quarta-feira, fevereiro 08, 2006

dichionário

miguel souza tavares, jornalista consagrado e escritor a caminho disso(seus livros estão sendo lançados num crescendo no brasil) é um reacionário dilettante – abrir o peito as balas não transforma isso - com um texto ferozmente muito bem construido. nos bons tempos diria que ele seria o vasco pulido d´o público, escrevendo com a outra mão. mais estou longe-perto e não quero fazer caricaturas que o momento é de escritas a ferro e fogo e não de grafite.

não me imagino a comer joaquinzinhos com o miguel – nem ele comigo, por certo - o que por cá seria o equivalente a agulhinhas ou manjubinhas, tampouco, tordos a vinha d´alhos, que são passarinhos quase pássaros.

mas ficaria com tentado pelos pezinhos de coentrada, pés de porco ao coentro, até a hora que o fumo, fumaça do seu cigarro, viesse a lume, lume que em portugal é fogo.

fico-me então, solitário, antes só e bem acompanhado, a tomar um cimbalino, que é o cafezinho no porto e que em lisboa seria bica. confesso que coisa que nunca fiz foi tomar um café com perfume – não se toma cimbalino com perfume, bica pode – que é café com pinga, com a “ mardita”, café com água que não se dá de beber para passarinho.

e, bate-me uma sensação de imigrante, se não mais poder voltar a portugal , que será de mim se findar-me apenas caricatura de saudades?
pensando assim saio do boteco a chutar caricas, as nossas tampinhas de cerveja e refigerantes procurando um cão tinhoso, que tinha é pior que lepra, mas tinhoso também é esperteza diabólica, para dividir com ele meu último pedaço de panado, empanado ou à milanesa.

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