o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
sábado, julho 28, 2012
um pouco mais de carinho, e cuidado, com os mestres. aliás com todos.
independentemente do seu valor intrínseco, um homem que sempre trabalhou merece sem dúvida ser lembrado por algo mais que uma frase que, no meu entendimento suado, é pra lá de infeliz. principalmente quando potencializada a totem no contexto do business publicitário.
como já dizia o bardo, há que se ter cuidado com os epitáfios elogiosos e homenagens pós falecimento. na maioria das vezes só fazem depor contra o morto e ou apenas engrossam a vaidade dos vivos, dos muito vivos, principalmente.
feito o registro, digo que a primeira imagem de um publicitário que vi na vida não retratava nenhum glamour. queiroz investido em camisa social branca a arregaçar as mangas daquelas que recomenda o bom gosto careta nunca o devem, tal e qual, depois vi, como bill bernabach, outro mantenedor do look arregaçado, principalmente nas ideias. pano de fundo: porta pantográfica de elevador chinfrin. local da visão: edifício zigmunt katz. agência: lab/abaeté. endereço: rua da aurora. quando? começo dos anos 70.
e também lá estavam schettini( o pai psicólogo/publicitário do filho psicólogo, pressuponho),o erly, endiabrado mídia vindo da lab são paulo e, complementando a comissão de frente, um tal de ernesto na direção de criação, que disto não sabia, genro do queiroz, muito mais para o arnesto do adoniran. uns "meninos do banorte", ao que parecem irmãos, um deles o israel wanderley, completavam o time da criação para o qual fui indicado por obra e graça da minha inquietude estudantil.
se tudo é comunicação, como diz umberto eco, aquele gesto de arregaçar as mangas, quer seja tomado como simbolo, ícone, índice, sinal, como queiram os da semiótica de arrasto, não importa se significante de uma verdade ou não, para mim o foi. teve peso. solava as representações dândi a que costumamos relacionar os da atividade. e fazia do gesto uma marca de quem não se fia neste clube de amigos dos 50%.
assim, o que ficou para mim indelevelmente foi: trabalhe. trabalhe a 100%. se puder, trabalhe mais. pois esta é uma atividade onde os amigos que hoje lhe parecem dividir meio a meio tudo com você, serão os mesmos que lhe darão as costas por 5% a mais, muitas vezes até por menos do que isso.
uma visão da atividade amarga e inoportuna para o momento? talvez. mas é a mesma que todos vivemos, queiroz* inclusive. então deixemo-nos de tretas e façamos nós o nosso próprio trabalho de arregaçar as mangas por inteiro sem esperar pelos amigos. pois quem espera que os amigos o façam, amigo não é.
* o chamei de queiroz, desde então, e nenhum desrespeito havia nisto. muito pelo contrário. colocar um seu, senhor ou doutor na frente de um nome, é fraudar o mérito próprio do nome dado ou construído, desrespeitoso por demasia, ao contrário do pensam os que engrossam a prática do desvio.
segunda-feira, julho 23, 2012
de putas e publicitários ou as ditas cujas parecenças
publicitários e putas tem muito e mais em comum do que podem pensar certos pensamentos sórdidos que não passam disto.
ambos são prestadores de serviços. o que é sempre, em qualquer atividade, uma tarefa muito complicada. sempre cheia de frustrações na maioria dos casos, significando trabalho duro e parcamente remunerado, quiçá compreendido, apesar das exceções que impigem o contrário. e quase nunca obtendo orgasmo perfeito, apesar do seu arcabouço, fingido ou não, o configurar.
porém há uma diferença, putas para dar cabo do seu trabalho tem de imperiosamente abrir as pernas, ficar de quatro ou engolir sacos. já o publicitário não. ele tem sempre a opção de não fazer nada disto. se o faz, é porque está na profissão errada. e não adianta descambar com deslumbramentos para o lado das putas, porque lá amadores não tem vez, sequer para limpar penicos quanto mais para um lambe-cus.
