publicitário independente é quase sempre sinônimo de publicitario decadente. mas nem sempre.
mas é fato que a exceção de uns poucos neils, mesmo quem tem a cabeça prêmio tem o rabo preso.
mas isso não impede que cada dia mais, a vontade de fazer uma agência que fuja dos formatões, pipoquem aqui e ali. aliás, neste sentido, portugal tem ultimamente se mostrado profícuo. agências com menos de meia dúzia de funcionários, vão marcando presença e mostrando que é possível ter performance independentemente do tamanho, o que sempre é mais do que salutar e libertador.
o grande problema não é crescer. mas sim sustentar-se sem entregar os pontos do formato. isso implica que haja uma comunicação e uma aceitação dos clientes a este "novo" tipo de agência, que mais do que um modismo ou uma insuficiência de fundos(ou de cérebro) podem fazer bem mais a um nicho específico de marcas.
if you build it, thew will come ?
o blog que dá crise renal em quem não tem crise de consciência. comunicação, marketing, publicidade, jornalismo, política. crítica de cultura e idéias. assuntos quentes tratados sem assopro. bem vindo, mas cuidado para não se queimar. em último caso, bom humor é sempre melhor do que pomada de cacau.
domingo, setembro 30, 2007
sábado, setembro 29, 2007
mais como estes e menos como os que estão por ai
Hoje em dia a frase que mais se ouve nas empresas é “mais por menos”. O uso desta frase está tão exagerado que já virou dito popular. As pessoas estão sendo impactadas pelo “mais por menos” em todos momentos e ocasiões. Quando chegam no estacionamento do trabalho e logo se vê um adesivo “ Quem tiver MAIS pessoas no carro, paga MENOS”. Quando vão ao banheiro tem um outro adesivo “Use MENOS toalhas e enxugue muito MAIS”.
Ecologicamente está muito certo o uso do “mais por menos”, para a preservação do meio ambiente. Sou muito favorável e faço campanha para isso. Mas o que não podemos é deixar que o “mais por menos” seja regra básica de acordos comerciais entre cliente e fornecedor. Hoje as grandes empresas estão exigindo que as agências façam “mais por menos”. Como se as agências fossem as responsáveis pelo controle da inflação, dos preços de matéria-prima, pela fixação do valor do salário mínimo e ajustes fiscais e tributários.
Mas o mais engraçado de tudo isso é que as mesmas pessoas que exigem o “mais por menos” das agências são os primeiros a pleitear aumento de 15% do seu salário todo ano. Por quê não aceitam trabalhar mais ganhando menos? Por quê as agências têm que fazer mais e ganhar menos? Será que não estamos tendo dois pesos e duas medidas diferentes?
A inflação do Brasil gira em torno de 6 a 10% ano, isto é, qualquer pessoa, mesmo que não seja economicamente capaz, sabe que existe um reajuste de preços a cada ano. Sabendo disso, como poder exigir de uma agência cobrar mais barato pelos seus serviços e fazer muito mais.
O trabalho de uma agência de marketing promocional consiste na elaboração de um projeto com planejamento, encantamento e operação. Um planejamento detalhado envolve diversas pesquisas, tendências e inteligências. O encantamento envolve conceito, tendências e inovação. Uma operação de sucesso envolve pesquisa, negociação e precisão. E para uma agência ter tudo isso é feito investimento em profissionais, equipamentos, pesquisas e tecnologia.
Os clientes querem “mais por menos” mas eles esquecem que o “mais” custa e o “menos” é reduzido. Não adianta querer fazer uma ação de R$ 100.000,00 por R$ 60.000,00. Ou melhor, até pode fazer a ação de R$ 60.000,00 só que reduzida e de acordo com o que é possível. Uma analogia que explica bem é quando vamos comprar um terno. O preço de um terno de padrão bom é R$ 500,00. Caso o consumidor quiser pagar R$ 200,00 terá que levar apenas a calça ou comprar um terno de qualidade inferior. Mas jamais levará o mesmo terno por R$ 200,00.
O sucesso de um projeto consiste na realização de objetivos de ambas as partes. O cliente tem que estar satisfeito e a agência motivada. Caso uma parte não esteja assim, com certeza a relação será desgastante. A relação cliente x agência tem que ser MAIS estreita na conquista de objetivos e MENOS burocrática na questão de negociação. Parceria se faz por confiança e comprometimento.
Mais por menos
(mais por menos, do celio ashcar junior, diretor-Geral da mix comunicação integrada, agência de promoção do grupo giovanni+draftFCB).
Ecologicamente está muito certo o uso do “mais por menos”, para a preservação do meio ambiente. Sou muito favorável e faço campanha para isso. Mas o que não podemos é deixar que o “mais por menos” seja regra básica de acordos comerciais entre cliente e fornecedor. Hoje as grandes empresas estão exigindo que as agências façam “mais por menos”. Como se as agências fossem as responsáveis pelo controle da inflação, dos preços de matéria-prima, pela fixação do valor do salário mínimo e ajustes fiscais e tributários.
Mas o mais engraçado de tudo isso é que as mesmas pessoas que exigem o “mais por menos” das agências são os primeiros a pleitear aumento de 15% do seu salário todo ano. Por quê não aceitam trabalhar mais ganhando menos? Por quê as agências têm que fazer mais e ganhar menos? Será que não estamos tendo dois pesos e duas medidas diferentes?
A inflação do Brasil gira em torno de 6 a 10% ano, isto é, qualquer pessoa, mesmo que não seja economicamente capaz, sabe que existe um reajuste de preços a cada ano. Sabendo disso, como poder exigir de uma agência cobrar mais barato pelos seus serviços e fazer muito mais.
O trabalho de uma agência de marketing promocional consiste na elaboração de um projeto com planejamento, encantamento e operação. Um planejamento detalhado envolve diversas pesquisas, tendências e inteligências. O encantamento envolve conceito, tendências e inovação. Uma operação de sucesso envolve pesquisa, negociação e precisão. E para uma agência ter tudo isso é feito investimento em profissionais, equipamentos, pesquisas e tecnologia.
Os clientes querem “mais por menos” mas eles esquecem que o “mais” custa e o “menos” é reduzido. Não adianta querer fazer uma ação de R$ 100.000,00 por R$ 60.000,00. Ou melhor, até pode fazer a ação de R$ 60.000,00 só que reduzida e de acordo com o que é possível. Uma analogia que explica bem é quando vamos comprar um terno. O preço de um terno de padrão bom é R$ 500,00. Caso o consumidor quiser pagar R$ 200,00 terá que levar apenas a calça ou comprar um terno de qualidade inferior. Mas jamais levará o mesmo terno por R$ 200,00.
O sucesso de um projeto consiste na realização de objetivos de ambas as partes. O cliente tem que estar satisfeito e a agência motivada. Caso uma parte não esteja assim, com certeza a relação será desgastante. A relação cliente x agência tem que ser MAIS estreita na conquista de objetivos e MENOS burocrática na questão de negociação. Parceria se faz por confiança e comprometimento.
Mais por menos
(mais por menos, do celio ashcar junior, diretor-Geral da mix comunicação integrada, agência de promoção do grupo giovanni+draftFCB).
sexta-feira, setembro 28, 2007
é dando que não se recebe*
1. Um condenado, às vésperas de ser executado na cadeira elétrica, aguarda anciosamente por seu advogado, que foi até a Suprema Corte tentar um último recurso para a pena de morte. Quando viu seu advogado chegar à cela, radiante, o prisioneiro perguntou:
- E aí, doutor, como é que está a minha situação?
- O advogado respondeu:
Calma, tenho boas notícias.
- O preso, tremendo de emoção, perguntou:
O que é, não vou mais para a cadeira elétrica?
- O advogado:
Não é bem assim... A pena foi reduzida pela metade... Ao invés de ser executado a seis mil volts, consegui diminuir para apenas três mil volts. (Tal como foi publicado no jornal Notícias do Dia de 18.09.2007)
1.De um lado a ABA - Associação Brasileira dos Anunciantes, pleiteando, em nome deles, pagar menos; de outro, a ABAP - Associação Brasileira de Agências de Publicidade e o FENAPRO - Federação Nacional de Agências de Propaganda, pleiteando ganhar mais. No meio, o CENP - Conselho Executivo das Normas Padrão, a quem cabe decidir. Faço questão de decupar as siglas porque neste caso o detalhe é importante.
O guichê de apostas está aberto. Qual a sua opinião?
2. Você, mais inteligente do que eu, sabe que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. E, infelizmente, as agências aceitaram pacificamente, ao longo da história da publicidade, que elas são mais fracas.
Bem feito.
3. Qualquer anunciante inteligente e bem informado sabe, hoje, que é fundamental para a vida da empresa fortalecer a marca. Reconhece que, para tanto, precisa de especialistas. De gente que entenda do assunto. E que comunicação é uma das mais importantes ferramentas do marketing.
A comunicação está presente em todo processo de marketing, diz Mitsuru Higuchi Yanaze, no seu magnífico Gestão de Marketing e Comunicação (Editora Saraiva), um livro que todos deviam ler.
A comunicação de marketing é um processo complexo e contínuo, acrescenta. Trocando em miúdos: não é coisa para amador.
4. Se é assim, por que, historicamente, as agências sempre abaixam a cabeça?
5. Vamos imaginar juntos o seguinte: que uma hora dessas elas declarem O dia da Dignidade Profissional, quando, unidas, baterão o pé e gritarão um sonoro não. Não para os absurdos que ocorrem no relacionamento cliente-agência. Não para as sucessivas exigências de custos menores feitas pelos anunciantes. Não para o medo que muitos deles têm de veicular peças criativas, porque elas são criativas. Não para os obstáculos que colocam na hora de aprovar um orçamento.
E por que não fazem isso?
6. Por que meia dúzia de agências decretou a ditadura. Criou uma entidade, gritou que ninguém fará nada sem a autorização dela e o resultado aí está. As demais se acovardaram e se habituaram à covardia.
E aquela entidade, enfraquecida porque medo não é apoio; sem conhecer o que de fato ocorre com o mercado de agências, porque se distanciaram dele, só faz recuar a cada grito que os anunciantes dão. Neste momento, foi colocada contra a parede.
7. Quer apostar comigo?
Os anunciantes vão vencer essa disputa. Ganharam todas até agora, vão continuar ganhando. Na melhor das hipóteses vão tirar o bode da sala, fazer uma concessãozinha e, como aquele advogado, executar metade da pena que inicialmente prometiam aplicar nas agências.
(quando o pouco não é nada, do eloy simões, incansável até correr o risco da chatice, no acontecendo aqui)
* que me desculpem os também leitores do Contraponto, pela repetição, neste caso talvez até mais adequada, do título usado esta semana em matéria publicada por lá sobre colunismo político. o contraponto é um semanário paraibano que se diz nascido como opção frente aos grupos ligados as práticas maranhistas e cassistas que deixaram a paraiba de cuecas ainda mais rotas. oxalá a terceira via não esteja interessada nos restos da cueca. e viva o destino de um nordeste que faz inveja as garotas de baile funk que já vão sem calça.
- E aí, doutor, como é que está a minha situação?
- O advogado respondeu:
Calma, tenho boas notícias.
- O preso, tremendo de emoção, perguntou:
O que é, não vou mais para a cadeira elétrica?
- O advogado:
Não é bem assim... A pena foi reduzida pela metade... Ao invés de ser executado a seis mil volts, consegui diminuir para apenas três mil volts. (Tal como foi publicado no jornal Notícias do Dia de 18.09.2007)
1.De um lado a ABA - Associação Brasileira dos Anunciantes, pleiteando, em nome deles, pagar menos; de outro, a ABAP - Associação Brasileira de Agências de Publicidade e o FENAPRO - Federação Nacional de Agências de Propaganda, pleiteando ganhar mais. No meio, o CENP - Conselho Executivo das Normas Padrão, a quem cabe decidir. Faço questão de decupar as siglas porque neste caso o detalhe é importante.
O guichê de apostas está aberto. Qual a sua opinião?
2. Você, mais inteligente do que eu, sabe que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. E, infelizmente, as agências aceitaram pacificamente, ao longo da história da publicidade, que elas são mais fracas.
Bem feito.
3. Qualquer anunciante inteligente e bem informado sabe, hoje, que é fundamental para a vida da empresa fortalecer a marca. Reconhece que, para tanto, precisa de especialistas. De gente que entenda do assunto. E que comunicação é uma das mais importantes ferramentas do marketing.
A comunicação está presente em todo processo de marketing, diz Mitsuru Higuchi Yanaze, no seu magnífico Gestão de Marketing e Comunicação (Editora Saraiva), um livro que todos deviam ler.
A comunicação de marketing é um processo complexo e contínuo, acrescenta. Trocando em miúdos: não é coisa para amador.
4. Se é assim, por que, historicamente, as agências sempre abaixam a cabeça?
5. Vamos imaginar juntos o seguinte: que uma hora dessas elas declarem O dia da Dignidade Profissional, quando, unidas, baterão o pé e gritarão um sonoro não. Não para os absurdos que ocorrem no relacionamento cliente-agência. Não para as sucessivas exigências de custos menores feitas pelos anunciantes. Não para o medo que muitos deles têm de veicular peças criativas, porque elas são criativas. Não para os obstáculos que colocam na hora de aprovar um orçamento.
E por que não fazem isso?
6. Por que meia dúzia de agências decretou a ditadura. Criou uma entidade, gritou que ninguém fará nada sem a autorização dela e o resultado aí está. As demais se acovardaram e se habituaram à covardia.
E aquela entidade, enfraquecida porque medo não é apoio; sem conhecer o que de fato ocorre com o mercado de agências, porque se distanciaram dele, só faz recuar a cada grito que os anunciantes dão. Neste momento, foi colocada contra a parede.
7. Quer apostar comigo?
Os anunciantes vão vencer essa disputa. Ganharam todas até agora, vão continuar ganhando. Na melhor das hipóteses vão tirar o bode da sala, fazer uma concessãozinha e, como aquele advogado, executar metade da pena que inicialmente prometiam aplicar nas agências.
(quando o pouco não é nada, do eloy simões, incansável até correr o risco da chatice, no acontecendo aqui)
* que me desculpem os também leitores do Contraponto, pela repetição, neste caso talvez até mais adequada, do título usado esta semana em matéria publicada por lá sobre colunismo político. o contraponto é um semanário paraibano que se diz nascido como opção frente aos grupos ligados as práticas maranhistas e cassistas que deixaram a paraiba de cuecas ainda mais rotas. oxalá a terceira via não esteja interessada nos restos da cueca. e viva o destino de um nordeste que faz inveja as garotas de baile funk que já vão sem calça.
quinta-feira, setembro 27, 2007
é bom e é no tom
publicitário é uma raça muito estranha, para não dizer filho da puta, as vezes.
adora ver o corte mas detesta ver o sangue.
é capaz de ficar horas e horas punhetando uma archive, quando não o último número da sexy, enquanto diz que da playboy só lê a entrevista.
e quando aparece anúncio que vai direto ao ponto que não seja G, maldiz a décima geração, conclamando à grita contra o uso publicitário de imagens que ferem um certo tipo de sensibilidade, geralmente hipócrita, justamente porque são mostradas do jeito que a vida é mal tratada pela publicidade, principalmente aquela que quando usa o drama o eufemiza mesmo quando o exarceba, sedenta de prêmios, elogios e um certo tipo de reconhecimento que não esta nem aí para que se fodam os objetivos, ainda que não se deva foder os outros em nome do objetivo, sejam quais forem, diga-se de passagem para evitar má versação.
porém, como diria o toscanini anti-ópera ou o da ópera dos horrores, má versação é o caralho que ninguém teria coragem de meter na modelo acima.
mas claro, se fosse outra a questão, tava todo mundo de pau duro elogiando a criação.
até quando não acerta, não discuto se é este o caso - tem zilhões de blog discutindo isto - oliviero dá um tapa na cara de quem não tem cara para dar de cara com a cara de um também tipo de estetização que para desespero de alguns não segue tendências.
no ?
quarta-feira, setembro 26, 2007
um problema dos grandes é não serem pequenos
Ela pode ser líder do mercado de refrigerantes e marca mais valiosa do mundo, mas sabe que precisa entender um consumidor mutante, que tem novos hábitos, e mensurar todos seus resultados: dos comerciais de televisão ao ponto de venda, passando pelo mundo digital. À frente desta missão está Ricardo Fort, Diretor de Marketing da Coca-Cola. O executivo está há um ano no Brasil após passar por uma temporada no marketing esportivo na sede mundial da companhia, em Atlanta.
Fort explica que uma das mudanças mais visíveis hoje é a transferência da liderança da relação entre o consumidor e a marca para as pessoas. Por isso, a Coca-Cola vem investindo em geração de conteúdo pelo consumidor e no entendimento do cenário que a cerca. O mais complexo deles é o universo jovem. “O adolescente é o target mais difícil de se entender porque eles mudam muito rápido. O maior desafio que a Coca-Cola tem é entender o que estas pessoas querem antes mesmo delas quererem, conseguir se antecipar e entregar os valores da marca, manifestados em comunicação, em promoção e embalagens”, explica o Diretor em entrevista exclusiva ao site na sede da Coca-Cola no Brasil, no Rio de Janeiro.
Avaliada em US$ 65,234 bilhões pela Interbrand, a marca se esforça diariamente para manter a liderança. Não que ele esteja perdendo grandes fatias de mercado, mas para transferir o elo emocional para produtos como a Coca-Cola Zero, já vice-líder em algumas praças. Para isso, há muito estudo, ciência mesmo. “Temos mapeado 80 tipos diferentes de pontos de venda e para cada um deles há uma lista pré-determinada de quais equipamentos e comunicação que estarão em um determinado lugar. Além do tipo de promoção e do produto. E, para cada um destes 80 perfis de ponto de venda, temos 10 indicadores diferentes de performance”, conta Ricardo Fort, que detalha as ações de marketing da companhia na entrevista a seguir.
