a revista caras, aquela que tem as caras de bunda e as bundas mais caras do país, faz comercial de televisão para divulgar sua coleção de xícaras de chá. tá nos "horários nobres" pra todo mundo ver.até aí,no problems.
mas peraí? "inundar" patrimônios históricos, como gancho para uma fusão bunda como as taís xícaras que trazem gravadas fotos de uns tais patrimônios, é demais até para uma revista que prima pela oxigenação a mais dos cabelos em nome da política de quanto menos cérebro e mais carteira melhor - bunda nem tanto, já que quanto mais carteira mais bunda derrubada, ao que (a)parece.
se considerarmos que no brasil o iphan não tem sequer meia dúzia de museólogos para cuidar do património histórico arquitetônico brasileiro, a revista bundas, quer dizer caras, bem que poderia dar melhor exemplo, fazendo melhor lustro da sua coleção e do patrímônio e não debitar imagens do "chá" subindo e afogando o patrimônio. estas muito perto de uma realidade catastrófica onde se insere o patrimônio que a cada dia é destruído sem dó nem piedade pelo descaso, ignorância, vandalismo e pela falta de cultura, que a caras ao fim e ao cabo estimula depreciativamente mesmo quando pensa? estimulá-la positivamente.
o comercial não chega a ser um armagedon blockbusteriano. mas tá ali, quase coladinho a cenas do telejornal de cidades que a menor chuva tornam-se represas de sí mesmo. e quando isto acontece, o patrimônio nelas inserido, também está lá, afogando-se sem cobertura e sem a menor colher de chá de quem quer que seja que nesta hora não dá as caras.
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Now playing: luis melodia - magrelinha
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o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
segunda-feira, junho 30, 2008
domingo, junho 29, 2008
copy na cabeça
“Never let their toys die”, afirmam os quatro anúncios que compõem a campanha destacada com o Grand Prix de Press do Festival de Cannes 2008. Um trabalho que, com certeza, entrará para os anais da competição como um dos mais memoráveis da história da propaganda mundial. Por quê? Falam por si as imagens das quatro peças, em todos os detalhes que as compõem, sem exigir mais texto do que a frase “the world’s longest lasting battery” para promover os benefícios do produto, função básica e, pode-se dizer, atualmente, banal de qualquer peça publicitária. Porque essas quatro imagens falam muito além do briefing elaborado pelo cliente, cuja principal preocupação é, de praxe, obter share of market.
Na África do Sul, profissionais da DDB e da Energizer parecem ter estabelecido, de certo modo, um vínculo de cumplicidade que derruba barreiras do comodismo e do medo de ir além com esta campanha absolutamente relevante em seu contexto de veiculação, ao contribuir para o despertar de uma consciência humanitária na tenra fase em que o caráter do ser ainda é semente, por isso, precisa ser regado para fortalecer raízes e não crescer com seu vigor comprometido por negligência de pais e educadores.
É incrível, porém, o fato de a grande maioria dos anunciantes e publicitários ainda não ter se apercebido de que para falar bem de si mesmo – ou de um produto, ou de um serviço – nada é mais conveniente, no mundo conturbado em que vivemos, do que simplesmente “falar” o bem. Obviamente, falar ou propagar o bem não é missão que possa se exigir de um trabalho de cunho publicitário, muitos dos quais recebem milhões de dólares ou euros de investimentos com a intenção de defender lideranças de mercado, entretanto, será mesmo que os efeitos desejados continuarão sendo atingidos exclusivamente pelas novidades tecnológicas inventadas, pelo uso de uma linguagem que favorece a inclusão no meio visado, pela piada pronta ou inusitada? Se, ao pensar na resposta para essa questão, os publicitários e anunciantes são tomados por mais dúvidas, é porque o feeling das pessoas mais sensíveis está dando sinais de alerta bem claro de que tudo está mudando muito mais rapidamente do que já mudou em toda da a história da humanidade, motivo pelo qual talvez não haja tempo para pensar muito na resposta, ou seja, é preciso agir.
Agir pelo bem quando uma marca, produto ou serviço acredita que pode “falar” o bem em vez de permanecer no lugar-comum de quem fala bem somente de si mesmo, almejando que sua fala seja reproduzida por formadores de opiniões em grau de abrangência suficiente para que o público-alvo lhe seja receptivo e fiel. "Quem acredita que pode" não pode, neste caso, ter o o "rabo preso".
Duas meninas loirinhas cospem em alguém que passa, lá embaixo, em qualquer rua da África do Sul. Um garotinho loirinho pensa em pintar de vermelho seu pequeno cachorro de estimação que, como ele próprio, precisa de amor e cuidados materiais para viver. Um garoto loirinho coloca em risco sua parceira loirinha em pleno parque de diversão, local no qual estamos acostumados a sonhar com a paz na Terra. E outro garoto loirinho mostra à sua parceira, também loirinha, o pênis que o diferencia da ainda inocência feminina que pode vir a se transformar num complexo de castração em breve. Tanta coisa para pensar com apenas uma rápida leitura de quatro simples peças publicitárias que têm o propósito primário de lembrar ao consumidor que pilhas Energizer não podem faltar nos lares dos moradores da África do Sul. Assim como não pode faltar quem eduque e conscientize as crianças de hoje – não apenas na África do Sul – para que amanhã os adultos não sejam preconceituosos, não sejam maldosos, saibam respeitar o semelhante de qualquer sexo ou preferência sexual e sintam sincero afeto pela natureza e os animais.
Este Grand Prix do Festival de Cannes 2008 é merecedor, com todas as letras, do Grand Prix que lhe foi outorgado. Mais do que isso. Este Grand Prix é fundamental para que os publicitários e os anunciantes nunca deixem a propaganda morrer.
(não deixem a propaganda morrer, da gisele centenário)
p.s. não é a imagem que é contudente apenas. é o conceito da campanha, cujo impacto é arrematado por um copy que vai além da epiderme. never let their toys die é trabalho de copy e não de redatores medíocres que não conseguem simplificar para ir mais fundo.
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Now playing: cátia de França - coito das araras
via FoxyTunes
sexta-feira, junho 27, 2008
tsunami
"Chegou a vez de quem quer se divertir de novo. De quem leu o Bernbach e o Ogilvy e acreditou."
(de uma nota atrasada da fernando romano, para o bluebus, nesta sexta)
p.s. se você não leu, nem adianta dizer que corra, porque não dá tempo. pelo menos para esta geração que acha que vai ser tornar publicitário fazendo faculdade. até porque, lá ninguém lê bernabach, ogilvy,leo. aliás, ninguém lê nem archive, já que lá também não há texto.
(de uma nota atrasada da fernando romano, para o bluebus, nesta sexta)
p.s. se você não leu, nem adianta dizer que corra, porque não dá tempo. pelo menos para esta geração que acha que vai ser tornar publicitário fazendo faculdade. até porque, lá ninguém lê bernabach, ogilvy,leo. aliás, ninguém lê nem archive, já que lá também não há texto.
quinta-feira, junho 26, 2008
quarta-feira, junho 25, 2008
colesterol alto faz mal à propaganda
1. O médico tomou um susto, quando viu o colesterol do paciente.
“Subiu de novo! O senhor fez tudo o que mandei?”
