortis é justamente o fato de tomar paulada de tudo o que é lado por ser criativo - e olhem que nem sou tanto assim. mas aquela criatividade da vida real. não a dos sites e pastas fantasmas cheios de gasparzinhos balofos. o pior desta nova geração é achar que seus peidos são de hélio e não de metano.
vindo de brasília sempre dá nisso
“Quem participou do 6º. EBAP (Encontro Brasileiro de Agências de Publicidade) realizado pela Abap com o apoio do Conar, Cenp e Fenapro, nos dias 3, 4 e 5 de maio em Brasília, pode ver um empresariado efetivamente preocupado com a situação que vive nossa atividade nestes primeiros anos de 3º milênio.
Grande destaque tiveram temas como as dificuldades de relacionamento entre todos os componentes do quarteto formado por agência/cliente/veículo/fornecedor e de como negociações espúrias, `{a base de arrocho, vêm promovendo uma verdadeira guerra autofágica, em que todos saem perdendo. A agência, aceitando imposições em seus honorários, perde não só em valores pecuniários, como também profissionais e morais. O cliente, que ao enfraquecer esse parceiro, acaba tendo que aceitar, por sua própria culpa, um serviço de qualidade duvidosa, e o veículo, que arrochado em todos os lados, acaba tendo que editar tabelas extrapoladas para não perder o seru “break even point” e o fornecedor, que no fim da linha de negociação, se vê obrigado a trabalhar com verbas estupidamente mutiladas. As gráficas que o digam. Vimos, com tristeza, mas conscientemente, que não existe um único culpado por essa situação, pois todos temos a nossa parcela de culpa. Não quero explicar aqui qual é a participação de cada um de nós, ou a nossa parcela nessa culpa, porque o que nos cabe é fazer uma autocrítica do nosso comportamento como trabalhadores de um ofício de onde tiramos o pão nosso de cada dia. Vimos, com alegria, como Abap, Fenapro, Conar, Cenp, Anj, Abert e tantas outras, se dispõem a somar esforços, dentro da especialização de cada uma, em favor do engrandecimento da propaganda. Ouvimos da boca de grandes profissionais, declarações sinceras verdadeiros “mea culpas” por não terem atuado mais em prol da atividade como um todo e um chamamento a todos, nesse sentido. Ouvimos também muita gente falando da necessidade de formar uma verdadeira consciência do valor de nossa atividade, como fator inibidor das pressões por rebaixa de nossos preços e valores.”
....
“Juro que se (na próxima edição do EBAP, em 2007) ainda estiver vivo, estarei lá”.
3. Quatro chances para você adivinhar quem escreveu essas palavras, publicadas no Propaganda & Marketing desta semana (data de capa: de 16 a 22 de maio), alguns dias depois de as agências que atendem o governo terem concedido ao governo, na presença do Cenp, 40% de desconto (veja meu artigo anterior):
A – O presidente da Abap
B – O representante da Fenapro
C – O representante do Cenp
D – O representante do Conar
4. Se você escolheu a alternativa B, acertou. O autor é o vice-presidente executivo da Fenapro, Humberto Mendes.
A Fenapro, se você não se lembra, é aquela entidade que representa os Sindicatos de agências brasileiras. Portanto, que representam TODAS as seis mil e tantas agências do país – a maioria esmagadora das quais foi barrada no encontro de Brasília, onde só 200 foram admitidas.
Ao manifestar publicamente seu encantamento com esse evento e nos informar que todos (inclusive, se entendi bem, a própria Fenapro) reconheceram a necessidade da união do setor, para “formar uma verdadeira consciência do valor da nossa atividade como fator inibidor das pressões por rebaixa de nossos preços e valores”, está na hora de fazer um chamamento geral. Das agências minúsculas, pequenas, médias, grandes e megas. E isso somente a Fenapro, se tiver coragem de enfrentar a oposição da Abap, poderá fazer. Claro que parece lógico que se fizer isso, os profissionais, através das respectivas associações e de Sindicatos da categoria (?) vão aderir. Aí sim, um documento como a Carta de Brasília merecerá o respeito geral. eloy simões, no acontecendo aqui, quer dizer, em florianópolis.
Grande destaque tiveram temas como as dificuldades de relacionamento entre todos os componentes do quarteto formado por agência/cliente/veículo/fornecedor e de como negociações espúrias, `{a base de arrocho, vêm promovendo uma verdadeira guerra autofágica, em que todos saem perdendo. A agência, aceitando imposições em seus honorários, perde não só em valores pecuniários, como também profissionais e morais. O cliente, que ao enfraquecer esse parceiro, acaba tendo que aceitar, por sua própria culpa, um serviço de qualidade duvidosa, e o veículo, que arrochado em todos os lados, acaba tendo que editar tabelas extrapoladas para não perder o seru “break even point” e o fornecedor, que no fim da linha de negociação, se vê obrigado a trabalhar com verbas estupidamente mutiladas. As gráficas que o digam. Vimos, com tristeza, mas conscientemente, que não existe um único culpado por essa situação, pois todos temos a nossa parcela de culpa. Não quero explicar aqui qual é a participação de cada um de nós, ou a nossa parcela nessa culpa, porque o que nos cabe é fazer uma autocrítica do nosso comportamento como trabalhadores de um ofício de onde tiramos o pão nosso de cada dia. Vimos, com alegria, como Abap, Fenapro, Conar, Cenp, Anj, Abert e tantas outras, se dispõem a somar esforços, dentro da especialização de cada uma, em favor do engrandecimento da propaganda. Ouvimos da boca de grandes profissionais, declarações sinceras verdadeiros “mea culpas” por não terem atuado mais em prol da atividade como um todo e um chamamento a todos, nesse sentido. Ouvimos também muita gente falando da necessidade de formar uma verdadeira consciência do valor de nossa atividade, como fator inibidor das pressões por rebaixa de nossos preços e valores.”
....
“Juro que se (na próxima edição do EBAP, em 2007) ainda estiver vivo, estarei lá”.
3. Quatro chances para você adivinhar quem escreveu essas palavras, publicadas no Propaganda & Marketing desta semana (data de capa: de 16 a 22 de maio), alguns dias depois de as agências que atendem o governo terem concedido ao governo, na presença do Cenp, 40% de desconto (veja meu artigo anterior):
A – O presidente da Abap
B – O representante da Fenapro
C – O representante do Cenp
D – O representante do Conar
4. Se você escolheu a alternativa B, acertou. O autor é o vice-presidente executivo da Fenapro, Humberto Mendes.
A Fenapro, se você não se lembra, é aquela entidade que representa os Sindicatos de agências brasileiras. Portanto, que representam TODAS as seis mil e tantas agências do país – a maioria esmagadora das quais foi barrada no encontro de Brasília, onde só 200 foram admitidas.
Ao manifestar publicamente seu encantamento com esse evento e nos informar que todos (inclusive, se entendi bem, a própria Fenapro) reconheceram a necessidade da união do setor, para “formar uma verdadeira consciência do valor da nossa atividade como fator inibidor das pressões por rebaixa de nossos preços e valores”, está na hora de fazer um chamamento geral. Das agências minúsculas, pequenas, médias, grandes e megas. E isso somente a Fenapro, se tiver coragem de enfrentar a oposição da Abap, poderá fazer. Claro que parece lógico que se fizer isso, os profissionais, através das respectivas associações e de Sindicatos da categoria (?) vão aderir. Aí sim, um documento como a Carta de Brasília merecerá o respeito geral. eloy simões, no acontecendo aqui, quer dizer, em florianópolis.
para lustrar o ego
de uma coisa estou certo; sou bem pior do que os melhores – mas um pouquinho melhor que os piores. millor
quarta-feira, maio 25, 2005
quarta à portuguesa: assombrações publicitárias ou tirando a dor de cotovêlo do baú de ossos ?
em 21 de abril de 1999, prisma, publicava matéria sobre ghosts ou fantasmagorices. há quem diga que o assunto é polêmico até hoje; polêmico? mas tão óbvio, tão repetitivo - como de resto a indústria da propaganda no seu todo - que vamos nos dar ao luxo de repetir algumas questões sem grandes receios de cair no passadismo.
"se em Cannes a publicidade portuguesa não é reconhecida, a não ser a custa de lobbying e de uns magritos fantasmas, talvez seja melhor começar a admitir que os critérios do festival não se adaptam à realidade do nosso mercado e repensar os nossos próprios critérios de seleção". ooppps! quatro jurados este ano, grand-prix à vista daqui, grand-prix que se foi dali, matéria esclerosada ?
dou-lhes como mote imparcial ? algumas das minhas opiniões à época, que de resto mantem-se. um exercício de instigação é ver o dia-à-dia - hoje - destas e de outras mentes privilegiadas que já cutucaram leão com vara curta ? muita idéia com juba no cotidiano ou apenas pelos de gatinhos espalhados no sofá ? a realidade é que na selva do mercado estes bichos não se criam. sobrevivem apenas empalhados. e só. sem cio.
sobre festivais e fantasmas:
com inteligência tudo ou quase tudo é permitido. desleal é a mediocridade travestida na armadura de uma certa pseudomoralidade que, como todo falso moralismo,faz disso um meio de justificar a pobreza de idéias e uma inveja indisfarçadamente fétida. não se admitem ingenuidades nesta profissão. criatividade pela criatividade? festivais já são um mercado em si, que movimentam cifras elevadas na actividade da meta-publicidade, que é uma rasteira sofisticação de um dos processos de compra e venda, de egos, de marcas, de talentos, de bluffs e o que mais se quiser. foram estruturados para isso, em maior ou menor grau. aproveita quem pode. quem não pode se sacode. aliás desavisados quixotes deveriam se aperceber que o leão de ouro é de bronze. não precisa ser mais que um iniciado em semiologia para saber que isto já é um índice do que verdadeiramente são.
promoção das agências:
convém admitir que há formas de promoção mais graves, quer de conteúdo ético-moral ou de carácter, praticadas por agências de publicidade: agências e profissionais mediocres não fazem trabalho medíocre por conta de limitações de cliente ou budget. fazem-no por limitações auto-impostas, impostas pela estrutura mãe, que opta pelo arrivismo tosco, plantado na falta de tomares manifestos pela aceitação de um jogo onde o trabalho profissional é o que menos conta. a maioria das agências sobrevive assim, salvaguardando algumas, infelizmente muito poucas.
soltando os cachorros
pode fazer-se um bom trabalho sem ganhar prêmios mas não se pode ganhar(alguns)prêmios sem um bom trabalho. acima de tudo, fica difícil ganhar o reconhecimento financeiro, que é caudatório dos prêmios, pelo menos a curto prazo e o poder de aprovar idéias que seriam consideradas medíocres ou inaproveitáveis, caso fossem apresentadas por alguém que tem cachorros e não leões. o mito do criador publicitário também é uma evolução da mitologia básica dos semi-deuses.é assim que são vistos os ganhadores, e em alguns casos, até os finalistas, dos festivais.por isso a questão não é de experimentação. é de acção, com fins muito claros. a distinção valorativa entre os ghosts é a sua qualidade intrínseca.
de boa intenção o inferno está cheio
pro-bonos são um gênero de ghosts. e os publicitários raramente estão a defender uma boa causa - a não ser a deles - e onde as instituições raramente acreditam no espírito humanista dos publicitários. os ghosts são mais éticos em seus princípios, pois costumam ser mais assépticos do ponto de vista moral, já que, quase amorais, pouco apelam para as misérias humanas na busca de impacto emocional, que diminuiu a cada ano - ó tempo, ó costumes -inclusive a nível de premiações, que mal tem passado do bronze. não estou a dizer com isso que pro-bono, em alguns casos, não ajudem imenso causas humanitárias. o cinismo ou o cepticismo não impede que o humanismo se manifeste em doses mais ou menos efectivas. mas deveria ser um antídoto para que não se perca a lucidez. uma coisa é fazer um pro-bono consciente da moeda de troca, outra é advogar isto como princípio de integração da profissão em causas nobres. se é assim, porque inscrevê-los em prêmios ? então façamos assim, de agora em diante, pro-bono não serão inscritos em festivais. vamos ver quantos serão feitos.
mas afinal fez ou não faz fantasma ?
como 99% dos publicitários, não faço ghosts;não incentivo ninguém da minha equipa a fazer ghosts; não participo de festivais que aceitam ghosts; jamais trabalharia numa agência que fizesse ghosts; não acredito que os depoimentos dos publicitários que dizem que não fazem ghosts sejam mentirosos; aliás, em matéria de ghosts, a única coisa que faço é mentir um pouquinho. e viva o tim maia.
"se em Cannes a publicidade portuguesa não é reconhecida, a não ser a custa de lobbying e de uns magritos fantasmas, talvez seja melhor começar a admitir que os critérios do festival não se adaptam à realidade do nosso mercado e repensar os nossos próprios critérios de seleção". ooppps! quatro jurados este ano, grand-prix à vista daqui, grand-prix que se foi dali, matéria esclerosada ?
dou-lhes como mote imparcial ? algumas das minhas opiniões à época, que de resto mantem-se. um exercício de instigação é ver o dia-à-dia - hoje - destas e de outras mentes privilegiadas que já cutucaram leão com vara curta ? muita idéia com juba no cotidiano ou apenas pelos de gatinhos espalhados no sofá ? a realidade é que na selva do mercado estes bichos não se criam. sobrevivem apenas empalhados. e só. sem cio.
sobre festivais e fantasmas:
com inteligência tudo ou quase tudo é permitido. desleal é a mediocridade travestida na armadura de uma certa pseudomoralidade que, como todo falso moralismo,faz disso um meio de justificar a pobreza de idéias e uma inveja indisfarçadamente fétida. não se admitem ingenuidades nesta profissão. criatividade pela criatividade? festivais já são um mercado em si, que movimentam cifras elevadas na actividade da meta-publicidade, que é uma rasteira sofisticação de um dos processos de compra e venda, de egos, de marcas, de talentos, de bluffs e o que mais se quiser. foram estruturados para isso, em maior ou menor grau. aproveita quem pode. quem não pode se sacode. aliás desavisados quixotes deveriam se aperceber que o leão de ouro é de bronze. não precisa ser mais que um iniciado em semiologia para saber que isto já é um índice do que verdadeiramente são.
promoção das agências:
convém admitir que há formas de promoção mais graves, quer de conteúdo ético-moral ou de carácter, praticadas por agências de publicidade: agências e profissionais mediocres não fazem trabalho medíocre por conta de limitações de cliente ou budget. fazem-no por limitações auto-impostas, impostas pela estrutura mãe, que opta pelo arrivismo tosco, plantado na falta de tomares manifestos pela aceitação de um jogo onde o trabalho profissional é o que menos conta. a maioria das agências sobrevive assim, salvaguardando algumas, infelizmente muito poucas.
soltando os cachorros
pode fazer-se um bom trabalho sem ganhar prêmios mas não se pode ganhar(alguns)prêmios sem um bom trabalho. acima de tudo, fica difícil ganhar o reconhecimento financeiro, que é caudatório dos prêmios, pelo menos a curto prazo e o poder de aprovar idéias que seriam consideradas medíocres ou inaproveitáveis, caso fossem apresentadas por alguém que tem cachorros e não leões. o mito do criador publicitário também é uma evolução da mitologia básica dos semi-deuses.é assim que são vistos os ganhadores, e em alguns casos, até os finalistas, dos festivais.por isso a questão não é de experimentação. é de acção, com fins muito claros. a distinção valorativa entre os ghosts é a sua qualidade intrínseca.
de boa intenção o inferno está cheio
pro-bonos são um gênero de ghosts. e os publicitários raramente estão a defender uma boa causa - a não ser a deles - e onde as instituições raramente acreditam no espírito humanista dos publicitários. os ghosts são mais éticos em seus princípios, pois costumam ser mais assépticos do ponto de vista moral, já que, quase amorais, pouco apelam para as misérias humanas na busca de impacto emocional, que diminuiu a cada ano - ó tempo, ó costumes -inclusive a nível de premiações, que mal tem passado do bronze. não estou a dizer com isso que pro-bono, em alguns casos, não ajudem imenso causas humanitárias. o cinismo ou o cepticismo não impede que o humanismo se manifeste em doses mais ou menos efectivas. mas deveria ser um antídoto para que não se perca a lucidez. uma coisa é fazer um pro-bono consciente da moeda de troca, outra é advogar isto como princípio de integração da profissão em causas nobres. se é assim, porque inscrevê-los em prêmios ? então façamos assim, de agora em diante, pro-bono não serão inscritos em festivais. vamos ver quantos serão feitos.
mas afinal fez ou não faz fantasma ?
como 99% dos publicitários, não faço ghosts;não incentivo ninguém da minha equipa a fazer ghosts; não participo de festivais que aceitam ghosts; jamais trabalharia numa agência que fizesse ghosts; não acredito que os depoimentos dos publicitários que dizem que não fazem ghosts sejam mentirosos; aliás, em matéria de ghosts, a única coisa que faço é mentir um pouquinho. e viva o tim maia.
visto de entrada
como diria o meu tio olavo: a publicidade é 80% de transpiração, 5% de inspiração e 15% de comissão. edson athayde in tempos de foote cone & belding.
badalada parola
o festival de publicidade em língua portuguesa é uma boa idéia. daquelas que ficamos sem saber se atiraram no que viram e acertaram no que não viram ou se foi ao contrário. mas o fato é que o festival vem ganhando endurance e a idéia de reunir a produção publicitária lusófona, apesar de tantos sotaques very british ou in american style permearem um quase tudo, deve ser, não só saudada, mas efetivamente apoiada.