Estamos vivendo um momento de alimentação saudável e do consumidor mais engajado. Qual é o posicionamento de marketing da Coca-Cola diante do cenário atual?
Tem um monte de movimentos do comportamento do consumidor acontecendo hoje que impactam a forma como as marcas se comunicam com as pessoas. O mais visível é a transferência da liderança desta relação entre pessoas e marcas para as pessoas, e não mais a marca, com a disseminação de ferramentas de comunicação. Isso tem diversas implicações, desde geração de conteúdo à mudança das exigências das pessoas. Alinhado com isso tem uma mudança no perfil dos meios de comunicação que também é importante para as marcas, com o aumento das formas de se comunicar. A cada dia tempos opções diferentes, desde fazer uma mídia exclusiva para um elevador de um hotel, uma placa no banheiro, até colocar um comercial no Jornal Nacional. Por outro lado tem a macrotendência de um estilo de vida mais saudável e de buscar outras opções de alimentação. Temos atividades especificas para cobrir cada uma dessas áreas.
Em relação aos meios de comunicação, fazemos teste para aprender a se comunicar de uma forma diferente e geração de conteúdo é uma delas. Temos duas iniciativas este ano que é o Estúdio Coca-Cola, um programa de música que fizemos com a MTV, e o Mundo Mulher Coca-Cola, que é um programa para dona de casa feito com a Ana Hickmann na Record. Nestes dois casos, desenvolvemos o conteúdo que fala bem com o target do programa e ao mesmo tempo comunica os valores da Coca-Cola. Temos também uma parceria com a Avon que nos dá acesso a um público que a mídia tradicional não permite que falamos com ele tão bem. Através dos revendedores da Avon conseguimos falar com um universo de pessoas que tem uma relação de confiança e as mensagens são vista de uma forma diferente de uma mensagem que é vista pela televisão ou por uma revista. No passado o único caminho para falar com a mulher era fazer um anúncio na TV e rezar para ela estar sentada na frente da televisão na hora que o comercial passa. Apesar da televisão continuar a ser, de longe, o maior investimento que fazemos em mídia, temos experimentado outras formas de comunicação.
Nos últimos anos, a Coca-Cola tem investido em embalagens diferentes que são distribuídas até em bancas de jornal e parece que é um produto onipresente. Como vocês fazem isso?
Queria que fosse, mas ainda não é. Apesar de estarmos em mais de um milhão de pontos de venda, ainda estamos no começo deste esforço de distribuição. O Sistema Coca-Cola, composto por 17 fabricantes, mais a Coca-Cola Brasil, tem um esforço muito grande para criar esta percepção em todo mundo, mas quando olhamos para alguns indicadores comparados com números fora do país vemos que tem muito a fazer. No Brasil ainda tem pouca geladeira no ponto de venda para encontrar Coca-Cola gelada, tem muito lugar onde não tem Coca-Cola e nem todos os produtos da companhia.
Tem muita coisa para fazer, mas muito mais pela nossa ambição do que com a realidade do mercado. É correto falar que somos quase onipresentes porque realmente é difícil não encontrar Coca-Cola em algum lugar que você vá, não só o produto, como a comunicação da marca, que vai lhe impactar. Esta é umas maiores vantagens competitivas que temos no mercado. Até porque não temos problemas produção nem de distribuição. Há muitas oportunidades para melhorar, mas ninguém distribui tão bem quanto a Coca-Cola.
Já as embalagens que temos hoje, elas são selecionadas e escolhidas para cada tipo de ponto de venda e o perfil de quem freqüenta este PDV. Nos últimos anos fizemos uma expansão muito grande de embalagens para ter certeza de que quem compra nas Sendas do Leblon (zona sul) ou no Guanabara do Méier (zona norte) vai ter a embalagem que funciona melhor para o estilo de vida da pessoa. Temos garrafas de um até três litros. No Natal, por exemplo, tem mais gente reunida e uma garrafa maior é melhor. Quando se é solteiro, compra-se uma garrafinha de 600ml, se está passando pela rua e só tem um real no bolso você pode comprar uma mini-lata.
O ponto de venda tem uma importância cada vez maior e como a Companhia está pesando o PDV?
Esse é um trabalho científico porque tem uma inteligência muito grande por trás. Há muito tempo reconhecemos que o ponto de venda é onde acontece a maioria das decisões e a relação que as pessoas tem no ponto de venda é diferente das que elas tem quando vêem pela Televisão, quando criam um amor pela marca e a vontade de ter aquela marca perto. No ponto de venda elas querem satisfazer uma necessidade, às vezes imediata. Por isso, nos PDVs que oferecem consumo na hora, a mensagem é diferente. Temos mapeado 80 tipos diferentes de pontos de venda e para cada um deles temos uma lista pré-determinada de quais equipamentos e comunicação que estarão em um determinado lugar. Além do tipo de promoção e do produto. E, para cada um destes 80 perfis de ponto de venda temos 10 indicadores diferentes de performance.
Como vocês medem os resultados com tantas variáveis?
Somos meio fanáticos por mensurar as coisas. A saúde da marca, por exemplo, temos uma pesquisa proprietária que avalia como as pessoas enxergam a marca. Tem uma série de atributos que qualificam a Coca-Cola, como “vai bem com comida”. Se a pessoa tem esta percepção da marca, ela consome mais durante as refeições. Tem mais 12 atributos que refletem como a marca está comunicando o seu posicionamento e mensalmente temos uma leitura disso em 54 cidades do Brasil. Quando fazemos promoções, tem muita pesquisa para quantificar e saber quais níveis de preço comprar os brindes porque são sempre milhões de produtos. Temos ainda mais indicadores no ponto de venda, desde giro do produto até as pesquisas tradicionais de mercado.
Temos muitas pessoas dedicadas a cada uma dessas áreas. Há um grupo de inteligência que tem como objetivo principal juntar todos os números e disponibilizar de uma forma fácil de ler. Eles entendem o que está acontecendo e o grupo de marca vê o tipo de ação que deve tomar para potencializar o que está indo bem ou corrigir o que está indo mal.
O jovem é um consumidor importante para a Coca-Cola. Como vocês fazem para entender este público que está sempre mudando?
Coca-Cola é uma das poucas marcas que tem tantos target diferentes.
É de 8 a 80 anos.
Falamos com todo mundo, mas é certo que o público adolescente tem grande importância porque historicamente falamos com o jovem e durante a vida passamos a falar com outros públicos. Hoje em dia temos campanhas específicas para adolescentes que consomem boa parte dos nossos esforços, mas também tem campanha para as mães, para jovens adultos, adultos e em cada uma delas há um jeito diferente de falar. O adolescente é o target mais difícil de se entender porque eles mudam muito rápido. O maior desafio que a Coca-Cola tem hoje é entender o que estas pessoas querem antes mesmo delas quererem, conseguir se antecipar e entregar os valores da marca, manifestados em comunicação, em promoção e embalagens. Para fazer isso, temos desde pesquisa de tendências até um grupo em Atlanta de inteligência de mercado.
Tudo isso para promover experiências como a marca, que tem o Vibe Zone.
Faz três semanas o Vibe Zone aconteceu em Gramado junto com o Festival de Cinema. Ele começou no Rio e em São Paulo e tem viajado um pouco pelo Brasil. Além dele, tem um outro formato que é baseado no Estúdio Coca-Cola, o Vibe Forte, que aconteceu na Praia do Forte em Salvador e durante o ano acontecem outros eventos. Hoje, por exemplo, deve estar tendo dois ou três eventos de Coca-Cola em algum lugar no Brasil. Quando falamos em experiência de marca, e eventos é uma das formas mais legais de manifestar esta experiência, mesmo que ele não seja multisensorial como o Vibe Zone, o fato de participar de um evento da Coca-Cola faz você perceber algumas coisas da marca. E isso varia desde o Festival de Parintins até o Carnaval de Salvador.
Tem também a Internet. Como vocês estão vendo esta mídia?
Não tem como falar com o jovem sem ter uma presença on-line de uma forma que a integração seja natural. Há muitos anos começamos a testar a web e isto se acelerou nos últimos dois anos. Mudamos como utilizávamos a web porque o comando está nas mãos das pessoas. Se você for no site da Coca-Cola há centenas de milhares de pessoas que tem seus perfis cadastrados que conseguem fazer um link com todos os lugares que elas freqüentam, como o Orkt, o Flicker, ligação com o Google Maps...
Qual é o maior desafio da Coca-Cola?
É continuar a ser uma marca nova. Temos um esforço grande na diversificação de portfólio, com achocolatado, sucos, água, água com sabor, energético, chás e obviamente o refrigerante. As pessoas querem coisas diferentes em momentos diferentes. Há um esforço para educar as pessoas a como ter uma vida saudável, que escolhas elas devem fazer, o que beber e o que comer.
Há poucos anos as outras categorias de produto não existiam e podem ser concorrentes de Coca-Cola.
Tudo que se bebe é um concorrente. Ao mesmo tempo, as pessoas têm motivações funcionais, que escolhem bebidas sem gás, e motivações emocionais, que escolhe um produto pela marca porque tem uma relação com ela. Ter um portfólio maior de bebidas, com opções, aumenta a participação da marca no mercado. As pessoas vão continuar querendo beber Coca-Cola e é tão saudável quanto todas as outras. É água com açúcar e um pouco de mágica. Existe um trabalho para que cada marca seja sempre a primeira escolhida quando quiser beber aquele tipo de bebida. Se quiser refrigerante, que seja Coca-Cola.
Ter uma relação afetiva com a marca é o que vai diferenciar cada vez mais.
Muitas vezes na história da indústria de refrigerantes do Brasil outras marcas agrediram a Coca-Cola e a reação que isso gera no brasileiro fortalece muito o elo que eles tem com a marca porque é como falar mal de um amigo. Nossos avós já tomavam Coca-Cola, cresci tomando Coca-Cola, minha filha bebe e isso gera uma relação afetiva que transcende o que tem dentro da garrafa. A nossa preocupação não é só de ter o melhor produto, mas de criar conexões emocionais com as pessoas.
Enquanto muitos produtos mudam, Coca-Cola é a mesma desde 1886. O segredo é a formula mágica?
Tem uma ciência muito forte por trás disso porque para manter o mesmo produto em todos os lugares do mundo, sendo ele 95% água, que é diferente pelo mundo inteiro, é um trabalho muito grande. Outra coisa legal é que Coca-Cola é um produto democrático. Não importa quão dinheiro você tenha, você nunca vai comprar uma Coca-Cola melhor do que outra pessoa. Não importa o que você é, quão dinheiro você tem e o que você faz.
( marketing da coca-cola também enfrenta desafios, pelo bruno mello, do mundo do marketing)
terça-feira, setembro 25, 2007
nada mais novo que os anos 50
o fato é que criar é ir à frente a todo custo è abrir novas picadas. è explorar novas tendências. muitas vezes,com os dados que disposmos. outras, apesar deles.
esta frase do eloy simões, no livro, esgotado, contato imediato com atendimento em propaganda(agências&anunciantes) precede um parágrafo exemplar do maior publicitário de todos os tempos(o cara até que era baixinho). cito william bernbach:
a procura cega de seriedade e de planejamento sólido pode conduzir-nos a uma neglicência completa do primeiro objetivo da propaganda: ser notada. a perda de dinheiro mais criminosa, atualmente, é aquele que acontece com anúncios chatos que ninguém vê. bilhões de dólares tem sido desperdiçados assim. nada custa tão caro quanto o brilho irrelevante, execto a chatice.
a gente continua amanhã, para ver se aprende.
esta frase do eloy simões, no livro, esgotado, contato imediato com atendimento em propaganda(agências&anunciantes) precede um parágrafo exemplar do maior publicitário de todos os tempos(o cara até que era baixinho). cito william bernbach:
a procura cega de seriedade e de planejamento sólido pode conduzir-nos a uma neglicência completa do primeiro objetivo da propaganda: ser notada. a perda de dinheiro mais criminosa, atualmente, é aquele que acontece com anúncios chatos que ninguém vê. bilhões de dólares tem sido desperdiçados assim. nada custa tão caro quanto o brilho irrelevante, execto a chatice.
a gente continua amanhã, para ver se aprende.
segunda-feira, setembro 24, 2007
vai ser novo assim num museu ultrapassado
publicitários vocês sabem como é, adoram novidades. até aí nada demais, diria algum desavisado. os caras estão aí mesmo é para "criar idéias novas".
acontece que as idéias novas devem estar com algum problema nos chipados de então. volta e meia saem-se com coisa como estas tais do tipo: decretamos o fim do atendimento. comunicação integrada e ou 360 graus(feita por topógrafos ou mestres de cabina?) e, para encurtar, agora mais esta: trocam-se publicitarios por antropólogos, sociológos e outras ditas profissões e posturas. como se isto não fizesse parte do nascedouro da profissão, antes que ela fosse infestada por publicitários formados em faculdades de gelatina em pó que culpados ou não colocam seriamente em dúvida se é necessário ter publicitários-não publicitários para resolver os problemas que publicitarios não-publicitarios não conseguem resolver.
eu heim! mas acho é pouco. quem manda facultar o que é absolutamente facultativo no processo de comunicação persuasiva? ou seja: diploma, ainda mais estes que não valem conhecimento algum, até porque se o sujeito é otário o suficiente para pagar uma grana por eles, imagine as atrocidades que não será capaz de fazer.
como diriam os bardos, a questão não é ver coisas novas. é ver as mesmas coisas com novos olhos. e como isso não acontece, já que a sede de novidades novidadeiras fortalece a míopia, vai-se na base do olha o novo, que deixa o velho pra lá de avant-garde.
abaixo, um exemplo "naked" do dito pelo não dito. (p.s. a naked já é conhecida de muita gente que se diz antenada. e por aqui também anunciou-se, equivocadamente, que o tupinambá, ex-vice de criação da ogilvy, faria o mesmo).
Agência troca publicitários por DJs e antropólogos
Uma agência de publicidade, sem publicitários, vem mexendo na receita clássica de se pensar e fazer propaganda. Com sede em Londres, a Naked tornou-se diferenciada pela característica de ignorar a especialidade nata de uma agência convencional, ou seja, a de produzir, planejar e veicular anúncios para seus clientes. O propósito da empresa, criada há sete anos, se limita essencialmente ao planejamento criativo. A solução pode ir desde a criação de um produto à reformulação de uma embalagem ou design de uma loja.
Nenhum dos três fundadores da Naked é publicitário, assim como grande parte dos seus 170 funcionários. Mais da metade deles nunca atuou em outra agência. O grupo é versátil e composto por DJs, jornalistas, antropólogos e até um psicólogo criminal, além de alguns publicitários. A empresa atende atualmente mais de 100 clientes com destaque para gigantes como Coca-Cola, Nike, Sony e Nokia e conta com escritórios espalhados por Europa, EUA e Ásia.
A Naked construiu fama de ser uma "usina de idéias", sejam elas bizarras, divertidas, ou principalmente incomuns. Segundo Will Collin, um de seus fundadores, falta às agências convencionais o foco em resolver o real problema do cliente. "As tradicionais transformaram-se em fábricas de anúncios e esqueceram que sua função é resolver o problema do cliente. Muitas vezes, a empresa só precisa de uma boa idéia para reposicionar seu produto", disse em entrevista ao Portal Exame.
A estratégia utilizada para elaborar os conceitos inovadores é comportada e o regime segue regras. Não há dispersões na hora do processo de desenvolvimento de idéias que podem até "ressuscitar" produtos. O rigor exigido determina inclusive horário para início e término das reuniões. Geralmente, os próprios criativos já vêm preparados com dados de pesquisas para ajudar na produção. Não é à toa o fato de a Naked ter ganho o prêmio de agência do ano por seis vezes consecutivas em concorrência nos mercados em que atua.
Entre as ações inusitadas, figura uma criada para a The Number, do ramo de telefonia. Para fixar a marca da empresa, criativos instalaram varais nas principais ruas de várias cidades inglesas. Cada peça de roupa foi tingida com o número 118-118, contato de informações que a empresa pretendia divulgar. Seis meses de campanha foram suficientes para a The Number se tornar líder do mercado.
E no Brasil?
Para o CEO da agência TBWA\BR, Luis Grottera, "a idéia parece óbvia, mas não é". No mercado há quase 40 anos, o publicitário desconhece modelo semelhante no Brasil e o defende com ressalvas. Aconselha que métodos cautelosos sejam levados em conta para a adoção da proposta. "Os segmentos específicos estão crescendo aos olhos dos clientes. Entretanto, deve haver algum maestro para coordenar toda a ação publicitária. Caso contrário, há 90% de chances de perda de foco e dispersão no objetivo", afirma.
Grottera diz que o mercado anunciante brasileiro ainda não está preparado para tal formato. Segundo ele, o papel de orquestrador de uma campanha deve ser destacado em alguns dos lados, mas não pode faltar. A coordenação deve vir ou da parte do cliente, ou da própria agência. Com base na segmentação de acordo com "expertises", o publicitário confessa a intenção de liderar um novo projeto. O "The Disruption Consultancy" seria algo independente e focado em Planejamento, sua especialidade no ramo profissional.
Ele também considera positivo o fato de agências, com o a Naked, aderirem a profissionais de outras áreas como sociologia ou música. "Não é novidade nenhuma. Agências já fazem isso, mas a prática não é tão divulgada. E os clientes, em geral, gostam disso". Para Grottera, a idéia de mesclar características é favorável, principalmente em época na qual a imagem institucional dos publicitários perdeu prestígio e poder na avaliação pública.