“Fiz sim senhor, doutor.”
Sabia que aquele homem adorava churrasco. Por isso, perguntou:
“Suspendeu a carne vermelha?”
“Sim senhor, doutor, desde quando o senhor mandou. Agora, só carne branca. Imagine que a gente cria porco no sítio. Então, nós mata ele e eu mando separar o toucinho só pra mim. Agora não com,o outra coisa. Eu não sabia que essa carne branca era tão gostosa.”.
2. Tenho a mania, adquirida desde os meus primeiros anos de redator, de recortar o maior número possível de anúncios e colocá-los um ao lado do outro para efeito de comparação. Uma análise que sempre ajudou as equipes de criação que trabalharam comigo. No meio das mediocridades de sempre, a gente encontra coisas boas. Mas ultimamente tenho me decepcionado. Muito.
E nem é pela falta de idéia, muito menos pelos textos quase sempre muito pobres. É por causa da direção de arte.
3. Se os layouts fossem bonitos, bem curtidos, eu diria, como afirmei mais de uma vez aqui, que se trata de uma rebelião contra os redatores, cujo texto eles fazem questão de esconder. Os tipos são tão pequenininhos que exigem do consumidor vontade, vontade enorme, de ler. E jogados – jogados é a palavra correta para o caso – num canto qualquer. Esquecem-se de que a primeira função de qualquer peça publicitária é se tornar clara, legível, agradável. Se o consumidor não leu, a mensagem não aconteceu. Se viu o anúncio e ficou com aquela sensação de que experimentou comida sem tempero, coitadinha da imagem e da marca do anunciante.
E não é só com as peças publicitárias que isso acontece. Recebi outro dia A Revista da Criação, editada pelo Clube de Criação de S. Paulo e a Meio Digital, da Meio & Mensagem. É impressionante como são ilegíveis, ora por causa do tamanho dos tipos, ora porque são colocados sem nenhum critério sobre fundo chapado, tornando a leitura um suplício.
Aliás, os diretores de arte estão se tornando especialistas em fundo chapado que tiram a visibilidade do texto.
Sinal de um completo desprezo pelo leitor.
4. Agora pouco eu li, em um desses newsletters que me mandam diariamente, a notícia de que a Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica - ABTG - vai realizar dia 20, em S. José dos Campos, a 3ª. Semana de Artes Gráficas. O objetivo, diz, é levar treinamento qualificado ao interior de S. Paulo. Acrescenta que mais de 2.500 pessoas, de sete cidades, já participaram dos cursos e das palestras realizados.
Mas só do interior paulista, pergunto. Por que limitar tanto essa maravilhosa iniciativa?
5. Pelo que se vê todo dia, os diretores de arte do Brasil inteiro, a maioria deles pelo menos, e seus produtores gráficos, estão precisando se reciclar. Precisam reaprender o valor de um tipo, não só quanto ao tamanho, mas porque cada um deles tem uma linguagem própria. Precisam redescobrir o valor das boas idéias. Precisam entender de novo que um bom e agradável layout fortalece a marca anunciada. Precisam saber mais sobre os segredos de uma boa produção gráfica. Precisam aprender como garantir uma boa reprodução.
Se tomassem a iniciativa de repetir este curso por do território, S. Paulo inclusive, prestariam enorme serviço à comunicação de marketing deste país, porque hoje
diretores de arte estão contaminados pelo colesterol da desinformação.
5. Tomara que a Abtg tome a iniciativa. E que o faça explicando para diretores e produtores gráficos de todo o país, a diferença entre a carne vermelha da preguiça, da mediocridade e da falta de talento pela carne branca e saudável do conhecimento.
Porque o colesterol da publicidade brasileira está muito alto.
(artes gráficas, pelo amor de deus!, do eloy simões, para o acontecendo aqui).
“Subiu de novo! O senhor fez tudo o que mandei?”
“Fiz sim senhor, doutor.”
Sabia que aquele homem adorava churrasco. Por isso, perguntou:
“Suspendeu a carne vermelha?”
“Sim senhor, doutor, desde quando o senhor mandou. Agora, só carne branca. Imagine que a gente cria porco no sítio. Então, nós mata ele e eu mando separar o toucinho só pra mim. Agora não com,o outra coisa. Eu não sabia que essa carne branca era tão gostosa.”.
2. Tenho a mania, adquirida desde os meus primeiros anos de redator, de recortar o maior número possível de anúncios e colocá-los um ao lado do outro para efeito de comparação. Uma análise que sempre ajudou as equipes de criação que trabalharam comigo. No meio das mediocridades de sempre, a gente encontra coisas boas. Mas ultimamente tenho me decepcionado. Muito.
E nem é pela falta de idéia, muito menos pelos textos quase sempre muito pobres. É por causa da direção de arte.
3. Se os layouts fossem bonitos, bem curtidos, eu diria, como afirmei mais de uma vez aqui, que se trata de uma rebelião contra os redatores, cujo texto eles fazem questão de esconder. Os tipos são tão pequenininhos que exigem do consumidor vontade, vontade enorme, de ler. E jogados – jogados é a palavra correta para o caso – num canto qualquer. Esquecem-se de que a primeira função de qualquer peça publicitária é se tornar clara, legível, agradável. Se o consumidor não leu, a mensagem não aconteceu. Se viu o anúncio e ficou com aquela sensação de que experimentou comida sem tempero, coitadinha da imagem e da marca do anunciante.
E não é só com as peças publicitárias que isso acontece. Recebi outro dia A Revista da Criação, editada pelo Clube de Criação de S. Paulo e a Meio Digital, da Meio & Mensagem. É impressionante como são ilegíveis, ora por causa do tamanho dos tipos, ora porque são colocados sem nenhum critério sobre fundo chapado, tornando a leitura um suplício.
Aliás, os diretores de arte estão se tornando especialistas em fundo chapado que tiram a visibilidade do texto.
Sinal de um completo desprezo pelo leitor.
4. Agora pouco eu li, em um desses newsletters que me mandam diariamente, a notícia de que a Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica - ABTG - vai realizar dia 20, em S. José dos Campos, a 3ª. Semana de Artes Gráficas. O objetivo, diz, é levar treinamento qualificado ao interior de S. Paulo. Acrescenta que mais de 2.500 pessoas, de sete cidades, já participaram dos cursos e das palestras realizados.
Mas só do interior paulista, pergunto. Por que limitar tanto essa maravilhosa iniciativa?
5. Pelo que se vê todo dia, os diretores de arte do Brasil inteiro, a maioria deles pelo menos, e seus produtores gráficos, estão precisando se reciclar. Precisam reaprender o valor de um tipo, não só quanto ao tamanho, mas porque cada um deles tem uma linguagem própria. Precisam redescobrir o valor das boas idéias. Precisam entender de novo que um bom e agradável layout fortalece a marca anunciada. Precisam saber mais sobre os segredos de uma boa produção gráfica. Precisam aprender como garantir uma boa reprodução.