mas caramba, senhores organizadores, um pouquinho mais de cuidadinho e menos complexo de inferioridade cultural. o material de televisão que anuncia o festival que nos chegou ao brasil, pelo menos para mim via televisão educativa brasileira, não faz jus a qualidade da publicidade já alcançada por portugal. um tipo muito sem graça numa fatiota pior ainda a fazer trocadalhos do carilho numa interpretação tênue a remeter aos festivais canônicos, como se sua citação, ainda que em nuances de chiste, fosse necessária para referendar um festival que reúne uma parte da criação publicitária de portugal, brasil, moçambique,angola, cabo verde, quiçá guiné, são tomé e príncipe e com material ou não timor. A riqueza multifacetada dos nossos sotaques e abordagem traduzem por isso mesmo possibilidades muito mais amplas de comunicação criativa diferenciada e com mais pica, ainda que todos saibamos que muitos padrões adoptados sejam colonizados. um dos pilares do festival, imagino, é justamente, possibilitar a amostragem não só do que se faz em língua portuguesa mas sobretudo do que é possível fazer no sentido de enriquecimento conceitual ou seria conceitural ? (conceito cultural). em vez da piadinha de publicitário de paises subdesenvolvidos porque não elevar o nosso subdesenvolvimento a patamares maiores do que o exotismo ? lusofonia não pode ficar só no briefing. tem que estar nos sotaques, no coração, na cabeça, na veia, nos peitos, no culhão (nas bundas dispensável)e, é claro, nas atitudes inclusive publicitárias. afinal, to be or not to be lusófonos na essência ?
mas caramba, senhores organizadores, um pouquinho mais de cuidadinho e menos complexo de inferioridade cultural. o material de televisão que anuncia o festival que nos chegou ao brasil, pelo menos para mim via televisão educativa brasileira, não faz jus a qualidade da publicidade já alcançada por portugal. um tipo muito sem graça numa fatiota pior ainda a fazer trocadalhos do carilho numa interpretação tênue a remeter aos festivais canônicos, como se sua citação, ainda que em nuances de chiste, fosse necessária para referendar um festival que reúne uma parte da criação publicitária de portugal, brasil, moçambique,angola, cabo verde, quiçá guiné, são tomé e príncipe e com material ou não timor. A riqueza multifacetada dos nossos sotaques e abordagem traduzem por isso mesmo possibilidades muito mais amplas de comunicação criativa diferenciada e com mais pica, ainda que todos saibamos que muitos padrões adoptados sejam colonizados. um dos pilares do festival, imagino, é justamente, possibilitar a amostragem não só do que se faz em língua portuguesa mas sobretudo do que é possível fazer no sentido de enriquecimento conceitual ou seria conceitural ? (conceito cultural). em vez da piadinha de publicitário de paises subdesenvolvidos porque não elevar o nosso subdesenvolvimento a patamares maiores do que o exotismo ? lusofonia não pode ficar só no briefing. tem que estar nos sotaques, no coração, na cabeça, na veia, nos peitos, no culhão (nas bundas dispensável)e, é claro, nas atitudes inclusive publicitárias. afinal, to be or not to be lusófonos na essência ?
visto de saída
publicidade é 80% de submissão, 15 % de auto-flagelação e 5 % de comichão. mercado onde estou nem isso. mais em portugal seria diferente ?
terça-feira, maio 24, 2005
quase provérbio italiano
não existe pior ladrão do que um blog ruim. isto é um assalto seu fiho da puta!
método
30 minutos. eu e velho ibook indigo frente a frente. dá tempo pra dizer que sai da máquina de escrever, gloriosa ou filha da puta, para power-book 100. té hoje me encanta em ergonomia e gestalt, apesar do drive externo.
branquela mais novo, dvd e outras merdas mais, fica na prateleira com utilidade de causar inveja a simplicios e peripatéticos que o amolegam perguntando pelo drive combo. serve para me lembrar que se não tiver idéias melhores do que as que já alguma vez tive, nunca mais vou ter dinheiro para comprar o símbolo estudantil para americanos - apple - e sonho de consumo dos publicitários cucarachas.
é duelo. exercício. eu e indigo. tela branca mãos fugindo do ler: lesão por esforço repetitivo.
30 minutos e se vire pra arranjar idéias pra fuder a paciência e o juízo de uma centena de caras que lê este blog. tivesse talento e já teria feito uma limpa matando a pauladas de texto dúzia e meia de filhos da puta que não contribuem em nada- nem pra fungos - apenas escorpiando caladinhos. quero o bem, na raiz da etimologia, a guerra. que desçam o cacete, que involuam ou voluam junto comigo. john malkovitch e clint eastwood despencando em elevador vidrado no décimo andar. mas, qual nada voyeurs da mediocriade e só.
querem-se e não, desapercebidos. sei que vocês tão aí. vocês e suas canalhices que dão audiência a esta quase invenção de método para não me deixar contaminar pela silenciosa virulência de vocês todos. silenciosa ? as vezes.
recife, voltei. mas não como alceu recebendo ramones e clash numa veia só. voltei como se ter voltado fosse necessário pra nunca mais aqui estar. ah! bomba de neutrons onde ?
30 minutos. nada pré anotado. alguns livros para estimular e só. não vale phrase book , nem dicionário de citações. só o que a memória guardar. dicionário pode, pode xeretar blue blus e outras colunas. mas tem só 30 minutos para fazer. xeretou demais, fudeu-se. é assim desde o pril de abril.
começo em tempos de linotipo. secretário de redação eu. tête à tête com diagramador cinquentão em ringue de jornal de estado menor do nordeste.
filho da puta dos bons rindo e mandando ver: duas linhas 18 toques, 3 linhas 11 toques, e eu rebatendo aquilo como se estivesse sido jogado nú em roland garros. ao fim de hora e meia todo o jornal titulado. moçada de agora não sabe o que é isto. aliás, que jornais são estes, que se morre alguém da sarjeta da fama ao meio dia não é mais notícia do dia já que jornal de domingo no sábado já embrulha peixe ?
30 minutos eu e o indigo. sem muletas, vale o que jorrar. agora você tá aqui lendo. um dos dois vai estar cagado. sorte a sua ou azar o meu ? tudo questão de método.
branquela mais novo, dvd e outras merdas mais, fica na prateleira com utilidade de causar inveja a simplicios e peripatéticos que o amolegam perguntando pelo drive combo. serve para me lembrar que se não tiver idéias melhores do que as que já alguma vez tive, nunca mais vou ter dinheiro para comprar o símbolo estudantil para americanos - apple - e sonho de consumo dos publicitários cucarachas.
é duelo. exercício. eu e indigo. tela branca mãos fugindo do ler: lesão por esforço repetitivo.
30 minutos e se vire pra arranjar idéias pra fuder a paciência e o juízo de uma centena de caras que lê este blog. tivesse talento e já teria feito uma limpa matando a pauladas de texto dúzia e meia de filhos da puta que não contribuem em nada- nem pra fungos - apenas escorpiando caladinhos. quero o bem, na raiz da etimologia, a guerra. que desçam o cacete, que involuam ou voluam junto comigo. john malkovitch e clint eastwood despencando em elevador vidrado no décimo andar. mas, qual nada voyeurs da mediocriade e só.
querem-se e não, desapercebidos. sei que vocês tão aí. vocês e suas canalhices que dão audiência a esta quase invenção de método para não me deixar contaminar pela silenciosa virulência de vocês todos. silenciosa ? as vezes.
recife, voltei. mas não como alceu recebendo ramones e clash numa veia só. voltei como se ter voltado fosse necessário pra nunca mais aqui estar. ah! bomba de neutrons onde ?
30 minutos. nada pré anotado. alguns livros para estimular e só. não vale phrase book , nem dicionário de citações. só o que a memória guardar. dicionário pode, pode xeretar blue blus e outras colunas. mas tem só 30 minutos para fazer. xeretou demais, fudeu-se. é assim desde o pril de abril.
começo em tempos de linotipo. secretário de redação eu. tête à tête com diagramador cinquentão em ringue de jornal de estado menor do nordeste.
filho da puta dos bons rindo e mandando ver: duas linhas 18 toques, 3 linhas 11 toques, e eu rebatendo aquilo como se estivesse sido jogado nú em roland garros. ao fim de hora e meia todo o jornal titulado. moçada de agora não sabe o que é isto. aliás, que jornais são estes, que se morre alguém da sarjeta da fama ao meio dia não é mais notícia do dia já que jornal de domingo no sábado já embrulha peixe ?
30 minutos eu e o indigo. sem muletas, vale o que jorrar. agora você tá aqui lendo. um dos dois vai estar cagado. sorte a sua ou azar o meu ? tudo questão de método.
de cabeceira
Diccionario, no eres
tumba,sepulcro, féretro,
túmulo,mausoleo,
sino preservación
fuego escondido,
plantación de rubies,
perpetuidad vivente
de la esencia,
granero del idioma.
oda al diccionario, pablo neruda
tumba,sepulcro, féretro,
túmulo,mausoleo,
sino preservación
fuego escondido,
plantación de rubies,
perpetuidad vivente
de la esencia,
granero del idioma.
oda al diccionario, pablo neruda
toc
por que, por quê , porque, porquê ? why ?
i don´t n know. mas assim como eu, você vai se fudê nos proquê.
i don´t n know. mas assim como eu, você vai se fudê nos proquê.
poliglota
minha língua
é o meu país.
mas se me prendem a língua
eu mordo a língua.
e faço um novo.
em portugal, e num jornal, para desespero de alguns portugueses
é o meu país.
mas se me prendem a língua
eu mordo a língua.
e faço um novo.
em portugal, e num jornal, para desespero de alguns portugueses
ponto e vírgula
na constituição, cada vírgula corresponde a uma trapaça. cada ponto a uma mordaça. millor
segunda-feira, maio 23, 2005
pág 13
"kant ensinava que a criatividade não pode ser ensinada. kant, expoente máximo do idealismo subjetivo no século XVIII, foi "posto de cabeça para baixo" pelos filósofos do século XIX. mas essa sua opinião não o foi. e nem sequer no século XX. "mas teria o professor de kônigsberg razão ? pág. 13 do, aqui já citado, criatividade em propaganda, roberto menna barreto.
roberto defende a tese de que a criatividade a que se refere não é a mesma da lavra kantiana. e que por isso mesmo arrisca-se a dar um curso de criatividade publicitária. o que acho disso? bem eu vou reler nietsche. tem mais a ver com o que acredito. que os cursos universiotários deformam não formam. representando a imagem mental mediocrizada e mediocrizante dos cérebros que não funcionam em propaganda e que fazem do seu fracasso ganha pão acadêmico(o acadêmico aqui é eufemista e bota eufemista nisto). desconfio de toda e qualquer criatividade que não venha do estômago e das vísceras. afinal, alguém conhece flávio de carvalho ? os deuses vem do estômago. aliás, se esta cambada que está na universidade soubesse quem era nietsche - e nem falo dos alunos - o papo aqui seria outro.
roberto defende a tese de que a criatividade a que se refere não é a mesma da lavra kantiana. e que por isso mesmo arrisca-se a dar um curso de criatividade publicitária. o que acho disso? bem eu vou reler nietsche. tem mais a ver com o que acredito. que os cursos universiotários deformam não formam. representando a imagem mental mediocrizada e mediocrizante dos cérebros que não funcionam em propaganda e que fazem do seu fracasso ganha pão acadêmico(o acadêmico aqui é eufemista e bota eufemista nisto). desconfio de toda e qualquer criatividade que não venha do estômago e das vísceras. afinal, alguém conhece flávio de carvalho ? os deuses vem do estômago. aliás, se esta cambada que está na universidade soubesse quem era nietsche - e nem falo dos alunos - o papo aqui seria outro.
vai ser otimista assim no cid pacheco
A Propaganda destina-se primordialmente a atender as aspirações de prazer das pessoas. Nesse sentido, ela é essencialmente estruturada sobre uma "promessa de benefícios" necessariamente prazerosa. Não se trata, aqui, de uma posição voluntariamente assumida ou de uma opção deliberada. Não! É a natureza intrínseca da Propaganda que passa pelo Prazer.
Assim, a Propaganda situa-se ao nível do onírico. Concede-se ao indivíduo sonhar através da Propaganda. Ou melhor: atende-se socialmente à sua necessidade de sonhar. A Propaganda é, portanto, uma forma institucionalizada de evasão, consensualmente autorizada, socialmente legitimada e eticamente permitida.
Enquanto não se compreende esse dado nuclear, medular, da Propaganda - não se terá compreendido o seu processo: como ela funciona, porque funciona.
Por isso, Propaganda e Otimismo constituem-se em simbiose. Também por isso, o publicitário é "o profissional do otimismo", "o profissional da prosperidade" etc.
Enquanto publicitário, você está irremediavelmente condenado ao otimismo ... Compreenda isso já ou salte fora. Viva a vida! Viva a Propaganda! Viva o Prazer!
cid pacheco. decano do planejamento no brasil. pai do ricardo bocão que mandou ver o primeiro ou um dos primeiros programas de televisão onde o negócio era surf. cid já tentou ensinar-me dúzia e meia de maneiras para se fisgar o consumidor tal qual aberturas de xadrez: humor, sexo, comparativo, testemunhal,etc,etc mas, jogador de dama, firo no máximo, dei de ombros e acabei perdendo as anotações que tem mais do que valor histórico. desde que internalizados e misturados a sangue e cuspe e não simplesmente puxados do fundo da gaveta. cid, com sua gravata borboleta, injetava na veia, apesar das eternas discussões de não cumprimento do briefing, um otimismo que continua abrindo asas ainda que saibamos que a vida das borboletas é curta. mas seu pacheco, faça-me o favor: não me coloque reticências no texto que eu lhe desato o nó.
Assim, a Propaganda situa-se ao nível do onírico. Concede-se ao indivíduo sonhar através da Propaganda. Ou melhor: atende-se socialmente à sua necessidade de sonhar. A Propaganda é, portanto, uma forma institucionalizada de evasão, consensualmente autorizada, socialmente legitimada e eticamente permitida.
Enquanto não se compreende esse dado nuclear, medular, da Propaganda - não se terá compreendido o seu processo: como ela funciona, porque funciona.
Por isso, Propaganda e Otimismo constituem-se em simbiose. Também por isso, o publicitário é "o profissional do otimismo", "o profissional da prosperidade" etc.
Enquanto publicitário, você está irremediavelmente condenado ao otimismo ... Compreenda isso já ou salte fora. Viva a vida! Viva a Propaganda! Viva o Prazer!
cid pacheco. decano do planejamento no brasil. pai do ricardo bocão que mandou ver o primeiro ou um dos primeiros programas de televisão onde o negócio era surf. cid já tentou ensinar-me dúzia e meia de maneiras para se fisgar o consumidor tal qual aberturas de xadrez: humor, sexo, comparativo, testemunhal,etc,etc mas, jogador de dama, firo no máximo, dei de ombros e acabei perdendo as anotações que tem mais do que valor histórico. desde que internalizados e misturados a sangue e cuspe e não simplesmente puxados do fundo da gaveta. cid, com sua gravata borboleta, injetava na veia, apesar das eternas discussões de não cumprimento do briefing, um otimismo que continua abrindo asas ainda que saibamos que a vida das borboletas é curta. mas seu pacheco, faça-me o favor: não me coloque reticências no texto que eu lhe desato o nó.
anti-kant ou que leasing é este ?
“O laboratório de fotografia e a ilha de edição de vídeo da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) são maravilhosos. Os computadores são todos novinhos. Tudo isso é fundamental no ramo que eu escolhi”, justifica a estudante Danielle Peres, 18 anos, que cursa o primeiro ano de publicidade na Fundação Armando Álvares Penteado. A mensalidade: R$ 1.745. “Um curso de publicidade não deveria custar mais de R$ 1 mil, mas manter equipamentos sempre novos deve encarecer”, acredita ela. revista isto é da semana ou seria época ?
mas uai ? não deveria ser o talento o fundamental ? e por falar nisto alguém já viu algum professor de talento reconhecido no mercado ensinando alguma coisa ? ah! entendi, deve ser por isto que os computadores devem ser novinhos, a ilha magistral, a cantinha quântica e por aí vai.
mas uai ? não deveria ser o talento o fundamental ? e por falar nisto alguém já viu algum professor de talento reconhecido no mercado ensinando alguma coisa ? ah! entendi, deve ser por isto que os computadores devem ser novinhos, a ilha magistral, a cantinha quântica e por aí vai.
domingo, maio 22, 2005
kiko zen é desligado. mas se liga. tem um k do sorriso da mona lisa.tá ligado ?
kiko tem a cabeça redonda. em tempos de são joão, basta-lhe um chapéu de palha. nem precisa do efeito banguela e lhe parecerá um autêntico capiau. kiko é desligado. mas cuidado, se liga. no fim da festa, salvo se você for o fodão do bairro do peixoto, somente kiko e alguns rapazes da banda terão comido as meninas. você, no máximo, cuspindo na calçada.
kiko é desligado. mas se liga. é antenado. seu riso é tino. evoca, apresenta, ilustra, diverte mas não bajula. kiko é desligado mas não ri à toa. se liga. não me lembro de o ter visto sorrindo amarelo; já em fogo sim. com certeza já devo ter sido vítima da sua ironia fina e constante. kiko desarma e intriga naturalmente. tem 30 anos mais ou menos, e sorriso de 7 aos 12. quando se descobre algo mais que travesseiros. não no riso, mas no olho de kiko, profissionalmente, já ví água do travo do saber que nunca mais voltará a ser tão-somente a criança não travessa. o homem, sim. está condenado. kiko é desligado. mas se liga. kiko não fica marcando passo.
kiko faz festa de despedida. ida para espanha. kiko é desligado. manda convite, não tem horas. mas se liga. kiko responde no ato. brinca com a minha brincadeira de dizer que ao fazer um convite para um evento sem informar as horas ele vai tomar esporro do atendimento. kiko é desligado. corrige o horário e confunde-nos o endereço ainda mais. é vassourinhas ou pitombeiras? pitombeiras no largo do amparo ? vassorinhas nos quatro cantos? kiko é desligado. mas se liga. todo mundo vai lá, salvo aqueles que não iriam nem com endereço, hora, rsvp e motorista à porta.
kiko largou vários cursos, entre eles ciências da computação, dá pra acreditar? computaçao ? afinal kiko não é desligado. se liga, kiko acaba por terminar um curso de que não precisa para exercer a profissão publicidade. seria cômico se não fosse trágico. com kiko fica só cômico. há dois anos pensa na melhor forma de dar uma volta na obrigação de escrever um monografia para aquela faculdade que cobra mais de 600 reais para fazer alunos atravessar ruas em lama. ainda mais caro por proibir quem quer que seja a entrar de bermudas, para cursar algo que vai levar mais de 99 por cento dos formandos a fama da lama. o que não sei se pior que a lama da fama. talvez por isso mesmo kiko não se preocupe em ser assistente de cozinha e lavar pratos. afinal, se na profissão se faz, aí sim, coisas muito mais vergonhosas do que isto que não o é, e sem se lavar as mãos a bôca, a bunda ou cú, inda menos a bôca, lavar pratos tem lá suas virtudes: pode-se sempre cuspir no prato que comeu e decidir se isto está limpo ou não.