(notícia do adnews)
acontece que as idéias novas devem estar com algum problema nos chipados de então. volta e meia saem-se com coisa como estas tais do tipo: decretamos o fim do atendimento. comunicação integrada e ou 360 graus(feita por topógrafos ou mestres de cabina?) e, para encurtar, agora mais esta: trocam-se publicitarios por antropólogos, sociológos e outras ditas profissões e posturas. como se isto não fizesse parte do nascedouro da profissão, antes que ela fosse infestada por publicitários formados em faculdades de gelatina em pó que culpados ou não colocam seriamente em dúvida se é necessário ter publicitários-não publicitários para resolver os problemas que publicitarios não-publicitarios não conseguem resolver.
eu heim! mas acho é pouco. quem manda facultar o que é absolutamente facultativo no processo de comunicação persuasiva? ou seja: diploma, ainda mais estes que não valem conhecimento algum, até porque se o sujeito é otário o suficiente para pagar uma grana por eles, imagine as atrocidades que não será capaz de fazer.
como diriam os bardos, a questão não é ver coisas novas. é ver as mesmas coisas com novos olhos. e como isso não acontece, já que a sede de novidades novidadeiras fortalece a míopia, vai-se na base do olha o novo, que deixa o velho pra lá de avant-garde.
abaixo, um exemplo "naked" do dito pelo não dito. (p.s. a naked já é conhecida de muita gente que se diz antenada. e por aqui também anunciou-se, equivocadamente, que o tupinambá, ex-vice de criação da ogilvy, faria o mesmo).
Agência troca publicitários por DJs e antropólogos
Uma agência de publicidade, sem publicitários, vem mexendo na receita clássica de se pensar e fazer propaganda. Com sede em Londres, a Naked tornou-se diferenciada pela característica de ignorar a especialidade nata de uma agência convencional, ou seja, a de produzir, planejar e veicular anúncios para seus clientes. O propósito da empresa, criada há sete anos, se limita essencialmente ao planejamento criativo. A solução pode ir desde a criação de um produto à reformulação de uma embalagem ou design de uma loja.
Nenhum dos três fundadores da Naked é publicitário, assim como grande parte dos seus 170 funcionários. Mais da metade deles nunca atuou em outra agência. O grupo é versátil e composto por DJs, jornalistas, antropólogos e até um psicólogo criminal, além de alguns publicitários. A empresa atende atualmente mais de 100 clientes com destaque para gigantes como Coca-Cola, Nike, Sony e Nokia e conta com escritórios espalhados por Europa, EUA e Ásia.
A Naked construiu fama de ser uma "usina de idéias", sejam elas bizarras, divertidas, ou principalmente incomuns. Segundo Will Collin, um de seus fundadores, falta às agências convencionais o foco em resolver o real problema do cliente. "As tradicionais transformaram-se em fábricas de anúncios e esqueceram que sua função é resolver o problema do cliente. Muitas vezes, a empresa só precisa de uma boa idéia para reposicionar seu produto", disse em entrevista ao Portal Exame.
A estratégia utilizada para elaborar os conceitos inovadores é comportada e o regime segue regras. Não há dispersões na hora do processo de desenvolvimento de idéias que podem até "ressuscitar" produtos. O rigor exigido determina inclusive horário para início e término das reuniões. Geralmente, os próprios criativos já vêm preparados com dados de pesquisas para ajudar na produção. Não é à toa o fato de a Naked ter ganho o prêmio de agência do ano por seis vezes consecutivas em concorrência nos mercados em que atua.
Entre as ações inusitadas, figura uma criada para a The Number, do ramo de telefonia. Para fixar a marca da empresa, criativos instalaram varais nas principais ruas de várias cidades inglesas. Cada peça de roupa foi tingida com o número 118-118, contato de informações que a empresa pretendia divulgar. Seis meses de campanha foram suficientes para a The Number se tornar líder do mercado.
E no Brasil?
Para o CEO da agência TBWA\BR, Luis Grottera, "a idéia parece óbvia, mas não é". No mercado há quase 40 anos, o publicitário desconhece modelo semelhante no Brasil e o defende com ressalvas. Aconselha que métodos cautelosos sejam levados em conta para a adoção da proposta. "Os segmentos específicos estão crescendo aos olhos dos clientes. Entretanto, deve haver algum maestro para coordenar toda a ação publicitária. Caso contrário, há 90% de chances de perda de foco e dispersão no objetivo", afirma.
Grottera diz que o mercado anunciante brasileiro ainda não está preparado para tal formato. Segundo ele, o papel de orquestrador de uma campanha deve ser destacado em alguns dos lados, mas não pode faltar. A coordenação deve vir ou da parte do cliente, ou da própria agência. Com base na segmentação de acordo com "expertises", o publicitário confessa a intenção de liderar um novo projeto. O "The Disruption Consultancy" seria algo independente e focado em Planejamento, sua especialidade no ramo profissional.
Ele também considera positivo o fato de agências, com o a Naked, aderirem a profissionais de outras áreas como sociologia ou música. "Não é novidade nenhuma. Agências já fazem isso, mas a prática não é tão divulgada. E os clientes, em geral, gostam disso". Para Grottera, a idéia de mesclar características é favorável, principalmente em época na qual a imagem institucional dos publicitários perdeu prestígio e poder na avaliação pública.
(notícia do adnews)
domingo, setembro 23, 2007
talk about all marketing everything
É simples assim. Trabalho com Marketing Promocional há 20 anos. Há 20 anos que tento contar para as pessoas o que realmente eu faço. Para minha mãe eu já desisti. Para meus filhos, limito a dizer que o que eu faço são aqueles brindes que eles tanto querem. Para os amigos, arrisco falar que sou Publicitário e ponto final.
Porém, toda esta dificuldade me fez pensar que o errado não sou eu, ou a minha falta de idéia para justificar o que eu faço. A própria disciplina já não é mais Marketing Promocional. Por isso esta dificuldade tremenda em definir o que eu sou. Marketing Promocional, Marketing Publicitário, Marketing Direto. Afinal, de quem foi a idéia de segmentar o Marketing?
Marketing é Marketing e ponto final. E vendo o mundo se transformar na frente dos meus olhos, começo a achar a definição do que realmente eu faço. Em primeiro lugar, chegamos ao fim da linha. Entenda fim-da-linha. Não existe mais above e bellow the line. Isso já agrada uns e desagrada outros, mas é pura verdade. No meu humilde ponto de vista, toda a empresa que atua em marketing, não importa a sua especialidade, tem a obrigação de pensar o todo. Isso mesmo. O TODO.
Porque o consumidor é mais exigente. O consumidor não se atrai mais pelos coisas que se atraia antes. O consumidor não presta mais atenção em comercial de 30 segundos - a não ser que seja O COMERCIAL MAIS LEGAL DO MUNDO. O consumidor muda você de canal a qualquer momento. E entenda que este controle remoto, não funciona só na TV. Funciona no out-door, funciona no supermercado. Funciona em todo lugar.
O consumidor só presta atenção naquilo que interessa a ele. E não apenas por que o consumidor mudou. Hoje ele está sendo bombardeado por muito mais informação que ele tinha antes. No supermercado muito mais produtos. Na TV, muito mais canais. Na banca de jornal, por muito mais títulos. No meio digital, por muito mais gadgets (celular, iPod, etc). Enfim, ele tem que selecionar mais. Assim, ele descarta aquilo que pra ele é descartável.
Por isso mesmo, que as empresas tem que pensar no todo. Pensar numa grande idéia em primeiro lugar, e depois, planejar como esta idéia permeará por todos os meios. Ou seja, a idéia é conteúdo que temos que criar para que o consumidor se interesse e preste a atenção. E os meios (ou mídia) é como esta idéia vai impactar o consumidor a qualquer momento, sem a interferência do controle remoto.
Nós aqui na Bullet, nos dias de hoje, e no ambiente físico que estamos, pensamos em uma grande idéia, depois evoluímos a mesma idéia no mundo digital, através de ações on-line; no mundo mobile, através de ações no celular; no mundo TV, através do meio eletrônico; no mundo impresso, através de Material de Ponto de Venda e anúncio de Revista. Assim, cercamos o consumidor, e driblamos seu controle remoto. E aparecemos no seu radar.
Daí o cliente aprovou, e chegou a hora de fazer. Somente neste momento que entram os especialistas. Ou seja, na hora de usar os meios televisivos, entra a agência de propaganda para veicular; nos meios on-line a agência especializada no mundo web; e assim por diante. Desta forma, parei de pensar em caixinhas. Na hora de pensar, penso numa grande caixa. Penso dentro e fora dela. E só na hora de executar, as tarefas são distribuídas pelos especialistas.
Foi por isso que a Bullet pensou na plataforma Talkability®. Enquanto eu me visse como uma agência de Marketing Promocional, tudo que eu entregaria aos meus clientes seriam ações BTL do meu segmento. A partir do momento que eu me vejo como uma agência de Talkability®, ao criar para meus clientes, não penso mais no meio e sim no fim: TENHO QUE GERAR TALKABILITY. Assim, a idéia é concebida, criada, planejada e apresentada de forma completa.
O cliente fica feliz, pois criamos para ele algo que funciona. Algo que não é mais tão fragmentado como era. E não falamos mais para ele: "Pensamos nas ações BTL. Agora brife sua agência de propaganda para complementar o plano". Nós ficamos felizes, pois vamos além do "mundinho" que estávamos restritos anos atrás.
Só não fica muito feliz minha mãe. Pois agora, quando ela quase convencida do que eu faço tenta confirmar, eu digo: "Faço Talkability®, mãe." E ela esfrega a cabeça, com ar de quem não entendeu nada e responde: "Talka o que?". E pra quem, como minha mãe, continua não entendendo o que eu faço, entra no www.talkability.com.br ou, liga pra mim. Isso ela faz todo dia.
(marketing Promocional. marketing o que? do fernado figueiredo, presidente da bullet, para o mundo do marketing).
Porém, toda esta dificuldade me fez pensar que o errado não sou eu, ou a minha falta de idéia para justificar o que eu faço. A própria disciplina já não é mais Marketing Promocional. Por isso esta dificuldade tremenda em definir o que eu sou. Marketing Promocional, Marketing Publicitário, Marketing Direto. Afinal, de quem foi a idéia de segmentar o Marketing?
Marketing é Marketing e ponto final. E vendo o mundo se transformar na frente dos meus olhos, começo a achar a definição do que realmente eu faço. Em primeiro lugar, chegamos ao fim da linha. Entenda fim-da-linha. Não existe mais above e bellow the line. Isso já agrada uns e desagrada outros, mas é pura verdade. No meu humilde ponto de vista, toda a empresa que atua em marketing, não importa a sua especialidade, tem a obrigação de pensar o todo. Isso mesmo. O TODO.
Porque o consumidor é mais exigente. O consumidor não se atrai mais pelos coisas que se atraia antes. O consumidor não presta mais atenção em comercial de 30 segundos - a não ser que seja O COMERCIAL MAIS LEGAL DO MUNDO. O consumidor muda você de canal a qualquer momento. E entenda que este controle remoto, não funciona só na TV. Funciona no out-door, funciona no supermercado. Funciona em todo lugar.
O consumidor só presta atenção naquilo que interessa a ele. E não apenas por que o consumidor mudou. Hoje ele está sendo bombardeado por muito mais informação que ele tinha antes. No supermercado muito mais produtos. Na TV, muito mais canais. Na banca de jornal, por muito mais títulos. No meio digital, por muito mais gadgets (celular, iPod, etc). Enfim, ele tem que selecionar mais. Assim, ele descarta aquilo que pra ele é descartável.
Por isso mesmo, que as empresas tem que pensar no todo. Pensar numa grande idéia em primeiro lugar, e depois, planejar como esta idéia permeará por todos os meios. Ou seja, a idéia é conteúdo que temos que criar para que o consumidor se interesse e preste a atenção. E os meios (ou mídia) é como esta idéia vai impactar o consumidor a qualquer momento, sem a interferência do controle remoto.
Nós aqui na Bullet, nos dias de hoje, e no ambiente físico que estamos, pensamos em uma grande idéia, depois evoluímos a mesma idéia no mundo digital, através de ações on-line; no mundo mobile, através de ações no celular; no mundo TV, através do meio eletrônico; no mundo impresso, através de Material de Ponto de Venda e anúncio de Revista. Assim, cercamos o consumidor, e driblamos seu controle remoto. E aparecemos no seu radar.
Daí o cliente aprovou, e chegou a hora de fazer. Somente neste momento que entram os especialistas. Ou seja, na hora de usar os meios televisivos, entra a agência de propaganda para veicular; nos meios on-line a agência especializada no mundo web; e assim por diante. Desta forma, parei de pensar em caixinhas. Na hora de pensar, penso numa grande caixa. Penso dentro e fora dela. E só na hora de executar, as tarefas são distribuídas pelos especialistas.
Foi por isso que a Bullet pensou na plataforma Talkability®. Enquanto eu me visse como uma agência de Marketing Promocional, tudo que eu entregaria aos meus clientes seriam ações BTL do meu segmento. A partir do momento que eu me vejo como uma agência de Talkability®, ao criar para meus clientes, não penso mais no meio e sim no fim: TENHO QUE GERAR TALKABILITY. Assim, a idéia é concebida, criada, planejada e apresentada de forma completa.
O cliente fica feliz, pois criamos para ele algo que funciona. Algo que não é mais tão fragmentado como era. E não falamos mais para ele: "Pensamos nas ações BTL. Agora brife sua agência de propaganda para complementar o plano". Nós ficamos felizes, pois vamos além do "mundinho" que estávamos restritos anos atrás.
Só não fica muito feliz minha mãe. Pois agora, quando ela quase convencida do que eu faço tenta confirmar, eu digo: "Faço Talkability®, mãe." E ela esfrega a cabeça, com ar de quem não entendeu nada e responde: "Talka o que?". E pra quem, como minha mãe, continua não entendendo o que eu faço, entra no www.talkability.com.br ou, liga pra mim. Isso ela faz todo dia.
(marketing Promocional. marketing o que? do fernado figueiredo, presidente da bullet, para o mundo do marketing).
sábado, setembro 22, 2007
nada mais democrático?
se o pai se elege prefeito, a filha mal formada monta agência e atende a conta.
o contribuinte, além de pagar por isso, ainda tem de ver o resultado desse exercício de conta superfaturada em vídeos de cabral às avessas.
e haja macintosh no pedaço. porque isto justifica o investimento de mentirinhas?
o contribuinte, além de pagar por isso, ainda tem de ver o resultado desse exercício de conta superfaturada em vídeos de cabral às avessas.
e haja macintosh no pedaço. porque isto justifica o investimento de mentirinhas?
sexta-feira, setembro 21, 2007
meu mba de pensamento estratégico eu fiz na honda
barra da tijuca, rio de janeiro. anos 80. centro de pilotagem defensiva da honda. com uma CB 400 II debaixo dos culhões, e sabedor de que diariamente enfrentaria 40 km de liquidicador até o centro, convinha, já que me meti a andar de grandona, fazer um curso para melhorar minha performance de auto-didata que iniciado numa jawa.
este curso, que provavelmente salvou a minha vida, mudou radicalmente a minha maneira de pensar e produzir propaganda, hoje comunicação estratégica de marca.
o curso além de algumas técnicas de pilotagem - frenagem, curvas, ultrapassagem e até como cair, item que nunca precisei utilizar, diga.se de passagem - basicamente ensinava " a ver à frente ". a não conduzir olhando apenas para a traseira do que está a frente.
isto posto, creio, diz tudo. no momento em que planejamento estrategico já se tornou clichê - todo mundo diz que cursa, faz ou tem, e muita pouca gente pratica, pensa ou faz, daí a quantidade de trombadas e mortes de marcas que se vê ao longo da estrada.
pensar estratégicamente e portanto, mas nem sempre, planejar, é sobretudo tem a capacidade de visualizar a frente. o que significa na prática aumentar as chances de optar pelos caminhos a serem seguidos, em função do tempo(planejamento e ação em si), combustível(verba), performance(estilo de condução do posicionamento) e intinerário(segmento, nicho a ser ocupado). no curso descobri que pilotar com carona pode ser ou não mais arriscado(depende mais dele do que de você) e que a postura defensiva nem sempre quer dizer adotar uma postura de seguir o fluxo ou manter a velocidade baixa.
o que o curso não previu, nisto não ajudou em nada, mas dele não me arrependo ou cobro, já que isso tornou-se aprendizado também, é que um mês depois seria assaltado em botafogo, ficando sem a moto, produzindo um figura ridícula de capacete e mochila no meio do tráfego, mais perdido que um et na são clemente.
a lição tirada é que: você não pode prever tudo, por melhor que seja sua pilotagem defensiva, ou melhor dizendo, o seu planejamento, estratégico ou não. portanto, além de descobrir que tal como algumas motos, certas ações realizadas não podem dar ré, o planejamento não é garantia de um destino certo, infalivel e irretorquível como querem alguns. se assim é feito, não é planejamento, muito menos estratégico, onde o risco, como nas motos, é intrínseco a natureza do veículo.
ainda bem. caso contrário, pilotar e fazer comunicação estrategica de marcas, não dariam esta sensação ímpar, misto de perigo, possibilidade de acerto ou fracasso, que só vive a fundo quem tem munheca para olhar mais a frente não para se acovardar mais sim para seguir,sempre, mais adiante.
