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sexta-feira, março 23, 2007
a lei do xarope
É já consensual que as crianças constituem, para qualquer tipo de mercado de bens e serviços de grande consumo, um grupo-alvo de enorme interesse, não só a médio e longo prazo (como era de esperar), mas também a curto prazo. Os mais recentes estudos efectuados junto deste target, nomeadamente o Fórum Criança, assim o comprovam.
Do ponto de vista estratégico, a criança deve ser encarada como o cliente do futuro que, enquanto cresce, vai «armazenando» good will em relação às marcas que a elegeram como target nas suas campanhas de marketing e comunicação. E será precisamente esse good will que influenciará as suas decisões de consumo adultas. Trata-se, como diz o provérbio, de «plantar hoje para colher amanhã» e, considerando que a maioria das estratégias das marcas são desenvolvidas a cinco anos, convenhamos que «o amanhã» é algo já muito próximo no ciclo de vida dessas mesmas marcas.
Numa perspectiva táctica, as crianças já detêm um certo poder na nossa sociedade de grande consumo: se, por um lado, é habitual disporem de algum pocket money para gerir, por outro, têm vindo a ganhar influência nos consumos familiares. Um fenómeno emergente conhecido como o Pesting Power...
O actual poder de influência das crianças nos consumos familiares tem origem em diversos factores sócio-económicos. Primeiro, as crianças ficam mais maduras cada vez mais cedo. Esta maturidade precoce é a causa e, simultaneamente, a consequência da sua crescente literacia em marcas e formação para o consumo. Depois, inseridas em sociedades de mass market, as crianças estão mais expostas aos estímulos da comunicação publicitária e à informação nos vários contextos onde se movem, dominando o conhecimento das diferentes opções de escolha e, por conseguinte, emitindo com maior veemência as suas opiniões e exigências.
Finalmente, deve considerar-se que o aumento da quantidade de famílias com mães trabalhadoras será directamente proporcional ao aumento deste poder, já que, muitas vezes, o acesso facilitado ao consumo torna-se numa espécie de recompensa pela ausência dos pais.
(pesting power... o poder da decisão! da mónica chaves, directora geral da Brandkey, in portugal)
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