kiko é desligado e faz disso seu aplomb. o que soa melhor ainda se não for consciente.que a sorte lhe respeite, eu rogo. kiko está fugindo da mediocridade. não a fuga da covardia. mas fuga da rebeldia ao seu jeito. o mesmo jeito que engendrou um consórcio de putas onde dez reais a mão renderam gozos bem maiores do que a aventura de um caralho num buraco de quem cujo nome não seria gentileza lembrar. dez rapazes? azar do último ou do primeiro? já que o trato é permanecerem solidários enquanto o último não gozar ao cabo de um por mês. esta turma, por certo, nunca mais comerá ninguém com todas as nuances da vida arrastadas e envoltas nos seus arfares. mas kiko também tem outras histórias fabulosas, entre as quais aquela, onde sem querer, quase forçado, foi sorteado com apenas dois ou quatro cupons depositados. apartamento luxuoso ao lado do mesmo shopping onde não queria fazer compras e que o deu-lhe de mão beijada, quase vingança ao seu desdém. é glorioso vê-lo contar que, ao saber do resultado, tremia de não acertar calçar os sapatos. o que foi feito pela ex-namorada. responsável por sua volta do estacionamento à urna. e penso que kiko acerta com as mulheres, já que ela ao contrário do que está na mídia, não cobrou-lhe por isso. kiko é desligado, não acerta calçar os sapatos. mas se liga. é um ap de três quartos no 10º andar.
kiko é desligado. mas se liga. diz que veio da lama, do mangue, seu bordão predileto que teimo em nunca acertar, se veio, se nasceu. sei que dito por ele tem uma enorme graça e força. mas kiko não nasceu de cú pra lua. comprova isto em sua decisão de partir para a espanha pegar touro à unha. e lá tambem seu sorriso poderá ser a sua moeda da sorte ou capa e espada. kiko é desligado. mas se liga. está na arena faz tempo.
kiko segue na quarta, às 14 horas via paris. kiko vai adorar a espanha, tem muito dele. mas paris é paris. todo ser humano deveria ir a paris várias vezes na vida, como devia ir a new york, a istambul, ao mogadício, ao irã, a líbia, ao japão, a uma vila de pescador nos açores ou na amazônia –nordeste é coisa de paulista bundão cada vez mais paulistas - penso em ir lá e dizer-lhe hasta la vista baby torcendo para que ele não me diga i´ll be back. na verdade havia pensado dizer-lhe isso no que escrevo apenas ou, quem sabe, o dizer-lhe na festa. kiko é desligado. mas se liga. eu sai da festa à francesa. sorriso do kiko me seguindo. minha presença não fará falta a ele. sou apenas um publicitário de passaportes cada vez mais não carimbados. kiko é desligado. mas se liga. eu não o sou. tenho os pés no chão enquanto kiko voa. kiko é desligado. mas se liga: está on air acima das nossas vaidades.
kiko é desligado. mas se liga. é antenado. seu riso é tino. evoca, apresenta, ilustra, diverte mas não bajula. kiko é desligado mas não ri à toa. se liga. não me lembro de o ter visto sorrindo amarelo; já em fogo sim. com certeza já devo ter sido vítima da sua ironia fina e constante. kiko desarma e intriga naturalmente. tem 30 anos mais ou menos, e sorriso de 7 aos 12. quando se descobre algo mais que travesseiros. não no riso, mas no olho de kiko, profissionalmente, já ví água do travo do saber que nunca mais voltará a ser tão-somente a criança não travessa. o homem, sim. está condenado. kiko é desligado. mas se liga. kiko não fica marcando passo.
kiko faz festa de despedida. ida para espanha. kiko é desligado. manda convite, não tem horas. mas se liga. kiko responde no ato. brinca com a minha brincadeira de dizer que ao fazer um convite para um evento sem informar as horas ele vai tomar esporro do atendimento. kiko é desligado. corrige o horário e confunde-nos o endereço ainda mais. é vassourinhas ou pitombeiras? pitombeiras no largo do amparo ? vassorinhas nos quatro cantos? kiko é desligado. mas se liga. todo mundo vai lá, salvo aqueles que não iriam nem com endereço, hora, rsvp e motorista à porta.
kiko largou vários cursos, entre eles ciências da computação, dá pra acreditar? computaçao ? afinal kiko não é desligado. se liga, kiko acaba por terminar um curso de que não precisa para exercer a profissão publicidade. seria cômico se não fosse trágico. com kiko fica só cômico. há dois anos pensa na melhor forma de dar uma volta na obrigação de escrever um monografia para aquela faculdade que cobra mais de 600 reais para fazer alunos atravessar ruas em lama. ainda mais caro por proibir quem quer que seja a entrar de bermudas, para cursar algo que vai levar mais de 99 por cento dos formandos a fama da lama. o que não sei se pior que a lama da fama. talvez por isso mesmo kiko não se preocupe em ser assistente de cozinha e lavar pratos. afinal, se na profissão se faz, aí sim, coisas muito mais vergonhosas do que isto que não o é, e sem se lavar as mãos a bôca, a bunda ou cú, inda menos a bôca, lavar pratos tem lá suas virtudes: pode-se sempre cuspir no prato que comeu e decidir se isto está limpo ou não.
kiko é desligado e faz disso seu aplomb. o que soa melhor ainda se não for consciente.que a sorte lhe respeite, eu rogo. kiko está fugindo da mediocridade. não a fuga da covardia. mas fuga da rebeldia ao seu jeito. o mesmo jeito que engendrou um consórcio de putas onde dez reais a mão renderam gozos bem maiores do que a aventura de um caralho num buraco de quem cujo nome não seria gentileza lembrar. dez rapazes? azar do último ou do primeiro? já que o trato é permanecerem solidários enquanto o último não gozar ao cabo de um por mês. esta turma, por certo, nunca mais comerá ninguém com todas as nuances da vida arrastadas e envoltas nos seus arfares. mas kiko também tem outras histórias fabulosas, entre as quais aquela, onde sem querer, quase forçado, foi sorteado com apenas dois ou quatro cupons depositados. apartamento luxuoso ao lado do mesmo shopping onde não queria fazer compras e que o deu-lhe de mão beijada, quase vingança ao seu desdém. é glorioso vê-lo contar que, ao saber do resultado, tremia de não acertar calçar os sapatos. o que foi feito pela ex-namorada. responsável por sua volta do estacionamento à urna. e penso que kiko acerta com as mulheres, já que ela ao contrário do que está na mídia, não cobrou-lhe por isso. kiko é desligado, não acerta calçar os sapatos. mas se liga. é um ap de três quartos no 10º andar.
kiko é desligado. mas se liga. diz que veio da lama, do mangue, seu bordão predileto que teimo em nunca acertar, se veio, se nasceu. sei que dito por ele tem uma enorme graça e força. mas kiko não nasceu de cú pra lua. comprova isto em sua decisão de partir para a espanha pegar touro à unha. e lá tambem seu sorriso poderá ser a sua moeda da sorte ou capa e espada. kiko é desligado. mas se liga. está na arena faz tempo.
kiko segue na quarta, às 14 horas via paris. kiko vai adorar a espanha, tem muito dele. mas paris é paris. todo ser humano deveria ir a paris várias vezes na vida, como devia ir a new york, a istambul, ao mogadício, ao irã, a líbia, ao japão, a uma vila de pescador nos açores ou na amazônia –nordeste é coisa de paulista bundão cada vez mais paulistas - penso em ir lá e dizer-lhe hasta la vista baby torcendo para que ele não me diga i´ll be back. na verdade havia pensado dizer-lhe isso no que escrevo apenas ou, quem sabe, o dizer-lhe na festa. kiko é desligado. mas se liga. eu sai da festa à francesa. sorriso do kiko me seguindo. minha presença não fará falta a ele. sou apenas um publicitário de passaportes cada vez mais não carimbados. kiko é desligado. mas se liga. eu não o sou. tenho os pés no chão enquanto kiko voa. kiko é desligado. mas se liga: está on air acima das nossas vaidades.
sábado, maio 21, 2005
abril a mais de mil: invisible amazing counters
em abril, dia 28, cemgrauscelsius.blogspot. com atingiu 1000 hits. média de 33 leitores ao dia. o que não é nada nada mal. principalmente se considerarmos as características indigestas deste blog-site que aborda, na maioria das vezes, o universo da publicidade sob uma visão cáustica. se é que é possível ser mais caústico do que a realidade. blog-site acaba por ser uma denominação infiel, já que não somos um blog, tampouco um site, e tampouco uma coluna. mas isto agora não intessa.
em maio, o conteur deu um pau. ficamos quase 8 dias sem contagem. só fomos dar conta disso nas verificações esporádicas. ainda sim, talvez por conta da quarta à portuguesa, a audiência cresceu. houve dia em que chegamos aos 98 hits. fico na dúvida se deveria checar o conteúdo deste dia e de outros em que atingimos hits entre 60 a 86 . mas isto pode tentar-me a direcionar as coisas. e justamente por ser um” blog-site”, embora a queiramos, quem não quer? não queremos artificializar o interesse. pode parecer estranho ouvir isto de um profissional cuja função é justamente súbir índices. mas no caso do cemgrauscelsius.blogspot.com funciona assim.
sábados e domingos, no entanto, ficamos entre os não mais de 10 hits. compreensível. fim-de-semana, fora das agencias, quem consegue - eu ainda continuo com o no-happy weekends, mais do que gostaria - tem-se mais o que fazer. o acesso naturalmente fica pra segunda. desta maneira vamos alterar o conteúdo do fim-de-semana. não para subir audiências artificiando atrativos e sim para exercitar um pouco outras práticas que é a grande motivação de o ter criado.
exercício. de visão de mundo, de autenticidade, de coragem. de desacertos também e quiçá alguma inteligência, no que teem me acompanhado com maior frequência vasco condessa e paulo stenzel. responsáveis por alguns dos nossos melhores momentos. não lamento quem não participa, ainda que leia. nem todo mundo consegue atinar o que é exercício de opinião fora dos show-offs. não fosse assim as coisas não estariam do jeito que estão. o que não significa dizer necessariamente que estariam melhores.
enfim. cemgrauscelsius.blogspot.com é coisa de quem não chegou lá, ou ficou por lá, ou não manteve-se por lá, dirão alguns. prefiro achar, é mais chic, que é coisa de quem ainda está in progress, apesar dos pesares. num tempo de livros de auto-ajudas já é hora de alguém aprender alguma coisa com o meu fracasso ou, ainda mais chic, com a minha trajetória outside.
o fracasso em movimento é sempre mais instigante do que o sucesso engessado. se não for uma boa lápide que seja pois o nosso leit-motiv.
em maio, o conteur deu um pau. ficamos quase 8 dias sem contagem. só fomos dar conta disso nas verificações esporádicas. ainda sim, talvez por conta da quarta à portuguesa, a audiência cresceu. houve dia em que chegamos aos 98 hits. fico na dúvida se deveria checar o conteúdo deste dia e de outros em que atingimos hits entre 60 a 86 . mas isto pode tentar-me a direcionar as coisas. e justamente por ser um” blog-site”, embora a queiramos, quem não quer? não queremos artificializar o interesse. pode parecer estranho ouvir isto de um profissional cuja função é justamente súbir índices. mas no caso do cemgrauscelsius.blogspot.com funciona assim.
sábados e domingos, no entanto, ficamos entre os não mais de 10 hits. compreensível. fim-de-semana, fora das agencias, quem consegue - eu ainda continuo com o no-happy weekends, mais do que gostaria - tem-se mais o que fazer. o acesso naturalmente fica pra segunda. desta maneira vamos alterar o conteúdo do fim-de-semana. não para subir audiências artificiando atrativos e sim para exercitar um pouco outras práticas que é a grande motivação de o ter criado.
exercício. de visão de mundo, de autenticidade, de coragem. de desacertos também e quiçá alguma inteligência, no que teem me acompanhado com maior frequência vasco condessa e paulo stenzel. responsáveis por alguns dos nossos melhores momentos. não lamento quem não participa, ainda que leia. nem todo mundo consegue atinar o que é exercício de opinião fora dos show-offs. não fosse assim as coisas não estariam do jeito que estão. o que não significa dizer necessariamente que estariam melhores.
enfim. cemgrauscelsius.blogspot.com é coisa de quem não chegou lá, ou ficou por lá, ou não manteve-se por lá, dirão alguns. prefiro achar, é mais chic, que é coisa de quem ainda está in progress, apesar dos pesares. num tempo de livros de auto-ajudas já é hora de alguém aprender alguma coisa com o meu fracasso ou, ainda mais chic, com a minha trajetória outside.
o fracasso em movimento é sempre mais instigante do que o sucesso engessado. se não for uma boa lápide que seja pois o nosso leit-motiv.
sexta-feira, maio 20, 2005
curral
o pior de certas agências não é a merda onde você está metido. é não poder levantar já o rabo para espantar as môscas.
me engana que eu gosto ou anti-jack, welch
Um líder pressupõe um seguidor. Um seguidor pressupõe uma escolha. Quem é coagido a seguir os propósitos, os objetivos e as preferências do outro não é um seguidor no verdadeiro sentido da palavra, mas um objeto de manipulação. O fato das duas partes aceitarem o domínio e a coerção também não altera substancialmente o relacionamento. O ato de liderar e o ato de seguir pressupõem que líder e seguidor tenham liberdade permanente para romper a relação e seguir outro caminho.
Um verdadeiro líder não pode ser obrigado a liderar. Um verdadeiro seguidor não pode ser obrigado a seguir. No momento em que isto acontece, não são mais líder e seguidor. Os termos líder e seguidor envolvem liberdade e pensamento independente de ambas as partes. Se o comportamento de um deles é forçado, seja por necessidade econômica ou por arranjo contratual, a relação passa a ser de superior/subordinado, administração/empregado, patrão/criado, dono/escravo. Todas essas relações são materialmente diferentes da relação líder/seguidor.
O comportamento induzido é a essência da relação líder/seguidor. O comportamento forçado é a essência de todas as outras. Onde o comportamento é forçado há tirania, mesmo que benigna. Onde o comportamento é induzido, há liderança, mesmo que poderosa.
Portanto lidere a si mesmo, lidere seu superior, lidere seus iguais, empregue boas pessoas e deixe-as livres para fazer o mesmo.
O resto é trivialidade.
Dee Hock .Fundador e CEO Emérito, VISA – Autor de o “Nascimento da Era Caórdica”.
Um verdadeiro líder não pode ser obrigado a liderar. Um verdadeiro seguidor não pode ser obrigado a seguir. No momento em que isto acontece, não são mais líder e seguidor. Os termos líder e seguidor envolvem liberdade e pensamento independente de ambas as partes. Se o comportamento de um deles é forçado, seja por necessidade econômica ou por arranjo contratual, a relação passa a ser de superior/subordinado, administração/empregado, patrão/criado, dono/escravo. Todas essas relações são materialmente diferentes da relação líder/seguidor.
O comportamento induzido é a essência da relação líder/seguidor. O comportamento forçado é a essência de todas as outras. Onde o comportamento é forçado há tirania, mesmo que benigna. Onde o comportamento é induzido, há liderança, mesmo que poderosa.
Portanto lidere a si mesmo, lidere seu superior, lidere seus iguais, empregue boas pessoas e deixe-as livres para fazer o mesmo.
O resto é trivialidade.
Dee Hock .Fundador e CEO Emérito, VISA – Autor de o “Nascimento da Era Caórdica”.
far away
Existe um documento imprescindível no eixo Anglo-Saxão
da propaganda que curiosamente no Brasil é amplamente
ignorado.
É o tal do Director's Treatment.
Funciona mais ou menos assim: depois de passar pelos
mesmos problemas (e esses sim são os mesmos em
qualquer parte do mundo), a dupla finalmente consegue
vender uma campanha.
A garrafa de champanhe nem esvaziou e a dupla já está
fazendo uma lista dos diretores que poderiam fazer o
filme.
A lista é baseada em três critérios: adequação ao
projeto, reel e director's treatment.
Notem que não falei nada de preço ou relacionamento.
Os DVDs começam a chegar de baciada. Dezenas de reels,
desde diretores consagrados até obscuros jovens
talentos.
A dupla pode passar uma semana só assistindo,
analisando, tomando notas. Acredite, aqui isso também
é considerado trabalho.
Finalmente a dupla dá uma lista pro producer que
inclui o Frank Budgen mais uns três ou quatro.
O producer risca o Frank Budgen da lista e manda o
roteiro pro resto.
Aí a agência fica na maior torcida pros diretores
curtirem a idéia.
É muito comum o diretor dizer “não curto.” Ou então
“estou ocupado” ou “não acho que sou a pessoa certa
para fazer este projeto”, ou seja, “não curto.”
Às vezes a agência comemora só o fato de um diretor de
primeira linha ter curtido o roteiro. Tem gente que
deve pôr isso no currículo.
Depois disso, rola a primeira conference call com cada
diretor. Uma conversa informal sobre o roteiro. O
diretor até solta umas primeiras idéias pra sentir o
quanto a dupla está aberta a mudanças, mas o objetivo
principal é entender como a criação vê o filme.
Aí cada diretor vai pro seu canto pensar. Uma semana.
Duas. E escrever o tão aguardado Director's Treatment.
E finalmente cheguei onde devia ter começado. O que é
o Director's Treatment?
É como o diretor vai “tratar” seu filme. É a visão
dele no papel. Um documento escrito onde o diretor
conta como ele faria o filme. É uma concretização da
personalidade do diretor. Um sinal que ele realmente
pensou no seu filme e está interessado no projeto.
Geralmente começa com “First of all, thanks for
sending me this incredible and original script” e
termina com “This is a great idea. Let's do it!”.
Um bom Director's Treatment vai muito além de
responder às questões básicas, como locação, tipo de
câmera, movimentos de câmera, direção de atores,
direção de arte, fotografia, som, vestuário, edição.
Tudo isso é importante e faz diferença.
