Um olhar crítico sobre o passado e o futuro da publicidade. Essa foi a proposta da apresentação de Marcello Serpa no início da noite dessa quarta-feira 15 no palco do Wave Festival, no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Falando para uma plateia lotada e atenta, Serpa lançou várias provocações, entre elas: “a mídia social acabou”, “o viral morreu” e “o instagram é a nova mídia impressa”.
Em sua avaliação, o “fim” da mídia social é decorrência da redução “a quase zero” dos algoritmos de viralização orgânica em redes como o Facebook. “Com o tempo, descobre-se que não existe almoço de graça. O Facebook e o Youtube são como traficantes que vão dando a cocaína de graça na porta da escola para depois começar a cobrar dos viciados”, comparou. “Hoje tudo é pago, então, parem de chamar de mídia social. São empresas de mídia, estão concorrendo com a Rede Globo. Não tem mais um milhão de views de graça.”
E, para ele, junto com o fim da mídia social, lá se foi o sonho do viral. “Não tem mais o sonho do anunciante com a mídia social e a internet gratuita. Isso significa uma coisa muito boa: que agora é pago e temos que gastar dinheiro em produções sensacionais também para o digital. Chega de filminho baratinho. Se está gastando muito dinheiro na mídia, tem que gastar também na produção.”
Serpa salientou que os formados em vídeo estão aumentando muito o faturamento do Facebook, com isso, tudo que a empresa prepara para o futuro é baseado em vídeo. “É a volta dos que não foram, vamos voltar a fazer filmes”, comemorou. Comentando sobre outra rede social da qual diz gostar muito, o publicitário disse que “o instagram é a nova mídia impressa”. “É uma imagem e um título.”
De tudo que aprendeu no passado, Serpa deixou à plateia dois conselhos: “seja simples nas campanhas, nas estratégias, nas ideias” e “seja imprevisível” – “o clichê conforta os medíocres enquanto protege os covardes”, disse.
Sobraram farpas também para a presidente Dilma Rousseff. “A Dilma não é uma boa diretora de criação. Não sabe apresentar campanha, não sabe se relacionar com cliente, não fez o caminho básico, que mesmo na categoria política tem que ser feito, nunca foi eleita antes de ser presidente, não sabe escrever bem, não tem portfolio e não sabe criar bem.
e finalmente:
“Os clientes não perceberam ainda que num mundo com (...) tanta
possibilidade de ver conteúdos, os caras que sabem fazer isso com maior
talento valem mais do que eles estão querendo pagar. (...) Não adianta
economizar, cortar e o trabalho ficar ruim. Mais do que nunca, é preciso ter
pessoas talentosas, das mais diversas áreas, criando coisas que sejam
absolutamente relevantes, interessantes, impactantes, sedutoras. (...) Os
anunciantes estão colocando muito dinheiro numa tentativa de achar uma
decisão segura. E muito pouco dinheiro em achar soluções brilhantes. (...)
Hoje as pessoas estão mais preocupadas em não perder do que em
ganhar”.
(direto do meio&mensagem, para fazer cógecazinhas na mesa dos medíocres, no rabo dos covardes e no culhão dos poderosos)
Marcelo Serpa fala parte da verdade, aliás fala com a propriedade de ser um dos grandes (e um dos últimos) Diretores de Arte FODÕES da publicidade brasileira. Porém para por dinheiro em soluções brilhantes as agências precisam parar de ser reféns do BV, seja ele da Globo, da Conspiração filmes ou da editora Abril. O cliente tem que saber quanto paga, a quem paga e principalmente porque paga!
ResponderExcluirO próprio mercado desvaloriza a ideia a acredito que vamos continuar vendo muita coisa vazia nos "breaks" do JN e nas páginas duplas de Veja.
Ps. Celso vc ainda me deve uma visita lá na Orbe coworking. Abraço amigo