quarta-feira, janeiro 18, 2012

toda revolução é romântica. mas nem toda(ou todo) romântica é revolucionária.


“não é o que você diz que estimula as pessoas, é como você diz”. bill bernbach.


bernbach não inventou a publicidade, ele a reposicionou(ele não iria gostar nem um pouco deste termo, desculpa bill). um visionário,ainda há quem o desdenhe, estigma com o qual sempre se atacha aqueles que saem do lugar comum. principalmente os falhados, o que não é o caso dele. muito em contrário.

bill, não se encaixava na pasmaceira publicitária da sua época - da nossa então, xííííí. com argumentos de força(muito presunçosos diriam outros tantos) peitou o mercado e dentro dele clientes e os próprios publicitários, pois não se conformava com a mediocridade. e assim sendo causou a revolução criativa que marcou a década de 60, principalmente com os trabalhos realizados para a volkswagen, entre eles aqueles que você certamente conhece e que são reconhecidos como a melhor campanha do século XX. sim, provavelmente você deve, se conhece algo para além dos controles do seu ipad,ipod,iphone, achá-los coisa de museu. praticamente só tem texto. mas responda cá, na lata: você conhece alguma campanha de automovéis atuais que tenha pelo menos metade da sagacidade( você sabe o que significa sagacidade não sabe? eu sou otimista e assim espero que o tio google lhe ajude) das dita cujas bernbachianas? ah! sim, muito visual, photoshop a dar com pau,efeitos especiais de fazer inveja a bollywood? mas eu tô falando de idéias, conceitos,? bom deixa pra lá, porque só temos campanhas de merda mesmo. ao que parece os publicitários de hoje eles entendem o think small do bill na forma literal, afinal, publicitário de hoje em dia não sabe conceituar. só photoshopar e chamar quem pensa de desantenado com as tendências da hora.

“A verdade não é verdade até que as pessoas acreditem em você e as pessoas não acreditarão em você se elas não souberem o que você está dizendo, e elas não saberão o que você está dizendo se elas não ouvirem você, e elas não ouvirão você se você não for interessante, e você não será interessante a menos que você diga coisas imaginativas, originais e frescas.”

"muita gente concorda que a década de 60 foi a década de ouro da publicidade. Mas pouca gente sabe que a década de 70 não. marketing estratégico com suas pilhas de números foi, por um longo tempo, rival da publicidade. a chegada do conceito “posicionamento” criada por al ries levou a publicidade das empresas de volta a sem graceira da década de 50. empresas testavam campanhas antes de veicular, realizavam pesquisas e mais pesquisas na tentativa de posicionar o produto e deixaram de usar uma publicidade adequada. os comerciais haviam perdido sua graça. um exemplo do embate entre estratégia X publicidade é o do refrigerante 7UP: na era das colas, ao invés dele ser posicionado como refrigerante claro com sabor de limão, ele automaticamente se tornou conhecido como “o não-cola”. isso foi antes de ries e seu conceito, a publicidade havia conseguido posicionar o 7UP com muito menos ou quase nenhum número.  

e o que isso tem a ver com bill? uma década antes do termo posicionamento ser escrito pela 1ª vez, bill disse: “você pode dizer a coisa certa sobre o produto e ninguém irá ouvir”. e bateu de frente contra a pesquisas e dados dizendo “quanto mais intelectual você fica, mais você perde as habilidades intuitivas que realmente tocam as pessoas”.

"bill bernbach reiventou a publicidade, ensinou publicitários a ser mais do que meros vendedores anônimos. “a boa publicidade aumenta vendas, a grande publicidade constrói fábricas”. há cinquenta anos atrás bill trombava como mercado afirmando que publicidade meramente vendedora e sem brilho era ruim para o cliente e para o mercado como um todo." (o homem era o júlio verne da propaganda, não deu outra).( ah! eu sempre me esqueço do quociente intelectual da geração publicitária atual: júlio verne, corre logo para o google, era escritor francês de ficção científica no século XIX(19)(viagem ao centro da terra, vinte mil léguas submarinas) previu com uma margem de trezentos metros o local onde o homem viria pousar na lua, chute? c´est possible mes amis. mas,a boa publicidade também se faz com alguns bons chutes, mas como o futebol hoje também deixa a desejar o resultado de tanta bola fora tai mesmo)

parece que todos concordamos que "esse mal provavelmente nunca vai acabar, mas bill parece ter deixado um legado contra a propaganda do “melhor e mais barato” e “ofertas imperdíveis”. 

resta saber quem será " românticamente revolucionário" para tornar este legado um legado padrão para além das leituras* e salas de estudos.

afinal, por menos que pareça,"consumidores são espertos. siga o exemplo deles".


* boa parte deste artigo,incluindo as citações e alguns trechos, foi copidescado a partir do blog pequeno guru, que afirma textualmente que é apenas um entusiasta do marketing e não o que quer dizer o nome, assim disse sylvio ribeiro, o que talvez soe pretensamente humilde para além da conta. .


(1) medíocres e famosos, sejam do ramo ou não, incluindo os professores, ah! os "professores" de publicidade, gostam muito de citar o bill mas sempre ressalvando que ele fez isso no tempo em que a propaganda era uma atividade romântica. caberia aqui o calão e mal-dizer que romântica é o caralho?

(2) outra coisa, ia me esquecendo. atentem para o visual do bill. imagem não é tudo. não é porque o cara era da criação que teria de se vestir como o james dean. as idéias dele e que estavam vestidas assim. e isso foi o que fez a diferença.

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