Mas o que conta mesmo é o que o diretor vai fazer com
a sua preciosa idéia que não passou pela cabeça de
nenhum outro diretor. O que ele está, como eles dizem
por aqui, “bringing to the table”.
Afinal, se o diretor vai filmar exatamente o que a
dupla escreveu, é mais fácil a dupla arrumar alguém
pra operar a câmera e fazer o filme.
Com esse documento na mão, fica fácil escolher qual
diretor vai fazer o projeto.
Geralmente é aquele cujo Director's Treatment causa a
seguinte reação: “Como eu não pensei nisso antes?
Agora sim o filme ficou muito melhor. É outro filme.”
Fica mais fácil também convencer o cliente a aprovar
um orçamento mais caro. Muitas vezes, depois de ler o
Director's Treatment, o próprio cliente escolhe o mais
caro.
É comum o diretor mandar referências para ilustrar a
visão dele. As referências assumem várias formas. Vão
desde recortes da revista Life dos anos 50 até um
manual de tatuagens de prisioneiros russos. De Jared
Hess a Bollywood. De Mágico de Oz a Takashi Miike.
As referências também ajudam a escolher o diretor. Por
exemplo.
Quatro diretores sugeriram Coldplay pra trilha e um
sugeriu uma banda que é tão underground que ainda nem
lançaram o primeiro CD porque os integrantes não
chegaram a um acordo sobre o nome da banda. Qual
escolher?
Uma das vantagens dessa maneira de trabalhar é poder
ler centenas de Director's Treatments. Eu sempre peço
pra ler até Treatments de projetos que não estou
trabalhando. Adoro. Aprendo muito. Tenho uma coleção
particular.
Acho que o equivalente ao Director's Treatment no
Brasil é a própria reunião de pré-produção. Coisa que
acontece depois de escolhido o diretor.
Aqui é ao contrario. É como se a agência participasse
de cinco reuniões de pré-produção e só depois
escolhesse o diretor.
Acho que é essa a grande vantagem.
Para encerrar, um pensamento. O Brasil tem fama de
excelente na mídia impressa. Mas essa fama não se
estende à mídia eletrônica. Me pergunto se não tem a
ver com o processo de produção.
Se o Brasil quiser ampliar sua boa fama, a iniciativa
tem que partir das agências.
Se no próximo filme, os criativos pedirem pras
produtoras um Director's Treatment, neguinho vai ter
que se virar.
E só há duas possíveis reações:
1. Eu hein. Sentar e escrever cinco páginas. Pra quê?
Ô Matilde, liga lá pro RTV e convida os caras pra
almoçar.
2. Vamos nessa. Acho que pode ser uma boa oportunidade
de refletir, pôr meus pensamentos no papel, buscar
referências, mostrar pra criação que eu realmente
respeito o trabalho deles e acabar dirigindo um filme
muito melhor do que eu faria se não tivesse escrito o
Director's Treatment.
Pela reação você já sabe com quem fazer o filme.
Tem gente que vai dizer que no Brasil isso não
funciona. Que é outra realidade. Os prazos são outros.
A grana é outra. Mas tudo isso é desculpa.
Eu quero que um dia o meu país tenha a fama em TV que
tem em revista. Que seja uma Inglaterra com ginga. E
que, principalmente, faça filmes melhor que a
Argentina.
E se aquele tal diretor começar a reclamar muito, é só
falar:
“Ué, o Frank escreve...”
palavras e pensamento do anselmo ramos, hoje redator da lowe new york e ex- young&rubican portugal, markimage, y&r miami.
da propaganda que curiosamente no Brasil é amplamente
ignorado.
É o tal do Director's Treatment.
Funciona mais ou menos assim: depois de passar pelos
mesmos problemas (e esses sim são os mesmos em
qualquer parte do mundo), a dupla finalmente consegue
vender uma campanha.
A garrafa de champanhe nem esvaziou e a dupla já está
fazendo uma lista dos diretores que poderiam fazer o
filme.
A lista é baseada em três critérios: adequação ao
projeto, reel e director's treatment.
Notem que não falei nada de preço ou relacionamento.
Os DVDs começam a chegar de baciada. Dezenas de reels,
desde diretores consagrados até obscuros jovens
talentos.
A dupla pode passar uma semana só assistindo,
analisando, tomando notas. Acredite, aqui isso também
é considerado trabalho.
Finalmente a dupla dá uma lista pro producer que
inclui o Frank Budgen mais uns três ou quatro.
O producer risca o Frank Budgen da lista e manda o
roteiro pro resto.
Aí a agência fica na maior torcida pros diretores
curtirem a idéia.
É muito comum o diretor dizer “não curto.” Ou então
“estou ocupado” ou “não acho que sou a pessoa certa
para fazer este projeto”, ou seja, “não curto.”
Às vezes a agência comemora só o fato de um diretor de
primeira linha ter curtido o roteiro. Tem gente que
deve pôr isso no currículo.
Depois disso, rola a primeira conference call com cada
diretor. Uma conversa informal sobre o roteiro. O
diretor até solta umas primeiras idéias pra sentir o
quanto a dupla está aberta a mudanças, mas o objetivo
principal é entender como a criação vê o filme.
Aí cada diretor vai pro seu canto pensar. Uma semana.
Duas. E escrever o tão aguardado Director's Treatment.
E finalmente cheguei onde devia ter começado. O que é
o Director's Treatment?
É como o diretor vai “tratar” seu filme. É a visão
dele no papel. Um documento escrito onde o diretor
conta como ele faria o filme. É uma concretização da
personalidade do diretor. Um sinal que ele realmente
pensou no seu filme e está interessado no projeto.
Geralmente começa com “First of all, thanks for
sending me this incredible and original script” e
termina com “This is a great idea. Let's do it!”.
Um bom Director's Treatment vai muito além de
responder às questões básicas, como locação, tipo de
câmera, movimentos de câmera, direção de atores,
direção de arte, fotografia, som, vestuário, edição.
Tudo isso é importante e faz diferença.
Mas o que conta mesmo é o que o diretor vai fazer com
a sua preciosa idéia que não passou pela cabeça de
nenhum outro diretor. O que ele está, como eles dizem
por aqui, “bringing to the table”.
Afinal, se o diretor vai filmar exatamente o que a
dupla escreveu, é mais fácil a dupla arrumar alguém
pra operar a câmera e fazer o filme.
Com esse documento na mão, fica fácil escolher qual
diretor vai fazer o projeto.
Geralmente é aquele cujo Director's Treatment causa a
seguinte reação: “Como eu não pensei nisso antes?
Agora sim o filme ficou muito melhor. É outro filme.”
Fica mais fácil também convencer o cliente a aprovar
um orçamento mais caro. Muitas vezes, depois de ler o
Director's Treatment, o próprio cliente escolhe o mais
caro.
É comum o diretor mandar referências para ilustrar a
visão dele. As referências assumem várias formas. Vão
desde recortes da revista Life dos anos 50 até um
manual de tatuagens de prisioneiros russos. De Jared
Hess a Bollywood. De Mágico de Oz a Takashi Miike.
As referências também ajudam a escolher o diretor. Por
exemplo.
Quatro diretores sugeriram Coldplay pra trilha e um
sugeriu uma banda que é tão underground que ainda nem
lançaram o primeiro CD porque os integrantes não
chegaram a um acordo sobre o nome da banda. Qual
escolher?
Uma das vantagens dessa maneira de trabalhar é poder
ler centenas de Director's Treatments. Eu sempre peço
pra ler até Treatments de projetos que não estou
trabalhando. Adoro. Aprendo muito. Tenho uma coleção
particular.
Acho que o equivalente ao Director's Treatment no
Brasil é a própria reunião de pré-produção. Coisa que
acontece depois de escolhido o diretor.
Aqui é ao contrario. É como se a agência participasse
de cinco reuniões de pré-produção e só depois
escolhesse o diretor.
Acho que é essa a grande vantagem.
Para encerrar, um pensamento. O Brasil tem fama de
excelente na mídia impressa. Mas essa fama não se
estende à mídia eletrônica. Me pergunto se não tem a
ver com o processo de produção.
Se o Brasil quiser ampliar sua boa fama, a iniciativa
tem que partir das agências.
Se no próximo filme, os criativos pedirem pras
produtoras um Director's Treatment, neguinho vai ter
que se virar.
E só há duas possíveis reações:
1. Eu hein. Sentar e escrever cinco páginas. Pra quê?
Ô Matilde, liga lá pro RTV e convida os caras pra
almoçar.
2. Vamos nessa. Acho que pode ser uma boa oportunidade
de refletir, pôr meus pensamentos no papel, buscar
referências, mostrar pra criação que eu realmente
respeito o trabalho deles e acabar dirigindo um filme
muito melhor do que eu faria se não tivesse escrito o
Director's Treatment.
Pela reação você já sabe com quem fazer o filme.
Tem gente que vai dizer que no Brasil isso não
funciona. Que é outra realidade. Os prazos são outros.
A grana é outra. Mas tudo isso é desculpa.
Eu quero que um dia o meu país tenha a fama em TV que
tem em revista. Que seja uma Inglaterra com ginga. E
que, principalmente, faça filmes melhor que a
Argentina.
E se aquele tal diretor começar a reclamar muito, é só
falar:
“Ué, o Frank escreve...”
palavras e pensamento do anselmo ramos, hoje redator da lowe new york e ex- young&rubican portugal, markimage, y&r miami.
quinta-feira, maio 19, 2005
notório
quando muita gente insiste muito tempo que você está completamente errado - você está certo. millor.
16º round
— ... Bom, mas a vida faz-se disto. Da luta infindável contra a mediocridade, que nos deixa tantas cicatrizes. É preciso muito Botox para apagá-las e seguir em frente. O que se vai fazendo, dia após dia. É preciso acreditar que o amanhã é mesmo uma incógnita, que nenhum safado sem escrúpulos já o escreveu. vasco condessa, copy da fcb portugal, o que já não é mau, apesar dos pesares e que não pesa contra o vasco.
fudidas e mal pagas
As mulheres nórdicas são as que estao mais proximas da igualdade socioeconômica com os homens. As egipcias estao mais distantes. É o que diz pesquisa do Forum Econômico Global divulgada hoje. O estudo avaliou 58 países. Concluiu que nenhum país conseguiu até o momento eliminar todas as diferenças socioeconômicas entre os sexos. As suecas, no entanto, são as que experimentam menos desigualdades em relação a participaçao econômica, oportunidade econômica, força política, educação, saúde e bem estar. Os EUA aparecem em 17o lugar. O Brasil está quase no final do ranking, na 51a posição. citado no www.bluebus.com.br
passaralho
baixou na martpet. demissões por conta ou melhor por perda, dizem, da conta do detran. faz-me lembrar célebre frase do júlio ribeiro, quando perguntado sobre o porquê de não aceitar conta de governo, cigarros ou bebidas: — fazem mal à saude.
de um jeito ou de outro isto nos atinge a todos. porque a perda de postos de trabalho, independentemente de tanta gente que se segura no batente por outros vias, significa mercado menor. em tudo.
de um jeito ou de outro isto nos atinge a todos. porque a perda de postos de trabalho, independentemente de tanta gente que se segura no batente por outros vias, significa mercado menor. em tudo.
quarta-feira, maio 18, 2005
quarta à portuguesa. tchin,tchin à sua indiferença.uma história de quase ficção
prêmios à baila novamente. última grande zaragata de que tenho notícia foi o grand prix português "conquistado" por okada e cia. como ninguém queria que alexandre se tornasse ainda mais conquistador - o que desequilibraria aquela tabelinha idiota de prêmios conquistados por lusos ou brasilusos que o briefing adora publicar - infundaram o prêmio. portugal, por uma das mais mesquinhas estupidezes, deixou de ter no seu panteão um grand-prix em cannes. objetivo impensável para quase ou mais dezenas de leões também urdidos fantamasgoricamente, ainda que sem esta pretensão - a de grand-prix - sendo justo para com todos. e que fazem a galeria da fama de muito criativo no país. uns talentosos com ou sem. outros, nem tanto, ainda que com, que hoje amanheci eufemista e não vou carregar nos têrmos.
o certo é que há uma indústria de geração de leões em portugal, como de resto na maioria dos países, principalmente sub-desenvolvidos, onde o brasil destaca-se lindamente. mas a indústria portuguesa sofre concorrência desleal, canalha mesmo, dentro da própria linha de montagem, o que complica ainda mais a vida de quem tem mercado melhor de idéias do que de verba. não queiramos ser mais realistas do que os reis num reinado onde quase todos tem rabos presos, ainda que alguns não tivessem a menor intenção de fazer batota.
isto posto, matutando cá com meus botões - sim eu não tenho leões - imaginei uma estória que já passou à história. passa-se em portugal, há quase uma década. afinal, hoje a quarta é à portuguêsa. e a moral da estória é amoral ou que importância teria o grand-prix ser ou não fantasma só porque foi pró-activo e pró-bono? e de borla ? ser ou não de brasileiros e ou portugueses para portugal? nenhuma no frigir dos ovos. excetuando-se à canhestra disputa pela visão de supremacia que os prêmios impregnaram à profissão na pele de alguns mal-caráteres embevecidos. para além do direito a alguns trocos a mais, a uns não tão poucos cujas idéias não subsistem aos galardões como se vê no dia-à-dia. passemos à estória :
noite qualquer daquelas em que casais perpetram jantaradas. noite de bontempo. retardatário à mesa chega com leiaute onde vê-se foto paroxística de desnutrido de olhos única coisa esbugalhada em corpo tênue saco de pele e ossos à mostra. diz que é assim que imagina anúncio para concurso de young creatives. títulos mostra. nenhum impactante. na verdade indecisão entre frases que sequer perpretam conceito. redator não consegue falar da miséria e indiferença com pano de fundo para mensagem, que tem como frontispício foto ainda mais chocante, graças a aplicação de uma garrafa de champagne à imagem. títulos à diogo, pergunta-me o que acho. acho que não é nada disto respondo. imagino que para foto - neste caso pulso do anúncio - uma porrada! mas que não tem mil nem 5 palavras, ao contrário do que se diz, para traduzir a intenção, deva ser algo de uma ironia cortante, respondo. tipo tchin-tchin à sua indiferença. idéia agarrada de imediato, esvaziamos os copos de volta à ementa, o que não deixa de ser ironia, dada a abastada mesa. fim de noite diz-me que pra seu dupla não revela autoria. serão comentários da família. dito e feito. passaporte carimbado para youngs, vitória portuguêsa e bronze para a peça; que chegaria a croisette alterada para "um brinde à sua indiferença", para alguns arredondado, para mim diminuido em punch. questão de estilo, maybe. ficção também em entrevista que desvela como intentada a ironia do título. clap-clap-clap. a terra gira, a lusitânia roda. não existem campeões morais em publicidade. mais um leão para os criadores portugueses - briefing contabilizou - inclusive também para d.pedrito de bidarrra. e viva a epg.
sim, moral-amoral da história: não há jantares grátis. ainda mais com sobremesa. ou, se assim o quiserem: a noite alguns leões são pardos. mas não deixam de ser leão - e com todo mérito, português - quando a matança é para comer e não para o prazer.
o certo é que há uma indústria de geração de leões em portugal, como de resto na maioria dos países, principalmente sub-desenvolvidos, onde o brasil destaca-se lindamente. mas a indústria portuguesa sofre concorrência desleal, canalha mesmo, dentro da própria linha de montagem, o que complica ainda mais a vida de quem tem mercado melhor de idéias do que de verba. não queiramos ser mais realistas do que os reis num reinado onde quase todos tem rabos presos, ainda que alguns não tivessem a menor intenção de fazer batota.
isto posto, matutando cá com meus botões - sim eu não tenho leões - imaginei uma estória que já passou à história. passa-se em portugal, há quase uma década. afinal, hoje a quarta é à portuguêsa. e a moral da estória é amoral ou que importância teria o grand-prix ser ou não fantasma só porque foi pró-activo e pró-bono? e de borla ? ser ou não de brasileiros e ou portugueses para portugal? nenhuma no frigir dos ovos. excetuando-se à canhestra disputa pela visão de supremacia que os prêmios impregnaram à profissão na pele de alguns mal-caráteres embevecidos. para além do direito a alguns trocos a mais, a uns não tão poucos cujas idéias não subsistem aos galardões como se vê no dia-à-dia. passemos à estória :
noite qualquer daquelas em que casais perpetram jantaradas. noite de bontempo. retardatário à mesa chega com leiaute onde vê-se foto paroxística de desnutrido de olhos única coisa esbugalhada em corpo tênue saco de pele e ossos à mostra. diz que é assim que imagina anúncio para concurso de young creatives. títulos mostra. nenhum impactante. na verdade indecisão entre frases que sequer perpretam conceito. redator não consegue falar da miséria e indiferença com pano de fundo para mensagem, que tem como frontispício foto ainda mais chocante, graças a aplicação de uma garrafa de champagne à imagem. títulos à diogo, pergunta-me o que acho. acho que não é nada disto respondo. imagino que para foto - neste caso pulso do anúncio - uma porrada! mas que não tem mil nem 5 palavras, ao contrário do que se diz, para traduzir a intenção, deva ser algo de uma ironia cortante, respondo. tipo tchin-tchin à sua indiferença. idéia agarrada de imediato, esvaziamos os copos de volta à ementa, o que não deixa de ser ironia, dada a abastada mesa. fim de noite diz-me que pra seu dupla não revela autoria. serão comentários da família. dito e feito. passaporte carimbado para youngs, vitória portuguêsa e bronze para a peça; que chegaria a croisette alterada para "um brinde à sua indiferença", para alguns arredondado, para mim diminuido em punch. questão de estilo, maybe. ficção também em entrevista que desvela como intentada a ironia do título. clap-clap-clap. a terra gira, a lusitânia roda. não existem campeões morais em publicidade. mais um leão para os criadores portugueses - briefing contabilizou - inclusive também para d.pedrito de bidarrra. e viva a epg.
sim, moral-amoral da história: não há jantares grátis. ainda mais com sobremesa. ou, se assim o quiserem: a noite alguns leões são pardos. mas não deixam de ser leão - e com todo mérito, português - quando a matança é para comer e não para o prazer.
horóscopo
este tal leão me parece que é um bicho que gosta de ser desejado, mas que odeia ser perseguido. acho que no dia em que me esquecer que ele existe, o danado entra pela porta, sozinho, abanando o rabinho. stenzel
visto de saída
lápide num cemitério de portugal:
"mureu o zé vurnadino, o mais reles dos sujeitos, indivíduo à-tóa, ladrão, pirata, assassino, mas tirando esses defeitos era exc´elente pessoa".
