segunda-feira, setembro 17, 2007

eles movem o pais e moveriam a propaganda se não fossem os bunda-moles que acham que sao eles que movem o mercado

O IBGE divulgou na 6a feira a mais recente ediçao da PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Trata-se de um abrangente retrato da realidade brasileira do ponto de vista de trabalho, renda, educaçao e acesso a bens e serviços. Para realizar esse estudo, cerca de 2 mil entrevistadores visitaram 145,547 residências em todo o território nacional, conversando com 410,241 pessoas.

O resultado da PNAD traz boas e más notícias para o país. A boa é que o salário médio do trabalhador brasileiro, em 2006, subiu pelo 2o ano consecutivo. A má é que esse salário ainda é muito pequeno - R$ 888. Para vocês terem uma idéia, ainda estamos longe de igualar o salário médio de 1996, que era de R$ 975.

Mas a verdade é que a recuperaçao do poder aquisitivo das famílias brasileiras está acontecendo de baixo para cima. Se dividirmos os trabalhadores em 2 grupos, de acordo com o que recebem do patrao, veremos que a metade de baixo, formada pelos que ganham menos, conseguiu, graças aos aumentos reais do salário mínimo, superar o patamar de rendimentos de 1996 - o salário médio desse pessoal chegou a R$ 293. Mas a metade de cima, ainda está penando para voltar a remuneraçao de alguns anos atrás. Hoje, esses trabalhadores com rendimento mais alto têm um salário médio de R$ 1,482.

A PNAD oferece um choque de realidade para quem trabalha com consumo. Dados da pesquisa mostram que pouco mais de 71% dos nossos trabalhadores ganhavam no ano passado até 2 salários mínimos por mês - ou R$ 700. Cerca de 9% deles, apenas, receberam mais de 5 salários, ou R$ 1,750. Mesmo com tao pouco dinheiro no bolso, os brasileiros foram às compras no ano passado, empurrados pelo otimismo de um lado e pela facilidade de crédito do outro - 93% das nossas casas têm televisores, 90% geladeira, 38% máquina de lavar roupa e 22% computadores. Vale lembrar que em 2001 os computadores habitavam somente 12,6% dessas casas. A internet, entretanto, está restrita a 17% dos lares. Um detalhe chama a atençao - 74,5% têm pelo menos um telefone, sendo que 28% só contam com o celular. Em 2001 o percentual dos que só tinham telefone móvel era de apenas 8%.

Mas os comerciantes que quiserem vender a crédito para toda essa gente terao que assumir alguns riscos. Afinal, metade dos nossos trabalhadores nao tem carteira assinada nem contracheque (ou holerite como preferem alguns). Provavelmente valerá a pena. Com o desemprego em queda, o rendimento do trabalho em alta e ainda de quebra a ajuda preciosa do dinheiro dos programas sociais que reforçam o orçamento de muitas famílias das classes mais baixas, esse segmento certamente proporcionará interessantes oportunidades de negócios.

O grande mérito da PNAD é mostrar aos brasileiros a verdadeira cara do Brasil. Por incrível que pareça, no mundo das agências de publicidade e em muitos departamentos de marketing de empresas importantes, nao é difícil achar quem se surpreenda diante da informaçao de que o salário médio mensal dos 10% mais ricos do país em 2006 estava na casa dos R$ 4 mil. E que cabe aos milhoes de brasileiros humildes, que batalham todo dia para manter o emprego (ou encontrar um novo), que comemoram cada conquista e dependem do carnê para concretizar seus sonhos de consumo - a tarefa de efetivamente mover esse país adiante.

pesquisa do IBGE revela que brasileiros humildes movem o país, do luis alberto marinho no onibus azul que passa várias vezes ao dia na internet. entendeu a parada ?

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