Se tomassem a iniciativa de repetir este curso por do território, S. Paulo inclusive, prestariam enorme serviço à comunicação de marketing deste país, porque hoje
diretores de arte estão contaminados pelo colesterol da desinformação.
5. Tomara que a Abtg tome a iniciativa. E que o faça explicando para diretores e produtores gráficos de todo o país, a diferença entre a carne vermelha da preguiça, da mediocridade e da falta de talento pela carne branca e saudável do conhecimento.
Porque o colesterol da publicidade brasileira está muito alto.
(artes gráficas, pelo amor de deus!, do eloy simões, para o acontecendo aqui).
terça-feira, junho 24, 2008
conte histórias, faça com elas o que hamelin fez com a flauta
A onipresença da realidade digital na vida japonesa foi traduzida na campanha da marca de roupas UNIQLO feita pela Projector Tokyo e que conquistou o Grand Prix de Titanium para o Japão. O Grand Prix de Integrated foi para Believe, a campanha de lançamento do jogo Halo 3 feita para a Micrsoft pela McCann Worldgroup San Francisco.
Embora toda a estrutura do case seja baseada em intenso uso de tecnologia, o presidente do júri deixou claro na coletiva que o prêmio não foi resultado por um deslumbramento do júri em relação ao uso da mídia digital. "Nosso objetivo era descobrir o mais sofisticado pensamento publicitário, cases que pudessem servir de barômetro para a indústria e inspirar a comunidade publicitária", disse o presidente do júri de Titanium, Mark Tutssel, chief creative officer da Leo Burnett. "Só merece Titanium os cases que demonstram um completo entendimento do que move as pessoas. Os cases tinham de mostrar excelência em humanidade, capacidade de contar histórias e de envolver as pessoas além de serem bonitas a ponto de tirar o fôlego", completou.
Tutseel descreveu o case da UNIQLO como "cool as cool can be" e chamou a atenção para o fato de que a ação colocou em evidência a essência da marca. No caso de Halo3, o vencedor do GP de Integrated, CCO da Leo Burnett, lembrou que a campanha gerou o maior lançamento da história da indústria do entretenimento.
(fator humano define o titanium,da andréa ciaffone para o meio&mensagem)
Embora toda a estrutura do case seja baseada em intenso uso de tecnologia, o presidente do júri deixou claro na coletiva que o prêmio não foi resultado por um deslumbramento do júri em relação ao uso da mídia digital. "Nosso objetivo era descobrir o mais sofisticado pensamento publicitário, cases que pudessem servir de barômetro para a indústria e inspirar a comunidade publicitária", disse o presidente do júri de Titanium, Mark Tutssel, chief creative officer da Leo Burnett. "Só merece Titanium os cases que demonstram um completo entendimento do que move as pessoas. Os cases tinham de mostrar excelência em humanidade, capacidade de contar histórias e de envolver as pessoas além de serem bonitas a ponto de tirar o fôlego", completou.
Tutseel descreveu o case da UNIQLO como "cool as cool can be" e chamou a atenção para o fato de que a ação colocou em evidência a essência da marca. No caso de Halo3, o vencedor do GP de Integrated, CCO da Leo Burnett, lembrou que a campanha gerou o maior lançamento da história da indústria do entretenimento.
(fator humano define o titanium,da andréa ciaffone para o meio&mensagem)
sábado, junho 21, 2008
de vez em quando se a gente acerta é porque a gente tenta(mas não é tentado)
há dias atrás publicamos um post acerca da questão da falta das boas histórias em nossa profissão e quanto isto está relacionado ao dejá-vù atual, para além do baixo nível do negócio, explicado por alguns por não vivermos mais a fase romântica da profissão(aguarde post sobre isso também).
pois bem, dito assim da minha boca muito muxoxo de provincianos. e como todos bons provincianos devem ouvir - não a mim, diabo da casa - mas a quem louvam como deuses que infeliz coincidência - pra eles? - dizem a mesma coisa dita por mim dias atrás(quem leu não precisou ir até cannes para ouvir o dito abaixo)
" ...Com o quotidiano dos criativos orientado para captar, nem que seja por uns segundos, a atenção dos consumidores, há espaço para as marcas contarem histórias? Para a Wieden & Kennedy e para a Coca-Cola, sim. Ontem, numa conferência que juntou em Cannes cliente e agência, Ivan Wicksteed sublinhou que “a nossa indústria tem de aprender a contar histórias”. O director criativo global da Coca-Cola partiu do projecto A Fábrica da Felicidade para explicar o potencial do storytelling, em oposição ao simples anúncio
“Todas as marcas têm histórias para contar. É preciso encontrá-las”, disse Wicksteed, declarando, depois que “procuramos captar a atenção das pessoas para um headline e não para uma relação de longo prazo. Quando entrei nesta indústria tinha a ideia naif de que se podia contar histórias como a da Fábrica da Felicidade”. Mas os modelos formatados de comunicação, indicam que “as audiências estão a fazer tudo menos a ouvirem-nos”.O director criativo global da Coca-Cola apresentou as características que são essenciais num bom storytelling: intemporalidade, personagens que tenham profundidade e verdade. E “não é só contar uma história, é sobre uma narrativa que se pode seguir, em que seja possível escolher uma personagem e segui-la. Tem de ser como um mundo em que as pessoas possam entrar”. Para Wicksteed, as boas histórias não estão dependentes dos meios em que são contadas. A Fábrica da Felicidade está presente nos formatos vídeo e online, poderá chegar ao merchandising e a outros meios o responsável prefere não revelar para já. O filme Fábrica da Felicidade já foi exibido em cerca de 100 países.
(Coca-Cola: “A nossa indústria tem de aprender a contar histórias”, em 20 de Junho de 2008, por Rui Oliveira Marques, em Cannes para o semanário especializado portugues, meios&publicidade)
pois bem, dito assim da minha boca muito muxoxo de provincianos. e como todos bons provincianos devem ouvir - não a mim, diabo da casa - mas a quem louvam como deuses que infeliz coincidência - pra eles? - dizem a mesma coisa dita por mim dias atrás(quem leu não precisou ir até cannes para ouvir o dito abaixo)
" ...Com o quotidiano dos criativos orientado para captar, nem que seja por uns segundos, a atenção dos consumidores, há espaço para as marcas contarem histórias? Para a Wieden & Kennedy e para a Coca-Cola, sim. Ontem, numa conferência que juntou em Cannes cliente e agência, Ivan Wicksteed sublinhou que “a nossa indústria tem de aprender a contar histórias”. O director criativo global da Coca-Cola partiu do projecto A Fábrica da Felicidade para explicar o potencial do storytelling, em oposição ao simples anúncio
“Todas as marcas têm histórias para contar. É preciso encontrá-las”, disse Wicksteed, declarando, depois que “procuramos captar a atenção das pessoas para um headline e não para uma relação de longo prazo. Quando entrei nesta indústria tinha a ideia naif de que se podia contar histórias como a da Fábrica da Felicidade”. Mas os modelos formatados de comunicação, indicam que “as audiências estão a fazer tudo menos a ouvirem-nos”.O director criativo global da Coca-Cola apresentou as características que são essenciais num bom storytelling: intemporalidade, personagens que tenham profundidade e verdade. E “não é só contar uma história, é sobre uma narrativa que se pode seguir, em que seja possível escolher uma personagem e segui-la. Tem de ser como um mundo em que as pessoas possam entrar”. Para Wicksteed, as boas histórias não estão dependentes dos meios em que são contadas. A Fábrica da Felicidade está presente nos formatos vídeo e online, poderá chegar ao merchandising e a outros meios o responsável prefere não revelar para já. O filme Fábrica da Felicidade já foi exibido em cerca de 100 países.
