aférese, alegoria, anacoluto, anaphora, anástrofe, antanáclase, antonomasia, apócope, apóstrofe, assindeto, catacrese, comparação, crase, díacope, diástole, diérese, ectlipse, elipse, enálage, ênfase, epanáfora, epêntese, epifonema, epizeuxe, eufemismo, haplologia, hendiadis, hiperbáto, hyperbole, hipértese, intercalação eufônica, ironia, metáfora, metalepse, metátese, metonímia, onomatopeia, pargoge, parêntese, perifrase, paranomásia, pleonasmo, polissindeto, prosopopéia (personificação), quiasmo, reticência, silepse, síncope, sinédoque, sinquise, systole, tmese, zeugma.
quando o atendimento, asssim chamado planejamento, nem assim, firula, sequer trocadilho, vem informar-me de que o cliente diz que o título: preços tão pequenos quanto as bandeirinhas, exemplo mais linear e rasteiro de (saberia dizer ele a figura ? cliente e atendimento ? ) deve ser direto, sem firulas e trocadilhos, que não quer o consumidor fazendo a operação semântica de traduzir os símbolos ou melhor dizendo índices, das bandeirinhas pequenas - que estão diminutas na barra superior do leiaute - como significantes de preços pequenos, contrariando a norma da sintaxe publicitária que busca através das figuras mais diversas, estabelecer a comunicação de forma associativa e não-direta, tenho vontade de metralhar-lhes com todas as figuras de linguagem acima - plenamente usadas na publicidade moderna – mas que foram retiradas dos lusíadas, séc. XIV.
mas não. prefiro dizer: firula e trocadilho ? é a puta que os pariu. saberia alguém dizer que figura é esta ?
In tenpo: toda agência minimante decente deveria sintetizar o livro do joão anzanello carrascoza, a evolução do texto publicitário, e fazer uma sessão a seus interlocutors de aprovação, já que seria demais pedir-lhes para ler, aristóteles, e/ou mesmo décio pignatari no seu liquidificador didático de símbolos, indices e icons, comunicação, para além dos semióticos até eco.
em 2005 a ignorância vence todos os embates dentro e fora das agencias. no pais das indiretas o discurso direto do varejo nos transforma a todos em grandes sábios imbecis. e me faz reler os primeiros anúncios de varejo do fim do século XVIII e XIX, repletos de figuras de linguagem e imensamente melhor construidos.
se a evolução da espécie dá-se pela evolução da linguagem, voltamos a ante-pré-história. e isto não é firula nem trocadilho, puta que o pariu!
chocado? algumas vezes a função das palavras também é esta. claro que o palavrão com seus significados e significantes pre-decodificados nos leva a obtenção de efeito imediato. contudo, o efeito fácil também é mais suscetível à entropia, para quem não sabe a perda de energia na emissão de comunicação. a intenção das palavras está constantemente em busca de uma função. publicitariamente, não pode haver parole fora de contrôle. por isto mesmo a construção do discurso publicitário é a mais filha da puta que pode haver. e, já que assim, empenhemo-nos em defender o nosso ofício onde tudo, ou quase tudo, com inteligência é permitido.
p.s. isto também é um texto de um pedido de dimensão, mutifacetada linguagem de despropósitos propositadamente empregada.
Puta que pariu?
ResponderExcluirOra, como disse Maria Adelaide Amaral numa entrevista, "as coisas têm os nomes que têm".
É uma boa frase para quem nasceu no Porto e vive no Rio.
Antes tarde do que nunca, acabo de ler "E o outro vacilou. - Como a Pepsi venceu a guerra das colas", escrito por Roger Enrico, presidente da Pepsi Co.
ResponderExcluirO livro relata os acontecimentos de quando a Pepsi mudou os seus rumosde comunicação e a Coca cometeu o erro de mudar de sabor, e entrou para a história com o maior equivoco de marketing de sempre.
Descontando a compreensível tendência elogiosa à Pepsi, o livro mostra um mundo da publicidade que é muito distante da maioria de nós, mas que existe.
Meu Deus, existe!
Vendo o marketing ser jogado com estratégias de um Kasparov e firulas de um Pelé, primeiro fiquei entusiasmado, depois fiquei revoltado.
Pô, em 1985, o caras (Pepsi/BBDO) estavam fazendo coisas muito distantes daquelas que não conseguimos chegar nem perto 20 anos depois.
Somos, literalmente, uns retardados.
Daí, relembro a velha máxima, que serve bem para a publicidade, e diz que a única coisa que aprendemos com a história, é que não aprendemos nada com a história.