"mureu o zé vurnadino, o mais reles dos sujeitos, indivíduo à-tóa, ladrão, pirata, assassino, mas tirando esses defeitos era exc´elente pessoa".
terça-feira, maio 17, 2005
não morreu
não entendo nada de música;na minha área você não precisa disso. elvis presley
a julgar pelo que o mercado nos mostra, em matéria de publicidade, memphis é aqui.
a julgar pelo que o mercado nos mostra, em matéria de publicidade, memphis é aqui.
pneu furado (sem step)
O edital e o caminhão da Cruz Vermelha
É incrível a capacidade brasileira de subverter a ordem das coisas. Nos países ditos civilizados (ditos porque lá tem hooligans, Bushes e outros bichos), as empresas pagam para que as agências de propaganda participem de concorrências. Nada mais lógico. Em uma concorrência, a agência coloca todo o seu talento, know-how e dedicação a serviço de um cliente que ainda nem é cliente. Planeja, cria, busca soluções. Isso tem que ser remunerado. Muitas vezes, numa concorrência, a agência cria coisas que podem valer milhões.Imagine se o conceito "não é nenhuma Brastemp" fosse criado pela Talent numa concorrência. Quanto valeria isso? Bem, se fosse no Brasil, saberíamos: não valeria nada. As agências se engalfinham participando de concorrências sem ganhar um centavo. Parecem uma horda de refugiados atrás de comida quando chega o caminhão da Cruz Vermelha. Agora, como se não bastasse, inventaram uma nova modalidade: a concorrência paga. Isso mesmo. A agência é quem paga. No Caderno Cotidiano da Folha de São Paulo do dia 11/03/2005 há um comunicado sobre o Edital de Concorrência número 388/2005 do SENAC-SP, onde com a informação de que as agências interessadas devem COMPRAR o edital da concorrência até 18/03/05 por R$ 400,00. É ou não criativo? Agora as garotas é que devem pagar pelo programa. Você paga, trabalha, trabalha e torce. Acende velas, se veste de branco, sei lá. Tudo bem que nos dias de hoje R$ 400,00 não pagam nem um programa, mas o conceito está subvertido. Bem faz o Marcelo Serpa, que não participa de concorrências. Minha agência não é a Almap, mas também me neguei a pagar pelo programa. Claudio Gonçalves, Diretor da Manufactura de Propaganda.
É incrível a capacidade brasileira de subverter a ordem das coisas. Nos países ditos civilizados (ditos porque lá tem hooligans, Bushes e outros bichos), as empresas pagam para que as agências de propaganda participem de concorrências. Nada mais lógico. Em uma concorrência, a agência coloca todo o seu talento, know-how e dedicação a serviço de um cliente que ainda nem é cliente. Planeja, cria, busca soluções. Isso tem que ser remunerado. Muitas vezes, numa concorrência, a agência cria coisas que podem valer milhões.Imagine se o conceito "não é nenhuma Brastemp" fosse criado pela Talent numa concorrência. Quanto valeria isso? Bem, se fosse no Brasil, saberíamos: não valeria nada. As agências se engalfinham participando de concorrências sem ganhar um centavo. Parecem uma horda de refugiados atrás de comida quando chega o caminhão da Cruz Vermelha. Agora, como se não bastasse, inventaram uma nova modalidade: a concorrência paga. Isso mesmo. A agência é quem paga. No Caderno Cotidiano da Folha de São Paulo do dia 11/03/2005 há um comunicado sobre o Edital de Concorrência número 388/2005 do SENAC-SP, onde com a informação de que as agências interessadas devem COMPRAR o edital da concorrência até 18/03/05 por R$ 400,00. É ou não criativo? Agora as garotas é que devem pagar pelo programa. Você paga, trabalha, trabalha e torce. Acende velas, se veste de branco, sei lá. Tudo bem que nos dias de hoje R$ 400,00 não pagam nem um programa, mas o conceito está subvertido. Bem faz o Marcelo Serpa, que não participa de concorrências. Minha agência não é a Almap, mas também me neguei a pagar pelo programa. Claudio Gonçalves, Diretor da Manufactura de Propaganda.
cuecão de couro
E as agências deram mais um passo para trás. Desta vez, as que atendem as contas do governo. Na presença (pelo jeito, com a participação) do CENP, elas aceitaram dar ao governo “descontos de mais de 40% sobre o valor oficial das tabelas dos anúncios.” Em outras palavras, resultados 40% menores. Quase a metade.
E o que o governo ofereceu em troca? A promessa de pagamento em dia. Como se pagar em dia não fosse uma obrigação de todos, principalmente do governo, que tem de dar o exemplo.
3. A notícia foi publicada na Gazeta Mercantil de quarta-feira passada, dia 11, alguns dias depois em que a Carta de Brasília, divulgada durante evento promovido pela ABAP, fala que a atividade publicitária está mais forte e unida do que nunca. Imagine se não tivesse.
Acho que está na hora de parar de tapar o sol com a peneira, e encarar de frente o desafio de, realmente, dar uma demonstração de unidade e de força, coisa que só acontecerá se o setor, como um todo, se manifestar em um Congresso Nacional. Aí, sim, as afirmações daquela Carta terão chance de se tornar realidade.
Caso contrário...
4. Caso contrário fica que nem a história do pescador, que o Laudelino Sardá me passou: os publicitários – aí incluídos agências, empresários e profissionais – convidam os anunciantes a negociar uma taxa melhor porque se não trocam de agência, e eles retrucam: é melhor vocês baterem em outra porta.
eloy simões, combatendo o bom combate mas de quem discordo na luta pela regulamentação da profissão de publicitário. afinal, eu não sou da banca.
E o que o governo ofereceu em troca? A promessa de pagamento em dia. Como se pagar em dia não fosse uma obrigação de todos, principalmente do governo, que tem de dar o exemplo.
3. A notícia foi publicada na Gazeta Mercantil de quarta-feira passada, dia 11, alguns dias depois em que a Carta de Brasília, divulgada durante evento promovido pela ABAP, fala que a atividade publicitária está mais forte e unida do que nunca. Imagine se não tivesse.
Acho que está na hora de parar de tapar o sol com a peneira, e encarar de frente o desafio de, realmente, dar uma demonstração de unidade e de força, coisa que só acontecerá se o setor, como um todo, se manifestar em um Congresso Nacional. Aí, sim, as afirmações daquela Carta terão chance de se tornar realidade.
Caso contrário...
4. Caso contrário fica que nem a história do pescador, que o Laudelino Sardá me passou: os publicitários – aí incluídos agências, empresários e profissionais – convidam os anunciantes a negociar uma taxa melhor porque se não trocam de agência, e eles retrucam: é melhor vocês baterem em outra porta.
eloy simões, combatendo o bom combate mas de quem discordo na luta pela regulamentação da profissão de publicitário. afinal, eu não sou da banca.
sacolão
se o melhor negócio do mundo é comprar um homem de marketing pelo que ele vale e passar adiante pelo que ele acha que vale, tô desocupando a prateleira. nem penso em ficar rico.
segunda-feira, maio 16, 2005
posologia
sob o familiar, descubram o insólito.
sob o cotidiano,desvelem o inexplicável.
que tudo que é considerado habitual provoque inquietação.
na regra, descubram o abuso. e sempre que o abuso for encontrado, encontrem o remédio.
bertold brecht
sob o cotidiano,desvelem o inexplicável.
que tudo que é considerado habitual provoque inquietação.
na regra, descubram o abuso. e sempre que o abuso for encontrado, encontrem o remédio.
bertold brecht
auto-biográfico
são os projetos que me importam.
e isto tem um preço que pode alcançar as raias do terrível.
ganha-se todas as oportunidades de ser empalado:quer pelos poderosos, quer pelos medíocres.
tem-se de conviver com todo tipo de questão e não-questão. daquelas do tipo ah! mas se você é tão bom assim - bom quer dizer lúcido ou no popular não ser maria vai com as outras ou lambe-botas - porquê não isto ou aquilo ? isto ou aquilo que podem ser, desde adquirir a calça da moda ao carro importado ou os prêmios que você não fanou ou a volta para o lugar de origem. mesmo que ele não seja de origem o responsável pelos atalhos ou veias abertas.
se a questão é apenas sobreviver, você pode fazer disto outro meio de vida que não numa agência de propaganda. pode abrir uma mortuária, por exemplo, ou uma locadora de filme pornô, como fez o talentoso andrey ohama, lá em fortaleza - tudo bem que ele capitulou depois de uns dois anos. deve ter ficado de pau duro demais e voltou-lhe o tesão pela publicidade?
mas cuidadinho. não use a lucidez como excesso para desculpar os seus fracassos enquanto gestor de projetos. assuma que se você não fez é porque não sabia fazer mesmo. não teve capacidade para domar a tempestade e ficou jangada à deriva praguejando contra as ondas dos transatlânticos. afinal, as melhores contas, o melhor ambiente de trabalho, os melhores salários que você não pode sequer imaginar costumam não conviver juntos, se é que você os vai encontrar algum dia. sempre faltará um dia destes, quando não mais. portanto:se você tem projetos como leit-motiv existencial, pule fora enquanto é tempo. ou faça algo para mudar as coisas já. caso contrário não passará de um verrugão.
e isto tem um preço que pode alcançar as raias do terrível.
ganha-se todas as oportunidades de ser empalado:quer pelos poderosos, quer pelos medíocres.
tem-se de conviver com todo tipo de questão e não-questão. daquelas do tipo ah! mas se você é tão bom assim - bom quer dizer lúcido ou no popular não ser maria vai com as outras ou lambe-botas - porquê não isto ou aquilo ? isto ou aquilo que podem ser, desde adquirir a calça da moda ao carro importado ou os prêmios que você não fanou ou a volta para o lugar de origem. mesmo que ele não seja de origem o responsável pelos atalhos ou veias abertas.
se a questão é apenas sobreviver, você pode fazer disto outro meio de vida que não numa agência de propaganda. pode abrir uma mortuária, por exemplo, ou uma locadora de filme pornô, como fez o talentoso andrey ohama, lá em fortaleza - tudo bem que ele capitulou depois de uns dois anos. deve ter ficado de pau duro demais e voltou-lhe o tesão pela publicidade?
mas cuidadinho. não use a lucidez como excesso para desculpar os seus fracassos enquanto gestor de projetos. assuma que se você não fez é porque não sabia fazer mesmo. não teve capacidade para domar a tempestade e ficou jangada à deriva praguejando contra as ondas dos transatlânticos. afinal, as melhores contas, o melhor ambiente de trabalho, os melhores salários que você não pode sequer imaginar costumam não conviver juntos, se é que você os vai encontrar algum dia. sempre faltará um dia destes, quando não mais. portanto:se você tem projetos como leit-motiv existencial, pule fora enquanto é tempo. ou faça algo para mudar as coisas já. caso contrário não passará de um verrugão.
abra uma butique pra não baixar as calcinhas
na garagem de casa, alessa migani, publicitária,designer, estilista e artista plástica — ex-almap,ogilvy,young e mccann - inaugurou dia 31 abril, a agência dream aholic. na mesma garagem funciona também um atelier e uma butique de calcinhas criativas. migani atua nas áreas de identidade visual,cenografia,conceituação de ambientes, consultoria de produtos e ainda(sic)propaganda. a fonte é o www.bluebus.com.br
como disse, no post it anterior - escrito sem saber deste fato - são os projetos que importam. e a garagem de alessa equivale para ela, acredito, neste momento, ao melhor endereço de minneapólis. mas você teria os culhões dela para mandar tudo a puta que o pariu e refazer a sua vida sem abandonar o que gosta ? sei não. tás com a bunda apregada a tantas prestações não é mesmo ? tô me sentindo com o pau pra lá de pequenininho. e olha que não devo nada a ninguém.
como disse, no post it anterior - escrito sem saber deste fato - são os projetos que importam. e a garagem de alessa equivale para ela, acredito, neste momento, ao melhor endereço de minneapólis. mas você teria os culhões dela para mandar tudo a puta que o pariu e refazer a sua vida sem abandonar o que gosta ? sei não. tás com a bunda apregada a tantas prestações não é mesmo ? tô me sentindo com o pau pra lá de pequenininho. e olha que não devo nada a ninguém.
elba
planos limitados não inflamam o coração dos homens. napoleão. agora imagine isto sendo gestor de uma agência de propaganda.
domingo, maio 15, 2005
folhinha
eu vejo a vida melhor no futuro
eu vejo isso por cima de um muro
de hiprocrisa que insiste em nos rodear
eu vejo a vida mais clara e farta
repleta de toda satisfação
que se tem direito do
firmamento ao chão
eu quero crer no amor numa boa
que isso valha pra qualquer pessoa se realizar
a força que tem uma paixão
eu vejo um novo começo de era
de gente fina elegante e sincera
com habilidade pra dizer mais fundo que não,não,não
hoje o tempo voa amor
escorre pelas mãos
mesmo sem se sentir
que não há tempo que volte amor
vamos viver tudo o que há pra viver
vamos nos permitir
lulu santos, em 1982.
hoje, 2005, ainda que em versão acústica, em que tempo perdido estamos ?
quanto faltará para sermos modernos? se é que o seremos um dia.
de certo não estarei vivo por lá.
morrerei esmagado por alguma página do calendário, peso do muro da hipocrisia que penso ajudar a derrubar ainda que não seja de forma fina e elegante. mas sincera, como um não.
eu vejo isso por cima de um muro
de hiprocrisa que insiste em nos rodear
eu vejo a vida mais clara e farta
repleta de toda satisfação
que se tem direito do
firmamento ao chão
eu quero crer no amor numa boa
que isso valha pra qualquer pessoa se realizar
a força que tem uma paixão
eu vejo um novo começo de era
de gente fina elegante e sincera
com habilidade pra dizer mais fundo que não,não,não
hoje o tempo voa amor
escorre pelas mãos
mesmo sem se sentir
que não há tempo que volte amor
vamos viver tudo o que há pra viver
vamos nos permitir
lulu santos, em 1982.
hoje, 2005, ainda que em versão acústica, em que tempo perdido estamos ?
quanto faltará para sermos modernos? se é que o seremos um dia.
de certo não estarei vivo por lá.
morrerei esmagado por alguma página do calendário, peso do muro da hipocrisia que penso ajudar a derrubar ainda que não seja de forma fina e elegante. mas sincera, como um não.
sábado, maio 14, 2005
empacando
leitor fiel informa que as raras fotos e ou ilustrações aqui publicadas - qualquer dia destes publicamos o porquê desta filosofia editorial - não aparecem quando acessam o cemgrauscelsius.blogspot.com. não sei o que dizer. portanto, se vc é um dos raros que aqui comparece e está disposto a contribuir, informe se tem problemas e, se não for pedir demais, qual o tipo de máquina e sistema operacional que usa. assim sendo tentarei com empenho solucionar o problema. o fato é que o primeiro template ocasionava zaragatascom acentuação das palavras, o que parece ter sido resolvido agora. eu próprio que o postizo via mac tenho chateações, que de resto também se materializam noutros macs, estejam rodando sistema 9.22 ou todos os ups até o phanter. nestes sistemas não baixa o plug in que roda alguns aplicativos para o blog. já nos pcs, não parece haver problema. assim, espero que possa contribuir o que desde já agradeço antecipadamente para ver onde está o bicho podre da maçã.
solução
o problema principal é descobrir o problema. roberto menna barreto no clássico e já agora insuperável, criatividade em propaganda. summus editorial.1978
sexta-feira, maio 13, 2005
tem sentido escrever ?
uma coisa sou eu, outra são meus escritos. aqui antes que eu fale deles próprios seja trocada a pergunta pelo entendimento ou não-entendimento destes escritos. faço-o displicentemente quanto convém; de qualquer modo: pois esta pergunta ainda não está no tempo. eu próprio ainda não estou no tempo. alguns nascem póstumos. nietzsche. ecce homo
macunaíma
oit - organização mundial do trabalho - aponta operário brasileiro à frente dos infatigáveis americanos, japoneses e alemães em número de horas trabalhadas com salário, este sim, relapso. ferramentaria brasileira e outras muambas tecnológicas de há muito exportadas para lá, além das pandoras quentes das casadoras moçoilas da beira-mar doravante distintas madames de frankfurt. matrizes reconhecem excelência dos nossos operários, indústria automobilística incluída. belgas, tirando cervejas monastéricas, judas é boa pedida, não tem reconhecimento pra além do espaço schengen. e a inteligência inglesa, é mesmo coisa para inglês ver, very british accent cada vez mais down. estou falando em complemento da nota bebum, que continua sóbria no archive de abril.
briga de galo
brasil não é para amadores. sociedade caótica entorta conceitos de sincronia e diacronia, aleatoriamente estruturando-se e depurando-se, apesar de toda força móbile de uma elite persistentemente organizada - nisto a inteligência inglesa contribuiu bastante - ao miserabilizar todos os nossos recursos, humanos principalmente, inclusive com o incentivo da violência paroxísitica que suplanta guerras civis. antes, instigou-nos a ser genocidas na guerra do paraguai, arrastando argentina e uruguai a uma crueldade sem tamanho. pra quem não sabe caxias, patrono do exército brasileiro, antecedeu guerras bacteriológicas, ordenando o despejo do virus do cólera no rio paraguay e de quebra a matança dos niños combatientes – tropa de um pouco mais de cem crianças com idade base de dez anos – na alegria do trabalho, desgraçadamente remunerado, quando mantém intacta sua força,o brasileiro é miseravelmente traído, uma vez mais, alvo de uma campanha vexatória - pior que esta só a com que roupa - onde se pretende estruturar auto-estima com um bordão tinhoso: o melhor do brasil é o brasileiro, distorcendo o folclorista cascudo e exortando continuamente ao ser miserável arcar com todas as intempéries provocadas por quinhentos anos de sifílis de uma elite em disforme irreponsabilidade na ausência de condutas cidadãs. capando todas as infra-estruturas necessárias para que se sepultem de vez todos os estigmas sobre a nossa preguiça, malandragem, incapacidade e relaxamento, patentes registradas disto ou daquilo, na miserabilidade que temos das sobras quantitativamente equivalentes a nossa grandeza nunca emancipada. querem recuperar ou estruturar nossa auto-estima? menos briga de galo pelas verbas do seu dudinha e mais investimentos em educação,saúde e habitação, aquelas coisas que fazem com que suecos,suíços, por exemplo suicidem-se do tédio de serem cidadãos.
samba do crioulo doido
que sociedade atual é capaz, com a mesma inventividade tecnológica e científica, em graus tão requintados como na decifração de dnas, dos avanços em física quântica – isto com as nossas soberbas verbas dedicadas à pesquisa - ao tempo da estruturação do dna de desfile de uma escola de samba ? belgas, ingleses, alemães ?
in tempo: na reza da cartilha do politicamente correto, urdida pelo governo, eu não poderia usar o termo crioulo? vai catar coquinho pt.
in tempo: na reza da cartilha do politicamente correto, urdida pelo governo, eu não poderia usar o termo crioulo? vai catar coquinho pt.
alice não mora mais nas agências
" ora, você quer mesmo entrar ?"