(o clássico que ilustra o post hoje também não deixa de ser um guia de planejamento, neste caso sobre valores)
quinta-feira, setembro 20, 2007
um simples comentario
18 de setembro Seis e meia da manhã. Enquanto tomo meu café, a TV me informa sobre uma palestra de Hans Donner na Assembléia Legislativa. Salvo a mensagem em algum arquivo temporário do meu cérebro e saio. Deixo meu filho na escola e vou pro trabalho “afinzão”, com vontade danada de fazer algo de relevante durante a jornada de 14 horas que está só começando. Checo na agenda eletrônica as tarefas do dia. Nada de extraordinário: um breve texto sobre os benefícios das vitaminas do Complexo B, um outro sobre o sabor duvidoso do leite produzido no Brasil, além da revisão de uma tese de mestrado que será transformada em livro. Lembro-me da palestra de Hans Donner e abro o site da Alesc para me inscrever. Como dizia aquele locutor da rádio Globo, o tempo passa, torcida brasileira! Nos 15 minutos que restaram de meu horário de almoço, mastigo qualquer coisa e vejo uma peça da campanha do governo federal sobre o consumo de álcool: TEM UM LADO DA BEBIDA QUE A PROPAGANDA NÃO MOSTRA. Na volta ao trabalho, entro no portal do acontecendoaqui para ver o que rola no mundo publicitário: me chama a atenção o debate sobre a restrição da propaganda de certos produtos. Fico intrigado com um evento que se realiza no Centro Cultural Banco do Brasil. A palestra de Nelson Lucero trata da psicologia comportamental de Skinner e tem como convidado especial Washington Olivetto. Então, fico me perguntando: o que a maior estrela da propaganda brasileira tem a ver com esses behavioristas que sobreviveram ao massacre feito por pensadores como Noam Chomsky & Cia? Será que esses sujeitos ainda não perceberam que o pensamento pós-moderno está muito mais preocupado com a linguagem do que com a psicologia? Às seis da tarde, deixo minha mulher na reunião de pais e levo meu filho para a aula de teoria musical. Lá descubro que haverá um concerto especial da Camerata justamente no dia da palestra de Hans Donner. É a sinfonia nº 9 de Ludwig Van Beethoven. Às nove da noite, quando finalmente chego em casa, vejo um comercial da campanha da ABP – TODA CENSURA É BURRA. Além das limitações do espaço de 30”, a sacada humorística não é das mais inteligentes. Perto da campanha pública pelo consumo responsável de bebidas alcoólicas, o comercial contra a censura parece ridículo. Vou dormir me perguntando: onde estão os velhos e bons apelos de mundo publicitário? A julgar pelo que se vê na mídia em termos de talento e criatividade, não tenho a menor dúvida: vou trocar a palestra de Hans Donner pelo o concerto da Sinfonia nº 9. Como dizia um adesivo de uma rádio FM de SP: Beethoven salva!
(o laertes rebello, pinçado, na página de comentários do acontecendoaqui)
quarta-feira, setembro 19, 2007
e, em sendo assim, também temos a publicidade quântica
Confesso que pouco sei de física quântica. Na época em que estudava engenharia, cursei os quatro semestres de física téorica, mas apenas o último era dedicado a essa desafiadora disciplina, pré-requisito para quase todas as que vinham depois. A média de reprovação era de 80%, e foram noites insones às voltas com a constante de Planck, o Princípio da Incerteza de Heisenberg, os complicados problemas com partículas e subpartículas atômicas. Apesar de fascinantes, os cálculos de difração de elétrons e níveis de energia eram trabalhosos. Sem dúvida, uma disciplina fantástica e útil, pois é nela que se baseia a teoria dos semicondutores que integram os chips de todos os aparelhos eletrônicos que conhecemos.
Falei tudo isso por causa da surpresa provocada pela declaração de uma conhecida socialite contando que ama física quântica e que o conhecimento mudou a vida dela. Devo confessar que esse tipo de afirmação é uma das coisas que mais me divertem em uma revista de celebridades (também curto muito as roupas!). Como assim? Será que a vida dela mudou por causa da equação de Schrödinger? A erudita senhora declarava ainda que entendia tudo sobre o assunto, só não sabia como explicá-lo (Adorei! Por que não pensei em dizer isso nas provas?). Também afirmou com muita convicção que descobertas científicas (???) apontaram que uma mudança no campo magnético da terra é responsável pela guerra e a fome. Isso me lembrou de uma outra reportagem que dizia ser esta também a causa da redução da duração do dia de 24 para 16 horas (!!!). Bobagens a respeito de saltos quânticos e como eles podem curar doenças ou encontrar objetos perdidos infestam indiscriminadamente a imprensa real e virtual.
Essa tal de física quântica inclusive já ocupa um lugar separado nas livrarias (bem longe dos livros de física e ao lado dos livros de auto-ajuda). É confundida com filosofia de vida e citada com igual propriedade por músicos, modelos, palestrantes motivacionais, publicitários, escritores, religiosos, cabeleireiros, artistas plásticos, massagistas, comentaristas esportivos, jogadores de futebol, apresentadores de televisão, blogueiros diversos, terapeutas holísticos, camelôs e empresários, sem distinção. As bobagens vão desde “pesquisas científicas” que descobriram que pensamentos negativos deslocam os elétrons de sua órbita, até a formidável e milagrosa cura quântica estelar tridimensional (??!!) que tem como princípio a famosa equação E=mc2 (Einstein deve estar se revirando no túmulo). O físico Leonard Mlodinow, parceiro literário de Stephen Hawking resume: "Poucos realmente entenderam a obra de homens como Einstein ou Hawking. Mas os que pensam que entenderam são bem mais numerosos".
Pois é. Nesse ponto, física quântica se parece com o design. Poucos conhecem os conceitos fundamentais, dominam a semiótica, compreendem as teorias da Gestalt aplicadas à forma, entendem os princípios da tipografia e estudam teoria das cores e técnicas de composição. Mas todo mundo fala com a autoridade de quem sabe o que está dizendo. É de doer…
Dia desses fui ao ortopedista (más notícias: descobri que a minha excelente flexibilidade é, na verdade, um defeito, resultado de um problema congênito nos ligamentos) e resolvi ler uma revista enquanto esperava. Uma matéria sobre design me chamou atenção.
Nunca tinha ouvido falar no tal famoso designer (o que não quer dizer nada) que começava o festival de barbaridades apresentando pinturas rupestres da caverna de Altamira como exemplos de design (!!!!!) e afirmando com convicção que todos temos um pouco de designers, pois gostamos de coisas belas. Era tão ruim que tive que parar (fiquei enjoada). Tudo leva a crer que o gênio iria levar à conclusão que há design em tudo: no céu, na lua, nos animais, nas plantas, nas estrelas…. Até mesmo na cabeça dele!
Antes de fechar a revista em estado de choque profundo, não pude deixar de ler a seguinte pérola em lugar de destaque: “o design, hoje em dia, está muito comercial”. Acho que deu para ter uma vaga idéia do que um físico teórico sente ao ouvir comentários leigos sobre saltos quânticos (e olha que estou longe de ser o equivalente a um físico teórico para o design).
Céus, por que uma figura dessas ganha páginas duplas em revistas de circulação nacional? Custava ele dar pelo menos uma pesquisada rápida no Google para saber que o design surgiu na época da Revolução Industrial como uma forma de se conceber objetos já considerando a sua produção em escala? Que design é uma profissão voltada para a indústria, para VENDER? Que design é comercial na sua própria essência?
É desanimador. Tem horas que eu fico pensando se não seria melhor ter investido mais nos meus ligamentos frouxos para tentar uma vaguinha como contorcionista no Cirque du Soleil…
(flexibilidade quântica, da ligia fascioni, que é engenheira eletricista, mestre em automação e controle industrial, pós-graduada em marketing e doutora em gestão integrada do design. autora do livro "auem sua empresa pensa que é?", além de consultora empresarial na área de gestão da identidade corporativa, escriba do acontecendoaqui)
chamo a sua especial atenção para o parágrafo que fala da falta de estudo da gestalt, e por tabela da psicodinâmica das cores. para não falar do mínimo de cultura tipógráfica e manuseio de completentação cromática por harmonia e desarmonia.
numa época em que mal saídos da faculdade se acham doutores em direção de arte - como um estagiário com 4 meses de agência pose se entitular diretor de arte ? (o que é permitido e estimulado pelas agências, incluisive as de "referência" locais).
chega a ser peripatético o diálogo entre estes "profissionais" e os ditos de marketing, tecendo considerações sobre leiautes e afins. haja quanticidade de estupidez que, se a física não suporta, só mesmo a flexibilidade genuflexória de um mercado rasteiro consegue suportar. eu, por exemplo, não tenho flexibilidade nenhuma. nem física, nem ligatóra, nem saco para tanto.
terça-feira, setembro 18, 2007
o outdoor morre de incompentência e não de perseguição por poluição
1. Viu o nome da Empresa dele no outdoor, ficou maravilhado. Orgulhoso, chamou os funcionários e fez com que cada um deles olhasse a placa colocada bem na frente do escritório. Embora todos elogiassem, sentiu a falta de entusiasmo deles, e ficou com a pulga atrás da orelha.
Não sei por que, mas acho que faltou sinceridade. Parece que só elogiaram para não perder o emprego.
Resolveu conferir. Passou a mão no telefone, abriu a agenda e começou a ligar pra todo mundo que conhecia. Ficou surpreso: todos disseram não ter visto a peça.
Não desistiu: entrou no carro, saiu pela cidade pra ver se as placas foram colocadas pelas exibidoras onde estavam programadas. Foram. Mas aí, percebeu: o pessoal da empresa não ficou entusiasmado e os amigos que consultou não viram a o nome da empresa porque, de carro, não dava pra ler mesmo – o outdoor tinha texto demais. A mensagem era ilegível. E a marca desaparecia. Além disso, era muito feio.
2. As coisas a que as pessoas prestam atenção são determinadas pelo que essas pessoas são enquanto indivíduos e pelas características culturais de suas comunidades de prática. Não é a intensidade ou a freqüência de uma mensagem que vai fazê-la ser ouvida por elas; é o fato de a mensagem ser ou não significativa para elas.
3. Extraí esse texto que acabo de reproduzir do livro As conexões Ocultas – Ciência para uma vida sustentável, de Fritjof Capra. Recomendo-o com entusiasmo. Ele trata, neste capítulo e nos próximos, do problema da comunicação nas empresas e sua influência na vida das pessoas. Não se refere, portanto, neste ponto, à publicidade. Muito menos sobre outdoor. Mas merece nossa reflexão. Se estivesse se referindo a esse meio, eu acrescentaria, apenas: só que a mensagem precisa ser lida.
4. Com isso na cabeça, dê uma volta por aí e observe os outdoors que estão sendo veiculados neste momento. Você vai ver quanto desperdício de dinheiro. Pior: como, além de jogar dinheiro fora, enfeiam a cidade.
Têm texto demais, o layout é horrível, as letras são pequenas, as cores esmaecidas impedem o acesso do consumidor. Uma tragédia.
5. O terrível desse assunto é que o outdoor é tão antigo quanto a publicidade. E nós – publicitários, anunciantes, os próprios responsáveis por esse meio – não aprendemos que ele tem uma linguagem própria.
E o outdoor é intransigente: se não respeitam a linguagem dele, ele tem o maior desprezo pelo investimento que fazem.
6. Pertenço ao grupo de pessoas que acreditam no diálogo. Por isso, minha sugestão aos responsáveis pela produção e veiculação do outdoor: é preciso dialogar.
É preciso chamar publicitários e anunciantes para uma grande reunião, a fim de lhes explicar, ensinar mesmo a eles, como se deve falar com o consumidor através do outdoor.
Não se trata apenas de um aprimoramento profissional e de aumento da eficácia desse meio. É, também, um exercício de cidadania, porque bons outdoors, ao invés de poluir – como aliás acontece hoje – embelezam a cidade.
(esse pobre outdoor, do eloy simões para o acontecendo aqui)
a operação mãos limpas, quer dizer, cidade limpa chega a cidade, em 2007 é dada a extrema unção ao outdoor e nem assim a macada aprende a fazer algo que preste, que não seja chupado sabor a limão.
Não sei por que, mas acho que faltou sinceridade. Parece que só elogiaram para não perder o emprego.
Resolveu conferir. Passou a mão no telefone, abriu a agenda e começou a ligar pra todo mundo que conhecia. Ficou surpreso: todos disseram não ter visto a peça.
Não desistiu: entrou no carro, saiu pela cidade pra ver se as placas foram colocadas pelas exibidoras onde estavam programadas. Foram. Mas aí, percebeu: o pessoal da empresa não ficou entusiasmado e os amigos que consultou não viram a o nome da empresa porque, de carro, não dava pra ler mesmo – o outdoor tinha texto demais. A mensagem era ilegível. E a marca desaparecia. Além disso, era muito feio.
2. As coisas a que as pessoas prestam atenção são determinadas pelo que essas pessoas são enquanto indivíduos e pelas características culturais de suas comunidades de prática. Não é a intensidade ou a freqüência de uma mensagem que vai fazê-la ser ouvida por elas; é o fato de a mensagem ser ou não significativa para elas.
3. Extraí esse texto que acabo de reproduzir do livro As conexões Ocultas – Ciência para uma vida sustentável, de Fritjof Capra. Recomendo-o com entusiasmo. Ele trata, neste capítulo e nos próximos, do problema da comunicação nas empresas e sua influência na vida das pessoas. Não se refere, portanto, neste ponto, à publicidade. Muito menos sobre outdoor. Mas merece nossa reflexão. Se estivesse se referindo a esse meio, eu acrescentaria, apenas: só que a mensagem precisa ser lida.
4. Com isso na cabeça, dê uma volta por aí e observe os outdoors que estão sendo veiculados neste momento. Você vai ver quanto desperdício de dinheiro. Pior: como, além de jogar dinheiro fora, enfeiam a cidade.
Têm texto demais, o layout é horrível, as letras são pequenas, as cores esmaecidas impedem o acesso do consumidor. Uma tragédia.
5. O terrível desse assunto é que o outdoor é tão antigo quanto a publicidade. E nós – publicitários, anunciantes, os próprios responsáveis por esse meio – não aprendemos que ele tem uma linguagem própria.
E o outdoor é intransigente: se não respeitam a linguagem dele, ele tem o maior desprezo pelo investimento que fazem.
6. Pertenço ao grupo de pessoas que acreditam no diálogo. Por isso, minha sugestão aos responsáveis pela produção e veiculação do outdoor: é preciso dialogar.
É preciso chamar publicitários e anunciantes para uma grande reunião, a fim de lhes explicar, ensinar mesmo a eles, como se deve falar com o consumidor através do outdoor.
Não se trata apenas de um aprimoramento profissional e de aumento da eficácia desse meio. É, também, um exercício de cidadania, porque bons outdoors, ao invés de poluir – como aliás acontece hoje – embelezam a cidade.
(esse pobre outdoor, do eloy simões para o acontecendo aqui)
a operação mãos limpas, quer dizer, cidade limpa chega a cidade, em 2007 é dada a extrema unção ao outdoor e nem assim a macada aprende a fazer algo que preste, que não seja chupado sabor a limão.
segunda-feira, setembro 17, 2007
eles movem o pais e moveriam a propaganda se não fossem os bunda-moles que acham que sao eles que movem o mercado
O IBGE divulgou na 6a feira a mais recente ediçao da PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Trata-se de um abrangente retrato da realidade brasileira do ponto de vista de trabalho, renda, educaçao e acesso a bens e serviços. Para realizar esse estudo, cerca de 2 mil entrevistadores visitaram 145,547 residências em todo o território nacional, conversando com 410,241 pessoas.
O resultado da PNAD traz boas e más notícias para o país. A boa é que o salário médio do trabalhador brasileiro, em 2006, subiu pelo 2o ano consecutivo. A má é que esse salário ainda é muito pequeno - R$ 888. Para vocês terem uma idéia, ainda estamos longe de igualar o salário médio de 1996, que era de R$ 975.
Mas a verdade é que a recuperaçao do poder aquisitivo das famílias brasileiras está acontecendo de baixo para cima. Se dividirmos os trabalhadores em 2 grupos, de acordo com o que recebem do patrao, veremos que a metade de baixo, formada pelos que ganham menos, conseguiu, graças aos aumentos reais do salário mínimo, superar o patamar de rendimentos de 1996 - o salário médio desse pessoal chegou a R$ 293. Mas a metade de cima, ainda está penando para voltar a remuneraçao de alguns anos atrás. Hoje, esses trabalhadores com rendimento mais alto têm um salário médio de R$ 1,482.
A PNAD oferece um choque de realidade para quem trabalha com consumo. Dados da pesquisa mostram que pouco mais de 71% dos nossos trabalhadores ganhavam no ano passado até 2 salários mínimos por mês - ou R$ 700. Cerca de 9% deles, apenas, receberam mais de 5 salários, ou R$ 1,750. Mesmo com tao pouco dinheiro no bolso, os brasileiros foram às compras no ano passado, empurrados pelo otimismo de um lado e pela facilidade de crédito do outro - 93% das nossas casas têm televisores, 90% geladeira, 38% máquina de lavar roupa e 22% computadores. Vale lembrar que em 2001 os computadores habitavam somente 12,6% dessas casas. A internet, entretanto, está restrita a 17% dos lares. Um detalhe chama a atençao - 74,5% têm pelo menos um telefone, sendo que 28% só contam com o celular. Em 2001 o percentual dos que só tinham telefone móvel era de apenas 8%.
Mas os comerciantes que quiserem vender a crédito para toda essa gente terao que assumir alguns riscos. Afinal, metade dos nossos trabalhadores nao tem carteira assinada nem contracheque (ou holerite como preferem alguns). Provavelmente valerá a pena. Com o desemprego em queda, o rendimento do trabalho em alta e ainda de quebra a ajuda preciosa do dinheiro dos programas sociais que reforçam o orçamento de muitas famílias das classes mais baixas, esse segmento certamente proporcionará interessantes oportunidades de negócios.