(Coca-Cola: “A nossa indústria tem de aprender a contar histórias”, em 20 de Junho de 2008, por Rui Oliveira Marques, em Cannes para o semanário especializado portugues, meios&publicidade)
terça-feira, junho 17, 2008
e quais seriam seus livros ?
1- Como um e-mail do Nizan para todos os seus funcionários chegou em minhas mãos.
Eu estava no final de uma palestra e acabava de passar a palavra aos participantes para que eles fizessem seus comentários. Como sempre, em situações assim, os feedbacks são palavras amistosas, agradecimentos, elogios e até algumas observações criticas que ajudam a melhorar as palestras seguintes. Mas uma profissional levantou-se e disse:
“Eu adorei esses conceitos e cases que você nos mostrou. Eu sou da equipe do Nizan
Guanaes e ele mandou um e-mail para todos lá na agência dizendo que seu livro era um dos três livros que havia influenciado a vida dele. Recomendou que lêssemos e eu li. Vi que haveria a palestra e me inscrevi. Realmente valeu a pena”.
Fiquei muito surpreso. A moça acabara de dizer que o Nizan Guanaes, um dos mais reconhecidos publicitários do Brasil e do Mundo, havia “dito e documentado” que meu livro era um dos três que influenciaram na sua vida. Então disse a ela: “É uma supresa boa, muito boa mesmo. Você tem como passar-me uma cópia desse e-mail?” Ela tranqüilamente respondeu: “eu posso passar uma cópia por e-mail ainda hoje. Os 1.700 funcionários do Grupo receberam e o e-mail está rodando pela Internet e até já tem comentários pró e contra no Orkut”. Agradeci e a conversa terminou ali.
Já no escritório, ainda duvidando da existência de tal e-mail, pude confirmar quando ele apareceu no meu Outlook e então pude ler o que aqui reproduzo integralmente:
Nizan Guanaes: como um famoso publicitário aderiu ao Branding e ao Brandvertising
Fiquei imensamente feliz e honrado, pois um dos mais famosos publicitários reconhecia a importância do meu livro e ainda o colocava no mesmo patamar de Drucker e David Ogilvy. E fizera isso sem nem mesmo conhecer-me e sem que eu tivesse pedido qualquer opinião.
Era reconhecimento puro do valor do texto. Não tive dúvida em ligar para a África , agradecer ao Nizan e perguntar se eu podia publicar o e-mail na edição seguinte do livro. Nizan, mesmo adoecido, respondeu autorizando. Era mais uma prova de alta generosidade, pois ele não precisava fazer isso.
2- Do Advertising ao Brandvertising: o Nizan, além de Brahmero, é adepto do Brandvertising
Eu tenho muita admiração pelo Nizan, seja pelas coisas muito boas que ele vem fazendo ao longo do tempo, pela sua generosidade e responsabilidade com a gente de sua terra natal e seu país, mas também até pela coragem que ele tem quando faz coisas que eu mesmo considero erradas, como o episódio do Zeca Pagodinho no caso Schin versus Brahma.
Eu o vejo como um dos maiores publicitários do nosso país, no mesmo nível dos grandes publicitários de todo o mundo, como David Ogilvy, Leo Burnet e outros. E, embora eu veja que muitas agências de publicidade do Brasil ainda tenham resistências ao Branding ou a qualquer coisa que possa tirar verba da veiculação de anúncios, vejo alguns publicitários famosos reconhecerem sua importância, como o próprio Nizan fez e vem reafirmando.
Uma prova de que o Nizan adotou o Branding e que vai além do Advertising fazendo Brandvertising é a campanha BRAHMEIRO que ele e sua equipe criaram para a Brahma, onde o centro de tudo é o jingle que diz:
“De manhã cedo, eu me benzo, me levanto e vou trabalhar.
Tudo o que eu tenho nessa vida conquistei, tive de ralar.
Do meu pai e minha mãe aprendi o que sei.
E os meus filhos vão herdar o nome limpo que eu herdei.
Não sou barão, mas me sinto um rei, porque tenho um lar.
E no final daquele dia duro de batente
É a hora da minha Brahma que também sou gente.
A vida não tem graça sem ter os amigos e o que celebrar.
Eu sou Brahmeiro, amor, eu sou Brahmeiro.
Sou do batente, sou da luta, sou guerreiro, eu sou brasileiro.
Eu sou Brahmeiro, amor, eu sou Brahmeiro.
Sou do batente, sou da luta, sou guerreiro, eu sou brasileiro.”
Porque essa campanha é Brandvertising e não apenas criação publicitária convencional? Bem, basta olhar o livro Os 4 Es de Marketing e Branding e, entre outras coisas ficará claro: É Brandvertising quando a campanha faz lembrar fortemente a Marca e não apenas a Categoria do Produto. Sim, BRAHMEIRO só pode ser algo da Brahma. A criação é Branding.
É diferente do DESCE REDONDO DA SKOL, que é bom também, mas que poderia ser assumido por qualquer cerveja, não sendo algo exclusivo da marca Skol. Esse é um dos pontos na nova propaganda Branding Based que Nizan compreendeu melhor que muitos outros publicitários, porque tem curiosidade, porque procura leituras, como fez como o livro “Os 4 Es”. Porque parece que busca compreender mais para fazer sempre melhor. Isso é a atitude de gente que se supera sempre!
3- O Re-Branding do Nizan: do Ypy ao Grupo “ABC,” - “A”dvertising, “B”randing (ou Bellow) and “C”ontents - para competir com Omnincom, WPP, Interpublic, Publicis etc.
Mas a reafirmação do Branding pelo Nizan foi além disso. Algum tempo depois do episódio daquele e-mail , vi que o Nizan reafirmava publicamente que o Branding era muito importante: ele decidiu fazer o Re-Branding do Ypy, mudando inclusive o próprio nome do Grupo em função do redirecionamento do portfólio de negócios e da estratégia internacional que adotara. De fato, em Branding, que deve ser algo bem casado com o Business, quando o momento ou o contexto cria as condições, quando se faz a revisão do Porfólio de Produtos ou de Negócios, surge a oportunidade de fazer a mudança de Arquitetura de Marcas. A mudança maior se reflete em mudanças de Nome, de Logo, de Visão, Missão, Causas e Metas do Negócio como um todo.
