sexta-feira, julho 10, 2015

qualidade criativa

david by camila way










entre as muitas e necessárias qualidades ao dito criativo, uma tende a passar desapercebida, talvez porque porque parece óbvia, e quase nunca valorizada, mesmo que um dos pilares da propaganda a tenha recomendando a meio século atrás num decálogo simples porém pretensioso se listado por outro que não ogilvy - alguém ainda lê ogilvy? (tento ser otimista) aquele que de cozinheiro que não se pretendia a master chef ap vendedor de fornos, que viria por ser aclamado como " pai da propaganda".

pois bem, o tal conselho do papai, resumia-se ao "edite" o que por má interpretação pode desviar o foco apenas para redatores, os tais copywriters o que seria mais cômodo, mais que na verdade aplica-se a cada passo dentro da concepção, instalação e produção de uma ideia publicitária(ou não) ainda mais se ela envereda pela pirambeira da verdeira acepção de criatividade.

a capacidade de gerar ideias, criar soluções inusitadas, é uma espécie de talento deixado a mostra para que nela se reconheçam e se endeusem falsos deuses e nada mais que míseros mortais que utilizam-se de outros recursos de baixa estatura moral e ética para se manter a luz dos refletores, sem prejuízo dos verdadeiros talentos.

agora, a capacidade de editar - escreva, e leia, ou pense e repense, escreva novamente. se possível guarde para o outro dia, e edite, edite - é muito rara, e muito pouco valorizada pelo pensamento dominante que se monta a partir das tendências. são inúmeros os casos dos " redatores da lata de lixo" ou seja criativos, que jogam fora as melhores ideias e fixam-se nas ideias " da hora" o que é também não só uma falha em seu "set" mais de uma "estupidez genial". e isto é mais grave porque acabaram-se os diretores de criação que ao fim do expediente iam as latas de lixo garimpar os papéis de valor(este é um problema resolvido para todos, infelizmente, pela má forma com o fim dos processos manuais na criação mas enfim).

se formos cascavilhar nos rastros dos verdadeiramente grandes, esta tal qualidade lá está presente. e não é só a qualidade e a quantidade. mas sobretudo a capacidade de saber o que é bom para o geral e para o particular entre as muitas opções realmente viáveis que se colocam a sua frente. 

para além disso há os que vão mais além. aqueles que tem a capacidade de editar o que será levado em frente para além do brilho das suas carreiras, e do seu interesse promocional, mas com o comprometimento do engrandecimento da profissão e da sociedade - como um todo e não só para aquele " target" (eca!).

não sei se você tem esta qualidade. mas se pelo menos tiver a qualidade da observação, verá que eu não a tenho, ou para deixar dúvidas em pulgas, hoje já não mais a pratico, como mostra o exemplar que se finda aqui.

p.s. leia ogilvy, pelo menos de vez em quando- e seus contemporâneos - verá que eles ainda tem mais a dizer que todos seus posteriores. até porque eles tiveram a sabedoria de editar como ninguém.

  

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