- perguntou o lacaio, " essa é a primeira questão, você sabe ".
alice no pais das maravilhas.
- perguntou o lacaio, " essa é a primeira questão, você sabe ".
alice no pais das maravilhas.
quinta-feira, maio 12, 2005
a cara do amândio
pernambucano também português, dupla nacionalidade herdada de berço mas valorada por ralação em condições de imigrante com idas e vindas e muita pensão pelo meio, cardoso começou como atendimento na propeg. transmuta-se redator e inicia périplo na aporte. poder-se-ia até dizer que o aspecto de hulk do seu trabalho tem a ver com o bufa-desbufa de quem trabalhou com jardelino ou ângelos em nada angelicais. mas amândio tem personalidade mais ampla e salta da torre da madalena para a torre de belém. onde de cara, leva um barrote na markimage, que não sei se pior que seus antecessores, no processo de amálgama ou seria amasso do seu trabalho: o que é muita porrada prum sujeito só. dono de um sorriso que vi quase amargo várias vezes, como o “ginjinha” que se torna para os mais íntimos. é muito boa praça, o que me faz aqui e ali exageros pró. quer ser redator de talento, ainda que não o tenha de saída. por isso mesmo é adotado por muita gente, entre os quais anselmo cândido e cássio moron, referências d´outros tempos em portugal. mostra-me trabalhos há quase década. acho, ou melhor, achava que produzia textos desconexos às idéias, tanto na markimage como na ampla, onde nos encontramos em crise de retorno temporário. mas falava e fala delas com tanto entusiasmo, que até nos faz repensar que tem mais do que o jorro entre o non-sense e o ruim, coisa de tempos passados. confesso que disse para mim mesmo, duvido que ele consiga. apesar de uma vontade enorme e de uma paixão que vai se tornando quase-obsessão, pesar das crises aqui e alí, por conta de tudo o que faz e não acontece. mas quando se pensa que o danado não vai suportar o tranco, e vai desistir, lágrima quase pulsando menina dos olhos, cara inchada de tanta porrada e até mesmo humilhação, olha a cara do anúncio de novo, esquiva-se do nocaute e mesmo cambaleante, recusa jogar a toalha. retorna ao ringue uma vez mais e mais e mais vezes e diz que vai ganhar leão, isso já faz anos, quase uma promessa de vingança ao salário acachapante e de ombros com que muitos o tratam e trataram, inclusive em recife. leão não parece ser a luz no fim do tunel para ele, romanceio. é pretexto para sobreviver a tudo e a todos, introspectando a força do bicho, ainda que urre delicadamente apenas para os amigos que vai chegar lá, que vai ter o seu trabalho respeitado. zênite para o recomeço, literalmente amândio cardoso fez revolução silenciosa no conteúdo e forma do seu trabalho. e da visão da sua vida pessoal e profissional em portugal, ainda em curso, como mostra agora concatenado.
para mim amândio cardoso tem a cara de sempre. agora melhor com aquele sorriso maroto de quem continua, educadamente, a vingar-se silenciosamente de quem lhe teve desdém, o que não salva nem a mim que apenas fiquei no porém. saúda-me sempre pelo sobrenome - fala muniz ! sem sotaques de lá ou cá mas nunca falso.
se vai ganhar leão? ainda que não esbanje talento, não comprou nem vendeu-se por dinheiro. o que faz dele um. como não ? tá bom, short-list, eu já carreguei demais nas tintas a favor. estão calmos agora ?
p.s. a cara do amândio, também é a cara do daniel prado, diretor de arte brasileiro,ambos da fcb portugal. juntamente com o ginjinha, autor da série de quatro anúncios para a play-station, "descubra o outro lado", que já está ganhando mundo. daniel há de compreender, que este é um brinde muito particular. com aquele sabor amargo-doce da ginja, ainda mais carregado pela distância, o que pode ter me embriagado os fatos. mas a verdade sentou-se à mesa, nem que seja por alguns instantes.
quarta-feira, maio 11, 2005
quarta à portuguesa: bandeiras, bandeiradas e bandeirolas. ainda ?
confesso que gostava de estar a escrever agora a tomar um andreza 2003:
"Nos dias que correm e no nosso mercado, rara é cada vez mais a descoberta de vinhos muito bem feitos, por metade do preço ou menos que outros de idêntico calibre. Esse é precisamente o conceito que está na origem do Andreza, região do Douro. Na origem do Andreza está a pergunta: será que ainda é possível fazer bem e barato? elaborar um vinho com todos os mimos, do nível a que nos habituaram, mas realmente acessível? com uvas seleccionadas do Cima Corgo, apurada tecnologia de vinificação, estágio em madeira, etc. a resposta, é este Andreza."
mas e criativos? são como vinho? a melhor política pra se ter uma boa garrafeira é espremer-lhes o bagaço em nome da possibilidade da convivência num ambiente tido como fértil a idéias passíveis de premiação -ou seria libertação- ainda que transgênicas umas e outras sob a égide de bandeira premiada ?
não sou eu com a garganta seca que vou responder.
afinal, não me quero pau desbandeirado. ainda que o possa parecer.
"Nos dias que correm e no nosso mercado, rara é cada vez mais a descoberta de vinhos muito bem feitos, por metade do preço ou menos que outros de idêntico calibre. Esse é precisamente o conceito que está na origem do Andreza, região do Douro. Na origem do Andreza está a pergunta: será que ainda é possível fazer bem e barato? elaborar um vinho com todos os mimos, do nível a que nos habituaram, mas realmente acessível? com uvas seleccionadas do Cima Corgo, apurada tecnologia de vinificação, estágio em madeira, etc. a resposta, é este Andreza."
mas e criativos? são como vinho? a melhor política pra se ter uma boa garrafeira é espremer-lhes o bagaço em nome da possibilidade da convivência num ambiente tido como fértil a idéias passíveis de premiação -ou seria libertação- ainda que transgênicas umas e outras sob a égide de bandeira premiada ?
não sou eu com a garganta seca que vou responder.
afinal, não me quero pau desbandeirado. ainda que o possa parecer.
bom menino
Senhor Gabriel Dreyfus
Li a sua crónica "El gran premio de gráfica del FIAP", que me chegou às
mãos através de um amigo argentino.
Escrevo-lhe para lhe dizer que me sinto muito honrado pela grande
atenção e dispêndio de tempo que prestou ao nosso trabalho. Muito
obrigado (nós não merecemos).
Peço-lhe, no entanto, que não generalize a sua opinião em relação aos
europeus por causa de um par de publicitários portugueses e um
brasileiro. O resto do continente está cheio de boa gente que nada tem
a ver com os crimes que refere (sobretudo os que têm menos de 200
anos). Garanto-lhe que se o Gabriel fosse a única pessoa na terra, nós
nunca teríamos feito esta campanha (provavelmente devido ao facto de
nesse caso também não existirmos). E que a única razão pela qual ela
foi feita foram todas as outras pessoas do mundo, as suas opiniões e os
seus muitos e diferentes pontos de vista.
Por falar em pontos de vista, não resisto a expor o meu:
Esta é uma excelente campanha. Vende uma excelente revista cujo
principal âmbito é trazer o mundo às nossas mãos (sobretudo aquele
mundo que nós hipócritas europeus às vezes nos esforçamos por
esquecer). Isto é, dar a informação realmente relevante para os males
do mundo. É com essa informação que as pessoas constroem a sua
consciência e que, por consequência desta, agem. Tomam partidos, fazem
escolhas, pressionam os poderes instalados. E provocam mudanças. Como
aquelas que aconteceram entre 1500 e 2005, em Portugal e no Mundo.
Quando há problemas, estes devem ser falados, muito falados e, por fim,
solucionados. Se ninguém o fizesse, ainda hoje seriamos todos romanos.
Romanos da Argentina, romanos do Brasil, dos Estados Unidos (ex-colónia
inglesa que também era um tema da campanha) e romanos de Portugal. E,
se assim fosse, só teríamos a nós próprios para acusar pelos nossos
problemas. E isso também seria um grande problema. Se assim fosse até
teríamos de olhar para a frente. Para o futuro e para as soluções. Com
a devida importância da palavra, mas com total dedicação à acção. É o
fazer que conta e é o fazer que é importante.
Nós fizemos uma campanha publicitária, a Grande Reportagem faz algum do
melhor e mais reconhecido jornalismo do mundo e, queira Deus, ambos
vamos continuar a 'fazer'. Com transparência, distanciamento,
pluralidade, muita actualidade e a maior abertura possível.
Quanto à dignidade dos países referidos na campanha é importante
referir que, no nosso entender, esta é intocável e está acima de
qualquer generalização ou análise redutora que simples indivíduos (como
eu, por exemplo) possam fazer.
Agradeço-lhe por fim o importante tempo que lhe tomei e a oportunidade
de melhor enquadrar a nossa hipocrisia.
Um abraço e um sorriso (sinceros).
Luís Silva Dias
Director Criativo Executivo
Foote Cone & Belding
Portugal
Li a sua crónica "El gran premio de gráfica del FIAP", que me chegou às
mãos através de um amigo argentino.
Escrevo-lhe para lhe dizer que me sinto muito honrado pela grande
atenção e dispêndio de tempo que prestou ao nosso trabalho. Muito
obrigado (nós não merecemos).
Peço-lhe, no entanto, que não generalize a sua opinião em relação aos
europeus por causa de um par de publicitários portugueses e um
brasileiro. O resto do continente está cheio de boa gente que nada tem
a ver com os crimes que refere (sobretudo os que têm menos de 200
anos). Garanto-lhe que se o Gabriel fosse a única pessoa na terra, nós
nunca teríamos feito esta campanha (provavelmente devido ao facto de
nesse caso também não existirmos). E que a única razão pela qual ela
foi feita foram todas as outras pessoas do mundo, as suas opiniões e os
seus muitos e diferentes pontos de vista.
Por falar em pontos de vista, não resisto a expor o meu:
Esta é uma excelente campanha. Vende uma excelente revista cujo
principal âmbito é trazer o mundo às nossas mãos (sobretudo aquele
mundo que nós hipócritas europeus às vezes nos esforçamos por
esquecer). Isto é, dar a informação realmente relevante para os males
do mundo. É com essa informação que as pessoas constroem a sua
consciência e que, por consequência desta, agem. Tomam partidos, fazem
escolhas, pressionam os poderes instalados. E provocam mudanças. Como
aquelas que aconteceram entre 1500 e 2005, em Portugal e no Mundo.
Quando há problemas, estes devem ser falados, muito falados e, por fim,
solucionados. Se ninguém o fizesse, ainda hoje seriamos todos romanos.
Romanos da Argentina, romanos do Brasil, dos Estados Unidos (ex-colónia
inglesa que também era um tema da campanha) e romanos de Portugal. E,
se assim fosse, só teríamos a nós próprios para acusar pelos nossos
problemas. E isso também seria um grande problema. Se assim fosse até
teríamos de olhar para a frente. Para o futuro e para as soluções. Com
a devida importância da palavra, mas com total dedicação à acção. É o
fazer que conta e é o fazer que é importante.
Nós fizemos uma campanha publicitária, a Grande Reportagem faz algum do
melhor e mais reconhecido jornalismo do mundo e, queira Deus, ambos
vamos continuar a 'fazer'. Com transparência, distanciamento,
pluralidade, muita actualidade e a maior abertura possível.
Quanto à dignidade dos países referidos na campanha é importante
referir que, no nosso entender, esta é intocável e está acima de
qualquer generalização ou análise redutora que simples indivíduos (como
eu, por exemplo) possam fazer.
Agradeço-lhe por fim o importante tempo que lhe tomei e a oportunidade
de melhor enquadrar a nossa hipocrisia.
Um abraço e um sorriso (sinceros).
Luís Silva Dias
Director Criativo Executivo
Foote Cone & Belding
Portugal
a maior de todas
- O mercado português atravessa uma fase não muito interessante. Um ou outro bom trabalho surge mas a maioria é banal, o que, na minha opinião, é pior do que ser mau. A famosa crise econômica européia é uma desculpa para que os clientes não arrisquem nada, nem nas idéias e também para que as agências não lutem mais por aquilo em que acreditam já que ninguém quer perder um cliente nesta conjuntura econômica. Acredito que o próximo ano será melhor.
judite mota, em entrevista ao clube de criação do rio de janeiro, onde é apresentada como a profissional de maior sucesso do mercado criativo de portugal(sic).
judite mota, em entrevista ao clube de criação do rio de janeiro, onde é apresentada como a profissional de maior sucesso do mercado criativo de portugal(sic).
a meio pau
imagine que cada agência tem uma bandeira. tomando os parâmetros da campanha da grande reportagem, como seriam as bandeiras de certas agências em relação a um certo indicador social conhecido como salário ? fcb, por exemplo, seria galardoada com que distinção: short-list, bronze, prata, ouro, grand-prix ?
para efeitos de premiação considere o galardão máximo atribuido para o quinhão mais miserável pago por cabeça à prêmio. e então ? mercado cheio de grand-prixs ou nem por isso ?
para efeitos de premiação considere o galardão máximo atribuido para o quinhão mais miserável pago por cabeça à prêmio. e então ? mercado cheio de grand-prixs ou nem por isso ?
visto de saída
há sempre motivos para imigrar quando não se está de cama. fernando pessoa. poeta além bandeiras, redator nem tanto.
terça-feira, maio 10, 2005
as mulheres também quiseram a campanha do caralho
não é o tamanho da vara que importa mas sim a mágica que ela faz. gca propaganda, uma agência do cacete.
anúncio de lançamento, no início dos anos 90, da paraibana, grupo criativo de atendimento em propaganda e marketing, sob a forma de adesivo fixados à altura do bilau nos mictórios nos banheiros masculinos do classic, reduto de empresários, políticos e formadores de opinião em joão pessoa. poucos minutos depois gerou um zum-zum-zum tal que alguns adesivos tiveram que ser colados as pressas nos banheiros femininos já que algumas clientes ameaçavam invadir o reduto masculino por motivações destas que muito cliente e homem de marketing não entende. falta de adesivo ?
anúncio de lançamento, no início dos anos 90, da paraibana, grupo criativo de atendimento em propaganda e marketing, sob a forma de adesivo fixados à altura do bilau nos mictórios nos banheiros masculinos do classic, reduto de empresários, políticos e formadores de opinião em joão pessoa. poucos minutos depois gerou um zum-zum-zum tal que alguns adesivos tiveram que ser colados as pressas nos banheiros femininos já que algumas clientes ameaçavam invadir o reduto masculino por motivações destas que muito cliente e homem de marketing não entende. falta de adesivo ?
educação sentimental
Acho q tem muita agencia reclamando sem fazer nada,acho q antes da agencia ficar choramingando pq não consegue aprovar nada criativo, devia aprender a educar o cliente, mostrar para o cliente o que pode vender de forma criativa. Agência não tem q investir somente em educação interna, tem q investir em educação para o cliente também.
carlos guilherme carvalho de s., na lista de discussão do clube de criação de pernambuco, www.ccpe.sem-ou-sei-lá-o-quê-site-que-nunca-mais-fica-pronto.
carlos guilherme carvalho de s., na lista de discussão do clube de criação de pernambuco, www.ccpe.sem-ou-sei-lá-o-quê-site-que-nunca-mais-fica-pronto.
escreva na sua testa e não se esqueça de olhar no espelho
Nunca aceitem menos do que o melhor. Em nada. Nem em seus lápis, nem no design do seu logotipo. Nem na placa pendurada no banheiro. E, obviamente, nem no trabalho que criam. Nenhum detalhe é pequeno demais. Nada deixa de ter importância. A mediocridade é contagiosa. Martim Puris, Ceo da Amiratti Puris Lintas.
segunda-feira, maio 09, 2005
aos estudantes de publicidade
os romanos não teriam tido tempo de conquistar o mundo, se tivessem de estudar latim, heirinch heine
segurem o cu
Não querem as garotas balançando a bunda .
A Camara dos Deputados do Texas, Estado do presidente Bush, votou a favor da proibição de que as cheerleaders locais façam apresentações "sexualmente sugestivas". Foram motivados pela procupação com a "vulgaridade" das apresentações das líderes de torcidas nas escolas secundárias. Um dos autores do projeto de lei, o republicano Corbin Van Arsdale, disse que muitos pais se queixam de que vão aos jogos para ver os atletas em ação e não "as garotas balançando as bundas" nas laterais do campo. A medida precisa ainda da aprovação do Senado estadual. Com material da Reuters e da France Presse. by www.bluebus.com.br
well, mas a função das cheerleaders não é justamente esta? balançar os pompons ?