ambos são prestadores de serviços. o que é sempre, em qualquer atividade, uma tarefa muito complicada. sempre cheia de frustrações na maioria dos casos, significando trabalho duro e parcamente remunerado, quiçá compreendido, apesar das exceções que impigem o contrário. e quase nunca obtendo orgasmo perfeito, apesar do seu arcabouço, fingido ou não, o configurar.
porém há uma diferença, putas para dar cabo do seu trabalho tem de imperiosamente abrir as pernas, ficar de quatro ou engolir sacos. já o publicitário não. ele tem sempre a opção de não fazer nada disto. se o faz, é porque está na profissão errada. e não adianta descambar com deslumbramentos para o lado das putas, porque lá amadores não tem vez, sequer para limpar penicos quanto mais para um lambe-cus.
quarta-feira, julho 18, 2012
a volta dos que não foram
uma das coisas que lamento, e nem é por saudosismo sachê, é o fim da direção de arte na propaganda, esteja ela no meio "digital ou analógico". ora direis ouvir estrelas, mas a direção de arte não acabou. "waaal" eu nem vou contrapor que depende do que você entende por direção de arte.
sei que conto nos dedos quem possa chamar de diretor de arte hoje em dia. como vou chamar de diretor de arte um cara que faz curso de publicidade( o que para mim já depoe contra, seja onde for, e que mal acabado - não poderia sair bem acabado nunca! - de sair da faculdade, trabalhando em agências de terceira linha, e querendo me enfiar goela a dentro um cartão onde se lê art director sênior? não dá. nem com sal de andrews.
diretor de arte tipográfico então? já se vai longe o tempo em que miran e, salvo engano, um diretor de arte da mpm da rua mariana, botafogo, rio de janeiro, eram os únicos brasileiros pertencentes ao clube de diretores de arte tipográficos de nova iorque. clube que não dava moleza nem cartão de apresentação a qualquer um, como conhecemos vários, molecagem que já chegou ao ccsp e que no ccpe merece crédito até peido de bundão.
sei que já trabalhei com alguns diretores de arte com essência e na essência da palavra. e pasmo, constato, o que na época nem dava assim tanta importância, contava com o suporte de produtores gráficos e, pasmo outra vez, tipográficos. tempos em que mandávamos os estagiários irem atrás de meio quilo de retícula em pó. e eles iam. e entre ir e voltar, fazíamos a peneira.
nos recuerdos de minha formação ficou a lição. caligrafia e tipografia. um diretor de arte que não é versado nisto, não deveria se atrever a ser diretor de nada no universo da propaganda.
mas não vou mais tergiversar com as memórias. acessem :
http://zupi.com.br/caligrafia-de-sergey-shapiro/
e chorem se ainda tiverem alguma sensibilidade(ou desdenhem pela mais absoluta mediocridade do que tem em, ou nas, mãos).
sei que conto nos dedos quem possa chamar de diretor de arte hoje em dia. como vou chamar de diretor de arte um cara que faz curso de publicidade( o que para mim já depoe contra, seja onde for, e que mal acabado - não poderia sair bem acabado nunca! - de sair da faculdade, trabalhando em agências de terceira linha, e querendo me enfiar goela a dentro um cartão onde se lê art director sênior? não dá. nem com sal de andrews.
diretor de arte tipográfico então? já se vai longe o tempo em que miran e, salvo engano, um diretor de arte da mpm da rua mariana, botafogo, rio de janeiro, eram os únicos brasileiros pertencentes ao clube de diretores de arte tipográficos de nova iorque. clube que não dava moleza nem cartão de apresentação a qualquer um, como conhecemos vários, molecagem que já chegou ao ccsp e que no ccpe merece crédito até peido de bundão.
sei que já trabalhei com alguns diretores de arte com essência e na essência da palavra. e pasmo, constato, o que na época nem dava assim tanta importância, contava com o suporte de produtores gráficos e, pasmo outra vez, tipográficos. tempos em que mandávamos os estagiários irem atrás de meio quilo de retícula em pó. e eles iam. e entre ir e voltar, fazíamos a peneira.