O Nizan provavelmente passou por isso tudo e tomou o caminho aparentemente correto, com a coragem de um líder sempre disposto a mudar para melhor e para os novos tempos. Ele percebeu que o negócio publicitário está num grande processo de mudança mundial, que há pouco espaço para pequenas estruturas individuais dentro do novo cenário mundial desse negócio. Ele viu claramente que nomes como David Ogilvy, Leo Burnet e Stan Rapp viraram apenas nomes de agências de propriedade de grandes grupos que hoje estão em bolsas de valores e não mais representam o talento daqueles publicitários que deram seus nomes a tais agências. Ele provavelmente já sabia disso, já havia percebido, e por isso mesmo deve ter se sentido identificado ao ler no livro Os 4 Es de Marketing e Branding e acabou recomendando a leitura para todos os funcionários das agências do seu Grupo Ypy, que agora virou Grupo ABC.
Diferentemente de muitos publicitários, ele percebeu a mudança de contexto, a importância de ajustar o Business ao Branding e fez o seu próprio Re-Branding preparando-se para competir com os grandes grupos ao transformar o Ypy, agora sob o nome de Grupo ABC e totalmente resignificado: o A é de Advertising, o B é Branding, segundo alguns jornais, Bellow segundo outros, e o C é de Contents (Conteúdo). Entendo que o Nizan percebeu claramente que a Publicidade está num processo de profunda mudança, com o crescimento do Branding, com a nova importância das atividades Bellow-the-Line e com o reconhecimento do valor da Produção de Conteúdos.
Desse modo, sem nenhum tipo de nacionalismo, podemos ver um brasileiro metendo os cotovelos para entrar na competição mundial com os Big Four do Advertising, essas empresas gigantes que fazem aquisições a preço de banana e vão assumindo os nomes dos maiores publicitários de todos os tempos. Esses gigantes não do talento, mas do capital, que vão deixando saudades dos tempos em a atividade era mais romântica e mais criativa.
O Nizan não é mais apenas um publicitário, como ele mesmo vem dizendo. É, dentro da visão de Business Branding, um candidato a Davi, um player mundial se propondo a desafiar Golias. E nós que adoramos os gibis do Zorro, do Batman e tantos outros heróis, certamente vamos torcer por ele.
Conclusão: Branding é mais amplo que Publicidade, mas a Publicidade está revendo seus conceitos, está devagarinho integrando e incorporando várias disciplinas, deve caminhar mais para o Brandvertising (termo criado e publicado no livro Os 4 Es) e provavelmente vai continuar por muito tempo como a mais importante atividade das Comunicações de Marketing. Afinal, são mais de 100 anos de prática mundial e, como se sabe, nada se perde, tudo se transforma.
(nizan guanaes: como um famoso publicitário aderiu ao branding e ao brandvertising,do augusto nascimento)
Eu estava no final de uma palestra e acabava de passar a palavra aos participantes para que eles fizessem seus comentários. Como sempre, em situações assim, os feedbacks são palavras amistosas, agradecimentos, elogios e até algumas observações criticas que ajudam a melhorar as palestras seguintes. Mas uma profissional levantou-se e disse:
“Eu adorei esses conceitos e cases que você nos mostrou. Eu sou da equipe do Nizan
Guanaes e ele mandou um e-mail para todos lá na agência dizendo que seu livro era um dos três livros que havia influenciado a vida dele. Recomendou que lêssemos e eu li. Vi que haveria a palestra e me inscrevi. Realmente valeu a pena”.
Fiquei muito surpreso. A moça acabara de dizer que o Nizan Guanaes, um dos mais reconhecidos publicitários do Brasil e do Mundo, havia “dito e documentado” que meu livro era um dos três que influenciaram na sua vida. Então disse a ela: “É uma supresa boa, muito boa mesmo. Você tem como passar-me uma cópia desse e-mail?” Ela tranqüilamente respondeu: “eu posso passar uma cópia por e-mail ainda hoje. Os 1.700 funcionários do Grupo receberam e o e-mail está rodando pela Internet e até já tem comentários pró e contra no Orkut”. Agradeci e a conversa terminou ali.
Já no escritório, ainda duvidando da existência de tal e-mail, pude confirmar quando ele apareceu no meu Outlook e então pude ler o que aqui reproduzo integralmente:
Nizan Guanaes: como um famoso publicitário aderiu ao Branding e ao Brandvertising
Fiquei imensamente feliz e honrado, pois um dos mais famosos publicitários reconhecia a importância do meu livro e ainda o colocava no mesmo patamar de Drucker e David Ogilvy. E fizera isso sem nem mesmo conhecer-me e sem que eu tivesse pedido qualquer opinião.
Era reconhecimento puro do valor do texto. Não tive dúvida em ligar para a África , agradecer ao Nizan e perguntar se eu podia publicar o e-mail na edição seguinte do livro. Nizan, mesmo adoecido, respondeu autorizando. Era mais uma prova de alta generosidade, pois ele não precisava fazer isso.
2- Do Advertising ao Brandvertising: o Nizan, além de Brahmero, é adepto do Brandvertising
Eu tenho muita admiração pelo Nizan, seja pelas coisas muito boas que ele vem fazendo ao longo do tempo, pela sua generosidade e responsabilidade com a gente de sua terra natal e seu país, mas também até pela coragem que ele tem quando faz coisas que eu mesmo considero erradas, como o episódio do Zeca Pagodinho no caso Schin versus Brahma.
Eu o vejo como um dos maiores publicitários do nosso país, no mesmo nível dos grandes publicitários de todo o mundo, como David Ogilvy, Leo Burnet e outros. E, embora eu veja que muitas agências de publicidade do Brasil ainda tenham resistências ao Branding ou a qualquer coisa que possa tirar verba da veiculação de anúncios, vejo alguns publicitários famosos reconhecerem sua importância, como o próprio Nizan fez e vem reafirmando.
Uma prova de que o Nizan adotou o Branding e que vai além do Advertising fazendo Brandvertising é a campanha BRAHMEIRO que ele e sua equipe criaram para a Brahma, onde o centro de tudo é o jingle que diz:
“De manhã cedo, eu me benzo, me levanto e vou trabalhar.
Tudo o que eu tenho nessa vida conquistei, tive de ralar.
Do meu pai e minha mãe aprendi o que sei.
E os meus filhos vão herdar o nome limpo que eu herdei.
Não sou barão, mas me sinto um rei, porque tenho um lar.
E no final daquele dia duro de batente
É a hora da minha Brahma que também sou gente.
A vida não tem graça sem ter os amigos e o que celebrar.
Eu sou Brahmeiro, amor, eu sou Brahmeiro.
Sou do batente, sou da luta, sou guerreiro, eu sou brasileiro.