O grande mérito da PNAD é mostrar aos brasileiros a verdadeira cara do Brasil. Por incrível que pareça, no mundo das agências de publicidade e em muitos departamentos de marketing de empresas importantes, nao é difícil achar quem se surpreenda diante da informaçao de que o salário médio mensal dos 10% mais ricos do país em 2006 estava na casa dos R$ 4 mil. E que cabe aos milhoes de brasileiros humildes, que batalham todo dia para manter o emprego (ou encontrar um novo), que comemoram cada conquista e dependem do carnê para concretizar seus sonhos de consumo - a tarefa de efetivamente mover esse país adiante.
pesquisa do IBGE revela que brasileiros humildes movem o país, do luis alberto marinho no onibus azul que passa várias vezes ao dia na internet. entendeu a parada ?
O resultado da PNAD traz boas e más notícias para o país. A boa é que o salário médio do trabalhador brasileiro, em 2006, subiu pelo 2o ano consecutivo. A má é que esse salário ainda é muito pequeno - R$ 888. Para vocês terem uma idéia, ainda estamos longe de igualar o salário médio de 1996, que era de R$ 975.
Mas a verdade é que a recuperaçao do poder aquisitivo das famílias brasileiras está acontecendo de baixo para cima. Se dividirmos os trabalhadores em 2 grupos, de acordo com o que recebem do patrao, veremos que a metade de baixo, formada pelos que ganham menos, conseguiu, graças aos aumentos reais do salário mínimo, superar o patamar de rendimentos de 1996 - o salário médio desse pessoal chegou a R$ 293. Mas a metade de cima, ainda está penando para voltar a remuneraçao de alguns anos atrás. Hoje, esses trabalhadores com rendimento mais alto têm um salário médio de R$ 1,482.
A PNAD oferece um choque de realidade para quem trabalha com consumo. Dados da pesquisa mostram que pouco mais de 71% dos nossos trabalhadores ganhavam no ano passado até 2 salários mínimos por mês - ou R$ 700. Cerca de 9% deles, apenas, receberam mais de 5 salários, ou R$ 1,750. Mesmo com tao pouco dinheiro no bolso, os brasileiros foram às compras no ano passado, empurrados pelo otimismo de um lado e pela facilidade de crédito do outro - 93% das nossas casas têm televisores, 90% geladeira, 38% máquina de lavar roupa e 22% computadores. Vale lembrar que em 2001 os computadores habitavam somente 12,6% dessas casas. A internet, entretanto, está restrita a 17% dos lares. Um detalhe chama a atençao - 74,5% têm pelo menos um telefone, sendo que 28% só contam com o celular. Em 2001 o percentual dos que só tinham telefone móvel era de apenas 8%.
Mas os comerciantes que quiserem vender a crédito para toda essa gente terao que assumir alguns riscos. Afinal, metade dos nossos trabalhadores nao tem carteira assinada nem contracheque (ou holerite como preferem alguns). Provavelmente valerá a pena. Com o desemprego em queda, o rendimento do trabalho em alta e ainda de quebra a ajuda preciosa do dinheiro dos programas sociais que reforçam o orçamento de muitas famílias das classes mais baixas, esse segmento certamente proporcionará interessantes oportunidades de negócios.
O grande mérito da PNAD é mostrar aos brasileiros a verdadeira cara do Brasil. Por incrível que pareça, no mundo das agências de publicidade e em muitos departamentos de marketing de empresas importantes, nao é difícil achar quem se surpreenda diante da informaçao de que o salário médio mensal dos 10% mais ricos do país em 2006 estava na casa dos R$ 4 mil. E que cabe aos milhoes de brasileiros humildes, que batalham todo dia para manter o emprego (ou encontrar um novo), que comemoram cada conquista e dependem do carnê para concretizar seus sonhos de consumo - a tarefa de efetivamente mover esse país adiante.
pesquisa do IBGE revela que brasileiros humildes movem o país, do luis alberto marinho no onibus azul que passa várias vezes ao dia na internet. entendeu a parada ?
domingo, setembro 16, 2007
um minuto de atenção ou veja bem
dois comerciais me chamam a atenção entre a saraivada de comerciais "escandinavos" produzidos pela nata publicitária "esncandibrasi".
um, de saída nos lembra o conceito de micagem da tigre - campanha que demonstrou, para além das qualidades de comunicação do produto que procurou valorizar, a fraqueza ou melhor, o mico, que foi a campanha da áfrica para amanco. mancada estrategicamente, para começar, mais perdida do que seus comerciais que oscilaram do macarrão de grano duro ao mico ou seria mitomania? do carlinhos brown, pastiche de sí mesmo faz tempo.
lembrar o conceito de micagem não diminui o valor da campanha "veja bem" do cimento poty. pelo contrário. eleva o mérito da campanha da tigre, ao tempo que demonstra que toda comunicação que vai buscar no linguajar popular cimento para a estruturação de conceitos, consegue, se não meramente copiado, mas sim com eixo semântico deslocado para o cumprimento do papel publicitário, aderência imediata. tão ou mais eficaz, se pertinentemente explorada. no caso do veja bem, o acting do ator quase abafa o conceitual, ator que de cara lembra o chico diaz, pois a assinatura tem ligeira rachadura. fato é que não será mais possível comprar cimento sem se "ver be. tem tudo para virar bordão, o que é a glória cimentada nas ruas. vai ganhar cannes? não. talvez por isso que seja bom.
o outro é um comercial de idéia minimalista - de princípios não originais - mas que assim se torna no meio da bugingangada pretenso modernosa que se tornou a nossa propaganda. o comercial da schin, de forma curta e grossamente sutil, demonstra que pode se fazer um campanha sobre o " se beber não dirija" sem o bafo didático da falta de idéia ou do arroto dos pós-pack shots existentes. vai ganhar cannes? tem chances, a depender da composição do juri, numa categoria onde a produção costuma mijar em cima da idéia.
mas veja bem, nossos comerciais são da terra poty, que ultimamente tem negado a cultura da raça para se mostrar em bafos de pubs e bistrôs, onde a linguagem de botequim - e de pedreiros, ajudantes ou mestres de obras - não entram. a propaganda está assim uma coisa de arquitetos, entendeu ?
um, de saída nos lembra o conceito de micagem da tigre - campanha que demonstrou, para além das qualidades de comunicação do produto que procurou valorizar, a fraqueza ou melhor, o mico, que foi a campanha da áfrica para amanco. mancada estrategicamente, para começar, mais perdida do que seus comerciais que oscilaram do macarrão de grano duro ao mico ou seria mitomania? do carlinhos brown, pastiche de sí mesmo faz tempo.
lembrar o conceito de micagem não diminui o valor da campanha "veja bem" do cimento poty. pelo contrário. eleva o mérito da campanha da tigre, ao tempo que demonstra que toda comunicação que vai buscar no linguajar popular cimento para a estruturação de conceitos, consegue, se não meramente copiado, mas sim com eixo semântico deslocado para o cumprimento do papel publicitário, aderência imediata. tão ou mais eficaz, se pertinentemente explorada. no caso do veja bem, o acting do ator quase abafa o conceitual, ator que de cara lembra o chico diaz, pois a assinatura tem ligeira rachadura. fato é que não será mais possível comprar cimento sem se "ver be. tem tudo para virar bordão, o que é a glória cimentada nas ruas. vai ganhar cannes? não. talvez por isso que seja bom.
o outro é um comercial de idéia minimalista - de princípios não originais - mas que assim se torna no meio da bugingangada pretenso modernosa que se tornou a nossa propaganda. o comercial da schin, de forma curta e grossamente sutil, demonstra que pode se fazer um campanha sobre o " se beber não dirija" sem o bafo didático da falta de idéia ou do arroto dos pós-pack shots existentes. vai ganhar cannes? tem chances, a depender da composição do juri, numa categoria onde a produção costuma mijar em cima da idéia.
mas veja bem, nossos comerciais são da terra poty, que ultimamente tem negado a cultura da raça para se mostrar em bafos de pubs e bistrôs, onde a linguagem de botequim - e de pedreiros, ajudantes ou mestres de obras - não entram. a propaganda está assim uma coisa de arquitetos, entendeu ?
quinta-feira, setembro 13, 2007
yes, nós temos bananas
Muitas empresas desconhecem e não sabem dos benefícios do Plano de Marketing. Esta constatação é de um dos especialistas em marketing mais respeitados no país, Vicente Ambrósio, Diretor de pós-graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro e Diretor do Centro de Estudos em Planejamento, Comunicação e Marketing. Por isso, o mestre em administração de empresas pela Thunderbird, American Graduate School of International Management, lançou recentemente o livro Plano de Marketing: Um roteiro para a ação (Pearson).
O erro das empresas, entretanto, começa antes do Plano de Marketing e, por conseqüência, elas gastam rios de dinheiro com produtos ou serviços que vão para o mercado e logo são descontinuados porque não obtiveram retorno. É do processo de Planejamento, porém, que se origina o Plano de Marketing, que, de acordo com Vicente Ambrósio, deve ser desenvolvido de forma integrada. “Um plano de marketing não serve apenas para dar o caminho do sucesso, mas também para mostrar se vai dar certo ou errado. Não é um oráculo, mas apresenta uma certa dose de precisão”, comenta.
Na entrevista ao Mundo do Marketing, o professor explicou a importância do Plano, mostrou onde as empresas mais erram, o que fazer para trilhar o caminho do sucesso, o papel do profissional de marketing neste processo e falou do caso de sucesso da Gillette. “A empresa optou em não lançar um produto e foi um caso de sucesso do plano porque evitou que gastasse milhões de dólares lançando o produto e jogando dinheiro fora”, explica.
Qual é a importância do Plano de Marketing?
Essa questão toca num dos problemas mais complexos porque quando se fala em Plano de Marketing você tem que falar em Planejamento Estratégico porque exige que todos os outros processos de administração estejam funcionando bem, como ação e controle. Numa sociedade como a brasileira, onde tem princípio do fatalismo arraigado, muitas empresas desconhecem e não sabem dos benefícios do plano de marketing, como também não sabem do planejamento estratégico e da junção dele com o plano de marketing.
A população brasileira está envelhecendo e o que fazemos hoje terá ainda mais impacto lá na frente.
As estatísticas mostram que a expectativa de vida planetária está aumentando gradualmente. E as empresas também precisam pensar melhor no futuro. Neste ponto, o plano de marketing é essencial porque ele é o elo entre o sonho e a ação prática. As empresas que compreendem isso bem terão um resultado melhor.
Onde as empresas mais erram?
Elas erram mais no processo de planejamento. Elas são excelentes executoras, mas num horizonte de apenas um ano, em função do ano fiscal. Como estas empresas não tem um plano pré-estabelecido de cinco, 15, 25, 50 anos, elas são pegas por verdadeiras cascas de bananas que a vida coloca, como por exemplo as mudanças tecnológicas ou de legislação. Hoje o comércio eletrônico já é uma realidade e ainda há um potencial enorme.
O que falta para o profissional de marketing parar e pensar o amanhã?
Muitos executivos se deparam com um excesso de trabalho, situações operacionais para resolver e aí entramos na questão do planejamento. O gerenciamento da informação precisa ser harmonioso para que não deixe as pessoas atordoadas. Isso dá mais ênfase a função do planejamento, que é de integrar de todos os subsistemas de um sistema de uma empresa de tal maneira que haja uma produtividade mais elevada. Agora, exige inteligência, parar para pensar e raciocinar. É claro que tem que executar, mas é essencial que haja um plano integrado. Não se pode nem viver só com o plano de marketing. É preciso elaborar um Plano de Finanças, de RH, de Operações etc. É preciso olhar para todos os detalhes. Há 25 anos, o plano de marketing era muito mais voltado para a área de comunicação. Hoje, ele praticamente substituiu o plano de negócios.
Como fazer para não errar no planejamento e no plano?
É preciso planejar bem. Precisa seguir um roteiro detalhado, simples e bem adaptado a diversas situações. Não é uma coisa engessada. Marketing é uma filosofia. Já a implementação precisa ser bem elaborada e deve seguir o plano, que é um norte. É necessário, durante o planejamento, que se pense bem em tudo, faça pesquisa e converse com as diversas áreas da empresa. E o que assegura o sucesso é ter reuniões de revisão do plano constantemente.
O senhor pode citar casos de sucesso e de insucesso?
As empresas fecham a sete chaves o planejamento estratégico e de marketing porque a inteligência delas esta ali. Então, isso não se pode divulgar, o que acontece só muito tempo depois. Um plano de marketing não serve apenas para dar o caminho do sucesso, mas também para mostrar se vai dar certo ou errado. Não é um oráculo, mas apresenta uma certa dose de precisão. Há muitos anos, na Gillette, existia um produto para limpeza das mãos e a empresa queria lançar no Brasil porque havia obtido sucesso em muitos países.
Então, fez-se um plano de marketing com pesquisa, levantou-se os custos com embalagens, do produto, preço da concorrência, analisou-se os produtos que seriam concorrentes, pensou-se na distribuição, na comunicação e o tipo do consumidor. Fez-se as contas e viu-se que o retorno sobre o investimento era muito longo e baixo. Numa empresa que está habituada com um nível de lucratividade elevado, sete, oito anos é muito tempo. Então, a empresa optou em não lançar o produto e foi um caso de sucesso do plano porque evitou que a empresa gastasse milhões de dólares lançando o produto e jogando dinheiro fora.
Como o planejamento estratégico e o plano de marketing podem ajudar no Roi?
O Retorno do Investimento é uma medida entre tantas e toda essa parte financeira faz parte do plano de marketing, que precisa ter quatro partes fundamentais. A primeira é a identificação da oportunidade. A segunda é a análise do mercado, depois é a proposta, e a quarta parte é o processo decisório e de controle. A parte financeira deve ser feita por último porque é fruto da análise de oportunidade. Se você já começa com um objetivo financeiro, você pode ficar com antolhos e perder outras oportunidades. Tudo isso tem que ser visto de uma forma integrada, mas sem o financeiro o marketing não existe.
Como o seu livro ajuda neste processo?
O livro funciona como um roteiro de ação para as empresas. O roteiro não pode ser utilizado de forma rígida, mas sim como referência, adaptando as necessidades, às vezes até a realidade de um país.
A própria Gillette chega ao ponto de ter processos diferentes nas regiões Norte e Nordeste.
Temos países diferentes aqui. Saímos da economia e do marketing de massa para um marketing cada vez mais customizado. Aqui na ESPM, por exemplo, tínhamos programas de pós-graduação engessados, mas hoje o aluno entra e escolhe o que quiser. Ele pode compor o seu curso dentro do que faz sentido para o mercado dele. Essa adaptação às necessidades das pessoas é o que vai ditar as normas daqui para frente.
(sem planejamento, empresas são pegas por verdadeiras cascas de bananas, do bruno mello, no mundo do marketing)
O erro das empresas, entretanto, começa antes do Plano de Marketing e, por conseqüência, elas gastam rios de dinheiro com produtos ou serviços que vão para o mercado e logo são descontinuados porque não obtiveram retorno. É do processo de Planejamento, porém, que se origina o Plano de Marketing, que, de acordo com Vicente Ambrósio, deve ser desenvolvido de forma integrada. “Um plano de marketing não serve apenas para dar o caminho do sucesso, mas também para mostrar se vai dar certo ou errado. Não é um oráculo, mas apresenta uma certa dose de precisão”, comenta.
Na entrevista ao Mundo do Marketing, o professor explicou a importância do Plano, mostrou onde as empresas mais erram, o que fazer para trilhar o caminho do sucesso, o papel do profissional de marketing neste processo e falou do caso de sucesso da Gillette. “A empresa optou em não lançar um produto e foi um caso de sucesso do plano porque evitou que gastasse milhões de dólares lançando o produto e jogando dinheiro fora”, explica.
Qual é a importância do Plano de Marketing?
Essa questão toca num dos problemas mais complexos porque quando se fala em Plano de Marketing você tem que falar em Planejamento Estratégico porque exige que todos os outros processos de administração estejam funcionando bem, como ação e controle. Numa sociedade como a brasileira, onde tem princípio do fatalismo arraigado, muitas empresas desconhecem e não sabem dos benefícios do plano de marketing, como também não sabem do planejamento estratégico e da junção dele com o plano de marketing.
A população brasileira está envelhecendo e o que fazemos hoje terá ainda mais impacto lá na frente.
As estatísticas mostram que a expectativa de vida planetária está aumentando gradualmente. E as empresas também precisam pensar melhor no futuro. Neste ponto, o plano de marketing é essencial porque ele é o elo entre o sonho e a ação prática. As empresas que compreendem isso bem terão um resultado melhor.
Onde as empresas mais erram?
Elas erram mais no processo de planejamento. Elas são excelentes executoras, mas num horizonte de apenas um ano, em função do ano fiscal. Como estas empresas não tem um plano pré-estabelecido de cinco, 15, 25, 50 anos, elas são pegas por verdadeiras cascas de bananas que a vida coloca, como por exemplo as mudanças tecnológicas ou de legislação. Hoje o comércio eletrônico já é uma realidade e ainda há um potencial enorme.
O que falta para o profissional de marketing parar e pensar o amanhã?
Muitos executivos se deparam com um excesso de trabalho, situações operacionais para resolver e aí entramos na questão do planejamento. O gerenciamento da informação precisa ser harmonioso para que não deixe as pessoas atordoadas. Isso dá mais ênfase a função do planejamento, que é de integrar de todos os subsistemas de um sistema de uma empresa de tal maneira que haja uma produtividade mais elevada. Agora, exige inteligência, parar para pensar e raciocinar. É claro que tem que executar, mas é essencial que haja um plano integrado. Não se pode nem viver só com o plano de marketing. É preciso elaborar um Plano de Finanças, de RH, de Operações etc. É preciso olhar para todos os detalhes. Há 25 anos, o plano de marketing era muito mais voltado para a área de comunicação. Hoje, ele praticamente substituiu o plano de negócios.