nos recuerdos de minha formação ficou a lição. caligrafia e tipografia. um diretor de arte que não é versado nisto, não deveria se atrever a ser diretor de nada no universo da propaganda.
mas não vou mais tergiversar com as memórias. acessem :
http://zupi.com.br/caligrafia-de-sergey-shapiro/
e chorem se ainda tiverem alguma sensibilidade(ou desdenhem pela mais absoluta mediocridade do que tem em, ou nas, mãos).
quarta-feira, julho 11, 2012
e se fosse de verdade?
genial, dizem alguns - aquela salgalhada de publicitários que padecem de colonialismo funcional e que de tanta ejaculação precoce já tem verrugas ao pé do tesão.
os entendidos, dizem que boa, a peça até é. mas que não é real. no real o efeito difuso da luz teria outra forma ou não a deixaria tão perfeita.
não se diz que sim, não se diz que não. não há provas da realidade e as referências não o confirmam. mas também não a provas do fantasma - aliás, quando o fantasma é bom, é fantasma, pois não? não deixa rastros, deixa marcas(ih! mas isto é copy de anúncio antigo). caso deste aqui?
contudo, há que se frisar uma coisa: todo fantasma se acha esperto, quando não genial. e quanto mais fake, mais micho. este, pelo menos, é uma ideia a ser considerada. se difusa a luz, perde o brilho, mas que se o faça impresso. teria ainda luminosidade maior que a maioria dos fantasmas e um sol para a realidade nublada dos reais.
ah! o outdoor é para o mcdonald´s. não é que eu esteja subestimando a sua perspicácia e ou inteligência caro leitor. mas isso aqui, embora raramente, é lido por publicitários. e quando se fala com publicitários, sabe como é: tem-se de usar os mesmos códigos que facilitam a vida dos analfabetos funcionais, apesar de não haver quase nada escrito. assim é a vida com a nova geração que está no poder - ou seria a nos foder?
os entendidos, dizem que boa, a peça até é. mas que não é real. no real o efeito difuso da luz teria outra forma ou não a deixaria tão perfeita.
não se diz que sim, não se diz que não. não há provas da realidade e as referências não o confirmam. mas também não a provas do fantasma - aliás, quando o fantasma é bom, é fantasma, pois não? não deixa rastros, deixa marcas(ih! mas isto é copy de anúncio antigo). caso deste aqui?
contudo, há que se frisar uma coisa: todo fantasma se acha esperto, quando não genial. e quanto mais fake, mais micho. este, pelo menos, é uma ideia a ser considerada. se difusa a luz, perde o brilho, mas que se o faça impresso. teria ainda luminosidade maior que a maioria dos fantasmas e um sol para a realidade nublada dos reais.
ah! o outdoor é para o mcdonald´s. não é que eu esteja subestimando a sua perspicácia e ou inteligência caro leitor. mas isso aqui, embora raramente, é lido por publicitários. e quando se fala com publicitários, sabe como é: tem-se de usar os mesmos códigos que facilitam a vida dos analfabetos funcionais, apesar de não haver quase nada escrito. assim é a vida com a nova geração que está no poder - ou seria a nos foder?
terça-feira, julho 10, 2012
derivações no facebook ou quando o assunto é propaganda
Uma das coisas mais chatas que existe é publicitário reclamão, incompreendido, gênio frustrado e que adora falar mal da profissão. Eu adoro o que faço. Poucos empregos me permitiriam conviver em ambientes vivos, com pessoas divertidas e ainda ser pago por isso. A questão é que alguns PUBLICITÁRIOS confudem o trabalho com arte e para mim, foi e sempre será trabalho duro, garimpando qualidade e oportunidades em meio a razões sem sentido, briefings ralos e prazos insanos. Sendo assim, se você reclama do seu trabalho, acha que seu potencial não é plenamente utilizado ou coisa que o valha, meu querido ou querida, saia do mercado, vá escrever seu livro, pintar seu quadro ou ficar em casa tomando leite com pera(Cristiano Souza).
