a idéia era simples e parecia impactante. pra resolver campanha do dia das mães, fugindo da mesmice, chamando atenção para um shopping de meia tigela, chamamos um ator a la carlos moreno sem salvação, fazemo-lo encarnar personagens com um perfil psicológico over acting de meia dúzia de mães, compomos o acting em uma narrativa curta e a interpretação e caracterização devem ser um misto de travesti com figurinos comédia trash. um horror! a mídia deve ser de guerrilha, formato 15 segundos assim pensado, com muitos deles colados, formando um de 30, número de vezes suficiente. criaríamos um burburinho do tipo que campanha horrosa, que coisa é esta, puta merda que coisa ruim, deixaríamos algumas mães e famílias tradicionais aos protestos com aquela coisa bizarra e bichesca, até porque o o shoping tem a alcunha de shoping boa bicha, e soltaríamos o último filme. o ator,não personagem, dizendo que fez tudo aquilo porque foi a única maneira de conseguir um dinheirinho para comprar o presente da sua mãe querida, claro com frequencia suficiente para não deixar dúvidas.
perfeito não? metalinguagem, parodia e ousadia num pacote só. vamos deitar e rolar.
well, planejar com ousadia e ignorar o executar com eficácia, sempre dá merda. as gravações foram realizadas num único dia, ignorando a recomendação das planilhas; o ator soube no dia que seu cachê seria reduzido a metade com aquelas preleições sutis como um elefante num shopping; o estratégia de mídia foi completamente ignorada, pulverizando a frequência o que motivou a percepção de que os vts eram pra ser levados a sério enquanto leitura e sub-leitura do aproach. e, golpe de misericórdia, o último filme foi cortado.
resultado: as vendas subiram quase 30% ainda assim. mas o crédito campanha da idéia traveca sobrou pra mim devidamente amplificado pelos bundões e dito homens de marketing sérios do mercado que alertaram para o perigo da campanha.
lições: não criar coisas ousadas - não pra clientes conservadores - mas sim para agências sem pulso ou culhão como queiram para fazer valer as suas idéias por completo. calça de veludo ou bunda de fora. se vetos há. que se faça outra campanha.
arrependimento ? nenhum. faria tudo de novo. muito melhor do que fazer campanhas que tratam as mães como se elas tivessem filhos descerebrados. impressão que as mães dos publicitários tem quando assistem os filmes criados por eles. a minha pelo menos deve ter dito: ele nunca me enganou. sempre soube que não tinha jeito.
Isso só reforça a minha certeza de que, na maioria das vezes, o pessoal que aprova os trabalhos simplesmente não entende patavina do que está ali.
ResponderExcluirAprovo tudo, só corto o principal. Ou, "adorei" toda a campanha, só tenho uma alteração - e esta única alteração destrói todo o conceito.
Não sei se é implicância da minha parte, mas tenho a sensação de que quanto mais MBA, pior eles ficam.
meu caro paulo, mbas não passam de alguma coisa tipo pré-primários do novo modelo de educação para "vencer na vida "; levando para o ensino pago todas as querelas do ensino público; a exceção do preço, of course: uma nova categoria de estapafurdismo intelectual. o que espanta não é a sua existência: é a frequência dos que fazem o seu nome. assim o diogo mainairdi nunca mais fica quieto.
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