1. Um condenado, às vésperas de ser executado na cadeira elétrica, aguarda anciosamente por seu advogado, que foi até a Suprema Corte tentar um último recurso para a pena de morte. Quando viu seu advogado chegar à cela, radiante, o prisioneiro perguntou:
- E aí, doutor, como é que está a minha situação?
- O advogado respondeu:
Calma, tenho boas notícias.
- O preso, tremendo de emoção, perguntou:
O que é, não vou mais para a cadeira elétrica?
- O advogado:
Não é bem assim... A pena foi reduzida pela metade... Ao invés de ser executado a seis mil volts, consegui diminuir para apenas três mil volts. (Tal como foi publicado no jornal Notícias do Dia de 18.09.2007)
1.De um lado a ABA - Associação Brasileira dos Anunciantes, pleiteando, em nome deles, pagar menos; de outro, a ABAP - Associação Brasileira de Agências de Publicidade e o FENAPRO - Federação Nacional de Agências de Propaganda, pleiteando ganhar mais. No meio, o CENP - Conselho Executivo das Normas Padrão, a quem cabe decidir. Faço questão de decupar as siglas porque neste caso o detalhe é importante.
O guichê de apostas está aberto. Qual a sua opinião?
2. Você, mais inteligente do que eu, sabe que a corda arrebenta sempre do lado mais fraco. E, infelizmente, as agências aceitaram pacificamente, ao longo da história da publicidade, que elas são mais fracas.
Bem feito.
3. Qualquer anunciante inteligente e bem informado sabe, hoje, que é fundamental para a vida da empresa fortalecer a marca. Reconhece que, para tanto, precisa de especialistas. De gente que entenda do assunto. E que comunicação é uma das mais importantes ferramentas do marketing.
A comunicação está presente em todo processo de marketing, diz Mitsuru Higuchi Yanaze, no seu magnífico Gestão de Marketing e Comunicação (Editora Saraiva), um livro que todos deviam ler.
A comunicação de marketing é um processo complexo e contínuo, acrescenta. Trocando em miúdos: não é coisa para amador.
4. Se é assim, por que, historicamente, as agências sempre abaixam a cabeça?
5. Vamos imaginar juntos o seguinte: que uma hora dessas elas declarem O dia da Dignidade Profissional, quando, unidas, baterão o pé e gritarão um sonoro não. Não para os absurdos que ocorrem no relacionamento cliente-agência. Não para as sucessivas exigências de custos menores feitas pelos anunciantes. Não para o medo que muitos deles têm de veicular peças criativas, porque elas são criativas. Não para os obstáculos que colocam na hora de aprovar um orçamento.
E por que não fazem isso?
6. Por que meia dúzia de agências decretou a ditadura. Criou uma entidade, gritou que ninguém fará nada sem a autorização dela e o resultado aí está. As demais se acovardaram e se habituaram à covardia.
E aquela entidade, enfraquecida porque medo não é apoio; sem conhecer o que de fato ocorre com o mercado de agências, porque se distanciaram dele, só faz recuar a cada grito que os anunciantes dão. Neste momento, foi colocada contra a parede.
7. Quer apostar comigo?
Os anunciantes vão vencer essa disputa. Ganharam todas até agora, vão continuar ganhando. Na melhor das hipóteses vão tirar o bode da sala, fazer uma concessãozinha e, como aquele advogado, executar metade da pena que inicialmente prometiam aplicar nas agências.
(quando o pouco não é nada, do eloy simões, incansável até correr o risco da chatice, no acontecendo aqui)
* que me desculpem os também leitores do Contraponto, pela repetição, neste caso talvez até mais adequada, do título usado esta semana em matéria publicada por lá sobre colunismo político. o contraponto é um semanário paraibano que se diz nascido como opção frente aos grupos ligados as práticas maranhistas e cassistas que deixaram a paraiba de cuecas ainda mais rotas. oxalá a terceira via não esteja interessada nos restos da cueca. e viva o destino de um nordeste que faz inveja as garotas de baile funk que já vão sem calça.
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