- Celso Muniz o problema maior não é confundir trabalho com arte. é confundir trabalho com emprego;) ou seria vice-versa?19/6 às 19:10 ·
Celso Muniz pois é cristiano: só que neste caso a semântica não está nas estantes, nem nas teses. está nas práticas diárias do comportamento antiprofissional em tudo. a começar da postura de nao encarar agência como um local de trabalho duríssimo - não custa lembrar que era a profissão que mais matava no mundo, segundo a oms(agora deve matar de tédio) - quer moleza? há cargos de vida mansa em pedreiras ora, pois,pois - e sim, a troca da noção de trabalho pela de emprego(cabides inclusos) na mais rasa correspondência ao caricato do emprego público(horas a mais nas redes, e de menos tentando pegar a pequena idéia que seja com o puçá)(até o truque do paletó sobre a cadeira é copiado com o blazer da zara ou o moleton da(escolham a griffe) isso é fato. não me julgo reclamão, porque sou burro de carga. nem incompreendido, porque sempre fui muito claro nos meus erros e acertos. e nunca me frustei, porque o meu gênio gostava de conviver com restos de lâmpadas queimadas nas madrugadas tentando acender algo mais que as idéias mediocres. agora, quando você começa ser destestado - entre outras coisas, of course - porque gosta de trabalhar, é porque a semântica chegou de vez para lhe fuder o emprego. no caso destes que falamos é o emprego que chegou para fuder o trabalho.
Cristiano Souza É verdade, Celso. Sua conclusão é perfeita como sempre. E diante dela, o que podemos fazer? O relógio não volta. E mesmo se voltasse, eu não gostaria. A questão é: O que podemos fazer com tudo que aprendemos? Jogar na vala-comum da irrelevância? Ou mesmo, simplesmente deixar para lá? Podemos retransformar muita coisa ainda. Eu ouvi uma vez que, por não entender o novo, comecei a endeusar o antigo. Bem, entendi o novo e ele continua sendo superficial e descartável. Meu trabalho é criar desejo nas pessoas e não fazer videocases fake para divulgar uma ótima ideia, que ninguém vai ver. Tenho um compromisso com minha devoção, que é a comunicação. Pode parecer utópico, mas a revolução ainda está acontecendo, não vamos desistir dela. Vamos pegar as rédeas, tira-las das mãos dos vaselinas, dos preguiçosos e dos que acham que comunicação é algo menor. E se, no meio do caminho, formos odiados, que seja. O objetivo é maior.
Celso Muniz bem cristiano, não sei se sou a pessoa mais sensata e capaz de responder a meta-pergunta com um instrumental mais amplo do que a minha visão que dizem ser suicida do negócio. sou um publicitário típico dos anos 70. quando a formação e os objetivos eram outros. saido do jornalismo - que criticava tanto a publicidade mas era capaz de engendros piores do que os dela - fui para a publicidade porque disseram que eu era bom tituleiro: aquele cara que fecha as matérias junto com o diagramador que vai pedindo: duas linhas, dezoito toques, tres linhas, 12 toques, sem margem de errro, e assim por diante (sem computador para encaixar titulos nos espaços) nas madrugadas, tempo em que os jornais de domingo, saiam aos domingos - fotolito, composição em linotipo e tudo o mais - fazia os títulos de todas as secções, economia, policia, política,cidade, e até os da primeira página, já que era secretário de redação. com o vê, a atração pelas madrugadas já estava nas veias. como escrevi alguns artigos chamando governadores de assassinos(ronaldo cunha lima),secretários de segurança de medíocres, fiquei sem emprego;) e quando descobri que a publicidade pagava até 100 vezes o que ganhava, lá fui eu ser um redator publicitário de segundo time - aquele que cobre o primeiro mas ganha um terço do que eles ganhavam, e tem seu nome na ficha de inscrição para cannes retirado estrategicamente. bom, mas isso são só detalhes.
