o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
sábado, julho 28, 2012
um pouco mais de carinho, e cuidado, com os mestres. aliás com todos.
independentemente do seu valor intrínseco, um homem que sempre trabalhou merece sem dúvida ser lembrado por algo mais que uma frase que, no meu entendimento suado, é pra lá de infeliz. principalmente quando potencializada a totem no contexto do business publicitário.
como já dizia o bardo, há que se ter cuidado com os epitáfios elogiosos e homenagens pós falecimento. na maioria das vezes só fazem depor contra o morto e ou apenas engrossam a vaidade dos vivos, dos muito vivos, principalmente.
feito o registro, digo que a primeira imagem de um publicitário que vi na vida não retratava nenhum glamour. queiroz investido em camisa social branca a arregaçar as mangas daquelas que recomenda o bom gosto careta nunca o devem, tal e qual, depois vi, como bill bernabach, outro mantenedor do look arregaçado, principalmente nas ideias. pano de fundo: porta pantográfica de elevador chinfrin. local da visão: edifício zigmunt katz. agência: lab/abaeté. endereço: rua da aurora. quando? começo dos anos 70.
e também lá estavam schettini( o pai psicólogo/publicitário do filho psicólogo, pressuponho),o erly, endiabrado mídia vindo da lab são paulo e, complementando a comissão de frente, um tal de ernesto na direção de criação, que disto não sabia, genro do queiroz, muito mais para o arnesto do adoniran. uns "meninos do banorte", ao que parecem irmãos, um deles o israel wanderley, completavam o time da criação para o qual fui indicado por obra e graça da minha inquietude estudantil.
se tudo é comunicação, como diz umberto eco, aquele gesto de arregaçar as mangas, quer seja tomado como simbolo, ícone, índice, sinal, como queiram os da semiótica de arrasto, não importa se significante de uma verdade ou não, para mim o foi. teve peso. solava as representações dândi a que costumamos relacionar os da atividade. e fazia do gesto uma marca de quem não se fia neste clube de amigos dos 50%.
assim, o que ficou para mim indelevelmente foi: trabalhe. trabalhe a 100%. se puder, trabalhe mais. pois esta é uma atividade onde os amigos que hoje lhe parecem dividir meio a meio tudo com você, serão os mesmos que lhe darão as costas por 5% a mais, muitas vezes até por menos do que isso.
uma visão da atividade amarga e inoportuna para o momento? talvez. mas é a mesma que todos vivemos, queiroz* inclusive. então deixemo-nos de tretas e façamos nós o nosso próprio trabalho de arregaçar as mangas por inteiro sem esperar pelos amigos. pois quem espera que os amigos o façam, amigo não é.
* o chamei de queiroz, desde então, e nenhum desrespeito havia nisto. muito pelo contrário. colocar um seu, senhor ou doutor na frente de um nome, é fraudar o mérito próprio do nome dado ou construído, desrespeitoso por demasia, ao contrário do pensam os que engrossam a prática do desvio.
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