sexta-feira, outubro 20, 2006

descascando “ a idade do layout lascado” ou os flinstones podem- e devem - ser tão ou mais criativos do que os jetsons(parte 1)

a idade do layout lascado é um texto produzido pelo copywriter anselmo ramos e originalmente publicado na secção passaporte do clube de criação de são paulo, já já algum tempo.

neste texto, anselmo crava seu estilo sobre sobre o gap entre a atuação das agências ditas tradicionais e das ditas de nova geração. incluindo aí uma cutucada no conceito das duplas “ultrapassadas”. quase rough de réquiem sobre sua morte, com o advento proposto das trincas. trincas hodiernas. onde pelo menos um integrante virá da área da internet, uma quase, digo eu, ressucitação em similitude de prática fracassada de 20,30 anos atrás, onde o “ rtvc ou rtv” era a terceira perna. aliás, o esgotamento do modelo dupla é uma discussão já bastante ralentada desde o tempo em que “alguém “ pesquisou, e descobriu, dizem, que na dupla o menos habilitado sempre puxa o mais, para baixo. e na trinca ou jigs(grupo integrado de trabalho), o pica grossa do pedaço, levanta o resto. a mccann gosta bastante disto, dos jigs quero dizer.

anselmo, redator talentoso, ao fundo não aborda a dupla, mas a markeopia na qual estão investidos a maioria dos criadores e gestores de agência, portadores da visão não alargada que ainda compactua com aquilo que chamo tráfico de espaço. na qual vivem mumificadas as chamadas agências tradicionais. ensimesmando-se em concepção afunilada(foco e segmentação é outra coisa) sem domíninio da utilização das novas ferramentas, e principalmente do que é hoje a atividade de comunicação de marketing de marcas, o que ele descreveu muito bem. inda mais com o aplomb de quem ocupava um posto na lowe N.Y. e, já agora, não mais. porque de volta à miami na condição de head officer, onde já havia trabalhado na young, capitaneando uma nova agência dedicada ao mercado hispânico. e talvez por isso mesmo, tão focado na cobertura, acometido de uma espécie de afetação. quase-típica de quem no topo esquece os caroços da base. afinal, na terrra da jabacolândia são pouquíssimos que imiscuiem-se no exercício de comunicação global. felizmente ou infelizmente, alguma vez na vida.

e talvez seja este o problema do artigo. o foco no ápice da pirâmide, ainda que seja sempre referência, ainda mais em nossa atividade, pode confundir quem está nas bases, donde a pirâmide está assentada. ou, como se diz no popular, onde o buraco é mais embaixo. por isso vamos então tentar tremer as bases ao final.

pois bem, comenta o anselmo, a partir das suas duas semanas em londres, na época, participando de um brainstorm para uma campanha global da nokia, acusando, no sentido de boxeur, ser vetor de idéias paleolíticas no contato com integrantes da R/GA, realçando o fato deles viverem e acontecerm o domínio da tecnologia como it´s a second nature(algo como está no sangue da moçada que já nasceu com isso na veia, o que não é o caso dos “paleolíticos” por mais que leiam as wireds da vida) e sublinha que, se pelo menos os paleolíticos ainda dominam o campo das idéias, achando com suas sacadinhas que dominam o terreno, como se isso fosse consolo, os caras que estã aí sabem fazer exatamente o que nós fazemos, só que vão além, ao pensar a marca como um todo. o que não deixa de ser um recadinho no fígado de muito ego que não sobrevive senão for à custa de epocler. e aí larga a bomba: “A pergunta que não quer calar é a seguinte: quem vai ser o primeiro a entender esse fenômeno, no Brasil? Uma agência tradicional ou uma agência de internet? E não só entender, mas principalmente passar do discurso pra prática? desde já, aproveite a deixa, e pratique um exerciciozinho e diga a sí próprio se a sua agência está entendendo patavinas de “360 degrees”, “brand content” e “total engagement"? ou ainda se ela é daquela que “ mantem a mídia dentro da agência e vende espaços na cabeça do consumidor em vez de espaços em veículos; oferece grandes idéias em vez de grandes descontos; se é inovadora em vez de atravessadora “ ou se faz tudo ao contrário?algumas agências brasileiras, antecipo, parecem já terem entendido isto e passado à prática, onde havia mercado pra isso, logicamente, que é a questão a ser levantada por mim na parte dois, terminando a parte 1 com o final do artigo do anselmo: “ A primeira dupla que entender isso não vai morrer nunca. Até porque provavelmente não vai ser uma dupla. Vai ser um trio ou um quarteto. Vindo de algum lugar do futuro, montado num leão de titânio.”

agora, como funcionaria isso, num mercado “ paquistânes”? (como se em nova iorque ele também não existisse – e quem conhece nova iorque sabe do que estou falando -) onde tem muita gente ouvindo as brand cantar mas não sabe de qual lado da broa?

é só acompanhar a parte dois amanhã. e desde já digo-lhe que pode ser a solo, em dupla, trinca ou da maneira mais criativa que quiser, ou puder.

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