nestes tempos, havia um compromisso menos intelectual e diria mais emocional com o fazer bem feito. éramos crianças saindo do patinete para brincar com aviões. faziamos duas três campanhas numa só noite só para competir internamente - o que era ótimo para a agência e cliente, apesar de algumas voos acima do teto(verba e pertinência;) - e éramos felizes. havia sacanagens, má gente, intrigas? sim, mas o saldo do trabalho era tão bom que isso era o de menos. voltando ao tema, do que aprendemos quando as agências se tornaram modelos de negócio capitalistas saindo da esfera da superestrutura(de pensar os bordões do sistema) para a função imediatista da caixa registradora, de repente, não mais do que de repente, descobriu-se que propaganda dava dinheiro, e muito, e mole, se comparado com outros negócios - com uma sobretaxa que gerou episódios burlescos e grotescos. depois os clientes descobriram que aquele luxo todo era pago por eles ao tempo em que as novas gerações formadas em faculdades chegavam para standartizar o pensamento(todos formatados e não formados). formados eram os do departamento de criação ou do atendimento, que antes sabia seu lugar. gente de letras, sociologia, escultura, química, matemática, física, arquitetura, politica, biblioteconomia, arquitetura e o que mais você pensar. iconoclastas por natureza, que não se adaptaram as suas profissões(sim médicos e engenheiros, muitos, também)que chegaram à praia da publicidade nadando em todos os estilos, portanto geradores de pensamento diferenciado, porra-louca até, porém bem fundamentado. a weeltanschauung (a visão de mundo) era ampla, o conceito de liberdade que por um lado ainda era herança frustada dos hippies estava no lead do liberdade é uma calça azul,velha e desbotada( enquanto hoje é calça jeans levanta bum-bum, com leiautes pum pum). eu, por exemplo, anos 80, atendia o banco nacional, e lá os jingles eram feitos por zé rodrix, sá e guarabira. minhas vinhetinhas arranjadas pelo maestro cipó e erlon chaves( hoje um zé mané de teclado comprado no shopping tacaruna faz ou nem isso, pega-se um programa e pronto(trilionésima versão do mais do mesmo) ou seja: excetuando-se a mais rombuda obtusidade ou mediocridade e até uma certa burrice, você estava amparado por um corpo e cabeças que tinham qualidade inata e inquestionável e que não deixavam você comer ou fazer merda.lá pelos anos 90 a fonte começou a secar ainda mais( de talentos e verbas) houve a a ascenção do blefe do planejamento como canivete suiço no lugar dos samurai. e entraram em cena as grandes corporações transformando as já transformadas agências em caixas registradores em cartões de crédito consignado. ai fudeu tudo. acabou-se o domínio da ideia como produto de venda. o que se vende agora é solução sem ideia. aliás, quando menos ideia melhor. ideia só atrapalha o esquema do planejamento estratégico que é o homem - ou a mulher do tarot - que faz previsões de tudo, e como a mulher do tarot ou sahara de iemanjá, erra noventa por cento do que prediz.