Como fazer para não errar no planejamento e no plano?
É preciso planejar bem. Precisa seguir um roteiro detalhado, simples e bem adaptado a diversas situações. Não é uma coisa engessada. Marketing é uma filosofia. Já a implementação precisa ser bem elaborada e deve seguir o plano, que é um norte. É necessário, durante o planejamento, que se pense bem em tudo, faça pesquisa e converse com as diversas áreas da empresa. E o que assegura o sucesso é ter reuniões de revisão do plano constantemente.
O senhor pode citar casos de sucesso e de insucesso?
As empresas fecham a sete chaves o planejamento estratégico e de marketing porque a inteligência delas esta ali. Então, isso não se pode divulgar, o que acontece só muito tempo depois. Um plano de marketing não serve apenas para dar o caminho do sucesso, mas também para mostrar se vai dar certo ou errado. Não é um oráculo, mas apresenta uma certa dose de precisão. Há muitos anos, na Gillette, existia um produto para limpeza das mãos e a empresa queria lançar no Brasil porque havia obtido sucesso em muitos países.
Então, fez-se um plano de marketing com pesquisa, levantou-se os custos com embalagens, do produto, preço da concorrência, analisou-se os produtos que seriam concorrentes, pensou-se na distribuição, na comunicação e o tipo do consumidor. Fez-se as contas e viu-se que o retorno sobre o investimento era muito longo e baixo. Numa empresa que está habituada com um nível de lucratividade elevado, sete, oito anos é muito tempo. Então, a empresa optou em não lançar o produto e foi um caso de sucesso do plano porque evitou que a empresa gastasse milhões de dólares lançando o produto e jogando dinheiro fora.
Como o planejamento estratégico e o plano de marketing podem ajudar no Roi?
O Retorno do Investimento é uma medida entre tantas e toda essa parte financeira faz parte do plano de marketing, que precisa ter quatro partes fundamentais. A primeira é a identificação da oportunidade. A segunda é a análise do mercado, depois é a proposta, e a quarta parte é o processo decisório e de controle. A parte financeira deve ser feita por último porque é fruto da análise de oportunidade. Se você já começa com um objetivo financeiro, você pode ficar com antolhos e perder outras oportunidades. Tudo isso tem que ser visto de uma forma integrada, mas sem o financeiro o marketing não existe.
Como o seu livro ajuda neste processo?
O livro funciona como um roteiro de ação para as empresas. O roteiro não pode ser utilizado de forma rígida, mas sim como referência, adaptando as necessidades, às vezes até a realidade de um país.
A própria Gillette chega ao ponto de ter processos diferentes nas regiões Norte e Nordeste.
Temos países diferentes aqui. Saímos da economia e do marketing de massa para um marketing cada vez mais customizado. Aqui na ESPM, por exemplo, tínhamos programas de pós-graduação engessados, mas hoje o aluno entra e escolhe o que quiser. Ele pode compor o seu curso dentro do que faz sentido para o mercado dele. Essa adaptação às necessidades das pessoas é o que vai ditar as normas daqui para frente.
(sem planejamento, empresas são pegas por verdadeiras cascas de bananas, do bruno mello, no mundo do marketing)
quarta-feira, setembro 12, 2007
a propaganda que já foi, não está nadinha disso de desmodrômica
Quantas vezes você ouviu ou leu o termo “design sofisticado” nos últimos tempos? Um rápido passeio pelo Google pode nos dar uma estimativa: nada menos que 270 mil páginas promovem esse encontro semântico, e o número aumenta a cada dia.
Dá quase para considerar que design sofisticado é uma coisa só, de tanto que a dupla é associada. Esses dias ouvi um comentário cheio de autoridade e certeza, afirmando que isso era uma redundância, afinal, se é design, é óbvio que também é sofisticado. Será?
Que tal uma olhadinha no dicionário? O Aurélio é arrasador: sofisticado significa falsificado, contrafeito, adulterado; que não é natural, falsamente refinado, afetado. Não me admira. Pesquisando mais um pouco a gente descobre que sofisticar tem origem no verbo sofismar. Ainda bem que podemos sempre contar com a filosofia para nos explicar o mundo.
Vamos ver, então. Sócrates, aquele da Grécia Antiga, tinha uns amigos um tanto quanto debochados. Esses caras, autodenominados sofistas, acreditavam que não há uma verdade que sirva para todos os humanos – o mais perto que podemos chegar é em opiniões subjetivas sobre a realidade, já que a gente depende dos nossos sentidos para perceber e entender o mundo. Para exprimir essas opiniões usamos a linguagem como ferramenta. Então, para eles, quem domina a retórica tem o poder de decidir o que é real e a posse da verdade só depende do nosso talento persuasivo. Partindo desse pressuposto, os sofistas se divertiam em infernizar a vida alheia usando argumentos falsos formulados de propósito para induzir o interlocutor a tirar conclusões equivocadas da conversa. A técnica consiste em iniciar a argumentação usando premissas verdadeiras e ir deturpando o raciocínio até uma conclusão absurda ou inverossímil. Quer um exemplo? Quem faz mal a um ser humano precisa ser severamente castigado, concorda? Contaminar uma pessoa com uma doença contagiosa é fazer mal, confere? Todo mundo sabe que gripe é uma doença contagiosa, e todo mundo que tem gripe contagia os outros. Conclusão: todas as pessoas gripadas precisam ser severamente castigadas! Pegou?
É isso: uma pessoa sofisticada é aquela que faz afirmações capciosas, deturpa a verdade com argumentos aparentemente lógicos, fala as maiores barbaridades cheia de razão. Ainda não sei que caminhos sofistas levaram essa palavra a se transmutar em elogio, mas o certo é que boa coisa ela não indica. E aí, você continua achando que sofisticado é um adjetivo adequado para design?
Já que estamos falando de adjetivos, estou encantada com uma palavra que aprendi no último final de semana: desmodrômico. Não é sonoro, forte, confiável, sólido? Adorei!
O termo foi criado pelo engenheiro Fabio Taglioli que trabalhava na equipe de carros de corrida da Mercedes Benz nos anos 50. Ele o usou para denominar o sistema excêntrico de válvulas muito bem bolado por ele que dispensa molas para o fechamento. Hoje em dia, o mecanismo é usado nas motos de competição da lendária marca italiana Ducati.
O nome é mesmo bem apropriado. Desmos, em grego, significa controle, domínio. Dromos é caminho, traçado. Desmotrômico significa controlar a atuação em diferentes direções.
Acho que o design não tem nada de sofisticado. O design é, na verdade, completamente desmodrômico.
(design desmodrômico, da lígia fascioni, que com a mudança da foto no acontecendo aqui, ficou menos)
Dá quase para considerar que design sofisticado é uma coisa só, de tanto que a dupla é associada. Esses dias ouvi um comentário cheio de autoridade e certeza, afirmando que isso era uma redundância, afinal, se é design, é óbvio que também é sofisticado. Será?
Que tal uma olhadinha no dicionário? O Aurélio é arrasador: sofisticado significa falsificado, contrafeito, adulterado; que não é natural, falsamente refinado, afetado. Não me admira. Pesquisando mais um pouco a gente descobre que sofisticar tem origem no verbo sofismar. Ainda bem que podemos sempre contar com a filosofia para nos explicar o mundo.
Vamos ver, então. Sócrates, aquele da Grécia Antiga, tinha uns amigos um tanto quanto debochados. Esses caras, autodenominados sofistas, acreditavam que não há uma verdade que sirva para todos os humanos – o mais perto que podemos chegar é em opiniões subjetivas sobre a realidade, já que a gente depende dos nossos sentidos para perceber e entender o mundo. Para exprimir essas opiniões usamos a linguagem como ferramenta. Então, para eles, quem domina a retórica tem o poder de decidir o que é real e a posse da verdade só depende do nosso talento persuasivo. Partindo desse pressuposto, os sofistas se divertiam em infernizar a vida alheia usando argumentos falsos formulados de propósito para induzir o interlocutor a tirar conclusões equivocadas da conversa. A técnica consiste em iniciar a argumentação usando premissas verdadeiras e ir deturpando o raciocínio até uma conclusão absurda ou inverossímil. Quer um exemplo? Quem faz mal a um ser humano precisa ser severamente castigado, concorda? Contaminar uma pessoa com uma doença contagiosa é fazer mal, confere? Todo mundo sabe que gripe é uma doença contagiosa, e todo mundo que tem gripe contagia os outros. Conclusão: todas as pessoas gripadas precisam ser severamente castigadas! Pegou?
É isso: uma pessoa sofisticada é aquela que faz afirmações capciosas, deturpa a verdade com argumentos aparentemente lógicos, fala as maiores barbaridades cheia de razão. Ainda não sei que caminhos sofistas levaram essa palavra a se transmutar em elogio, mas o certo é que boa coisa ela não indica. E aí, você continua achando que sofisticado é um adjetivo adequado para design?
Já que estamos falando de adjetivos, estou encantada com uma palavra que aprendi no último final de semana: desmodrômico. Não é sonoro, forte, confiável, sólido? Adorei!
O termo foi criado pelo engenheiro Fabio Taglioli que trabalhava na equipe de carros de corrida da Mercedes Benz nos anos 50. Ele o usou para denominar o sistema excêntrico de válvulas muito bem bolado por ele que dispensa molas para o fechamento. Hoje em dia, o mecanismo é usado nas motos de competição da lendária marca italiana Ducati.
O nome é mesmo bem apropriado. Desmos, em grego, significa controle, domínio. Dromos é caminho, traçado. Desmotrômico significa controlar a atuação em diferentes direções.
Acho que o design não tem nada de sofisticado. O design é, na verdade, completamente desmodrômico.
(design desmodrômico, da lígia fascioni, que com a mudança da foto no acontecendo aqui, ficou menos)
terça-feira, setembro 11, 2007
dilema de numa nota só
segunda-feira, setembro 10, 2007
já tá mal, pode ficar pior(remuneração senhores, remuneração)
Esta semana Meio & Mensagem trouxe duas notícias de fatos que, se concretizados, vão criar sérios embaraços para as agências de publicidade e para o próprio setor.
O Conselho Executivo de Normas Padrões - Cenp, em resposta a solicitação da Aba – Associação Brasileira dos Anunciantes, está estudando a introdução de mudança no texto em vigor desde 1998.
O Cenp, como você sabe, é mantido por oito entidades, uma das quais é a própria Aba, cujo presidente, Ricardo Bastos, foi curto e grosso:
“É mais do que urgente rediscutir a relação entre anunciantes, agências e veículos no âmbito do Cenp. O que foi acordado há oito anos talvez não seja mais eficiente. Quem se negar a discutir vai ficar marginalizado.
É claro que ele estava se referindo à ABAP, refratária permanente a qualquer tipo de discussão que envolva negociação.
Aliás, é por causa da ABAP que a Ampro – Assopciação de Marketing Promocional se desligou do Cenp para criar sua própria certificação. Neste caso, o estopim foi a Comunicação Normativa 12, que rege a certificação das agências especializadas; e a recomendação do presidente da ABAP às agências para que, antes de convidar empresas de serviços especializados para parcerias, devem verificar se são certificadas pelo Cenp. Devem, recomendou a Abap a recusar-se a trabalhar com as autorizadas a veicular.
João Carlos Zicard Vieira, presidente do Cenp, foi outro que respondeu curto e grosso:
Muitos integrantes do Cenp entendem que não cabe mais uma divisão entre disciplinas e concordam que a comunicação integrada é fundamental. Entretanto, a Abap insiste em manter uma linha forte para separar as atividades publicitária e promocional. Para nós, esta é uma posição retrógrada, pois o mundo da comunicação tem mostrado justamente o contrário. Querem separar o mercado que, na verdade, não é das agências. O dono é o cliente.
Posição retrógrada. Já perdi a conta do número de vezes que tenho manifestado esse mesmo ponto de vista. E não sou nenhum visionário: as coisas estão aí pra quem quer ver.
A Abap não quer. Com ela o mundo publicitário, que a obedece cegamente.
Esse assunto que Aba e Ampro estão levantando agora já poderia ser discutido há muito tempo em um Congresso. E o setor poderia sair dele fortalecido, com soluções criativas e inteligentes.
Como ocorreu com o Conar, em outro momento difícil da publicidade brasileira.
Mas a Abap nunca quis, de medo que o assunto remuneração fosse abordado. Como o presidente daquela agência a que me referi há pouco, proibiu o mercado a falar. Pois bem, agora está sendo colocada contra a parede. Ou dá, ou desce.
Agora as outras entidades estão enfiando goela abaixo das agências o que eles desejam. Por culpa da Abap. E da nossa covardia.
(trecho do, de quem é a culpa? do eloy simões, no acontecendo aqui)
O Conselho Executivo de Normas Padrões - Cenp, em resposta a solicitação da Aba – Associação Brasileira dos Anunciantes, está estudando a introdução de mudança no texto em vigor desde 1998.
O Cenp, como você sabe, é mantido por oito entidades, uma das quais é a própria Aba, cujo presidente, Ricardo Bastos, foi curto e grosso:
“É mais do que urgente rediscutir a relação entre anunciantes, agências e veículos no âmbito do Cenp. O que foi acordado há oito anos talvez não seja mais eficiente. Quem se negar a discutir vai ficar marginalizado.
É claro que ele estava se referindo à ABAP, refratária permanente a qualquer tipo de discussão que envolva negociação.
Aliás, é por causa da ABAP que a Ampro – Assopciação de Marketing Promocional se desligou do Cenp para criar sua própria certificação. Neste caso, o estopim foi a Comunicação Normativa 12, que rege a certificação das agências especializadas; e a recomendação do presidente da ABAP às agências para que, antes de convidar empresas de serviços especializados para parcerias, devem verificar se são certificadas pelo Cenp. Devem, recomendou a Abap a recusar-se a trabalhar com as autorizadas a veicular.
João Carlos Zicard Vieira, presidente do Cenp, foi outro que respondeu curto e grosso:
Muitos integrantes do Cenp entendem que não cabe mais uma divisão entre disciplinas e concordam que a comunicação integrada é fundamental. Entretanto, a Abap insiste em manter uma linha forte para separar as atividades publicitária e promocional. Para nós, esta é uma posição retrógrada, pois o mundo da comunicação tem mostrado justamente o contrário. Querem separar o mercado que, na verdade, não é das agências. O dono é o cliente.
Posição retrógrada. Já perdi a conta do número de vezes que tenho manifestado esse mesmo ponto de vista. E não sou nenhum visionário: as coisas estão aí pra quem quer ver.
A Abap não quer. Com ela o mundo publicitário, que a obedece cegamente.
Esse assunto que Aba e Ampro estão levantando agora já poderia ser discutido há muito tempo em um Congresso. E o setor poderia sair dele fortalecido, com soluções criativas e inteligentes.
Como ocorreu com o Conar, em outro momento difícil da publicidade brasileira.
Mas a Abap nunca quis, de medo que o assunto remuneração fosse abordado. Como o presidente daquela agência a que me referi há pouco, proibiu o mercado a falar. Pois bem, agora está sendo colocada contra a parede. Ou dá, ou desce.
Agora as outras entidades estão enfiando goela abaixo das agências o que eles desejam. Por culpa da Abap. E da nossa covardia.
(trecho do, de quem é a culpa? do eloy simões, no acontecendo aqui)
sábado, setembro 08, 2007
big bob
SOBRE AS RELAÇÕES PROFISSIONAIS: “Uma nova ordem está se desenvolvendo... Um tempo em que os departamentos de marketing terão contatos direto com os consumidores, com os publicitários tendo um papel secundário; e não mais a frente do processo.”
SOBRE A FRAGMENTAÇÃO DAS AUDIÊNCIAS: “O problema é que as agências não conseguem mudar seu modelo econômico que é construído num sistema de compensação intimamente amarrado ao modelo de compra de mídia... Não fazem idéia de como ganhar dinheiro neste novo mundo com infra-estrutura de marketing on-line... Possuem uma enorme galinha dos ovos de ouro que não estará por muito tempo mais neste mundo...”.
SOBRE OS COMERCIAIS DE 30 SEGUNDOS: “A nova geração não aceita mais essa troca e quer o conteúdo de graça e sem publicidade. O comercial de 30 ainda cabe na televisão, mas em outras mídias as pessoas não estarão dispostas a aceitá-los...”.
SOBRE AS PRODUTORAS: “Essas empresas estão ferradas mais que qualquer outro segmento. Serão abusadas, sodomizadas e mortas... Haverá uma expansão de vídeos on-line, mas serão feitos por pessoas a partir de seus laptops... Qualquer mané com um notebook na mão tem hoje mais recursos tecnológicos que a R/GA tinha há 15 anos para produzir efeitos especiais...”.
OPORTUNIDADE: “A indústria do marketing direto está muito bem posicionada para uma genuína transição ao mundo on-line. São muito bem disciplinadas no contato direto com o consumidor e não terão dificuldades de passar a fazer esse trabalho pela internet... A publicidade tradicional, baseada na interrupção, só é eficiente num cenário de mídia de massa, que está desaparecendo...”.
SOBRE A ATUAL PROPAGANDA BRASILEIRA: “Me parece que a propaganda brasileira não incorpora às pequenas verdades humanas do cotidiano, como sustos, angústias, ironias, ceticismo, enquanto as peças argentinas são totalmente baseadas nelas... Se formos pegar os leões brasileiros de Cannes e conquistados em filmes e fizermos uma comparação com a importância dos produtos anunciados, não há correlação. A venda de produtos e serviços parece ser a última coisa levada em conta.”
Quem se importa?
