segunda-feira, janeiro 29, 2007

em terra de cego quem tem olho é imbecil

estamos às vésperas do on screen do site do ccpe. e quiçá, do soerguimento do clube enquanto estrutura física(isto foi escrito no último trimestre de 2005)

nos tempos que antecedem esta gestação, difícil, e de risco, a lista de discussão, quer queiram ou não, foi, e é, o retrato do mercado e de uma geração. a geração
do século XXI. geração que apesar de toda esta modernidade é feita também por alguns dinossauros do século passado. dinossauros, outrora libertários e hoje reacionários a todo custo. até de graça. e cabe, à forceps, até a mim, hoje, apenas uma assombração virtual.

esta geração, em maior ou menor grau é responsável pelo que vemos: na lista, nas mesas de bares, nas ruas. enfim: no mercado. o que, quanto a mim, deixa bastante a desejar. tem muito de mau e- principalmente - de covarde. dentro e fora da lista.
com isto não estou querendo fazer show-offs ou ilações para tornar-me o centro das atenções. até porque não seria inteligente ou produtivo no sentido de tirar proveito em causa própria. não se ganha bônus às boas coisas da vida por se ser frontal. muito pelo contrário.

como disse, sou apenas uma assombração virtual que já está indo embora da lista. e o mercado, a hora e a vez, é de vocês. que certamente gostam do que fazem e almejam muito mais do que estão fazendo ou sequer pensam que são capazes de fazer. isso, quando os equívocos não turvam trajetórias ou maculam discursos.

acreditem, nosso mercado já fez muito mais. respeitado já o foi muito mais. referência já o foi muito mais. pasmem! muito disso foi trabalho de gente que hoje estando a frente das agências, em vez de os incentivar à luta, os escorcha, os castra e os entulha de lugares comuns. donatários bem sucedidos do feudo dos lugares comuns. e ao que tudo indica, principalmente tomando como
referência o teor da lista, o na pasta, para além do que vai para a rua, eles estão vencendo de lavada.


ao contrário de outros mercados, e escolhi o do rio grande do sul, para não dizerem que não vale comparar com rio ou são paulo, onde as discussões são pertinentes, inteligentes, corajosas, que enriquecem e elevam a auto-estima incentivando a ação e ao desenvolvimento enquanto pessoa, profissional e mercado, que demonstram maturidade justamente porque sabem-se necessitados de aprendizado, de suor, de sangue, de idéias. já a nossa lista, e a nossa postura, é de uma
infantilidade que dá dó. deve ser por isso que são tratados como " meninos da criação ".
alfinetadas aqui, derrubadas dali, venenos outros. enxurrada de pedidos de marcas e logos que refletem agências à mingua, discussões estéreis sobre peças na archive ou cannes, típicas do complexo de sub-desenvolvimento, espelhado exemplarmente no na pasta, a versão local da caras da propaganda mundial, a archive.

mas nada, nada mesmo, que contamine criativamente o impulso de fazer alguma coisa para mudar o estado das coisas que no mercado local, entre outras coisas, faz com que uma recepcionista ganhe mais do que um homem, vá lá, menino da criação ou que nos faça veicular
standards dos anos 50 como ferramental hodierno e adequado para resolver problemas de comunicação de marketing de marcas
.

nada, nada nem de longe que reflita a maturidade e as preocupações de uma geração que está se fudendo sem gozar os prazeres verdadeiros da profissão. a qual, acredito, tantos amam, mesmo sem ser correspondidos. e que não são, acreditem, festolas de prêmios inssôsos e estapafúrdios. que só iludem os que vivem de ilusão. ilusão de iludirem a si próprios, seus clientes, seus
colegas e que por isso mesmo fazem deste mercado um mercado de falsas ilusões e desilusões verdadeiras, ainda que uns poucos estufem os bolsos. cruéis e lacerantes, estas desilusões irrompem no desprezo pelo bem feito, pela boa remuneração, pela boa convivência, acima de tudo pelo respeito entre si e a todos, entre todos: agências, veículos, fornecedores, que dedicam-se a profissão tão compulsiva e auto-destrutiva, ainda que bela, principalmente quando não nos damos o devido respeito. e obtemos dela prazer e remuneração a altura do que somos capazes de fazer.

isto manifesta-se silenciosamente. e inexoravelmente transforma mulheres e homens bons, bons profissionais, em mau caráteres exemplares. que de tudo fazem para apegar-se a um cargo. até venderem a ilusão de que estão fazendo boa propaganda quando não estão. apenas sendo capatazes encarregados de varrer da superfície toda boa idéia carregada por isto mesmo de valores a cultivar.

há entre vocês profissionais -ou a caminho disso - com bom gosto, sensibilidade, potencial e talento, para fazer este mercado sair da vergonha em que estamos metidos. coragem, disposição, bons sentimentos também há de haver.

a tarefa da geração de agora é a de corrijir o vexame a que estamos sendo sumetidos. porque ser publicitário, decididamente não é isto que estão dizendo ou fazendo como se fosse.

que a lista do ccpe seja então mais, no seu melhor, do que uma lista de schindler.
bye.


(a expressão usada como título é do décio pignatari, poeta concretista, estudioso e autor de livros sobre comunicação, e ex-redator publicitário. lubrax. por exemplo, é uma criação sua. acesse www.ccpe.com.br e constate que nada mudou, ou melhor, mudou para pior, já que anteriormente havia um espelho de página, já trazendo parte do conteúdo editorial pretendido e depoimentos, inclusive, de presidentes de outros clubes de criação saudando a volta dos que não conseguem ressucitar um clube para além do uso da sigla para camisetas e rabicho de emails de gente sem rabo. sim, este colunista, não se sabe por delírio de quem(de quem fez o convite ou de quem o aceitou) era apresentado como um dos colunistas do site).
































































































































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