A Camara dos Deputados do Texas, Estado do presidente Bush, votou a favor da proibição de que as cheerleaders locais façam apresentações "sexualmente sugestivas". Foram motivados pela procupação com a "vulgaridade" das apresentações das líderes de torcidas nas escolas secundárias. Um dos autores do projeto de lei, o republicano Corbin Van Arsdale, disse que muitos pais se queixam de que vão aos jogos para ver os atletas em ação e não "as garotas balançando as bundas" nas laterais do campo. A medida precisa ainda da aprovação do Senado estadual. Com material da Reuters e da France Presse. by www.bluebus.com.br
well, mas a função das cheerleaders não é justamente esta? balançar os pompons ?
mais tuberosidades isquiáticas
segundo o sobe e desce da revista veja semana passada, lula desce por deselegância verbal, ao usar expressão imprópria para um presidente ao acusar - já aqui uma imposição de viés semântico ao discurso - o brasileiro de " não levantar o traseiro da cadeira " contra os juros altos. o que seria, então, uma expressão própria de presidente, stanislaw ? num país onde quem tabela os juros chama-se copom ? como deve o presidente referir-se aos nossos traseiros ? e, o que é mais importante, como os brasileiros devem referir-se ao traseiro do presidente ? post its à redação.
domingo, maio 08, 2005
aos filmes mal criados recado da mamãe
leitora do bluebus -www.bluebus.com.br - escreve sobre filme da perdigão - "É muito fácil produzir imagens surreais e belíssimas enaltecendo mães e filhos, mas nunca se pensou em mostrar crianças em outras situações e cito aqui como exemplo minha sobrinha de 6 anos que é orfa de mãe biológica desde os 8 meses de idade. Cadê o filme com as tias, avós e outras mães que se viram nessa condição por algum motivo trágico ou outro qualquer? (.....). Tá na hora desse pessoal viver no mundo real e mostrar outras faces da moeda (.....) e sairem da mesmice das barrigas grávidas, de crianças saudáveis e felizes em suas instituiçoes (.....) O mundo mudou e a propaganda não está acompanhando essa mudança. As estruturas familiares sao outras (.....)". 04/05 Zenaide Margon -
entendeu seu filho da mãe ?
entendeu seu filho da mãe ?
sábado, maio 07, 2005
é assim que você se sente na sua agência ?
"inspirado como um boi no pasto
inspirado bem alimentado e casto
inspirado como um boi sem saco
pacato capado sem pecado
como um boi mascando seu amido
tudo lindo e semi-adormecido
som macio e gosto colorido
e o vazio lotado de infinito
inspirado e gordo como gado
carne fresca recheando o couro
com um olho para cada lado
inspirado como nenhum touro
inspirado como um boi pesado
esperando amor no matadouro "
inspirado bem alimentado e casto
inspirado como um boi sem saco
pacato capado sem pecado
como um boi mascando seu amido
tudo lindo e semi-adormecido
som macio e gosto colorido
e o vazio lotado de infinito
inspirado e gordo como gado
carne fresca recheando o couro
com um olho para cada lado
inspirado como nenhum touro
inspirado como um boi pesado
esperando amor no matadouro "
sexta-feira, maio 06, 2005
oração ao tempo
que não me deixe
um velho chato
isso já o sou da juventude
tampouco gagá
sim
tarado o suficiente
para continuar pensando o que penso
com saliva percuciente
para cuspir na cara dos poderosos
e lubrificar o pênis
se não for demais poupar-me
da barriga que não o veja
dádiva que não sei se mereço
mas ao menos em proporção que me permita
continuar a ver os pés até suspiro final
mas acima de tudo
se não podendo livrar-me
de ser careca
ao menos
livre-me
do ridículo
que os fazem
arrancar pelas raízes
os cabelos que já não os tem
justamente porque não
suportaram tanto vexame
de vê-los andaime
passados lado pro teto
com se fossem gravata
colada no rosto
e só mais uma coisinha:
que na ante-sala do sopro egípicio
pré-moedas gondola de hades
mais do que as lágrimas d `alguma mulher
que me suporte
o bafo
vira-lata ou não
- isso pouco me importa -
que não me cheire
ou me lamba
só porque ganhei ou não ganhei
medalha de ouro no ccsp
e leão em cannes
que estes todos quero que vão a puta que os pariu.
um velho chato
isso já o sou da juventude
tampouco gagá
sim
tarado o suficiente
para continuar pensando o que penso
com saliva percuciente
para cuspir na cara dos poderosos
e lubrificar o pênis
se não for demais poupar-me
da barriga que não o veja
dádiva que não sei se mereço
mas ao menos em proporção que me permita
continuar a ver os pés até suspiro final
mas acima de tudo
se não podendo livrar-me
de ser careca
ao menos
livre-me
do ridículo
que os fazem
arrancar pelas raízes
os cabelos que já não os tem
justamente porque não
suportaram tanto vexame
de vê-los andaime
passados lado pro teto
com se fossem gravata
colada no rosto
e só mais uma coisinha:
que na ante-sala do sopro egípicio
pré-moedas gondola de hades
mais do que as lágrimas d `alguma mulher
que me suporte
o bafo
vira-lata ou não
- isso pouco me importa -
que não me cheire
ou me lamba
só porque ganhei ou não ganhei
medalha de ouro no ccsp
e leão em cannes
que estes todos quero que vão a puta que os pariu.
quociente intelectual sexual
perguntada se costumava ler blogs, paris hilton, socialite e estrela de reality show, ultimamente mais reconhecida por ter intimidade com a coisa, o que foi devidamente demonstrado em vídeo-sexo, não mais privê, encafifou: o que é isto ? agora acredito. paris hilton é mesmo gostosa pra caralho.
quinta-feira, maio 05, 2005
pra colocar no meu túmulo
Ainda viro atendimento e me mato. Talvez morreria feliz. Não pela transformação, nem pela morte, mas pelo assassinato. André Calazans - Diretor de Arte.
exemplo a ser seguido
Empresa de publicidade com um custo fixo mensal de apenas R$ 400,00 para o desenvolvimento de qualquer criação publicitária e assessoria de marketing. Os serviços podem ser solicitados por e-mail ou telefone abaixo e as criações são entregues em no máximo 24 horas após a solicitação para todos os clientes que contratarem a Expressa.
Sensacional: Site com animação em flash R$ 500,00 e e-commerce com preços arrasadores. Confira!
Solicite portfolio e mais informações sobre como funciona esse contrato.
Mais informações:
(41) 323-1864 / 8401-6453 - Grupo Expressa
ferrasini@yahoo.com
zbf2000@yahoo.com
ferrasini@hotmail.com
exemplo sim senhor. jogo aberto; logo muito mais decência do que decanas do mercado que abrem o queixão sobre ética e fazem muito pior. elas mesmo abatem abap,cenps e depois fazem campanha a favor. pat-éticos
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exemplo sim senhor. jogo aberto; logo muito mais decência do que decanas do mercado que abrem o queixão sobre ética e fazem muito pior. elas mesmo abatem abap,cenps e depois fazem campanha a favor. pat-éticos
crianças esperança
TV demais emburrece (78% das crianças acham) 09:15 Assistir demais a TV pode emburrecer porque a programaçao apresentada é de baixa qualidade. É o que pensam 78% das crianças que participaram em abril de uma pesquisa realizada pelo site Mingau Digital - no endereço mingaudigital.com.br - frequentado por usuários de 8 a 12 anos. 41% acreditam, no entanto, que é necessário saber escolher para tirar proveito da programaçao. Apenas 12% responderam que a TV tem apenas efeitos positivos sobre a inteligência do espectador. Cerca de 300 crianças participaram da pesquisa respondendo a pergunta . Notícia de Bluebus. www.bluebus.com.br
quarta-feira, maio 04, 2005
quarta à portuguesa - grand-prix da fcb. tiro no pé de nós todos ?
falar da publicidade em portugal invariavelmente passa por falar em prêmios. como não? prêmios lembram edson athayde, pedro bidarra (há outros, claro). bidarra lembra fraturas expostas e muitas outras. fraturas expostas lembram pequenez de um mercado que se quer grande em idéias – e muitas vezes o é - mas que são minorizadas pelos finórios que se acham a maioria e maiorais. moral da história: quem em terra de cego,caolho, não é rei: é imbecil; a exceção de camões.
entrada às participações, artigo do gabriel dreyfus, colunista do ad latina, que até parece provocação maior estando em espanhol. como o discernimento em vosso espírito se anuncia ? semana que vem tem mais. pode ser o vosso. caso não, pior ainda: o meu. posts à redação.
El gran premio de Gráfica del Fiap
“A menudo las buenas intenciones de los altruistas europeos son un insulto a la dignidad de nuestros pueblos”, sostiene Gabriel Dreyfus. En esta columna realiza un análisis histórico de los países involucrados en “Banderas” –campaña que ganó el GP de Gráfica en el Fiap-, plantea por qué no hay ningún europeo y sentencia a la campaña como una hipocresía portuguesa: pocas veces pude ver una campaña más creativa y, a la vez, más hipócrita que la campaña portuguesa que ganó el Gran Premio del FIAP.
La agencia es FCB de Lisboa y el anunciante la revista Grande Reportagem.
Es excelente la idea de expresar los grandes problemas y las pocas soluciones de algunos países mediante los colores y el diseño de sus banderas.
Pero falta la bandera de Portugal.
Portugal, actualmente uno de los países más atrasados de la Unión Europea fue, en el pasado, una de las mayores potencias coloniales y esclavistas del mundo.
Recordemos las banderas que aparecen en la campaña: EEUU, la Unión Europea, la República Popular China, dos naciones latinoamericanas (Colombia y Brasil) y tres africanas (Angola, Somalía y Burkina Faso).
De estas ocho banderas, dos corresponden a ex colonias portuguesas (Angola y Brasil) y una, la de China, con una pequeña porción de su territorio (Macao) que fue colonia portuguesa durante más de 400 años y hasta 1999.
Veamos ahora que dice la leyenda junto a la bandera de Angola: Personas infectadas con HIV, Personas infectadas con malaria y el símbolo en dorado, mucho más pequeño que las franjas negra y roja, representa a las Personas con acceso a cuidados médicos.
Seguramente, la agencia se basó en datos sacados de los websites de Amnesty Internacional y de la ONU.Pero el HIV y la malaria de Angola son sólo consecuencias de una tragedia mucho mayor.
En 1483, cuando los navegantes portugueses llegaron a las costas de la actual Angola, un reino africano estaba en pleno florecimiento y expansión.
Pronto los portugueses iniciaron su comercio de esclavos y la extinción de la cultura local.Durante los Siglos XVI y XVII más de un millón de “angoleños” fueron esclavizados y enviados a Brasil.
La abolición formal del comercio de esclavos en 1836 y la pérdida de Brasil llevó a los portugueses a intensificar y centrar sus intereses coloniales en otros territorios.
Angola incluida.
La independencia de la empobrecida Angola recién se concretó, tras casi 500 años de opresión y saqueo, en 1975 y luego de cruentas luchas entre la guerrilla y el ejército colonial portugués.
Quedó un país miserable y dividido entre el MPLA (apoyado por la antigua URSS y Cuba) en lucha fraticida contra el FNLA y UNITA (respaldados por Sudáfrica, EEUU y Gran Bretaña).
Esta guerra, también fomentada y sostenida por intereses extranjeros contrapuestos, fue la más larga del Continente Africano, costó más de 500 mil vidas humanas, muchos más incapacitados y varios millones de desplazados.
En relación a Angola, seguramente el rojo de la bandera portuguesa (que no aparece en la campaña premiada) debería simbolizar la vergüenza pero no le encuentro ningún significado al verde…
Pasemos ahora a Brasil.
Es trágica y absolutamente cierta la comparación hecha sobre la bandera brasileña: el gran rectángulo verde representa a las Personas que viven con menos de 10 dólares por mes, el mediano rombo amarillo representa a las Personas que viven con menos de 100 dólares por mes, el más pequeño círculo azul representa a las Personas que viven con menos de 1.000 dólares por mes y los minúsculos puntitos blancos representan a las Personas que viven con más de 100.000 dólares por mes.
Salvo que jueguen al fútbol en Europa o canten bossa nova en los más importantes teatros del mundo, no creo que haya descendientes de los esclavos traídos por los portugueses en el círculo azul y menos aún en los puntitos blancos: en Brasil no todos los pobres son negros pero todos los negros son pobres…
Y sólo pueden llegar a ser Ministros de Deporte o de Cultura (popular), simplemente porque casi no tienen acceso a otras actividades que el deporte y el folclore.
El apartheid es mucho más sutil que en Sudáfrica: en carnaval bailan todos juntos, pero después los más oscuritos limpian el Sambódromo y vuelven a las favelas.
No los margina el color de su piel sino la miseria y es sabido que, en las ex colonias, la miseria se acentúa en la misma proporción que el color de la piel.
Ahora repasemos un poco la historia de otro genocidio portugués.
Primero vino la matanza de indios o su sometimiento a una explotación infrahumana.
Gracias a Portugual, los jesuitas también fueron expulsados de la Argentina y la maravillosa Misión de San Ignacio (hoy ruinas de San Ignacio) es un testimonio de lo que pudo ser nuestra América si se la hubiese colonizado con amor y con cultura.
Después llegó la esclavitud de los negros (obviamente todo lo que digo también es aplicable a España y a otras potencias coloniales europeas, pero la campaña “Banderas” es una hipocresía portuguesa).
Al principio, los brasileños no se “independizaron” como el resto de América: en 1822 se proclamó el Imperio del Brasil (con la dinastía portuguesa de los Braganza) y recién en 1889 llegó la República.
La ambición expansionista del nuevo Imperio invadió la Banda Oriental (hoy República Oriental del Uruguay) y entró en guerra con la Argentina (que aún no se había consolidado como nación).
Años después, ahora aliado con la Argentina en una de las páginas más vergonzosas de nuestra historia, en la Guerra de la Triple Alianza (junto con Uruguay) causó el genocidio del pueblo paraguayo.
De más está decir que las Personas que viven con más de 100.000 dólares por mes en Brasil (una exageración de Grande Reportagem) son, en su gran mayoría, descendientes de los colonizadores portugueses y, minoritariamente, hijos de inmigrantes europeos.
Por supuesto, conozco gente altruista que pertenece a la aristocracia del Brasil.
Pero no conozco a ningún gran publicitario negro.
Los portugueses de FCB y “Grande Reportagem” no son racistas con los demás europeos: el único problema que encuentran en su continente (representado solamente por la bandera de la Unión Europea) es que ¡consumen mucho más petróleo del que producen!
No hay ETA, no hay IRA, nunca hubo violación a los derechos humanos por parte de las fuerzas británicas en Irlanda ni atrocidades en los Balcanes y bombardeos sobre Belgrado, no hay mafias en Rusia ni en Francia, ni siquiera en Italia y tampoco existe forma alguna de racismo en todo el Viejo Continente…
Haciendo un poco de historia, ¿acaso Hitler nació en Angola y Stalin en Colombia?
Me repugnan las “buenas intenciones” de los europeos que sólo ven la paja en el ojo del Tercer Mundo: son los mismos que juzgan a los represores argentinos que ellos mismos entrenaron.
Pero volvamos a la publicidad y a la campaña premiada.
“Grande Reportagem” tiene pésima información o miente descaradamente, como ejemplo basta el aviso dedicado a la bandera de la República Popular China: la mayoritaria superficie roja simboliza a los Menores de 14 años que trabajan, mientras que los minoritarios símbolos comunistas, en amarillo, a los Menores de 14 años que estudian.
Hace 50 años los analfabetos representaban el 80 por ciento de la población china, hoy entre los jóvenes y adultos esta cifra se ha reducido al 5.5 por ciento y el 99 por ciento de los niños inician la escuela primaria.
Es cierto que en esta opresiva dictadura totalitaria (ya no se sabe si marxista, capitalista o mixta) no se respetan los derechos humanos (lo cual no se menciona en la campaña premiada ni se denuncia en la ONU).
Pero no es menos cierto que China está en camino de ser la primera economía del mundo y cuando era un país semicolonizado por las potencias europeas el mayor flagelo no era el trabajo de los adolescentes sino el hambre de todos.
En cuanto a Macao, la colonia más vieja de los europeos en China (desde que Portugal usurpó el territorio en el Siglo XVI), hoy tiene una única “industria” que habla del aporte cultural portugués: casinos y prostitución.
No tengo nada en particular contra Portugal, a pesar de todo lo considero un país menos hipócrita que aquel del cual proviene mi apellido: Francia.
La cuna de los derechos del hombre los violó en cinco continentes y en su propio territorio, con la enorme mayoría “colaboracionista” durante la ocupación nazi.
Casi toda Europa es hipócrita y como América Latina aún no tiene su bandera (como la Unión Europea), yo las considero a todas como propias.
Algo que, evidentemente, no apreció el Jurado del FIAP: casi totalmente integrado por latinoamericanos y con mayoría mexicana en su presidenta, los representantes de ese país y los del mercado hispano de los EEUU.
El diseño de la bandera de México no se presta tan bien como la del Brasil para ejemplificar sus grandes desigualdades culturales, sociales y económicas, pero, cambiando a los portugueses por los españoles, a los africanos por todas las culturas indígenas destruidas con sus pueblos sometidos y al Imperio de Don Pedro por el de Maximiliano (a diferencia de Brasil los mexicanos también tuvieron a un gran presidente indígena, Benito Juárez, pero después todo siguió igual o peor), yo me pregunto si el Jurado del FIAP hubiese permitido que se premiara una campaña europea e injustamente ofensiva contra México.
Y ojalá esta nota circule entre los jurados de Cannes y San Sebastián que, espero, hayan leído algo más que anuarios de publicidad.
Gabriel Dreyfus
entrada às participações, artigo do gabriel dreyfus, colunista do ad latina, que até parece provocação maior estando em espanhol. como o discernimento em vosso espírito se anuncia ? semana que vem tem mais. pode ser o vosso. caso não, pior ainda: o meu. posts à redação.
El gran premio de Gráfica del Fiap
“A menudo las buenas intenciones de los altruistas europeos son un insulto a la dignidad de nuestros pueblos”, sostiene Gabriel Dreyfus. En esta columna realiza un análisis histórico de los países involucrados en “Banderas” –campaña que ganó el GP de Gráfica en el Fiap-, plantea por qué no hay ningún europeo y sentencia a la campaña como una hipocresía portuguesa: pocas veces pude ver una campaña más creativa y, a la vez, más hipócrita que la campaña portuguesa que ganó el Gran Premio del FIAP.
La agencia es FCB de Lisboa y el anunciante la revista Grande Reportagem.
Es excelente la idea de expresar los grandes problemas y las pocas soluciones de algunos países mediante los colores y el diseño de sus banderas.
Pero falta la bandera de Portugal.