(Assim falou BOB. BOB GARFIELD, o mais temido e respeitado colunista de ADVERTISING AGE concedeu entrevista ao MEIO E MENSAGEM (edição 1268), através de seu repórter ROBERT GALBRAITH (RJ). Seguramente, uma das mais importantes entrevistas que li nos últimos anos. Deveria ter o efeito de uma bomba. Aparentemente, não teve. Ou poucos leram – o que não é provável -, ou muitos leram – o que é mais provável -, e preferiram ignorar - observações do madia).
como alguém ja disse, é a ignorância que astravanca o progresso. ô classe ignorante a nossa?
SOBRE A FRAGMENTAÇÃO DAS AUDIÊNCIAS: “O problema é que as agências não conseguem mudar seu modelo econômico que é construído num sistema de compensação intimamente amarrado ao modelo de compra de mídia... Não fazem idéia de como ganhar dinheiro neste novo mundo com infra-estrutura de marketing on-line... Possuem uma enorme galinha dos ovos de ouro que não estará por muito tempo mais neste mundo...”.
SOBRE OS COMERCIAIS DE 30 SEGUNDOS: “A nova geração não aceita mais essa troca e quer o conteúdo de graça e sem publicidade. O comercial de 30 ainda cabe na televisão, mas em outras mídias as pessoas não estarão dispostas a aceitá-los...”.
SOBRE AS PRODUTORAS: “Essas empresas estão ferradas mais que qualquer outro segmento. Serão abusadas, sodomizadas e mortas... Haverá uma expansão de vídeos on-line, mas serão feitos por pessoas a partir de seus laptops... Qualquer mané com um notebook na mão tem hoje mais recursos tecnológicos que a R/GA tinha há 15 anos para produzir efeitos especiais...”.
OPORTUNIDADE: “A indústria do marketing direto está muito bem posicionada para uma genuína transição ao mundo on-line. São muito bem disciplinadas no contato direto com o consumidor e não terão dificuldades de passar a fazer esse trabalho pela internet... A publicidade tradicional, baseada na interrupção, só é eficiente num cenário de mídia de massa, que está desaparecendo...”.
SOBRE A ATUAL PROPAGANDA BRASILEIRA: “Me parece que a propaganda brasileira não incorpora às pequenas verdades humanas do cotidiano, como sustos, angústias, ironias, ceticismo, enquanto as peças argentinas são totalmente baseadas nelas... Se formos pegar os leões brasileiros de Cannes e conquistados em filmes e fizermos uma comparação com a importância dos produtos anunciados, não há correlação. A venda de produtos e serviços parece ser a última coisa levada em conta.”
Quem se importa?
(Assim falou BOB. BOB GARFIELD, o mais temido e respeitado colunista de ADVERTISING AGE concedeu entrevista ao MEIO E MENSAGEM (edição 1268), através de seu repórter ROBERT GALBRAITH (RJ). Seguramente, uma das mais importantes entrevistas que li nos últimos anos. Deveria ter o efeito de uma bomba. Aparentemente, não teve. Ou poucos leram – o que não é provável -, ou muitos leram – o que é mais provável -, e preferiram ignorar - observações do madia).
como alguém ja disse, é a ignorância que astravanca o progresso. ô classe ignorante a nossa?
quinta-feira, setembro 06, 2007
consumo de calças-curtas
Um estudo realizado pela empresa britânica TNS, líder mundial no segmento de pesquisas customizadas, detectou nos últimos anos um crescimento expressivo no poder de compra das crianças latino-americanas. Realizado em cinco países – Brasil, Argentina, Chile, Guatemala e México – com mães e filhos de até nove anos, o levantamento qualitativo constatou que esse movimento está diretamente relacionado às mudanças estruturais das famílias da região, como a maior participação da mulher no mercado do trabalho e o aumento do número de mães solteiras e provedoras da família. Outros fatores que justificam essa tendência são as facilidades de acesso das crianças à tecnologia e à informação.
As crianças de hoje, segundo a pesquisa, têm um perfil bem diferente das que nasceram na década de 90. Elas começam a ter noções de conceitos como pobreza, riqueza e dinheiro e revelam preocupação com o aquecimento global e as ações predatórias da natureza, indícios de que serão consumidores mais conscientes no futuro. Em contrapartida, são hedonistas, ou seja, acompanham a tendência de comportamento dos adultos, seguindo um estilo de vida voltado para os prazeres individuais.
Cada vez mais expostas a estímulos de marketing e, portanto, melhor informadas sobre o universo do consumo, elas interferem não apenas na escolha de produtos a elas destinados, mas também elegem categorias e marcas posicionadas para o segmento adulto. “Atualmente o que está fazendo toda a diferença é que as marcas se comunicam com as crianças sem a mediação de um adulto, especialmente em categorias em que a criança conta com alto poder de decisão e legitimidade para pedir. Isto é possível à medida que o surgimento de novas tecnologias de informação e de comunicação (PC, DVD, celulares etc) ocupam novos espaços targetizados”, observa Ivani Rossi, diretora de planejamento da TNS InterScience, subsidiária brasileira da empresa britânica, em comunicado enviado à imprensa.
Há quatro anos monitorando o comportamento de compra de crianças e adolescentes, a TNS InterScience constatou, em estudo feito em 2005, que 42% desse público influenciavam fortemente as compras familiares. Em 2006, esse percentual saltou para 52%. “O consumidor do futuro será mais exigente, sofisticado e seletivo, o que deve ser levado em conta por empresas que desejam aumentar o seu market share”, enfatiza Ivani.
O valor do dinheiro
Embora conscientes do valor do dinheiro, os pequenos ainda não controlam diretamente o “bolso” da família, mas são altamente influenciadores do processo de compra. Nas entrevistas com as crianças latino-americanas, observou-se que mesmo as mais novas, de apenas três anos de idade, já entendem o valor do dinheiro e têm uma noção muito clara que ele representa um meio de troca.
Os menores, de três a seis anos, não têm noção de caro/barato, são altamente impulsivos e usam o dinheiro para comprar jogos e doces. Os de sete a nove anos sabem o que é caro/barato, planejam, calculam, negociam e utilizam o dinheiro para comprar roupas de marca, mp3, celulares e jogos eletrônicos. Eles percebem o impacto das marcas e também conhecem e se interessam por categorias destinadas a outros segmentos da população. Se os desejos variam de acordo com idade e a classe social, é consenso, entretanto, que independentemente da condição econômica, todos têm consciência de sua força para a realização de suas vontades, exercendo seu poder ditatorial para conseguirem o que querem.
Mães “culpadas” compram mais
Os pais, especialmente os separados e as mães que trabalham fora, são os que mais cedem aos apelos dos filhos, movidos principalmente pelo sentimento de culpa. As mães que participaram do estudo disseram ceder aos desejos dos filhos para garantir o bom comportamento, apesar de se esforçarem para comprar produtos saudáveis, funcionais e mais baratos. Muitas delas disseram satisfazer as vontades dos filhos como forma de evitar conflitos, uma vez que mães modernas adotam táticas de controle mais flexíveis, como o diálogo e a negociação em vez de aplicar outras formas de castigo.
As mães geralmente decidem o consumo em função de valores nutricionais, saúde, oferta, duração, utilidade, preço e imagem da marca. Já a escolha dos filhos recai sobre critérios mais subjetivos, como gosto, emoção e imagem da marca, percebidas como diversão, moda e aceitação. Entre as categorias de produtos aprovados pelas mães estão os alimentos — iogurtes, cereais, pão, chocolate em pó, sopas, produtos congelados (hambúrguer), laticínios e gelatinas. Entre os que elas podem negociar destacam-se as frituras (batatas), doces, chocolates, jogos, jogos eletrônicos, DVDs, celulares e cosméticos. Na lista dos rechaçados incluem-se os produtos light, bebidas energéticas e refrescos de cola.
(aumenta o poder de compra das crianças latino-americanas, no portal da propaganda)
As crianças de hoje, segundo a pesquisa, têm um perfil bem diferente das que nasceram na década de 90. Elas começam a ter noções de conceitos como pobreza, riqueza e dinheiro e revelam preocupação com o aquecimento global e as ações predatórias da natureza, indícios de que serão consumidores mais conscientes no futuro. Em contrapartida, são hedonistas, ou seja, acompanham a tendência de comportamento dos adultos, seguindo um estilo de vida voltado para os prazeres individuais.
Cada vez mais expostas a estímulos de marketing e, portanto, melhor informadas sobre o universo do consumo, elas interferem não apenas na escolha de produtos a elas destinados, mas também elegem categorias e marcas posicionadas para o segmento adulto. “Atualmente o que está fazendo toda a diferença é que as marcas se comunicam com as crianças sem a mediação de um adulto, especialmente em categorias em que a criança conta com alto poder de decisão e legitimidade para pedir. Isto é possível à medida que o surgimento de novas tecnologias de informação e de comunicação (PC, DVD, celulares etc) ocupam novos espaços targetizados”, observa Ivani Rossi, diretora de planejamento da TNS InterScience, subsidiária brasileira da empresa britânica, em comunicado enviado à imprensa.
Há quatro anos monitorando o comportamento de compra de crianças e adolescentes, a TNS InterScience constatou, em estudo feito em 2005, que 42% desse público influenciavam fortemente as compras familiares. Em 2006, esse percentual saltou para 52%. “O consumidor do futuro será mais exigente, sofisticado e seletivo, o que deve ser levado em conta por empresas que desejam aumentar o seu market share”, enfatiza Ivani.
O valor do dinheiro
Embora conscientes do valor do dinheiro, os pequenos ainda não controlam diretamente o “bolso” da família, mas são altamente influenciadores do processo de compra. Nas entrevistas com as crianças latino-americanas, observou-se que mesmo as mais novas, de apenas três anos de idade, já entendem o valor do dinheiro e têm uma noção muito clara que ele representa um meio de troca.
Os menores, de três a seis anos, não têm noção de caro/barato, são altamente impulsivos e usam o dinheiro para comprar jogos e doces. Os de sete a nove anos sabem o que é caro/barato, planejam, calculam, negociam e utilizam o dinheiro para comprar roupas de marca, mp3, celulares e jogos eletrônicos. Eles percebem o impacto das marcas e também conhecem e se interessam por categorias destinadas a outros segmentos da população. Se os desejos variam de acordo com idade e a classe social, é consenso, entretanto, que independentemente da condição econômica, todos têm consciência de sua força para a realização de suas vontades, exercendo seu poder ditatorial para conseguirem o que querem.
Mães “culpadas” compram mais
Os pais, especialmente os separados e as mães que trabalham fora, são os que mais cedem aos apelos dos filhos, movidos principalmente pelo sentimento de culpa. As mães que participaram do estudo disseram ceder aos desejos dos filhos para garantir o bom comportamento, apesar de se esforçarem para comprar produtos saudáveis, funcionais e mais baratos. Muitas delas disseram satisfazer as vontades dos filhos como forma de evitar conflitos, uma vez que mães modernas adotam táticas de controle mais flexíveis, como o diálogo e a negociação em vez de aplicar outras formas de castigo.
As mães geralmente decidem o consumo em função de valores nutricionais, saúde, oferta, duração, utilidade, preço e imagem da marca. Já a escolha dos filhos recai sobre critérios mais subjetivos, como gosto, emoção e imagem da marca, percebidas como diversão, moda e aceitação. Entre as categorias de produtos aprovados pelas mães estão os alimentos — iogurtes, cereais, pão, chocolate em pó, sopas, produtos congelados (hambúrguer), laticínios e gelatinas. Entre os que elas podem negociar destacam-se as frituras (batatas), doces, chocolates, jogos, jogos eletrônicos, DVDs, celulares e cosméticos. Na lista dos rechaçados incluem-se os produtos light, bebidas energéticas e refrescos de cola.
(aumenta o poder de compra das crianças latino-americanas, no portal da propaganda)
quarta-feira, setembro 05, 2007
no coments
Essa aconteceu de verdade, aqui no nosso país mesmo. Precisando economizar e diante da necessidade de anunciar um evento dirigido a um público específico, o jovem gerente de marketing de um anunciante localizado fora do eixo Rio-SP resolveu ignorar as recomendaçoes de sua agência de publicidade e deixar, afinal, de fora da programaçao de mídia um poderoso veículo.
Alguns dias depois, recebeu um telefonema do diretor regional do tal veículo, questionando-o rispidamente sobre os motivos de ter sido preterido. Os termos usados pelo sujeito caracterizavam uma cobrança e nem de longe pareciam com uma argumentaçao técnica. Educadamente, o gerente de marketing explicou suas razões, tentando contemporizar. Provavelmente nao foi feliz em sua tentativa de colocar panos quentes sobre a questao. Na semana seguinte, soube que o executivo do veículo poderoso estava falando mal de suas qualidades técnicas em reunioes de publicitários, numa retaliaçao covarde que contou com a conivência da sua agência de publicidade. Detalhe - nao estamos falando de fatos ocorridos no passado longínquo. Isso tudo aconteceu no mês passado.
Eu ouvi esse relato diretamente do gerente de marketing envolvido. E fiquei pensando que em pleno século 21, apesar dos discursos falando sobre profissionalismo, inovaçao e comunicaçao integrada, o tripé clássico da propaganda, formado por agências, anunciantes e veículos, ainda é dominado em nosso país por esses últimos, com ampla utilizaçao das armas do incentivo aos amigos e da intimidaçao aos incautos rebeldes.
(sobre o alto preço que paga quem desafia um veículo poderoso, do marinho)
Alguns dias depois, recebeu um telefonema do diretor regional do tal veículo, questionando-o rispidamente sobre os motivos de ter sido preterido. Os termos usados pelo sujeito caracterizavam uma cobrança e nem de longe pareciam com uma argumentaçao técnica. Educadamente, o gerente de marketing explicou suas razões, tentando contemporizar. Provavelmente nao foi feliz em sua tentativa de colocar panos quentes sobre a questao. Na semana seguinte, soube que o executivo do veículo poderoso estava falando mal de suas qualidades técnicas em reunioes de publicitários, numa retaliaçao covarde que contou com a conivência da sua agência de publicidade. Detalhe - nao estamos falando de fatos ocorridos no passado longínquo. Isso tudo aconteceu no mês passado.
Eu ouvi esse relato diretamente do gerente de marketing envolvido. E fiquei pensando que em pleno século 21, apesar dos discursos falando sobre profissionalismo, inovaçao e comunicaçao integrada, o tripé clássico da propaganda, formado por agências, anunciantes e veículos, ainda é dominado em nosso país por esses últimos, com ampla utilizaçao das armas do incentivo aos amigos e da intimidaçao aos incautos rebeldes.
(sobre o alto preço que paga quem desafia um veículo poderoso, do marinho)
terça-feira, setembro 04, 2007
bill e neil. o resto é bosta(hoje acordei de bom humor)
"eu não quero acadêmicos. eu não quero cientistas. eu não quero pessoas que façam coisas certas e sim gente que faça coisas inspiradoras. (...) deixe-nos provar para o mundo que bom gosto, boa arte e boa redação podem ser bons de venda. (bill bernbach)".
desconfio das pesquisas. os executivos que gastam muito tempo lendo as pesquisas para saber o que acham do seu produto, esquecem que a finalidade da propaganda é justamente modificar o que as pessoas acham dos produtos.
(bill bernbach)
Gosto de ler e de escrever quando tenho o que dizer. Sou fascinado pelas palavras. Sou um feliz free lance que conquistou o direito de escolher os clientes. Não trabalho com quem não sinta prazer de trabalhar comigo. Trabalho é como uma refeição, precisa ter "sustença", mas precisa também dar prazer a quem o faz e a quem paga por ele. Assim está quase garantido o prazer do público alvo. Pelo que tenho visto na tv, não acho que os publicitários sintam-se felizes com o que estão fazendo. Não quero estar na pele de quem escreveu "Beba Fanta e fique bamboosha". Nem de quem escreveu "Kuat sem nhé nhé nhé". Mas como estamos no país que deu 60% de votos para o lulla, talvez eles estejam certos e eu errado.
