recebo “a listel” e junto com ela lâmina de má exemplo de que as coisas antigas – para o bem e o mal - ainda funcionam.
é a campanha “vinde a nossa senhora de fátima, não tardeis”, que vende passagens sem pedágio e segurança para a eternidade – a não ser o preço do próprio, e bem baratinho, se considerar-mos a promessa do produto - com propósitos que o idec, o procon, nem os orgãos oficiais questionam, no mínimo pela pratica deslavada de estelionato.
o que a campanha, vende? ora, sinais seguros de salvação, proteção nos perigos e paz ou seja: um escapulário que promete textualmente: “ quem o usa será libertado do purgatório, no primeiro sábado depois da morte(mas logo no sábado quando imagino a festa esquenta?); um sinal certo de salvação; quem morrer com ele não padecerá do fogo eterno;
e de brinde você ainda ganha um livro, a cores, 110x15 cm, 32 pg, que narra a história da entrega do escapulário a são simão stock.
o custo? "seis real" ou dois dvdês piratas, ninharia milionária quando multiplicada pelos milhares de zé ruelas, zé manés, e os milhões de otários de fé, que fazem o caixa da campanha balançar mais do que muito caixa de multinacional, incluindo também os do mesmo ramo.
o produto na verdade é o livro. mas a pedra de toque é o escapulário, que vem de “brinde”. afinal, é ele que faz milagres, não o livro. e tudo gerido por uma velha conhecida, a essebêdêtêefêpê que seguindo a tradição com propriedade de família utiliza a velha lâmina de resposta direta, que já fazia feridas desde os primórdios do século passado, sem esquecer os artifícios-clichês do meio, tais como a facilitação do cartão-resposta que dá a graça final: não envie dinheiro agora, que funciona, seja para dar passagem ao céu, seja para livrar-se do inferno, porque de graça, a princípio, todo mundo que ir para qualquer destino que nos faça sair do inferno que vivemos.
contudo, se pro inferno vou e quem mais for, então que seja por chamas maiores, principalmente se for por questões da profissão.
afinal, estar nela sem grande chama é mesmo um inferno; ou pior ainda: um inferninho que não tem escapulário que lhe proteja.
p.s. bentinho é outra denominação para o escapulário.
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