Eu sou Brahmeiro, amor, eu sou Brahmeiro.
Sou do batente, sou da luta, sou guerreiro, eu sou brasileiro.”
Porque essa campanha é Brandvertising e não apenas criação publicitária convencional? Bem, basta olhar o livro Os 4 Es de Marketing e Branding e, entre outras coisas ficará claro: É Brandvertising quando a campanha faz lembrar fortemente a Marca e não apenas a Categoria do Produto. Sim, BRAHMEIRO só pode ser algo da Brahma. A criação é Branding.
É diferente do DESCE REDONDO DA SKOL, que é bom também, mas que poderia ser assumido por qualquer cerveja, não sendo algo exclusivo da marca Skol. Esse é um dos pontos na nova propaganda Branding Based que Nizan compreendeu melhor que muitos outros publicitários, porque tem curiosidade, porque procura leituras, como fez como o livro “Os 4 Es”. Porque parece que busca compreender mais para fazer sempre melhor. Isso é a atitude de gente que se supera sempre!
3- O Re-Branding do Nizan: do Ypy ao Grupo “ABC,” - “A”dvertising, “B”randing (ou Bellow) and “C”ontents - para competir com Omnincom, WPP, Interpublic, Publicis etc.
Mas a reafirmação do Branding pelo Nizan foi além disso. Algum tempo depois do episódio daquele e-mail , vi que o Nizan reafirmava publicamente que o Branding era muito importante: ele decidiu fazer o Re-Branding do Ypy, mudando inclusive o próprio nome do Grupo em função do redirecionamento do portfólio de negócios e da estratégia internacional que adotara. De fato, em Branding, que deve ser algo bem casado com o Business, quando o momento ou o contexto cria as condições, quando se faz a revisão do Porfólio de Produtos ou de Negócios, surge a oportunidade de fazer a mudança de Arquitetura de Marcas. A mudança maior se reflete em mudanças de Nome, de Logo, de Visão, Missão, Causas e Metas do Negócio como um todo.
O Nizan provavelmente passou por isso tudo e tomou o caminho aparentemente correto, com a coragem de um líder sempre disposto a mudar para melhor e para os novos tempos. Ele percebeu que o negócio publicitário está num grande processo de mudança mundial, que há pouco espaço para pequenas estruturas individuais dentro do novo cenário mundial desse negócio. Ele viu claramente que nomes como David Ogilvy, Leo Burnet e Stan Rapp viraram apenas nomes de agências de propriedade de grandes grupos que hoje estão em bolsas de valores e não mais representam o talento daqueles publicitários que deram seus nomes a tais agências. Ele provavelmente já sabia disso, já havia percebido, e por isso mesmo deve ter se sentido identificado ao ler no livro Os 4 Es de Marketing e Branding e acabou recomendando a leitura para todos os funcionários das agências do seu Grupo Ypy, que agora virou Grupo ABC.
Diferentemente de muitos publicitários, ele percebeu a mudança de contexto, a importância de ajustar o Business ao Branding e fez o seu próprio Re-Branding preparando-se para competir com os grandes grupos ao transformar o Ypy, agora sob o nome de Grupo ABC e totalmente resignificado: o A é de Advertising, o B é Branding, segundo alguns jornais, Bellow segundo outros, e o C é de Contents (Conteúdo). Entendo que o Nizan percebeu claramente que a Publicidade está num processo de profunda mudança, com o crescimento do Branding, com a nova importância das atividades Bellow-the-Line e com o reconhecimento do valor da Produção de Conteúdos.
Desse modo, sem nenhum tipo de nacionalismo, podemos ver um brasileiro metendo os cotovelos para entrar na competição mundial com os Big Four do Advertising, essas empresas gigantes que fazem aquisições a preço de banana e vão assumindo os nomes dos maiores publicitários de todos os tempos. Esses gigantes não do talento, mas do capital, que vão deixando saudades dos tempos em a atividade era mais romântica e mais criativa.
O Nizan não é mais apenas um publicitário, como ele mesmo vem dizendo. É, dentro da visão de Business Branding, um candidato a Davi, um player mundial se propondo a desafiar Golias. E nós que adoramos os gibis do Zorro, do Batman e tantos outros heróis, certamente vamos torcer por ele.
Conclusão: Branding é mais amplo que Publicidade, mas a Publicidade está revendo seus conceitos, está devagarinho integrando e incorporando várias disciplinas, deve caminhar mais para o Brandvertising (termo criado e publicado no livro Os 4 Es) e provavelmente vai continuar por muito tempo como a mais importante atividade das Comunicações de Marketing. Afinal, são mais de 100 anos de prática mundial e, como se sabe, nada se perde, tudo se transforma.
(nizan guanaes: como um famoso publicitário aderiu ao branding e ao brandvertising,do augusto nascimento)
domingo, junho 15, 2008
tudo igual, ao de sempre, o mesmo
a nota abaixo para o blue bus da patricia marinho - seminário: mas é preciso coragem para ser realmente diferente - acorda o domingo dos não acomodados. o que há realmente de novo neste mercado que se diz multicultural? nada que me conste. uniculturalidade e uma mediocriadade sem tamanho, ditada não pela falta de talento - que há - mas sim pela imensa covardia dos mesmos de sempre que consolidaram sua posição antagonicamente pela defesa da imobilidade, do cala boca, do não risco, do estamos aqui é para repetir e não para inovar.
" A mensagem principal da palestra de Peter Knapp, Executive Creative Director da Landpor, que assisti ainda agora aqui em Cannes, pode ser resumida em uma frase - para se destacar no mundo do excesso de paridade, é preciso ser diferente. Certamente esta frase será ouvida muitas outras vezes aqui na sala Debussy, onde acontecem os seminários do festival de Cannes. O que tornou a apresentaçao da Landor especial foi dizer que esta diferenciaçao nao pode ser gratuita como acontece na maioria dos casos. É preciso coragem para realmente (realmente mesmo!) se fazer algo novo. Quando esta coragem existe, surgem marcas como a Apple, capaz de criar mercados e despertar paixoes.
De acordo com Peter Knapp, design eficiente é aquele capaz de gerar diferenciaçao relevante. Por relevante entenda-se a capacidade de fazer a vida de alguém melhor, e nao apenas tornar um produto mais bonito. É possível reconhecer quando nos vemos diante de uma marca ou produto que desperta reaçao - o bom design você ama ou odeia, nunca fica indiferente. Junte-se relevância, diferenciaçao, foco, insight, criatividade e coragem e temos as condiçoes para desenvolver marcas e produtos cujo design desperta desejo."
aplique-se não só ao design mas a todas as funções da comunicação, inclusive gestão das agências da dita cuja. e ver-se-à que nada de novo há front inclusive a poluição de nuvens de fumaça sempre a usar o novo mas sempre das mesmas maneiras de sempre.