(neil ferreira)
segunda-feira, setembro 03, 2007
esses moços, pobres moços ou não quero saber dos meus vinte e poucos anos
notinha quase perdida no bluebus registra que os 90, ele está voltando ao mercado - e define agora o que é importante.
a notícia? a volta, aos 90 anos, de arnold rosoff.
fundador da arnold worldwide. afastado da propaganda há 20 anos, retorna como chairman do board da holland mart, agência de boston que está sendo ressucitada(coisa que bem poderia ser feita, por exemplo com a italo, com ele ou apesar dele).
rossof declarou que apesar das mudanças tecnológicas que rapidamente revolucionaram o marketing, ter uma equipe leal ainda é uma alta prioridade.
istmo de tempo depois e mais outra notinha perdida: aos 82, ele está recomençando a carreira. stan rapp. que nos anos 60 fundou a rapp collins, acaba de abrir uma nova agência, unindo-se a um fundo de investimentos, a engauge. onde será chairman.
a agência, que planeja crescer por aquisiçoes, vai usar novas midias
para lançar campanhas que possam ser mensuradas. rapp comandou collins até 1988 e em meados dos anos 90 entrou para a mccann para liderar a nova divisao de marketing direto, hoje mrm worldwide. afastando-se em 2003.
por aqui retorno ao mercado – com cerca de pouco mais de metade da idade deles - após malafeita da 101º macaco, com as devidas proporções, também como “chairman” da www.massape.com. e, a pedidos, envio quase-teaser as listas do ccpe e ccnat.
no ccpe, a pegada do qual é a grande idéia, texto do teaser – título do livro de george lois com bill pitts editado há duas decadas – é recebido como um indicativo de endereço eletrônico com igual tema coisa que, com boa intenção ou não de engrossar temperar o caldo, soa a coisa do tipo, já-já ví antes, ói que a tirada é velha. a resposta é curta e grossa, com o humor que me é característico(para alguns mau, para alguns de ironia demasiado acre - eu me acho doce) e tome chorumelas do tipo vamos manerar, lista não é lugar de ofensar e outras peculiaridades, que fazem esta lista ter a cara do que tem bem ao fundo(de fralda fofa).
na lista do ccnat, a resposta vem em tom de blague. do vulgo ou seria vulgar modrack?(vulgar não é baixo, é coisa comum, corriqueira, quanto muito média, da raiz latina de médiocre) que pergunta, se a grande idéia, é o anúncio da minha aposentadoria? acho menos ofensivo do que a indicação balofa da anna terra. e, mais salutar. o piolho tem topete, soi disant, há que se falar. nada como provocateurs, mesmo de quinta, para despertar-me paixão desatinada do bom combate.
estes dois cri-cri episódios, coisa de 30 dias atrás, demonstram irrefutavelmente a caca de miolo de uma nova geração que já entrou para a profissão aposentada. ao contrário do que possa parecer em razão da tenra idade. carne pra canhão, anulam-se uns aos outros. existência que nem se pode chamar de digna profissionalmente. vilipendiados diariamente por imposições de trabalho acachapantes. salários idem. e nada mais tendo a dizer, masturbam-se no mundo do faz de conta do na pasta, dos novos do ccsp, das “tertúlias pseudo antenadas”, dos portfólios fantasmas e da mais vergonhosa das atitudes que se poderia esperar de uma geração formada(na verdade deformada) no supra-sumo do conhecimento academiado-googlelizado: completamente sem atitude ante o estado bulímico por tal vivência na profissão. última coisa que se poderia esperar de uma geração que sequer honra a tradição, agora vetusta, de fazer aquilo que se espera da juventude, antes assim predestinada: espírito de contestação, de mudança, de grita, de instatisfação, de iconoclastia, de redesenho, coisa que só exercem, e olhe lá, pelas costas ou à boca chiusa, em rodinhas e conversas de msns e orkuts.
exagero da minha parte? basta ver o teor das conversas e opiniões destas listas. evidentemente ninguém é obrigado a levantar a bandeira da transformação da situação genuflexória a qual se acostumou quase a totalidade do mercado, onde agências usam de torniquete em seus funcionários – tem agência levando visita do ministério público e da fiscalizaçao do mt. por pagamento de funcionários em cartão, não bastasse as famigeradas imposições de aberturas de micro-empresas - usando como alibi – com se houvesse alibi para isso – a pressão dos anunciantes por menores custos. onde então a capacidade de mobilização da abap e sindicato? academias de letras mortas ?
dois, três anos, e o ccpe sequer consegue colocar um site no ar. e olhe que reúne os cobrões do mercado que deitam opinião sobre tudo e todos sem ter sequer esta obra feita, quando mais as outras, com uma dor de corno miserábilíssima a tudo que não louva o que a igrejinha louva.
hay que tener cojones, coisa que esta geração decididamente não tem. aposentada que é por invalidez do caráter de nascença. se não de caráter, pela omissão sistematizada e cristalizada por ela própria, cheia de exemplares dos não-me-toques, isso-não-é-comigo ou praticante do humor band-aid.
triste tempos então, onde os revolucionários tem 82,90 anos(frases postada em abril de 2005, sobre o mesmo ítalo) e casos e casos há mais, vivi na pele, filmando no pais basco (o cinema espanhol de longa, mais desenvolvido, consegue viabilizar melhor certos filmes, ainda mais de automóveis, que o mercado português a época) arrotando juventude, apesar de já quarentão, onde fui atropelado por um diretor de fotografia inglês, de 84 anos, que pululava no set as 3 da madrugada afinando ele mesmo a luz, com uma disposição e um profissionalismo de fazer inveja. detalhe: ao contrário da maioria dos diretores de fotografia com quem trabalhamos(alguns não passam de impostores) ele não fazia a luz na base do vamos ver se dá ou o no que vai dá. mas sim, como mestre jogador de sinuca. cantando, bola 5 na caçapa, antes fazendo tabela 2, efeito rosca, e o que mais anunciava realizava de primeira. quando acionavam os disjuntores, estava lá tal e qual dito, sem meias-bôcas. e nem por isso chegava em cima da hora ou fazia uso de assistentes. sem nenhuma afetação, but, of course, com o velho sense of humour, em risinhos de olhos azuis que nos mandavam um recado claro e iluminado: não se deixa de trabalhar porque se fica velho. se fica velho porque se deixa de trabalhar.
picasso dizia que leva-se muito tempo para ser jovem. rodrigues, praguejava; jovens, envelheçam!
eu por exemplo estou tentando ser jovem, talvez como steve. falta muito tempo ainda, é verdade. mas pelo menos já consegui, e por toda uma vida, não ser a vida profissional perdida que tem e levam estes pseudo-jovens de agora que de tão moderninhos e chico-espertos, para além de borra-botas, já estão aposentados antes mesmo de começar.
mas há exceções, há exceções. há ? ou já se aposentaram também por outras comodidades?
sábado, setembro 01, 2007
domingo é dia de futebol
Alinhar a marca a um esporte é uma das formas mais utilizadas por empresas que investem em patrocínio no Brasil. As ações de Marketing Esportivo, aliás, são mais rentáveis do que investir em mídias tradicionais segundo nos informa José Estevão Cocco, um dos pioneiros deste segmento país e membro da Academia Brasileira de Marketing.
Em entrevista ao Mundo do Marketing, o sócio-diretor da J.Cocco Sport Marketing e diretor-presidente da J.Cocco Associados, Propaganda e Promoções fala sobre como as empresas podem aproveitar o patrocínio esportivo para alavancar seus ativos e o valor de sua marca. Cocco também dá dicas de como obter patrocínio do alto da experiência de quem foi responsável pelo planejamento, propaganda, promoções e eventos que fizeram o vôlei explodir na preferência dos brasileiros e patrocinadores, além de atender clientes como Avon, Bombril, Grupo Pão de Açúcar, Unibanco, Claro, entre outros.
Patrocinar um time de futebol, uma equipe de corrida ou de vôlei requer um alto investimento. Quais retornos os patrocinadores têm com essas iniciativas?
O retorno não está ligado somente em função do investimento e sim sobre os objetivos da empresa a serem atingidos. Se os objetivos forem plenamente atingidos e com o menor investimento possível já é um ótimo retorno.
Na prática, dentro do mix de marketing, quais ações os patrocinadores podem realizar e com que finalidade para obter este retorno?
Esses objetivos é que precisam ser claros e cristalinos para poderem adequar qual o melhor patrocínio e suas formas para poderem ser mensurados. Os "retornos" podem ser os mais diversos como simples visibilidade da marca, agregação das qualidades do esporte à marca, diferencial competitivo, tema promocional, endomarketing, relacionamento com o mercado e com o trade, concursos e sorteios, entre vários outros.
Como uma marca pode aproveitar o esporte para vender e criar relacionamento?
Assim como a Propaganda, o Esporte não vende. A venda é conseqüência direta da qualidade e adequação da oferta, que tem embutido a qualidade do produto, a oportunidade, o preço, a distribuição etc. O esporte, nesse caso, é um excelente veículo para disseminação e qualificação da oferta. É mais rentável do que várias mídias tradicionais por acrescentar à mensagem uma grande dose de emoção e paixão, intrínsecas ao esporte e por tornar a mensagem menos invasiva e mais amigável. Já na criação de relacionamento, o esporte é imbatível, uma vez que pode ser segmentado por infinidade de nichos, como classe socioeconômica, sexos, faixa etária, atitudes, estilo de vida, clubes, regiões, entre vários outros segmentos.
Até que ponto e como o patrocínio pode influenciar o consumidor a optar por uma marca?
Quando uma empresa utiliza o Marketing Esportivo através de uma das suas ferramentas que é o patrocínio, ela está agregando à marca todas as qualidades do esporte como jovialidade, garra, modernidade, tecnologia, alegria, competitividade, vitória. Dessa forma a marca, naturalmente, adquire maiores chances de ser preferida pelo target. Quanto mais o target e o esporte estiverem adequados um ao outro, maior o grau de influência. Se tivermos algo exclusivo para determinado target que, por exemplo, tem preferência por determinado esporte e esse esporte for utilizado para conter a oferta da marca, as estatísticas e pesquisas comprovam a influência e a opção pela marca.
A maior parte das verbas disponíveis para o patrocínio esportivo vão para o futebol porque há grande cobertura na mídia e muitos torcedores. No entanto, esse fato contrasta com o amadorismo na administração de diversos clubes, federações e estádios. O que as outras modalidades devem fazer para diminuir essa hegemonia do futebol?
Precisamos pensar e agir com realismo: da maneira como o futebol está arraigado na cultura e costumes brasileiros, vai levar um tempo muito longo para ser alcançado por outros esportes. Não só no Brasil, como em praticamente o mundo todo. A FIFA tem mais países associados do que a ONU. Existe um grande amadorismo no futebol porque vender futebol é muito fácil. Ousaríamos dizer até que qualquer um vende futebol. Mas com a profissionalização dos mercados - consumidores, mídia a anunciantes / patrocinadores - a concorrência está levando muitos clubes, federações, confederações, administrações públicas e privadas a se profissionalizarem também. Essa necessidade de concorrer é que tem obrigado os outros esportes a se profissionalizarem, buscando modelos internacionais de inegáveis sucessos de administração, audiência e negócios. Estão aparecendo no Brasil novas empresas de Marketing Esportivo que colocam no mercado amplo leque de produtos e assessoria para os clubes, federações e confederações. A maioria delas bem profissionais, que se preocupam com o básico de qualquer marketing: entregar o que vende.
As empresas que patrocinam a Cultura têm diversas leis que incentivam essa prática. E no esporte?
No esporte ainda não tem qualquer legislação mais ampla de incentivos. A que está no Congresso, em mais uma tentativa, não deve sair tão cedo. Fora isso uma ou outra ação de alguns municípios e estados que tem seus próprios incentivos. Mas acredito que a lei de incentivo sozinha não vai alavancar o esporte. Apenas fará com que esportes de grande representatividade conseguirão aportes baseados no incentivo. Assim como já é na própria Cultura. Ademais, há a concorrência entre o Esporte e Cultura. Havendo incentivos em igualdade de condições, um anula o outro. Assim como os planos de milhagem das companhias aéreas. Todas são obrigadas a ter e não há diferencial para nenhuma.
Quais são os principais passos que uma equipe e um campeonato devem seguir para obter um patrocínio?
Primeiramente demonstrar credibilidade. O meio é muito desacreditado por anunciantes, patrocinadores e investidores. Para demonstrar credibilidade é preciso que o clube, federação, campeonato, evento ou qualquer atividade, seja devidamente planejado. Com objetivos claros e definidos. Para que, para quem, quando, onde, como e porque. Somente dessa forma é que pode ser elaborado um plano de obtenção de receitas que não deve se concentrar apenas no patrocínio. Algumas perguntas básicas precisam ser respondidas:
- É uma boa oportunidade de mercado - período, segmento?
- A que público - qualificação e quantificação - minha equipe ou campeonato ou evento vai atingir?
- Quanto vai custar e como será obtida a receita?
- A que tipo de patrocinadores interessa ter acesso ao meu público?
- Quanto vale, a preços de mercado, o acesso à esse público?
- O que posso e preciso oferecer aos meus próspects patrocinadores como participação?
- Que tipo de retorno posso assegurar e ou garantir?
- Comparado com a mídia tradicional é um bom negócio para o prospect patrocinador?
(entrevista realizado pelo bruno melo).
Em entrevista ao Mundo do Marketing, o sócio-diretor da J.Cocco Sport Marketing e diretor-presidente da J.Cocco Associados, Propaganda e Promoções fala sobre como as empresas podem aproveitar o patrocínio esportivo para alavancar seus ativos e o valor de sua marca. Cocco também dá dicas de como obter patrocínio do alto da experiência de quem foi responsável pelo planejamento, propaganda, promoções e eventos que fizeram o vôlei explodir na preferência dos brasileiros e patrocinadores, além de atender clientes como Avon, Bombril, Grupo Pão de Açúcar, Unibanco, Claro, entre outros.
Patrocinar um time de futebol, uma equipe de corrida ou de vôlei requer um alto investimento. Quais retornos os patrocinadores têm com essas iniciativas?
O retorno não está ligado somente em função do investimento e sim sobre os objetivos da empresa a serem atingidos. Se os objetivos forem plenamente atingidos e com o menor investimento possível já é um ótimo retorno.
Na prática, dentro do mix de marketing, quais ações os patrocinadores podem realizar e com que finalidade para obter este retorno?
Esses objetivos é que precisam ser claros e cristalinos para poderem adequar qual o melhor patrocínio e suas formas para poderem ser mensurados. Os "retornos" podem ser os mais diversos como simples visibilidade da marca, agregação das qualidades do esporte à marca, diferencial competitivo, tema promocional, endomarketing, relacionamento com o mercado e com o trade, concursos e sorteios, entre vários outros.
Como uma marca pode aproveitar o esporte para vender e criar relacionamento?
Assim como a Propaganda, o Esporte não vende. A venda é conseqüência direta da qualidade e adequação da oferta, que tem embutido a qualidade do produto, a oportunidade, o preço, a distribuição etc. O esporte, nesse caso, é um excelente veículo para disseminação e qualificação da oferta. É mais rentável do que várias mídias tradicionais por acrescentar à mensagem uma grande dose de emoção e paixão, intrínsecas ao esporte e por tornar a mensagem menos invasiva e mais amigável. Já na criação de relacionamento, o esporte é imbatível, uma vez que pode ser segmentado por infinidade de nichos, como classe socioeconômica, sexos, faixa etária, atitudes, estilo de vida, clubes, regiões, entre vários outros segmentos.
Até que ponto e como o patrocínio pode influenciar o consumidor a optar por uma marca?
Quando uma empresa utiliza o Marketing Esportivo através de uma das suas ferramentas que é o patrocínio, ela está agregando à marca todas as qualidades do esporte como jovialidade, garra, modernidade, tecnologia, alegria, competitividade, vitória. Dessa forma a marca, naturalmente, adquire maiores chances de ser preferida pelo target. Quanto mais o target e o esporte estiverem adequados um ao outro, maior o grau de influência. Se tivermos algo exclusivo para determinado target que, por exemplo, tem preferência por determinado esporte e esse esporte for utilizado para conter a oferta da marca, as estatísticas e pesquisas comprovam a influência e a opção pela marca.
A maior parte das verbas disponíveis para o patrocínio esportivo vão para o futebol porque há grande cobertura na mídia e muitos torcedores. No entanto, esse fato contrasta com o amadorismo na administração de diversos clubes, federações e estádios. O que as outras modalidades devem fazer para diminuir essa hegemonia do futebol?
Precisamos pensar e agir com realismo: da maneira como o futebol está arraigado na cultura e costumes brasileiros, vai levar um tempo muito longo para ser alcançado por outros esportes. Não só no Brasil, como em praticamente o mundo todo. A FIFA tem mais países associados do que a ONU. Existe um grande amadorismo no futebol porque vender futebol é muito fácil. Ousaríamos dizer até que qualquer um vende futebol. Mas com a profissionalização dos mercados - consumidores, mídia a anunciantes / patrocinadores - a concorrência está levando muitos clubes, federações, confederações, administrações públicas e privadas a se profissionalizarem também. Essa necessidade de concorrer é que tem obrigado os outros esportes a se profissionalizarem, buscando modelos internacionais de inegáveis sucessos de administração, audiência e negócios. Estão aparecendo no Brasil novas empresas de Marketing Esportivo que colocam no mercado amplo leque de produtos e assessoria para os clubes, federações e confederações. A maioria delas bem profissionais, que se preocupam com o básico de qualquer marketing: entregar o que vende.
As empresas que patrocinam a Cultura têm diversas leis que incentivam essa prática. E no esporte?
No esporte ainda não tem qualquer legislação mais ampla de incentivos. A que está no Congresso, em mais uma tentativa, não deve sair tão cedo. Fora isso uma ou outra ação de alguns municípios e estados que tem seus próprios incentivos. Mas acredito que a lei de incentivo sozinha não vai alavancar o esporte. Apenas fará com que esportes de grande representatividade conseguirão aportes baseados no incentivo. Assim como já é na própria Cultura. Ademais, há a concorrência entre o Esporte e Cultura. Havendo incentivos em igualdade de condições, um anula o outro. Assim como os planos de milhagem das companhias aéreas. Todas são obrigadas a ter e não há diferencial para nenhuma.
Quais são os principais passos que uma equipe e um campeonato devem seguir para obter um patrocínio?
Primeiramente demonstrar credibilidade. O meio é muito desacreditado por anunciantes, patrocinadores e investidores. Para demonstrar credibilidade é preciso que o clube, federação, campeonato, evento ou qualquer atividade, seja devidamente planejado. Com objetivos claros e definidos. Para que, para quem, quando, onde, como e porque. Somente dessa forma é que pode ser elaborado um plano de obtenção de receitas que não deve se concentrar apenas no patrocínio. Algumas perguntas básicas precisam ser respondidas:
- É uma boa oportunidade de mercado - período, segmento?
- A que público - qualificação e quantificação - minha equipe ou campeonato ou evento vai atingir?
- Quanto vai custar e como será obtida a receita?
- A que tipo de patrocinadores interessa ter acesso ao meu público?
- Quanto vale, a preços de mercado, o acesso à esse público?
- O que posso e preciso oferecer aos meus próspects patrocinadores como participação?
- Que tipo de retorno posso assegurar e ou garantir?
- Comparado com a mídia tradicional é um bom negócio para o prospect patrocinador?
(entrevista realizado pelo bruno melo).