parecia haver esperança com a criação das hot-shops, pequenas agências com potencial criativo ilimitado, impulsionadas pela atmosfera do modismo de plantão: o pensamento de guerrilha. só que as hot-shops, incialmente criadas por talentosos publicitários insatisfeitos com os rumos e muros de alumínio e vidro, onde a ideia padecia de inanição - nem água de coco podia tomar, só suplementos e aquelas coisas que dizem ter menos h20 e muito h - fizeram também as hot, moeda de troca, para voltar as estruturas grandiosas como diretores associados. era chique um conglomerado adquirir um agência dita criativa para informar ao mercado que estava investindo aguerridamente na criação(mccann fez isto com a sra. rushmore, menos mal, e aqui no brasil, com a já debilitada w/brasil, um cu de resultados: mudou alguma coisa criativamente?). assim sendo,o quadro não apresenta muitas saídas, já que a competência profissional real não é reconhecida nem assim remunerada. e o que é pior: se você tem o mínimo senso profissional vai ficar encalacrado porque se disser a verdade, perde o cliente, porque foi metido, desrespeitoso, em suma, não lambeu o cu do diretor de marketing tosco ou da estagiária amante do vice presidente. não vejo muita solução, ainda mais num mercado como o nosso, onde, para piorar, todo mundo se acha publicitário - até dono de agência - e publicitário muito bom, o que nos fode mais ainda.por estas e outras, dada a minha total incapacidade de mentir além e dentro da conta, declarei-me incompetente para o ofício de então, muito embora, ironicamente, tenha criado alguns projetos que decolaram imediatamente por conta de serem criativos e verdadeiros, e feito com gente que estava na merda. acontece que o sujeito está na merda, implorando por uma oportunidade, e quando ela chega, ele te abençoa aos céus e diz que dinheiro não importa. que o que importa é estar agora tabalhando e fazendo um bom trabalho. o dinheiro começa a entrar, e o cara que vivia com uns frilás que mal davam mil reais por mês - e passou a ganhar 3,5,8, - começa a se esquecer da dureza e começa a se transformar em consumidor ensandecido. o corsa que lhe cabia agora tem de ser um civic, e por ai vai. por conta disto, começa a brigar -eu admito, escolhi sempre péssimamente os meus sócios - por fazer concessões para manter o faturamento quando faturamento chegou até ali justamente por não fazer concessões. então é como diz o ditado português: é a pescadinha com o rabo na boca ou seja o peixe que come o próprio rabo, neste caso come a própria cabeça com o rabo. para mim, o fato concreto é que sem um bom caráter por trás do profissional ele desanda tudo. há caras que são bons no que fazem mas péssimos de caráter e formação, que são capazes de vender a mãe e passar recibo. e fazem isto para com os clientes, que obviamente não são burros e passam a perceber que gente assim não é confiável e facilmente descartável porque há mais de cem lá fora querendo vender a mãe, a cunhada e irmã caçula, por um preço mais baixo ainda. eis o retrato mal tirado da nossa profissão atualmente. estagiário, posando de diretor de arte com tres meses de agência, se diz sênior com seis(antes levava-se no mínimo uns oito anos para diretor de arte, e cinco para redator poder dizer que eram sêniores e ainda assim a agência travava muita gente-por conta de salário também) nerds que se dizem diretores de novas tecnologias, geeks que gerenciam departamentos digitais, que sabem fazer aquelas pantomimas que nos deixam a nós mais velhos com cara de ultrapassados mas não pecebem nada de gente, que é a grande questão alvo do nosso trabalho. as pessoas se esqueceram que por trás de números,infográficos, redes e toda aquela chanchada toda de nomes em inglês(sim, com tem nome em inglês agora para denominar os mesmos bull shits de sempre) há gente que peida, caga, sofre, ri, chora, à toa ou de verdade, com bons ou maus valores, mas que enfim é o velho ser ser humano de sempre que ainda é movido por emoção. e emoção e identificação profunda e não descartável a serviço da comunicação de marketing de marcas, só se consegue gerar com ideias e nunca com tecnologia(ainda não somos robôs).enfim, todo o problema atual é que perdemos os parâmetros. não só estéticos e de grandezas realmente maiores mais sobretudo