" A mensagem principal da palestra de Peter Knapp, Executive Creative Director da Landpor, que assisti ainda agora aqui em Cannes, pode ser resumida em uma frase - para se destacar no mundo do excesso de paridade, é preciso ser diferente. Certamente esta frase será ouvida muitas outras vezes aqui na sala Debussy, onde acontecem os seminários do festival de Cannes. O que tornou a apresentaçao da Landor especial foi dizer que esta diferenciaçao nao pode ser gratuita como acontece na maioria dos casos. É preciso coragem para realmente (realmente mesmo!) se fazer algo novo. Quando esta coragem existe, surgem marcas como a Apple, capaz de criar mercados e despertar paixoes.
De acordo com Peter Knapp, design eficiente é aquele capaz de gerar diferenciaçao relevante. Por relevante entenda-se a capacidade de fazer a vida de alguém melhor, e nao apenas tornar um produto mais bonito. É possível reconhecer quando nos vemos diante de uma marca ou produto que desperta reaçao - o bom design você ama ou odeia, nunca fica indiferente. Junte-se relevância, diferenciaçao, foco, insight, criatividade e coragem e temos as condiçoes para desenvolver marcas e produtos cujo design desperta desejo."
aplique-se não só ao design mas a todas as funções da comunicação, inclusive gestão das agências da dita cuja. e ver-se-à que nada de novo há front inclusive a poluição de nuvens de fumaça sempre a usar o novo mas sempre das mesmas maneiras de sempre.
sexta-feira, junho 13, 2008
ricardão
na padaria que se diz delicatessen, em plena olinda da governador carlos de lima cavalcanti, brancos e tintos da botticelli, estão a boca do caixa montadinhos no expositor da chateau duvalier, sem a menor cerimônia ou, melhor dizendo, com toda pompa e circunstância.
isso é que é branding meus camaradas. skol no porta garrafas da boa. vinhos de uma marca num expositor da outra. frezers da ambev com cervejas da coca.
branding de terceiro mundinho é assim mesmo, pois aqui deus não está nos detalhes mas o diabo corre a solta pra levar vantagem em tudo e os bons olhos para a marca que se exploda.
e viva santo antônio! que ainda acaba virando santo carreteiro.
isso é que é branding meus camaradas. skol no porta garrafas da boa. vinhos de uma marca num expositor da outra. frezers da ambev com cervejas da coca.
branding de terceiro mundinho é assim mesmo, pois aqui deus não está nos detalhes mas o diabo corre a solta pra levar vantagem em tudo e os bons olhos para a marca que se exploda.
e viva santo antônio! que ainda acaba virando santo carreteiro.
quinta-feira, junho 12, 2008
amor de isopor
pode-se acreditar no amor à marca - do cliente e da agência - quando os mesmos colocam no ar um comercial para comemorar, em universo do dia dos namorados, os 10 anos de um shopping, que faz sua declaração de amor aos clientes e ao mercado mostrando de peito aberto sua marca de coração confeccionada em isopor, nem sequer vazado?
ah! o amor é cego? então tá bom. mas o que os olhos vêem o coração sente.
neste caso o bolso, o senso profissional, o branding, não sentiram nada?
então é porque não há amor nesta relação. se houvesse, um tiquinho que fosse, e não se permitiria o recurso, que hoje nem aluno de publicidade usaria para suas produções caça-notas.
e assim, mais uma vez, entre o discurso, falsamente apaixonado, de agências que se vangloriam de seus prêmios, profissionais, porte e performance, a prática sem sentimento que sustenta uma relação de lembrancinhas com corações entrelaçados que deveriam estar antes separados do que juntos para atestar a sobrevivência do negócio a qualquer custo. até de isopor.
o que será do amor de antes se cada vez mais os amantes se entregam por qualquer preço ?
eis que assim, também na propaganda, temos mais gente ficando que verdadeiramente amando o que fazem e com quem fazem.
ah! o amor é cego? então tá bom. mas o que os olhos vêem o coração sente.
neste caso o bolso, o senso profissional, o branding, não sentiram nada?
então é porque não há amor nesta relação. se houvesse, um tiquinho que fosse, e não se permitiria o recurso, que hoje nem aluno de publicidade usaria para suas produções caça-notas.
e assim, mais uma vez, entre o discurso, falsamente apaixonado, de agências que se vangloriam de seus prêmios, profissionais, porte e performance, a prática sem sentimento que sustenta uma relação de lembrancinhas com corações entrelaçados que deveriam estar antes separados do que juntos para atestar a sobrevivência do negócio a qualquer custo. até de isopor.
o que será do amor de antes se cada vez mais os amantes se entregam por qualquer preço ?
eis que assim, também na propaganda, temos mais gente ficando que verdadeiramente amando o que fazem e com quem fazem.
segunda-feira, junho 09, 2008
c&a: abusus non tollit usum
nunca as campanhas de propaganda ou de comunicação de marcas no brasil foram tão papai e mamãe. modorrentas, repetitivas, clicherizadas, falsamente modernas, apesar do discurso de inovação por parte dos experts intra e extra agências.
acontece que a realidade - falsa e verdadeira - não é bem assim. um falso pudor, um conservadorismo cada vez mais abrangente, vai envolvendo os núcleos de pensamento das centrais de pensamento de marketing, cujo fenômeno tem encalacrado o processo criativo que ouse ir adelante do "buraco no lençol".
portugal neste momento vive um momento retrógrado onde o cerco a publicidade começa a relembrar o país de salazar. há censura para tudo que não corresponda aos modelos morais de grupos que não se sabe se maioria mais nem sequer organizados usam "muito bem " os mecanismos criados para conter os possíveis excessos da atividade publicitária.
acontece que salvo casos esparsos, tais mecanismos só funcionam para questionar questões que envolvem principalmente a abordagem que contenha sexo, explícito, conceitualmente ou não.
o caso da c&a chama a atenção. dirigida a um consumidor predominantemente adolescente, no contexto do dia dos namorados,a campanha ousou sair do figurino modorrento que tem envelopado a comunicação de varejo - e não só.
contudo, ao pisar no ainda tabu das terminologias nominais dos usos e costumes capturados no linguajar de usos e costumes conhecidos dos banheiros, lanchonetes e espaços de convívio, por exemplo - até mesmo no universo não só de adolescentes mas de pré-adolescentes, e bota pré adolescentes nisto, houve grita que chegou ao conar, inclusive de uma publicitária que se sentiu chocada ao adentrar espaço da loja e constatar que crianças de tenra idade poderiam retirar folders com tal linguagem - leia-se 69 e todas aquelas coisas não papai com mamãe que as crianças, mesmo nesta tenra idade, boa parte já tem conhecimento, por outras vias.
num país em que programas dominicais para a família deitada em sofá esplêndido já viram crianças de 04 anos na "boquinha da garrafa" tal grita poderia ser considerada hipócrita. mas não é. o que é hipócrita é o cerceamento da ação sobre o manto curto e esgarçado da afirmação da preservação da moral e dos bons costumes dos mesmos que fecham os olhos a questões imensa e profundamente mais graves e danosas do que uma ação circunstancial que, convenhamos, diante do que acontece no dia-a-dia chega até a ser educativo, e crítico, através da apropriação da própria expressão que traduz o conservadorismo onde deve imperar a criatividade por todos os meios.