Portugal, actualmente uno de los países más atrasados de la Unión Europea fue, en el pasado, una de las mayores potencias coloniales y esclavistas del mundo.
Recordemos las banderas que aparecen en la campaña: EEUU, la Unión Europea, la República Popular China, dos naciones latinoamericanas (Colombia y Brasil) y tres africanas (Angola, Somalía y Burkina Faso).
De estas ocho banderas, dos corresponden a ex colonias portuguesas (Angola y Brasil) y una, la de China, con una pequeña porción de su territorio (Macao) que fue colonia portuguesa durante más de 400 años y hasta 1999.
Veamos ahora que dice la leyenda junto a la bandera de Angola: Personas infectadas con HIV, Personas infectadas con malaria y el símbolo en dorado, mucho más pequeño que las franjas negra y roja, representa a las Personas con acceso a cuidados médicos.
Seguramente, la agencia se basó en datos sacados de los websites de Amnesty Internacional y de la ONU.Pero el HIV y la malaria de Angola son sólo consecuencias de una tragedia mucho mayor.
En 1483, cuando los navegantes portugueses llegaron a las costas de la actual Angola, un reino africano estaba en pleno florecimiento y expansión.
Pronto los portugueses iniciaron su comercio de esclavos y la extinción de la cultura local.Durante los Siglos XVI y XVII más de un millón de “angoleños” fueron esclavizados y enviados a Brasil.
La abolición formal del comercio de esclavos en 1836 y la pérdida de Brasil llevó a los portugueses a intensificar y centrar sus intereses coloniales en otros territorios.
Angola incluida.
La independencia de la empobrecida Angola recién se concretó, tras casi 500 años de opresión y saqueo, en 1975 y luego de cruentas luchas entre la guerrilla y el ejército colonial portugués.
Quedó un país miserable y dividido entre el MPLA (apoyado por la antigua URSS y Cuba) en lucha fraticida contra el FNLA y UNITA (respaldados por Sudáfrica, EEUU y Gran Bretaña).
Esta guerra, también fomentada y sostenida por intereses extranjeros contrapuestos, fue la más larga del Continente Africano, costó más de 500 mil vidas humanas, muchos más incapacitados y varios millones de desplazados.
En relación a Angola, seguramente el rojo de la bandera portuguesa (que no aparece en la campaña premiada) debería simbolizar la vergüenza pero no le encuentro ningún significado al verde…
Pasemos ahora a Brasil.
Es trágica y absolutamente cierta la comparación hecha sobre la bandera brasileña: el gran rectángulo verde representa a las Personas que viven con menos de 10 dólares por mes, el mediano rombo amarillo representa a las Personas que viven con menos de 100 dólares por mes, el más pequeño círculo azul representa a las Personas que viven con menos de 1.000 dólares por mes y los minúsculos puntitos blancos representan a las Personas que viven con más de 100.000 dólares por mes.
Salvo que jueguen al fútbol en Europa o canten bossa nova en los más importantes teatros del mundo, no creo que haya descendientes de los esclavos traídos por los portugueses en el círculo azul y menos aún en los puntitos blancos: en Brasil no todos los pobres son negros pero todos los negros son pobres…
Y sólo pueden llegar a ser Ministros de Deporte o de Cultura (popular), simplemente porque casi no tienen acceso a otras actividades que el deporte y el folclore.
El apartheid es mucho más sutil que en Sudáfrica: en carnaval bailan todos juntos, pero después los más oscuritos limpian el Sambódromo y vuelven a las favelas.
No los margina el color de su piel sino la miseria y es sabido que, en las ex colonias, la miseria se acentúa en la misma proporción que el color de la piel.
Ahora repasemos un poco la historia de otro genocidio portugués.
Primero vino la matanza de indios o su sometimiento a una explotación infrahumana.
Gracias a Portugual, los jesuitas también fueron expulsados de la Argentina y la maravillosa Misión de San Ignacio (hoy ruinas de San Ignacio) es un testimonio de lo que pudo ser nuestra América si se la hubiese colonizado con amor y con cultura.
Después llegó la esclavitud de los negros (obviamente todo lo que digo también es aplicable a España y a otras potencias coloniales europeas, pero la campaña “Banderas” es una hipocresía portuguesa).
Al principio, los brasileños no se “independizaron” como el resto de América: en 1822 se proclamó el Imperio del Brasil (con la dinastía portuguesa de los Braganza) y recién en 1889 llegó la República.
La ambición expansionista del nuevo Imperio invadió la Banda Oriental (hoy República Oriental del Uruguay) y entró en guerra con la Argentina (que aún no se había consolidado como nación).
Años después, ahora aliado con la Argentina en una de las páginas más vergonzosas de nuestra historia, en la Guerra de la Triple Alianza (junto con Uruguay) causó el genocidio del pueblo paraguayo.
De más está decir que las Personas que viven con más de 100.000 dólares por mes en Brasil (una exageración de Grande Reportagem) son, en su gran mayoría, descendientes de los colonizadores portugueses y, minoritariamente, hijos de inmigrantes europeos.
Por supuesto, conozco gente altruista que pertenece a la aristocracia del Brasil.
Pero no conozco a ningún gran publicitario negro.
Los portugueses de FCB y “Grande Reportagem” no son racistas con los demás europeos: el único problema que encuentran en su continente (representado solamente por la bandera de la Unión Europea) es que ¡consumen mucho más petróleo del que producen!
No hay ETA, no hay IRA, nunca hubo violación a los derechos humanos por parte de las fuerzas británicas en Irlanda ni atrocidades en los Balcanes y bombardeos sobre Belgrado, no hay mafias en Rusia ni en Francia, ni siquiera en Italia y tampoco existe forma alguna de racismo en todo el Viejo Continente…
Haciendo un poco de historia, ¿acaso Hitler nació en Angola y Stalin en Colombia?
Me repugnan las “buenas intenciones” de los europeos que sólo ven la paja en el ojo del Tercer Mundo: son los mismos que juzgan a los represores argentinos que ellos mismos entrenaron.
Pero volvamos a la publicidad y a la campaña premiada.
“Grande Reportagem” tiene pésima información o miente descaradamente, como ejemplo basta el aviso dedicado a la bandera de la República Popular China: la mayoritaria superficie roja simboliza a los Menores de 14 años que trabajan, mientras que los minoritarios símbolos comunistas, en amarillo, a los Menores de 14 años que estudian.
Hace 50 años los analfabetos representaban el 80 por ciento de la población china, hoy entre los jóvenes y adultos esta cifra se ha reducido al 5.5 por ciento y el 99 por ciento de los niños inician la escuela primaria.
Es cierto que en esta opresiva dictadura totalitaria (ya no se sabe si marxista, capitalista o mixta) no se respetan los derechos humanos (lo cual no se menciona en la campaña premiada ni se denuncia en la ONU).
Pero no es menos cierto que China está en camino de ser la primera economía del mundo y cuando era un país semicolonizado por las potencias europeas el mayor flagelo no era el trabajo de los adolescentes sino el hambre de todos.
En cuanto a Macao, la colonia más vieja de los europeos en China (desde que Portugal usurpó el territorio en el Siglo XVI), hoy tiene una única “industria” que habla del aporte cultural portugués: casinos y prostitución.
No tengo nada en particular contra Portugal, a pesar de todo lo considero un país menos hipócrita que aquel del cual proviene mi apellido: Francia.
La cuna de los derechos del hombre los violó en cinco continentes y en su propio territorio, con la enorme mayoría “colaboracionista” durante la ocupación nazi.
Casi toda Europa es hipócrita y como América Latina aún no tiene su bandera (como la Unión Europea), yo las considero a todas como propias.
Algo que, evidentemente, no apreció el Jurado del FIAP: casi totalmente integrado por latinoamericanos y con mayoría mexicana en su presidenta, los representantes de ese país y los del mercado hispano de los EEUU.
El diseño de la bandera de México no se presta tan bien como la del Brasil para ejemplificar sus grandes desigualdades culturales, sociales y económicas, pero, cambiando a los portugueses por los españoles, a los africanos por todas las culturas indígenas destruidas con sus pueblos sometidos y al Imperio de Don Pedro por el de Maximiliano (a diferencia de Brasil los mexicanos también tuvieron a un gran presidente indígena, Benito Juárez, pero después todo siguió igual o peor), yo me pregunto si el Jurado del FIAP hubiese permitido que se premiara una campaña europea e injustamente ofensiva contra México.
Y ojalá esta nota circule entre los jurados de Cannes y San Sebastián que, espero, hayan leído algo más que anuarios de publicidad.
Gabriel Dreyfus
terça-feira, maio 03, 2005
dia mundial da imprensa
censura é coisa de assassinos intelectuais,tiranos,ditadores,religiosos histéricos, assassinos de fato e portadores de corpos e mentes sexualmente mal resolvidos. ninguém precisa ter vivido a bad-trip de bastonetes na vagina, alicates nos peitos, cacetetes no rabo, estupros, curras, maquininhas chocantes e tours de force alucinantes, promovidos pelos mesmos e eternos defensores da censura pra saber que censura é tortura. qualquer uma. do parágrafo suprimido ao cano de escape na boca. in plurais, ainda jornalista, o norte, associados paraíba. no mundo inteiro, cai ditadura, levanta ditadura, assim é. continuam assassinando jornalistas como se os mortos escrevessem com bala de festim. bala tem peso de pena ?
deus criou a idéia. o diabo a ficha técnica.
Acho bem provável que eu saia chamuscado ao tocar neste assunto, mas tenho uma incontrolável vocação para arrumar encrenca. Vou falar de prêmios e de fichas técnicas. Na verdade, adoro uma coisa. E detesto a outra.
Ah, que saudade dos tempos em que a gente criava sem pensar na famigerada ficha técnica. Lá se vão anos, mas vale a pena recordar.
As coisas eram mais ou menos assim: os cabelos e barbas eram compridos, as roupas meio surradas, e o ar era de intelectual que não compactuava com "isso que está aí". Ganhar dinheiro, ficar famoso e ser premiado tinha, sim, lá no fundinho de nossas almas, algum valor. Mas vinha depois de premências bem maiores como, por exemplo, comer umas estagiárias. Resolvido isso, a gente só queria se divertir, passar algumas idéias subversivas nas entrelinhas dos anúncios e, se possível, biritar depois do expediente.
Por isso, nosso dia-a-dia era bem menos angustiante e sofrido. Baseava-se em receber o pedido de trabalho, estudar a necessidade do cliente, pensar em idéias que solucionassem aquele problema e, de quebra, nos divertirmos criando coisas irreverentes, ousadas, mas quase sempre extremamente eficazes. E ainda recebíamos um bom salário no fim do mês. Sem correr atrás dos nossos nomezinhos em fichas técnicas, até porque eles apareciam lá, automaticamente, no caso de um prêmio. Bem, devo dizer que era, no mínimo, menos estressante. Mas esse tempo passou.
Infelizmente, o que vejo hoje é uma gente neurótica, checando calendários de premiações, verificando fichas técnicas com olhos nervosos, folheando Ar(gh!)chives, fotografando ou manipulando imagens, imprimindo anúncios que muitas vezes nunca viram e nem verão a luz da mídia. Todos catando afoitos, aqui e ali, os possíveis focos dos holofotes imaginários de um mercado que virou show-bizz de otário.
Enquanto isso, os salários despencam, as faculdades e cursinhos "mágicos" se multiplicam, os portifólios fantasmas viram padrão. E só vejo gente triste nas festinhas, cada vez mais caídas, a que ainda costumamos ir para espantar o tédio.
O que mudou? Bem, os clientes de hoje, pequenos ou grandes, nacionais ou multinacionais, estão muito diferentes. Quantas vezes você apresentou um filme, nos últimos anos, a um grupo de pessoas atentas, que olhavam para você em vez de ficarem anotando coisas num bloco de papel? Fica uma certa tensão no ar. Você lá na frente, se descabelando, interpretando o personagem, fazendo caras e bocas, cantando, dançando. E eles com a cara enfiada no bloco, anotando, conferindo, calculando. No final, um deles explica porque a sua idéia não atingiu os níveis mínimos de persuasão determinados num manualzinho. Você acha que eles fazem isso de sacanagem? Talvez. Mas, na maioria dos casos, eles também estão mais tristes e inseguros.
Houve uma época em que podiam analisar as idéias de uma forma mais ou menos clara, direta e, claro, descaradamente subjetiva: "gostei muito", ou "não gostei".
A globalização e o marketing moderno trocaram estas análises e perguntas por outras muito mais técnicas e circunspectas, como:
"-Esta peça não tem o look and feel da nossa marca." Ou "- Onde está o plano de "taste & pleasure?"
Ficou bem mais difícil aprovar as boas idéias simplesmente por sua inovação, pelo seu humor ou por sua leveza. Elas assustam, porque geralmente escapam de todos os books ou dos padrões estabelecidos em workshops internacionais. Muitas vezes o cliente gostaria de aprovar, mas não pode.
Temos que trabalhar mais e mais, sempre atentos a possíveis brechas que nos permitam exercer a profissão com mais prazer e dignidade. Fazer o "dever de casa" direitinho e, aos poucos, ir propondo outros caminhos, mais criativos, mais soltos e mais impactantes. Trabalhar sério, tentar entender o processo, para conquistar passo a passo a confiança e a cumplicidade do cliente.
Dá uma trabalheira danada e demora intermináveis meses, até anos, para render alguns frutos. Mas essa é, feliz ou infelizmente, a nova realidade. E é com ela que temos que aprender a lidar, até porque somos pagos para isso.
É uma realidade dura e desgastante, que tem levado muitos criativos ao desvio do fantasminha camarada. Mas, cuidado, este pode ser um caminho sem volta. De fantasma em fantasma, um dia você vai se perder no meio do devaneio, sem saber ao certo o que é real e o que é fantasia.
Aí, você vai querer voltar. Tomara que, na volta, você ainda encontre o seu emprego.
Toninho Lima - Diretor Associado de Criação - McCann Rio (o título deste post é do toninho também).
Ah, que saudade dos tempos em que a gente criava sem pensar na famigerada ficha técnica. Lá se vão anos, mas vale a pena recordar.
As coisas eram mais ou menos assim: os cabelos e barbas eram compridos, as roupas meio surradas, e o ar era de intelectual que não compactuava com "isso que está aí". Ganhar dinheiro, ficar famoso e ser premiado tinha, sim, lá no fundinho de nossas almas, algum valor. Mas vinha depois de premências bem maiores como, por exemplo, comer umas estagiárias. Resolvido isso, a gente só queria se divertir, passar algumas idéias subversivas nas entrelinhas dos anúncios e, se possível, biritar depois do expediente.
Por isso, nosso dia-a-dia era bem menos angustiante e sofrido. Baseava-se em receber o pedido de trabalho, estudar a necessidade do cliente, pensar em idéias que solucionassem aquele problema e, de quebra, nos divertirmos criando coisas irreverentes, ousadas, mas quase sempre extremamente eficazes. E ainda recebíamos um bom salário no fim do mês. Sem correr atrás dos nossos nomezinhos em fichas técnicas, até porque eles apareciam lá, automaticamente, no caso de um prêmio. Bem, devo dizer que era, no mínimo, menos estressante. Mas esse tempo passou.
Infelizmente, o que vejo hoje é uma gente neurótica, checando calendários de premiações, verificando fichas técnicas com olhos nervosos, folheando Ar(gh!)chives, fotografando ou manipulando imagens, imprimindo anúncios que muitas vezes nunca viram e nem verão a luz da mídia. Todos catando afoitos, aqui e ali, os possíveis focos dos holofotes imaginários de um mercado que virou show-bizz de otário.
Enquanto isso, os salários despencam, as faculdades e cursinhos "mágicos" se multiplicam, os portifólios fantasmas viram padrão. E só vejo gente triste nas festinhas, cada vez mais caídas, a que ainda costumamos ir para espantar o tédio.
O que mudou? Bem, os clientes de hoje, pequenos ou grandes, nacionais ou multinacionais, estão muito diferentes. Quantas vezes você apresentou um filme, nos últimos anos, a um grupo de pessoas atentas, que olhavam para você em vez de ficarem anotando coisas num bloco de papel? Fica uma certa tensão no ar. Você lá na frente, se descabelando, interpretando o personagem, fazendo caras e bocas, cantando, dançando. E eles com a cara enfiada no bloco, anotando, conferindo, calculando. No final, um deles explica porque a sua idéia não atingiu os níveis mínimos de persuasão determinados num manualzinho. Você acha que eles fazem isso de sacanagem? Talvez. Mas, na maioria dos casos, eles também estão mais tristes e inseguros.
Houve uma época em que podiam analisar as idéias de uma forma mais ou menos clara, direta e, claro, descaradamente subjetiva: "gostei muito", ou "não gostei".
A globalização e o marketing moderno trocaram estas análises e perguntas por outras muito mais técnicas e circunspectas, como:
"-Esta peça não tem o look and feel da nossa marca." Ou "- Onde está o plano de "taste & pleasure?"
Ficou bem mais difícil aprovar as boas idéias simplesmente por sua inovação, pelo seu humor ou por sua leveza. Elas assustam, porque geralmente escapam de todos os books ou dos padrões estabelecidos em workshops internacionais. Muitas vezes o cliente gostaria de aprovar, mas não pode.
Temos que trabalhar mais e mais, sempre atentos a possíveis brechas que nos permitam exercer a profissão com mais prazer e dignidade. Fazer o "dever de casa" direitinho e, aos poucos, ir propondo outros caminhos, mais criativos, mais soltos e mais impactantes. Trabalhar sério, tentar entender o processo, para conquistar passo a passo a confiança e a cumplicidade do cliente.
Dá uma trabalheira danada e demora intermináveis meses, até anos, para render alguns frutos. Mas essa é, feliz ou infelizmente, a nova realidade. E é com ela que temos que aprender a lidar, até porque somos pagos para isso.
É uma realidade dura e desgastante, que tem levado muitos criativos ao desvio do fantasminha camarada. Mas, cuidado, este pode ser um caminho sem volta. De fantasma em fantasma, um dia você vai se perder no meio do devaneio, sem saber ao certo o que é real e o que é fantasia.
Aí, você vai querer voltar. Tomara que, na volta, você ainda encontre o seu emprego.
Toninho Lima - Diretor Associado de Criação - McCann Rio (o título deste post é do toninho também).