de um termo - que me falta agora - que traduz bem esta situação. o termo caracteriza a situação em que você perde de vista o objetivo maior da vida para se concentrar nos excessos de posses que te dão a ilusão de estar aproveitando a vida melhor(muito marxista isto não?) ou seja, quando você tem, por exemplo, um bom automóvel, ou casa vá lá que seja, conseguido pelo bom trabalho que fez, e se permite fazer merda para ter dois carros ou uma casa maior ainda quando você já tem espaço sobrando na sua. eu, decididamente, não vou além da minha conta. deve ser porque tenho um pensamento medíocre - não sou o gênio que anuncia a agência revolucionária do recife, como a bam bam das novas tecnologias de rede e comunicação de nicho e das idéias diferenciadas( porque dizem, o mercado mudou e anúncio é coisa de quem não sabe inovar - isto em duas páginas em jornal de domingo - do diretor de criação que prediz o short list de cannnes, que tem peças selecionadas para anuários de causas nobres - eu já acho um filho da puta o cara que faz anúncio para as crianças que perderam pernas e braços em angola por conta das minas só para ganhar leão dizendo que não(para que inscreve então)? e sim, ao fim ao cabo faz um anúncio de 1/4 de página para a rede globo nordeste(outra pulhice de comunicação institucional de péssima qualidade - pra quem um dia teve a agência da casa -) mas tão fedorento, tão fedorento, de leiaute, de texto, de tudo, que até o meu gato desistiu de cagar em cima(os gatos são animais extremamente limpos você sabe). então, quem sou eu para me meter a cavalo do cão se sigo os passos do meus gatos e tento me manter longe da catinga.? não sou joana d´arc sem fogueiras. já briguei muito - nunca por privilégios para mim e sim para minha equipe - peitei clientes para o bem deles e para o bem da agência. e como reconhecimento consegui ser detestado por todas as partes. então, como não faço a linha coitadinho, nem capitulei ,fui cuidar de outras roças onde bosta tem a função de fazer crescer flores que cheiram bem ou capim que dá caldo. recaídas são de quando em vez cometo a besteira de atordoar os pacientes, e os intermitentes, com tijolos iguais a este. e ai, levo na cabeça de novo. bem feito por querer ser mais book do que face.
domingo, julho 08, 2012
palavras do presidente
• A publicidade é a mola de uma máquina.
• Eu não faço propaganda de cigarro.
• Eu nunca atendi uma conta do governo. É possível viver apenas de iniciativa privada.
• Minha empresa é conhecida pelo trabalho que faz e não pelas relações que estabelece.
• Tocava 8 horas de violão clássico por dia, pois achava que ia ser músico.
• A minha geração é da engenharia. Todos os meus amigos são engenheiros.
• Crise é aquela oportunidade que você tem para chorar ou para vender lenço. Você escolhe.
• Eu tenho notado que a qualidade técnica das pessoas não é mais a mesma.
• As pessoas não estão indo a fundo nas coisas, só horizontalmente.
• A publicidade americana é igual à linha de montagem. A inglesa é o ourives.
• Caro é aquilo pelo qual as pessoas não querem pagar.
alexandre gama, chief creative officer mundial da bbh.
sábado, julho 07, 2012
terça-feira, julho 03, 2012
lagartixa da cabeça ao rabo
bodoque, badoque, badogue, até que vai. não é original mas vai. vá lá que seja denominação politicamente engajada na inclusão cultural do mangue besta. agora badoquy?!pois. estamos tramados cada vez mais. isso é que é uma grande sacada de diferenciação no naming de uma agência que se diz de comunicação e promobrand? depois reclamam do karne keijo, acabando por dar razão a múmia do rabelo aldo,
não dá para engolir nem levando como brincadeira de
publicitário moderninho ou que assim se quer visto. não? então tá. devo concluir entendendo que temos mais uma agência
atiradeira. e por falar nisso, como é mesmo o nome daquela outra, anágua?
do jeito que a coisa vai, não me espanta se surgir uma agência assumidamente autotitulada cretina: creativity+retina&creolina ou qualquer outra coisa que tente encobrir merda.
o despudor da modernidade em criação de nomes atualmente é de empalar qualquer almanaque de horóscopo.
segunda-feira, julho 02, 2012
curto e grosso
Texto ruim fere as mucosas intestinais do espírito. Provoca depressão pós Nada. Elimina a esperança. Enche o saco. Ney Duclos.