o mais grave de tudo, é a interpretação "publicitária" de que foi cometido um abuso no uso do sexo ou suas figuras como lead de uma campanha publicitária, principalmente no uso de figuras tais como a da enfermeira, fetiche insubstituível desde os tempos de zéfiro - o que não quer dizer absolutamente que toda enfermeira facilita e não seja uma profissional respeitável também na figura de mulher - e que uma vez mais, por conta disto, cristalize-se o procedimento papai com mamâe nas mensagens para a data.
a pergunta que fica é: alguém ouviu os adolescentes enamorados sobre o que eles acharam do episódio. ou retirou-se a campanha e pronto? a declaração do valente foi muito pouco valente, e como sempre conciliadora( publicitário inteligente não briga, este é o nosso problema. daí que todo mundo faz e diz o que quer do que quer que seja que façamos).
este tipo de linguagem seria realmente uma espécie de atentado ao pudor? de quem?
ou o público-alvo acabaria por achar que a campanha não tem nada demais e é até - ironia - meio papai com mamâe?
como diz a expressão latina, o abuso não impede o uso. o claim da c&a é abuse e use.
que se abuse e use então. e que se peque pelo excesso e nunca pela falta.
pois o costumeiro é que o verdadeiro atentado ao pudor.
acontece que a realidade - falsa e verdadeira - não é bem assim. um falso pudor, um conservadorismo cada vez mais abrangente, vai envolvendo os núcleos de pensamento das centrais de pensamento de marketing, cujo fenômeno tem encalacrado o processo criativo que ouse ir adelante do "buraco no lençol".
portugal neste momento vive um momento retrógrado onde o cerco a publicidade começa a relembrar o país de salazar. há censura para tudo que não corresponda aos modelos morais de grupos que não se sabe se maioria mais nem sequer organizados usam "muito bem " os mecanismos criados para conter os possíveis excessos da atividade publicitária.
acontece que salvo casos esparsos, tais mecanismos só funcionam para questionar questões que envolvem principalmente a abordagem que contenha sexo, explícito, conceitualmente ou não.
o caso da c&a chama a atenção. dirigida a um consumidor predominantemente adolescente, no contexto do dia dos namorados,a campanha ousou sair do figurino modorrento que tem envelopado a comunicação de varejo - e não só.
contudo, ao pisar no ainda tabu das terminologias nominais dos usos e costumes capturados no linguajar de usos e costumes conhecidos dos banheiros, lanchonetes e espaços de convívio, por exemplo - até mesmo no universo não só de adolescentes mas de pré-adolescentes, e bota pré adolescentes nisto, houve grita que chegou ao conar, inclusive de uma publicitária que se sentiu chocada ao adentrar espaço da loja e constatar que crianças de tenra idade poderiam retirar folders com tal linguagem - leia-se 69 e todas aquelas coisas não papai com mamãe que as crianças, mesmo nesta tenra idade, boa parte já tem conhecimento, por outras vias.
num país em que programas dominicais para a família deitada em sofá esplêndido já viram crianças de 04 anos na "boquinha da garrafa" tal grita poderia ser considerada hipócrita. mas não é. o que é hipócrita é o cerceamento da ação sobre o manto curto e esgarçado da afirmação da preservação da moral e dos bons costumes dos mesmos que fecham os olhos a questões imensa e profundamente mais graves e danosas do que uma ação circunstancial que, convenhamos, diante do que acontece no dia-a-dia chega até a ser educativo, e crítico, através da apropriação da própria expressão que traduz o conservadorismo onde deve imperar a criatividade por todos os meios.
o mais grave de tudo, é a interpretação "publicitária" de que foi cometido um abuso no uso do sexo ou suas figuras como lead de uma campanha publicitária, principalmente no uso de figuras tais como a da enfermeira, fetiche insubstituível desde os tempos de zéfiro - o que não quer dizer absolutamente que toda enfermeira facilita e não seja uma profissional respeitável também na figura de mulher - e que uma vez mais, por conta disto, cristalize-se o procedimento papai com mamâe nas mensagens para a data.
a pergunta que fica é: alguém ouviu os adolescentes enamorados sobre o que eles acharam do episódio. ou retirou-se a campanha e pronto? a declaração do valente foi muito pouco valente, e como sempre conciliadora( publicitário inteligente não briga, este é o nosso problema. daí que todo mundo faz e diz o que quer do que quer que seja que façamos).
este tipo de linguagem seria realmente uma espécie de atentado ao pudor? de quem?
ou o público-alvo acabaria por achar que a campanha não tem nada demais e é até - ironia - meio papai com mamâe?
como diz a expressão latina, o abuso não impede o uso. o claim da c&a é abuse e use.
que se abuse e use então. e que se peque pelo excesso e nunca pela falta.
pois o costumeiro é que o verdadeiro atentado ao pudor.
sexta-feira, junho 06, 2008
a falta de boas histórias
desde o começo, a característica da raça humana, da propaganda, da boa comunicação, da história, foi a nossa capacidade de verbalizar, interpretar, memorizar, de nos emocionar-nos com boas histórias. daí termos um tradição oral tão forte e um legado de histórias de tão eternas clássicas, copiadas e recriadas com as matizes de cada tempo. boas histórias, de verdade ou ficção, prendem, iluminam, incentivam, conduzem, contagiam, são compradas e levam às compras. da bodega ao mais prestigiado, não importa o produto ou preço.
muito se tem falado que o novo tempo da comunicação mercadológica, do marketing de marcas, em muito pelo evolução da tecnologia dos meios, e que assim sendo, o busílis da questão é promover não mais a venda simplesmente, nem sequer a identificação, muito menos a interatividade racional e técnica, mas sim a interação com o receptor, consumidor.
mas como fazer isso sem boas histórias para contar?
por mais que a tecnologia tenha avançado, e os métodos, para análise comportamental, exploração do neuro-marketing, avaliação de tendências, construção de perfis de consumo, etc,etc, enfim toda uma parafernália que engravata os ditos homens sérios de marketing, nada disso é nada se não tiver uma boa história para ser contada.
é isso que está em falta. o que se nota até mesmo nas entrevistas com mão de obra que se quer no mercado publicitário e de marketing. repetitivos na formação(ou desinformação) maçantes nas citações dos mbas e intercâmbios, sem fatos, passagem ou visões que emociones ou seduzam pra valer.
se você não tem um boa história para contar como é que você vai ser um aprendiz de contador de histórias de sucesso ?
ah! mas não é isto que o mercado está procurando? bem, aí já é outra história, cujo enredo nos leva de volta ao começo. do fim ?
p.s. os caras que estão nesta foto tiveram e tem histórias para contar. se você não sabe as deles ou nem sequer quem são, está num patamar bem abaixo do pior da nossa história.